sábado, setembro 29, 2012

29 de Setembro: 20 Anos do Impeachment do Presidente Collor.

Fernando Collor de Mello foi o primeiro presidente eleito por meio do voto direto, após o fim da ditadura militar. Seu governo foi marcado por política neoliberais que levou o país a uma profunda crise econômica, gerando desemprego e um longo período de recessão. Por esse motivo, o Congresso Nacional aprovou ao seu afastamento, de acordo com as regras da Constituição Federal de 1988. 

Collor tornou-se presidente depois que venceu a eleição de 1989, contabilizando um total de 35 milhões de votos derrotou o candidato Luiz Inácio Lula da Silva do Partido dos Trabalhadores e apresentou  aos brasileiro o desastroso "Jeito Collor de Governar". Sem dúvidas, o seu governo foi um dos maiores fiascos ou erro eleitoral da história política do país.

Durante o mandato, o presidente comandou um grande esquema de corrupção e desvio de dinheiro público. No entanto, seu irmão, Pedro Collor, em entrevista para  a revista Veja, falou a respeito do caso, denunciando o empresário Paulo César Farias (o famoso PC Farias), como o principal mandante da máfia que o presidente estava envolvido. Segundo Pedro, era PC Farias que articulou todo processo de corrupção, tráfico de influência, loteamento de cargos públicos, favorecimento a empresários e cobrança de propinas dentro do governo.

E devido a chuva de denúncias, a população passou a enxergar o caso com hostilidade e as ruas, novamente tornou-se o palco dos protestos organizados pelos movimentos sociais, principalmente pelos estudantes. Foi nesse momento que o povo brasileiro conheceu o movimento dos "Caras-Pintadas". A União Nacional dos Estudantes e a União Brasileira de Estudantes Secundaristas mobilizaram centenas de Grêmios, Centros Acadêmicos e DCE´s (Diretório Central dos Estudantes), estudantes de todos os estados passaram a fazer parte dessa luta e engrossaram as fileiras do "Fora Collor"!

Diante desse ambiente de crise, o Congresso Nacional realizou uma CPI para apurar todas as denúncias. Collor, por sua vez, por meio de um clamor nacionalista, convida o povo a sair em sua defesa. Em rede nacional, o presidente pediu para que todos saíssem pelas ruas trajando roupas verdes e amarelas como forma de protesto contra as "injustiças" que o presidente vinha sofrendo. O apelo foi em vão, ou melhor, gerou um efeito contrário, pois a maioria população além de não atender o pedido, vestiram-se com trajes pretos representando um estado de luto e indignação contra o presidente.

E no dia 29 de Setembro de 1992, a população parou para acompanhar a votação na Câmara dos Deputados sobre o pedido de impeachment presidencial. O placar foi: 441 parlamentares favoráveis ao afastamento e 38 contrários. Essa decisão acarretou na renúncia e na perda dos direitos políticos de Collor por oito anos.

Assista ao vídeo:


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sexta-feira, setembro 28, 2012

Viva Classe Média Brasileira.

João Ubaldo Ribeiro escreveu a obra "Viva o Povo Brasileiro”. Aliás, um trabalho de mestre: releitura fictícia da história do Brasil a partir da cultura negra. Neste momento de euforia por parte das autoridades governamentais e da publicidade, poderíamos parafrasear o escritor com a saudação de "Viva a classe média brasileira!”. Segundo os dados, já ultrapassa a casa dos 100 milhões de cidadãos!

Sorrateiramente, porém, levanta-se uma pergunta incômoda e inquieta: qual o critério para medir a passagem da pobreza à classe média? Os beneficiados das políticas compensatórias, por exemplo, podem ser chamados de nova classe média? Classe média sujeita à ajuda permanente do Estado ou classe média capaz de caminhar com as próprias pernas? A pergunta pode ser feita de outra forma: onde está a tão alardeada classe média?

