terça-feira, abril 29, 2014

Assembleia Geral dos Professores do Setor Privado em Pernambuco

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sexta-feira, abril 18, 2014

12° Plenária dos Movimentos Sociais de Olinda

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domingo, abril 13, 2014

Procuram-se Professores.

Por Thomaz Wood Jr
O mundo precisa de pensadores críticos e bem informados, mas muitos parecem pouco interessados nas questões comuns da sociedade

Assim escreveu Nicholas Kristof, jornalista ganhador de dois prêmios Pulitzer, em uma coluna do New York Times, publicada em 15 de fevereiro: “Alguns dos pensadores mais inteligentes sobre questões domésticas ou do mundo ao redor são professores universitários, mas a maioria deles simplesmente não tem importância nos grandes debates de hoje”. O puxão de orelha veio de longe, mas a distância não reduz a pertinência, tampouco o efeito.

O colunista explica que a opinião desses especialistas é frequentemente desconsiderada por ser “acadêmica”, o que em muitos ambientes equivale a uma acusação de irrelevância. O preconceito soma-se à conhecida pergunta, “o senhor trabalha ou só dá aulas?” e reflete o baixo prestígio das atividades de pesquisa e ensino na sociedade e o que Kristof denomina de anti-intelectualismo da vida americana. De fato, a ojeriza ou simples preguiça em relação à vida inteligente é um fenômeno também presente em muitas outras áreas do planeta. Nos tristes trópicos, grassa há tempos um verdadeiro culto do que é rasteiro, ligeiro, baixo e vulgar. O fenômeno afeta as falas, as letras, as telas e as paisagens. Está presente nas atitudes e nos comportamentos. Para parte considerável da população, em todos os estratos econômicos, pensar dói.

Entretanto, observa o colunista do NYT, o problema não é que o país tenha marginalizado seus pensadores, mas que eles marginalizaram a si mesmos, isolando-se nas torres de marfim das universidades, especializando-se em filigranas e tornando sua linguagem cada vez menos acessível ao público. O resultado é o isolamento dos pensadores da vida pública, criando um vazio que é frequentemente preenchido por oportunistas e pseudointelectuais de pena afiada e garganta acelerada.

Kristof argumenta que uma das raízes do problema são os programas de doutorado, que glorificam o hermetismo e desdenham a audiência e o impacto na sociedade. O sistema se reproduz de geração para geração de pesquisadores, que são condicionados pela orientação para publicações e pelo sistema de promoção e carreira. Durante os anos mais produtivos de suas vidas, acadêmicos dirigem seu foco e energia ao desenvolvimento de artigos para revistas científicas ultraespecializadas. Os que “perdem seu tempo” com livros e com artigos de disseminação, escritos para a “plebe”, são olhados com desdém. O sistema também cuida de expelir os rebeldes, que não se conformam com a burocracia acadêmica.

Com isso, multiplicaram- se os perió­dicos científicos, muitas deles com mais autores do que leitores. Ao lidar, durante anos, com uma audiência reduzida e especializada, os pensadores abdicam da possibilidade de comunicar suas ideias a um público maior e perdem a capacidade de analisar questões mais amplas, de interesse social.

A escolha de temas para pesquisa, em muitas áreas, tem pouca ou nenhuma relação com o que é relevante para a sociedade. Orienta-se, frequentemente, pelas preferências pessoais e afinidades do pesquisador, e por suas estratégias de publicação. Pesquisa-se o que pode ser mais fácil de ver no prelo e não o que importa para o mundo ao redor.

Do outro lado do Atlântico, a revista britânica The Economist trouxe na coluna Schumpeter, de 8 de fevereiro, um texto sob o provocativo título: “Quem não sabe, ensina”. O autor observa que as escolas de negócios foram capturadas pelo corporativismo acadêmico e se tornaram bandeiras de conveniência para acadêmicos. Eles dedicam sua existência à publicação de artigos sem valor real, em periódicos obscuros, que nunca serão lidos por executivos. Firmes no comando de suas instituições, ocupam postos relevantes, defendem seus interesses e impedem as mudanças necessárias. Talvez não seja muito diferente em outros campos do conhecimento, mas é caso paradoxal. Afinal, a Administração é uma ciência social aplicada.

Kristof mostra-se triste com a situação, declarando sua admiração pela sabedoria encontrada nos campi universitários. O jornalista estudou em Harvard e Oxford. Deve-se lamentar que, com todos os recursos de que dispõem, acesso a informação, conhecimento e legitimidade, professores não ocupem um espaço maior nos debates contemporâneos. Todos perdemos.

