quinta-feira, maio 23, 2013

PCdoB Discute Política Ambiental com Inspiração Marxista.


O secretário nacional do Meio Ambiente do PCdoB, Aldo Arantes, citou Karl Marx na apresentação da proposta-base estudada no período da tarde de sábado (18), na 1ª Conferência Nacional de Meio Ambiente do PCdoB, em Brasília. Ele disse que a novidade na discussão do tema é o fundamento marxista da política ambiental. “A discussão central deve ser nesse terreno”, destacou, estimulando os participantes a apresentar emendas e evoluir na elaboração do documento final do evento.

“Karl Marx diz que o homem é parte da natureza e precisa ter um diálogo permanente com a natureza se não quiser morrer. E diz ainda que não se pode absolutizar o desenvolvimento e que devemos legar a natureza às gerações futuras”, lembrou Aldo Arantes, criticando o setor ambientalista que defende essas ideias como se fossem criação dele, “mas é Marx quem fala isso”, enfatizou. “Marx destaca que a relação homem e natureza é de harmonia, o capitalismo foi quem criou a dualidade. E é baseado no pensamento marxista que o PCdoB está montando a sua política ambiental, que valoriza a natureza, mas tem no ser humano a sua finalidade.”

Ao conduzir os debates sobre o assunto, Aldo Arantes afirmou que a crise ambiental é resultado da crise do capitalismo, portanto a solução para ela tem que ter um novo modelo de desenvolvimento, produção e consumo. Novamente, Arantes fez uma crítica direta ao capitalismo que estimula o consumo desenfreado, considerado uma “irracionalidade”.

Segundo ele, o consumo deve ser baseado não no lucro, mas no bem-estar social. E, mais uma vez, defendeu o socialismo como saída para superação dos problemas atuais da sociedade. “Um socialismo renovado, do qual possamos tirar lições e evoluir”, disse, rechaçando a ideia dos capitalistas que dizem que o socialismo está superado. “Socialismo não é um ato de vontade, é alcançado com o acúmulo de condições subjetivas”, explicou.

O documento-base discutido pelos comunistas defende o desenvolvimento sustentável soberano, a defesa da Amazônia e seu desenvolvimento sustentável, o aproveitamento do potencial energético, a defesa da biodiversidade e a defesa da água como bem público.

Aldo Arantes destacou duas importantes emendas apresentadas que mostram a importância da preservação dos biomas, como o Cerrado e a Caatinga, que não foram contemplados na Constituição de 1988; e a convivência com a seca e o combate a desertificação.

Realidade Concreta:
A análise do documento levou em consideração a realidade concreta. Aldo Arantes fez questão de destacar que o objetivo é dar respostas para o Brasil e o Brasil de hoje. “Não podemos discutir o assunto sem levar em conta a dimensão nacional e social, por isso não podemos conceber que os países pobres e em desenvolvimento tenham a mesma responsabilidade nesse setor que têm os países desenvolvidos”, disse o líder comunista.

Ele diz que, a exemplo de outros aspectos do assunto, com relação às mudanças climáticas, há muita incompreensão do tema. “A vida na terra decorre do processo de efeito estufa que aumenta a temperatura e permite a vida na terra. A temperatura da terra é consequência do efeito estufa. A discussão não é para saber se existe ou não o efeito estufa. A discussão é sobre a interferência humana no fato – se é importante ou desprezível.”

Arantes disse que o debate sobre o efeito estufa é manipulado pelos países desenvolvidos para impedir o desenvolvimento dos países pobres. E explica como ocorre essa manipulação. No debate sobre a definição do nível aceitável do efeito estufa até 2100, quem define o aumento máximo do aquecimento são os países em desenvolvimento, que defende dois graus; os países em desenvolvimento, 1,5 graus; e os países mais radicais exigem um grau. Mas quem tem que tomar essa medida – de redução da emissão de gases para reduzir o efeito estufa – são os países responsáveis por esse aumento.