Grande parte desta, ao que parece, continua morando nas periferias das grandes e médias cidades, até mesmo em favelas e cortiços. Tem esgoto a céu aberto e nem sempre conta com água encanada; desloca-se como "sardinha em lata” no transporte coletivo, ou perde horas diárias no trânsito caótico. Vive sob o signo do medo e da violência, sem a proteção do Estado e muitas vezes conforme os ventos incertos do crime organizado. Dificilmente consegue matricular os filhos em escolas particulares e tem de contentar-se com o ensino público de qualidade nem sempre confiável... A isso chamamos de classe média!

Mas essa nova fatia da população brasileira pode consumir! Aí está um dado que as autoridades e o mercado podem comemorar com grande euforia. Viva, pois, o consumo da classe média brasileira. Agora ela pode comprar carro, TV de não sei quantas polegadas, móveis, eletrodomésticos, e assim por diante. No entanto, aqui se erguem novamente uma série de dúvidas. Se o critério para vencer a fronteira entre uma classe e outra permanece o consumo individual e familiar, onde estão os investimentos do Estado em termos de infraestrutura?

A única política pública que vem se destacando por parte dos governos federal, estadual e municipal parece ser o incentivo ao consumo, através de um marketing apelativo, estridente e por vezes agressivo, para não dizer irresponsável. Disso resultam sinais preocupantes de uso e abuso de cartões de crédito, crescimento dos percentuais de inadimplência, devolução de produtos impagáveis, nome sujo na praça... Enfim, dívidas sobre dívidas!

No fundo, uma robusta classe média requer um padrão de investimento público igualmente robusto. Condições de vida e trabalho sadias e duradouras: malha viária e ferroviária para o transporte público urbano e à distância; ensino fundamental de qualidade e gratuito, com perseverança dos alunos; sistema de saúde sem os acidentes quase diários de falta de atendimento, filas, demora, e erro médico; segurança sem os efeitos colaterais da truculência, tortura e extermínio de jovens e adolescentes; reforma agrária e política agrária no campo, com apoio ao pequeno produtor e à agricultura familiar; rede integrada de portos e aeroportos...

Não é isto o que se vê na sociedade brasileira. Há muito que fazer em termos de políticas públicas efetivas, voltadas para essa mesma classe média, que ainda amarga uma situação endêmica de carência e precariedade. Receber ajuda do Estado para o consumo é algo que evidentemente amplia os direitos do cidadão. Mas como fazê-lo tornar-se protagonista de sua própria trajetória de existência? Convém não esquecer que o pão da dignidade humana vem do suor do rosto, ao passo que "o pão da esmola vem regado pelas lágrimas da vergonha”, como costuma dizer, ainda em décadas passadas, o jornalista Mauro de Santayana.

O consumo, em princípio não é bom nem mau. Todo cidadão tem suas necessidades e o direito aos bens do progresso. Mas, se e quando desacompanhado de uma infraestrutura de formação (em nível pessoal) e um horizonte de oportunidades (em nível social), o mesmo consumo pode tornar-se freneticamente febril, impulsivo, doentio. O estímulo às compras pressupõe uma base sólida de serviços públicos. Para isso servem os impostos cujo montante, no Brasil, nada deixa a desejar. O que deixa a desejar é o uso correto de tamanha carga tributária. O termo carga, neste caso, nada tem de metafórico e exige um retorno por parte dos governos.

Por Pe. Alfredo J. Gonçalves - Assessor das Pastorais Sociais 
FONTE: Adital

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quinta-feira, setembro 27, 2012

Ditadura Matou 1.196 Camponeses, Mas Estado Só Reconhece 29.


Financiada pelo latifúndio, a ditadura “terceirizou” mortes e desaparecimentos forçados de camponeses. O resultado disso é uma enorme dificuldade de se comprovar a responsabilidade do Estado pelos crimes. Estudo inédito da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência revela que 97,6% dos 1.196 camponeses vítimas do regime foram alijados do direito à memória, à verdade e à reparação. Os dados serão apresentados à Comissão Nacional da Verdade para embasar investigações que possam alterar este quadro de exclusão. 