Fonte: Carta Capital.
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Procuram-se Estudantes.

Além do mico-leão-dourado e do lobo-guará, outro mamífero tropical parece caminhar para a extinção

Diz-se que uma espécie encontra-se ameaçada quando a população decresce a ponto de situá-la em condição de extinção. Tal processo é fruto da exploração econômica e do desenvolvimento material, e atinge aves e mamíferos em todo o planeta. Nos trópicos, esse pode ser o caso dos estudantes. Curiosamente, enquanto a população de alunos aumenta, a de estudantes parece diminuir. Paradoxo? Parece, mas talvez não seja.

Aluno é aquele que atende regularmente a um curso, de qualquer nível, duração ou especialidade, com a suposta finalidade de adquirir conhecimento ou ter direito a um título. Já o estudante é um ser autônomo, que busca uma nova competência e pretende exercê-la, para o seu benefício e da sociedade. O aluno recebe. O estudante busca. Quando o sistema funciona, todos os alunos tendem a se tornar estudantes. Quando o sistema falha, eles se divorciam. É o que parece ocorrer entre nós: enquanto o número de alunos nos ensinos fundamental, médio e superior cresce, assombram-nos sinais do desaparecimento de estudantes entre as massas discentes.

Alguns grupos de estudantes sobrevivem, aqui e acolá, preservados em escolas movidas por nobres ideais e boas práticas, verdadeiros santuários ecológicos. Sabe-se da existência de tais grupos nos mais diversos recantos do planeta: na Coreia do Sul, na Finlândia e até mesmo no Piauí. Entretanto, no mais das vezes, o que se veem são alunos, a agir como espectadores passivos de um processo no qual deveriam atuar como protagonistas, como agentes do aprendizado e do próprio destino.

Alunos entram e saem da sala de aula em bandos malemolentes, sentam-se nas carteiras escolares como no sofá de suas casas, diante da tevê, a aguardar que o show tenha início. Após 20 minutos, se tanto, vêm o tédio e o sono. Incapazes de se concentrar, eles espreguiçam e bocejam. Então, recorrem ao iPhone, à internet e às mídias sociais. Mergulhados nos fragmentos comunicativos do penico digital, lambuzam-se de interrogações, exclamações e interjeições. Ali o mundo gira e o tempo voa. Saem de cena deduções matemáticas, descobertas científicas, fatos históricos e o que mais o plantonista da lousa estiver recitando. Ocupam seu lugar o resultado do futebol, o programa de quinta-feira e a praia do fim de semana.

As razões para o aumento do número de alunos são conhecidas: a expansão dos ensinos fundamental, médio e superior, ocorrida aos trancos e barrancos, nas últimas décadas. A qualidade caminhando trôpega, na sombra da quantidade. Já o processo de extinção dos estudantes suscita muitas especulações e poucas certezas. Colegas professores, frustrados e desanimados, apontam para o espírito da época: para eles, o desaparecimento dos estudantes seria o fruto amargo de uma sociedade doente, que festeja o consumismo e o prazer raso e imediato, que despreza o conhecimento e celebra a ignorância, e que prefere a imagem à substância.

Especialistas de índole crítica advogam que os estudantes estão em extinção porque a própria escola tornou-se anacrônica, tentando ainda domesticar um público do século XXI com métodos e conteúdos do século XIX. Múltiplos grupos de interesse, em ação na educação e cercanias, garantem a fossilização, resistindo a mudanças, por ideologia de outra era ou pura preguiça. Aqui e acolá, disfarçam o conservadorismo com aulas-shows, tablets e pedagogia pop. Mudam para que tudo fique como está.

Outros observadores apontam um fenômeno que pode ser causa-raiz do processo de extinção dos estudantes: trata-se da dificuldade que os jovens de hoje enfrentam para amadurecer e desenvolver-se intelectualmente. A permissividade criou uma geração mimada, infantilizada e egocêntrica, incapaz de sair da própria pele e de transcender o próprio umbigo. São crianças eternas, a tomarem o mundo ao redor como extensão delas próprias, que não conseguem perceber o outro, mergulhar em outros sistemas de pensamento e articular novas ideias. Repetem clichês. Tomam como argumentos o que copiam e colam de entradas da Wikipédia e do que mais encontram nas primeiras linhas do Google. E criticam seus mestres, incapazes de diverti-los e de fazê-los se sentir bem com eles próprios. Aprender cansa. Pensar dói.