“A dimensão política e o fenômeno em si são confundidos”, disse Aldo Arantes, para quem a dimensão política é manipulada. “Tem que pagar mais quem tem responsabilidade histórica e quem está poluindo”, disse, defendendo um tratamento diferenciado ente os países nas questões do meio ambiente e nas mudanças climáticas.

Outros Aspectos do Debate:
O debate foi feito também levando em consideração que a sociedade é composta de conjunto de fatores econômico, social, ambiental e nenhum tema pode ser tratado isoladamente. "Engels afirma que nada ocorre na natureza de forma isolada. Cada fenômeno influencia outro e é influenciado por este", lembrou Arantes.

A perda da biodiversidade foi outra questão discutida. O Brasil é campeão da biodiversidade, mas investe pouco e ela é a responsável pela vida na terra. A biodiversidade é matéria-prima da engenharia genética, por isso o interesse dos Estados Unidos na Amazônia. Nesse debate foi incluída a identificação do Cerrado e a Caatinga como dois biomas para permitir as políticas públicas de preservação.

A questão da água também foi discutida, alertando para o risco de privatização da água. Apesar do Brasil possuir o maior volume de água doce do planeta, o país sofre com o problema da má distribuição da água. Nesse item, foi incluída também a necessidade de defesa da convivência com a seca e o combate à desertificação, um apelo feito pelos representantes da Região Nordeste.

A crise urbana também foi discutida, quando os participantes admitiram que o debate feito pelo Partido foi insuficiente, embora seja bastante necessário. Foi apresentada uma proposta de realização de um evento, antes do 13º Congresso do PCdoB, para avançar no debate e definir propostas para este setor.

Aldo Arantes disse que “84% da população brasileira vivem nas cidades e enfrentam problemas de moradia, de esgoto, de emissão de poluentes, etc. Precisamos de uma reforma urbana, mas perseguir um modelo de cidade sustentável, diferente do que se pensava antes”, concluiu.

Por Márcia Xavier. 
FONTE: Vermelho.

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O secretário nacional do Meio Ambiente do PCdoB, Aldo Arantes, citou Karl Marx na apresentação da proposta-base estudada no período da tarde de sábado (18), na 1ª Conferência Nacional de Meio Ambiente do PCdoB, em Brasília. Ele disse que a novidade na discussão do tema é o fundamento marxista da política ambiental. “A discussão central deve ser nesse terreno”, destacou, estimulando os participantes a apresentar emendas e evoluir na elaboração do documento final do evento.

“Karl Marx diz que o homem é parte da natureza e precisa ter um diálogo permanente com a natureza se não quiser morrer. E diz ainda que não se pode absolutizar o desenvolvimento e que devemos legar a natureza às gerações futuras”, lembrou Aldo Arantes, criticando o setor ambientalista que defende essas ideias como se fossem criação dele, “mas é Marx quem fala isso”, enfatizou. “Marx destaca que a relação homem e natureza é de harmonia, o capitalismo foi quem criou a dualidade. E é baseado no pensamento marxista que o PCdoB está montando a sua política ambiental, que valoriza a natureza, mas tem no ser humano a sua finalidade.”

Ao conduzir os debates sobre o assunto, Aldo Arantes afirmou que a crise ambiental é resultado da crise do capitalismo, portanto a solução para ela tem que ter um novo modelo de desenvolvimento, produção e consumo. Novamente, Arantes fez uma crítica direta ao capitalismo que estimula o consumo desenfreado, considerado uma “irracionalidade”.

Segundo ele, o consumo deve ser baseado não no lucro, mas no bem-estar social. E, mais uma vez, defendeu o socialismo como saída para superação dos problemas atuais da sociedade. “Um socialismo renovado, do qual possamos tirar lições e evoluir”, disse, rechaçando a ideia dos capitalistas que dizem que o socialismo está superado. “Socialismo não é um ato de vontade, é alcançado com o acúmulo de condições subjetivas”, explicou.