Financiada pelo latifúndio, a ditadura “terceirizou” prisões, torturas, mortes e desaparecimentos forçados de camponeses que se insurgiram contra o regime e contra as péssimas condições de trabalho no campo brasileiro. O resultado disso é uma enorme dificuldade de se comprovar a responsabilidade do Estado pelos crimes: 97,6% dos camponeses mortos e desparecidos na ditadura militar foram alijados da justiça de transição. “É uma exclusão brutal”, afirma o coordenador do Projeto Memória e Verdade da Secretaria de Direitos Humanos (SDH) da Presidência, Gilney Viana, autor de estudo inédito sobre o tema.

O estudo revela que pelo menos 1.196 camponeses e apoiadores foram mortos ou desaparecidos do período pré-ditadura ao final da transição democrática (1961-1988). Entretanto, os familiares de apenas 51 dessas vítimas requereram reparações à Comissão de Anistia. E, destes, somente os de 29 tiveram seus direitos reconhecidos. Justamente os dos 29 que, além de camponeses, exerceram uma militância político-partidária forte, o que foi determinante para que fossem reconhecidos como anistiados. “Os camponeses também têm direito à memória, à verdade e à reparação”, defende Viana.

Segundo ele, dentre as 1.196 mortos e desaparecidos no campo, o estudo conseguiu reunir informações sobre 602 novos casos excluídos da justiça de transição, suficientes para caracterizá-los como “graves atentados aos direitos humanos”. Esta caracterização é condição primordial para que sejam investigados pela Comissão Nacional da Verdade (CNV). Segundo Gilney, o objetivo é alterar o quadro atual e permitir que essas vítimas usufruam dos mesmos direitos dos militantes urbanos, estabelecidos pela Lei 9.140, de 4/12/1995, que reconheceu como mortos 136 desaparecidos e criou a Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP), com mandato para reconhecer outros casos e promover reparações aos familiares que assim o requererem.

As novas vítimas que poderão entrar para a lista oficial de mortos e desaparecidos políticos do país são 75 sindicalistas, 14 advogados, sete religiosos, 463 lideranças de lutas coletivas e 43 trabalhadores que tombaram em conflitos individuais. “Os dados revelam a ponta de um iceberg de um conjunto bem amplo de perseguidos políticos pela ditadura militar até agora pouco estudado”, acrescenta Viana.

Terceirização dos crimes:

Destes 602 casos, em apenas 25% é possível comprovar a efetivação de inquérito policial e, somente em 5%, desfecho judicial. Ainda assim, o estudo conseguiu comprovar a ação direta de agentes de estado em 131 casos, o que facilita o reconhecimento deles como vítimas da ditadura. O problema é que em 471, ou 85% dos casos, as evidências apontam para o fato de que os crimes foram cometidos por agentes privados, ainda que sob a anuência dos representantes da ditadura.

“O Estado se omitiu, encobertou e terceirizou a repressão política e social no campo, executada por jagunços, pistoleiros, capangas e capatazes, a serviço de alguns fazendeiros, madeireiros, empresas rurais, grileiros e senhores de engenhos, castanhais e seringais. Esta hipótese explicativa principal é compatível com o papel importante que a classe dos latifundiários, fazendeiros, senhores de engenho, castanhais e seringais tiveram no golpe, na sustentação da ditadura e na coligação de forças políticas que fizeram a transição”, diz o estudo.

Apesar da dificuldade, Viana avalia que a CNV tem poderes para incluí-los no escopo de investigados. Segundo ele, o Art. 1º da Resolução nº 2, de 20/8, define que caberá ao órgão “examinar e esclarecer as graves violações de direitos humanos praticadas (...) por agentes públicos, pessoas a seu serviço, com apoio ou no interesse do Estado”. “Isso incluiu os crimes realizados pelos agentes do latifúndio em concurso com os da ditadura”, observa.

Comissão Camponesa:

Embora o estudo da SDH tenha sido concluído, as mortes e desaparecimentos dos demais camponeses já identificados pelo órgão continuarão sendo apuradas, agora pela Comissão Camponesa pela Anistia, Memória, Verdade e Justiça, criada durante o Encontro Unitário, que reuniu, em agosto deste ano, em Brasília, 37 entidades de camponeses, trabalhadores e militantes dos direitos humanos.