Fonte: Carta Capital.
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Exercícios de Sociologia: Sociedade e Cultura

01. (Pedro II) A Escola de Frankfurt, em sua análise sobre a indústria cultural, constrói uma postura crítica direcionada para a:
a) veiculação de uma cultura heterogênea pelos meios de comunicação de massa.
b) diversificação dos gostos produzida pelos meios de comunicação de massa.
c) alienação da realidade ocasionada pela ação dos meios de comunicação de massa.
d) capacidade de pensamento crítico e autônomo promovida pelo advento dos meios de comunicação de massa.

02. Termo criado pelos teóricos da Escola de Frankfurt e que aponta uma inversão sobre a ideia de cultura. Nesse ponto, a cultura passa a ser um produto industrializado, uma mercadoria a ser vendida/ consumida e assim gerar lucro.

Visto o enunciado, marque a alternativa que indica corretamente o conceito sociológico em questão:
a) Indústria Cultural.
b) Mercantilização Cultural.
c) Produtos e Mercadorias Culturais.
d) Espetacularização da Cultura.
e) Cultura Popular.

03. Para os teóricos da Escola de Frankfurt um dos fenômenos visíveis nas sociedades contemporâneas diz respeito a massificação cultural (cultura produzida em larga escala, produção massificada). Sobre esse ponto, assinale a alternativa incorreta:
a) Neste caso, a cultura passa por um desligamento com a realidade cotidiana e passa a ser produzida em série, na forma de produto.
b) Nesse processo de massificação, a principal consequência é o desenvolvimento das linguagens artísticas ligadas à cultura popular, em detrimento da cultura de massa.
c) Quando apropriado pela indústria cultural, a cultura, na maioria das vezes, perde o seu significado original, ficando assim, desprovida do seu sentido original, tornando-se objeto voltado para a comercialização.
d) Neste processo, a criatividade e a crítica são secundarizadas, os assuntos leves são preferíveis, é o reino da frivolidade.
e) Temos aqui um típico processo em que, praticamente tudo se resume à moda, com prazo de validade curto, até que possa ser substituída por outra e seguida por todos.

04. (UPE) “Na Indústria Cultural, a perspectiva capitalista domina os “bens culturais”; os espectadores são vistos cada vez mais como consumidores. Consomem as ideias e os conceitos dominantes, veiculados pelos meios de comunicação de massa. Presa à necessidade de ser vendável, a cultura de massa se “normaliza”, se tecnifica e tende a apontar para um senso comum, uma “fórmula do sucesso”.

Segundo a afirmação acima, assinale a alternativa que identifica a finalidade da Indústria Cultural.
A) Proporcionar às pessoas necessidades do sistema vigente de consumir constantemente.
B) Criar valores irrefutáveis de vida simples e de lazer familiar.
C) Utilizar só os bens necessários para se ter uma vida feliz.
D) Garantir a continuidade dos produtos tradicionais que têm valor histórico.
E) Aumentar o nível social das pessoas pela otimização do uso dos bens duráveis.

05. Ao fazer importantes reflexões sobre o processo de hegemonia cultural e ideologia, o italiano Antonio Gramsci trouxe aspectos relevantes para o entendimento da cultura e sociedade. Nesse ponto, podemos afirmar que:
a) A cultura seria algo nocivo para uma sociedade, ou seja, suas implicações no processo de organização social seriam praticamente nulas.
b) Segundo Gramsci, a hegemonia de uma classe ou grupo se constrói a partir da cultura no momento em que os subordinados incorporam os valores culturais dos dominadores.
c) Temos aqui uma concepção de cultura pautada na necessidade de ampliação dos mercados de consumo e fruição.
d) Para Gramsci, a leitura sobre a cultura se estabelece apenas sobre o papel de dominação que os meios de comunicação detém sobre a coletividade.

06. Para Louis Althusser, o elemento cultural também pode ser elencado como um dos Aparelhos Ideológicos do Estado, nesse contexto, podem ser entendidos:
a) Como instrumentos utilizados pelas classes dominantes para reproduzir os seus padrões e valores sociais, perpetuando assim o controle ideológico e cultural sobre os demais setores sociais.
b) Como aspecto importante para a legitimação de uma sociedade igualitária e mais democrática.
c) Como elementos que proporcionam o desenvolvimento e maior divulgação das diversas linguagens artísticas e culturais em um ambiente mais amplo e multicultural.
d) Como elementos chaves para o entendimento do processo de efetivação de um ambiente multicultural e aberto às novas formas de manifestação popular.
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terça-feira, abril 01, 2014

CURIOSIDADES: Monstruosidade é um adereço apenas masculino?