O documento-base discutido pelos comunistas defende o desenvolvimento sustentável soberano, a defesa da Amazônia e seu desenvolvimento sustentável, o aproveitamento do potencial energético, a defesa da biodiversidade e a defesa da água como bem público.

Aldo Arantes destacou duas importantes emendas apresentadas que mostram a importância da preservação dos biomas, como o Cerrado e a Caatinga, que não foram contemplados na Constituição de 1988; e a convivência com a seca e o combate a desertificação.

Realidade Concreta:
A análise do documento levou em consideração a realidade concreta. Aldo Arantes fez questão de destacar que o objetivo é dar respostas para o Brasil e o Brasil de hoje. “Não podemos discutir o assunto sem levar em conta a dimensão nacional e social, por isso não podemos conceber que os países pobres e em desenvolvimento tenham a mesma responsabilidade nesse setor que têm os países desenvolvidos”, disse o líder comunista.

Ele diz que, a exemplo de outros aspectos do assunto, com relação às mudanças climáticas, há muita incompreensão do tema. “A vida na terra decorre do processo de efeito estufa que aumenta a temperatura e permite a vida na terra. A temperatura da terra é consequência do efeito estufa. A discussão não é para saber se existe ou não o efeito estufa. A discussão é sobre a interferência humana no fato – se é importante ou desprezível.”

Arantes disse que o debate sobre o efeito estufa é manipulado pelos países desenvolvidos para impedir o desenvolvimento dos países pobres. E explica como ocorre essa manipulação. No debate sobre a definição do nível aceitável do efeito estufa até 2100, quem define o aumento máximo do aquecimento são os países em desenvolvimento, que defende dois graus; os países em desenvolvimento, 1,5 graus; e os países mais radicais exigem um grau. Mas quem tem que tomar essa medida – de redução da emissão de gases para reduzir o efeito estufa – são os países responsáveis por esse aumento.

“A dimensão política e o fenômeno em si são confundidos”, disse Aldo Arantes, para quem a dimensão política é manipulada. “Tem que pagar mais quem tem responsabilidade histórica e quem está poluindo”, disse, defendendo um tratamento diferenciado ente os países nas questões do meio ambiente e nas mudanças climáticas.

Outros Aspectos do Debate:
O debate foi feito também levando em consideração que a sociedade é composta de conjunto de fatores econômico, social, ambiental e nenhum tema pode ser tratado isoladamente. "Engels afirma que nada ocorre na natureza de forma isolada. Cada fenômeno influencia outro e é influenciado por este", lembrou Arantes.

A perda da biodiversidade foi outra questão discutida. O Brasil é campeão da biodiversidade, mas investe pouco e ela é a responsável pela vida na terra. A biodiversidade é matéria-prima da engenharia genética, por isso o interesse dos Estados Unidos na Amazônia. Nesse debate foi incluída a identificação do Cerrado e a Caatinga como dois biomas para permitir as políticas públicas de preservação.

A questão da água também foi discutida, alertando para o risco de privatização da água. Apesar do Brasil possuir o maior volume de água doce do planeta, o país sofre com o problema da má distribuição da água. Nesse item, foi incluída também a necessidade de defesa da convivência com a seca e o combate à desertificação, um apelo feito pelos representantes da Região Nordeste.

A crise urbana também foi discutida, quando os participantes admitiram que o debate feito pelo Partido foi insuficiente, embora seja bastante necessário. Foi apresentada uma proposta de realização de um evento, antes do 13º Congresso do PCdoB, para avançar no debate e definir propostas para este setor.

Aldo Arantes disse que “84% da população brasileira vivem nas cidades e enfrentam problemas de moradia, de esgoto, de emissão de poluentes, etc. Precisamos de uma reforma urbana, mas perseguir um modelo de cidade sustentável, diferente do que se pensava antes”, concluiu.

Por Márcia Xavier. 
FONTE: Vermelho.

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