É comum ter-se na história apenas homens como autores de monstruosidades, ressalvando apenas algumas poucas mulheres, todavia, o machismo até nesse ponto se fez valer, pois, até mesmo as histórias maléficas e patifas femininas foram escondidas e ou deixadas de lado, afinal, eram histórias sobre mulheres..

Contudo, se pesquisar a fundo, saberá que a lista de mulheres é longa, tão quanto a lista que faz referência aos homens, todas tão atrozes ou mais. Assim, ao longo da história, várias mulheres ficaram famosas por maléficos feitos, mulheres as quais vale a pena destacar, como exemplo para não subestimar a capacidade feminina, sendo essa capacidade, igual aos homens, tanto para o bem como para o mal.

Século I a.C., Messalina: Essa mulher se firmou em matrimônio com o Imperador Cláudio, tornando-se a mulher mais poderosa de seu tempo. De espírito devasso, tomou conta de toda a Roma, desde a nobreza até a plebe. Segundo últimas pesquisas dos historiadores, Messalina patrocinava orgias inúmeras e sem precedentes entre os nobres, trazendo homens e mulheres à total entrega orgástica. Também, em seu tempo, todos praticamente livres, se disfarçava de prostituta, dando-se, como antes do casório, à vida mundana, toda ela voltada exclusivamente ao sexo e falcatruas. Freqüentava o famigerado bairro em época de nome Suburra, local onde estavam a escória da sociedade romana e lá se vendia, mais caro, é claro, pois, disfarçada ou não, era mulher do Imperador e, quem não queria possuir a mulher do homem mais poderoso do mundo Antigo? Mas sua maior façanha foi o de arquitetar, junto à elite nobre de Roma, o assassinato do marido que, traída, porque sempre traiu, foi delatada e entregue ao marido que mandou decapitá-la em praça pública, em grande evento como exemplo sobre sua conduta.

Século V d.C., Fredegunda: Mulher amante do rei da Nêustria, Chiperico, um dos vários territórios sob o domínio dos francos, o fez deixar a esposa e em seguida mandar assassinar sua segunda amante, cunhada de Sigiberto, Rei da Austrasia. Por conta disso, foi essa mulher a precursora da sangrenta guerra que perdurou por mais de 40 anos entre esses dois reinos. Para piorar a situação, Fredegunda foi a mandante do assassinato do rei Sigiberto em 575. Dada a morte de Sigiberto, nada mais a impediu de casar-se com Chiperico e, nos bastidores, assumir o reinado da Nêustria. Entretanto, seus inimigos, nobres protetores e defensores de Chiperico, assim como ela fez, tramaram nos bastidores seu assassinato logo após o casamento em 584, pondo fim às diferenças entre os dois reinados.

Século XIV, Isabel de Castela: Era tida como a rainha sanguinária. Foi a maior protagonista da Inquisição. Incentivava, indiscriminadamente, a queima de judeus, inclusive, os ameaçando, independente de serem judeus convertidos ao catolicismo, de matá-los em massa se não deixassem os territórios de seu reinado. Confiscou todas as riquezas desse povo e com esse dinheiro, patrocinou sua segunda perseguição, nessa feita contra os mulçumanos, apoiada pelo Papa, pois eram seguidores de Maomé e não de Cristo etc. Inventou, para isso, o potro, aparelho de tortura que consistia em uma cama que em suas extremidades amarrava-se os pés e as mãos para que o carrasco os puxasse até rasgar a carne. Dizia que os hereges deveriam morrem aos montes e lemntamente.

Século XVI, Maria Tudor: Essa foi chamada de a Vingadora. Com a morte do Rei Edward VI, rei protestante, essa assumiu o trono e tentou, a todo custo transformar a Inglaterra novamente em um reino católico. Nessa feita, mandou para a fogueira mais de 300 importantes nobres protestantes sem julgamento como exemplo aos demais. Tal feito a fez ficar conhecida na Europa toda como a Bloody Mary.

Também no século XVI, Catarina de Médici: Foi mãe do rei Carlos IX da França. Essa instigou o massacre da conhecida Noite de São Bartolomeu. Foi nas festividades desse santo, em 1572, que fiéis católicos assassinaram, a sangue frio, mais de três dezenas de protestantes, todavia, alguns historiadores franceses questionam a participação dessa rainha nesse feito, dito como o holocausto da Europa de tempos medievos.

A última representante do século XVI, Erzsébet Bathory: Erzsébet pertencia a nobreza do reino da Hungria e foi, sem sombra de dúvidas, a maior serial killer de toda história conhecida. Seu ritual consistia em atrair mulheres para orgias sexuais e, em “transe”, as mordia até arrancar-lhes pedaços da carne. Depois as enterrava vivas na neve para morrerem de frio, porém, antes, o sangue derramado era colhido para que essa se banhasse. Dessa feita, ganhou o apelido de a Condessa vampira, a mulher sangrenta.

Século XX, Ilse Koch: Foi esposa de um nazista que tinha sob seu comando um campo de concentração. Essa se vangloriava dos feitos do marido e passava os dias contando, em detalhes, morte por morte de cada judeu que ali passava. Era essa mulher quem escolhia quais seriam os judeus, ciganos, homossexuais etc. a serem capturados e mortos. Dava dicas de como matá-los. Achava a câmara de gás uma morte muito branda a quem de fato, segundo ela, deveria mesmo morrer. Dizia que a morte sem sofrimento não era morte boa de ver. Também, segundo contaram os sobriviventes desse campo, que Ilse escolhia, em primazia, os detentos que tivessem tatuagens, pois adorava fazer coleção das peles tatuadas. Fazia roupas, abajures, quadros, toalha de mesa e o que mais lhe dava na telha. Ficou conhecida como Ilse, a sádica.

Ainda no Século XX, Griselda Blanco: .....Mafiosa e, em sua época, década de 40, comandava o Cartel de Medellín. Segundo diziam as testemunhas, essa mandava matar da mesma forma que mandava trazer-lhe o jantar, ou, em palavras mais precisas, da mesma forma que pedia sua comida em qualquer restaurante. Foi essa quem começou o tráfico de cocaína nos Estados Unidos, abrindo a porta para quase todos os traficantes sul-americanos. Investiu muito dinheiro nos pequenos traficantes da cidade de Miami e, de lá, montou uma rede de tráfico para todo o país e, em seguida, para a Europa e mundo. Mandava matar qualquer um que desconfiasse, não se preocupando em saber nada sobre a vítima, se tinha culpa, dolo ou se estava de fato envolvida em que desconfiava. Sentia algo no ar, mandava matar sem eira ou beira, alegando sempre: “melhor matar a que remediar.” Foi presa, condenada por mais de duas centenas de assassinatos. Hoje está livre, no entanto, oculta... Ou talvez, pela idade e ou pela força de seus opositores do tráfico, aposentada. Ninguém sabe. É chamada de Blanco, a mafiosa

FONTE: Ordem dos Gregários
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50 Anos do Golpe Militar no Brasil


“Naquelas horas nervosas da manhã do dia 1º de Abril de 1964, a situação política do país ainda não estava definida. Desde a madrugada, o Recife vivia momentos de inquietação, de um lado e de outro, com as estações de rádio do Sul transmitindo notícias favoráveis à vitória do golpe militar iniciado pelo Exército em Minas Gerais, enquanto de Brasília vinham repetidos desmentidos – a voz de líderes do governo e de deputados de várias tendências políticas, reiterando afirmações de que o Presidente João Goulart se encontrava à frente do Executivo, mantendo o país sob rigoroso controle”. 
(Paulo Cavalcanti - 1980).


Em pleno contexto de um mundo bipolarizado em virtude das disputas oriundas da Guerra Fria, o Brasil durante a década de 1960 passava pelo processo de reafirmação da democracia pós-ditadura varguista, restabelecimento no campo político as atividades partidárias em paralelo à ascensão dos ideais desenvolvimentistas em seu panorama econômico. O presidente João Goulart, convencido da tarefa de concretizar as reformas de base que repactuassem questões ligadas a estrutura agrária e urbana no país, manteve durante o seu governo, uma aproximação com organizações sociais, entidades estudantis (UNE), sindicalistas e camponeses (Ligas Camponesas), apresentando à sociedade uma plataforma de governo com fortes intensões de se efetivar a renegociação da dívida externa, controle da remessa dos lucros das empresas estrangeiras, reformas administrativas, bancárias, da previdência social, da educação, congelamento do preço dos aluguéis, como também a necessidade de se regulamentar o direito de greve e a nacionalização das concessionárias de serviços públicos.

Entretanto, esse perfil "popular" ligado à figura do presidente João Goulart, gerou certas intranquilidades para as elites empresariais e latifundiárias, além de contrariar o projeto estadunidense de hegemonia sobre a América Latina. O medo de uma ascensão comunista ou da possível implantação de um regime socialista semelhante ao modelo cubano foi amplamente reproduzido no interior de tais setores conservadores, radicalizando assim as posições entre a esquerda e a direita.

O clima de instabilidade se ampliou após o comício organizado pelas forças políticas aliadas ao presidente no dia 13 de março na Estação da Catedral da Sé (Rio de Janeiro). Na ocasião, Jango pactuou com a sociedade brasileira a necessidade de se efetivar as Reformas de Base e também assinou, na frente de milhares de cidadãos, o decreto que nacionalizava as refinarias particulares, e desapropriava terras situadas às margens das ferrovias e das rodovias. É válido pontuar que figuras como Miguel Arraes, Leonel Brizola e Francisco Julião também foram importantes para o estabelecimento dessa quadra democrática e popular no país.

Por outro lado, os grupos conservadores e demais setores ligados à classe média reagiram ao comício organizado por Jango quase que de maneira imediata. No dia 19 de março, na cidade de São Paulo ocorreu a Marcha da Família com Deus pela Liberdade, reunindo cerca de 500 mil defensores de concepções contrárias às posturas do governo federal. A partir daí, era nítido que a sociedade - dentro da perspectiva política - estava dividida. E nesse momento de encruzilhada histórica, a elite dominante (a mesma que levou o presidente Getúlio Vargas ao suicídio), a fim de garantir a supremacia dos interesses latifundiários, imperialistas e dos grandes empresários em detrimento às reformas de base que mobilizavam os mais amplos e avançados setores populares começaram a por em prática o que seria a mais longa ditadura implantada no país.

O comando das Forças Armadas tornou-se a principal ferramenta para travar as políticas democráticas e desenvolvimentistas implantadas no Brasil. Orientados pelo governo norte-americano e elites nacionais, os militares, a partir dos quartéis de Minas Gerais, em 31 de março de 1964 expropriaram do povo às instituições políticas e solidificaram nos 21 anos subsequentes, um governo pautado pela falta de democracia, supressão dos direitos humanos, censura, perseguição, intervenções em sindicatos, criminalização dos movimentos sociais, extinção dos partidos políticos, fechamento do Congresso Nacional e vários episódios de tortura, violência política e repressão aos setores oposicionistas. Após o golpe, Jango deixou o país, refugiando-se no Uruguai. E no dia 09 de abril foi decretado o Ato Institucional Nº01 (AI-1), que cassou mandatos (executivos e legislativos) dos opositores ao regime militar e deu início aos chamados "anos de chumbo”.

O golpe militar de 1964 foi a materialização política dos interesses das organizações de direita e dos demais setores conservadores e representantes direto do autoritarismo no século passado, se configurando como a mais longa ditadura imposta ao país. Um momento de retrocesso e interrupção ao processo de instituição da democracia iniciado após o Estado Novo e um entrave as possibilidades ao desenvolvimento social e econômico, paralelo a ocorrência de um contexto marcado pelos ideais imperialistas e anti-republicanos.

Passados meio século do Golpe e da Ditadura Militar, não erramos ao avaliar que as lições aprendidas pelo povo nos remete ao constante estado de prontidão para que outros episódios como esses não se repitam e nem tampouco macule nossa história com o sangue dos inocentes. Derrotar a ditadura demandou esforços, sofrimento, resistência (pacífica e armada) e até mesmo a vida de inúmeros militantes, companheiros e camaradas que defendiam abertamente um projeto de nação alicerçado na democracia e soberania nacional. São esses os verdadeiros heróis da pátria. No entanto, o desafio de se implementar um conjunto de transformações capaz de estabelecer um panorama de maior desenvolvimento, justiça social e igualdade permanece vivo no cotidiano dos milhares de trabalhadores(as), estudantes, mulheres, jovens, negros(as) que ainda sentem o peso das contradições enraizadas na estrutura social. E diante disso, é preciso restabelecer o compromisso de fortalecer as organizações populares e acumular mais forças a fim de garantir a construção de maiores avanços e melhorias para os milhões de brasileiros que compõem essa nação chamada Brasil.
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