No documento final do encontro, as entidades assumiram o compromisso de “lutar pelo reconhecimento da responsabilidade do Estado sobre a morte e desaparecimento forçado de camponeses, bem como os direitos de reparação aos seus familiares, com a criação de uma comissão camponesa pela anistia, memória, verdade e justiça para incidir nos trabalhos da Comissão Especial sobre mortos e desaparecidos políticos, visando a inclusão de todos afetados pela repressão”.

A Comissão, que conta com o apoio da SDH, já se reuniu duas vezes para definir os eixos de luta, buscando, inclusive, conhecer a experiência na reparação de camponeses pelas comissões da verdade de outros países. “Nos encontramos, por exemplo, com o ativista Eduardo Gonzalez, que foi membro da Comissão da Verdade do Peru, onde muitos camponeses foram reconhecidos como vítimas da ditadura”, conta Viana.

A Comissão Camponesa já se reuniu também com membros da CNV, em especial a psicanalista Maria Rita Kehl, responsável pelo grupo de investigação dos crimes cometidos pela ditadura contra os camponeses.

Por Najla Passos.
FONTE: Carta Maior.
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quarta-feira, setembro 26, 2012

IPHAN Tem Nova Presidenta.

A arquiteta mineira Jurema de Sousa Machado é a nova presidenta do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Sua nomeação foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta quarta-feira, dia 26 de setembro, em substituição ao arquiteto Luiz Fernando de Almeida, que presidiu o IPHAN desde fevereiro de 2006. 

Jurema Machado deixa a Coordenação de Cultura da UNESCO no Brasil, onde atua desde janeiro de 2002, para assumir a nova função no IPHAN, instituto com o qual já mantém estreita relação sendo parte do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural desde 2008. 

Luiz Fernando de Almeida está deixando a presidência do IPHAN a pedido. No comando da instituição desde 2006, marcou sua gestão pela inovação no conceito de Patrimônio Cultural e na ampliação da representação do IPHAN em todo o Brasil. O resultado do trabalho está exemplificado na regulamentação de procedimentos de fiscalização, aprovação de projetos e na instituição da paisagem cultural com instrumento de preservação. Além disso, foram implantadas Superintendências em todos os estados da federação e foi concebido e lançado o PAC Cidades Históricas. Neste período, foram tombados 111 novos bens e registrados 18 bens culturais de natureza imaterial, muitos na região Norte e Centro Oeste do país . 

A nova presidenta do IPHAN:

Jurema de Sousa Machado nasceu em Divinópolis, Minas Gerais. É arquiteta urbanista pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), formada em 1980. Iniciou sua vida profissional em Belo Horizonte na PLAMBEL - Planejamento da Região Metropolitana de Belo Horizonte. Foi diretora de Planejamento e Patrimônio de Ouro Preto (MG), entre 1993 e 1994, quando coordenou a elaboração do Plano Diretor da cidade. Ainda em Minas, Jurema Machado foi presidente do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (IEPHA). Entre os anos de 1999 e 2001 atuou na concepção do Programa Monumenta, e era Coordenadora de Cultura da UNESCO no Brasil desde 2002.

FONTE: Site do IPHAN.
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terça-feira, setembro 25, 2012

Documento Reflete a Opinião de Partidos Políticos Sobre a Oposição.

Dirigentes dos principais partidos políticos que compõem a base aliada do governo Dilma Roussef publicaram um documento para condenar todas as calúnias feitas pela oposição para abater a imagem do ex-presidente Lula.

De acordo com o documento, o DEM, PSDB e PPS estão tentando confundir a opinião pública, a fim de fazer com que o STF julgue a Ação Penal 470 de uma maneira política. Segundo os partidos aliados, as elite conservadora estão desesperadas, devido as contínuas derrotas eleitorais que estão sofrendo em todas as regiões brasileiras. E para impedir esse processo de decadência, continuam a utilizar, mais do que nunca, as matérias fantasiosas da Veja, a fim de abalar a imagem de Lula.

Segundo os dirigentes do PT, PCdoB, PSB, PMDB, PDT e PRB, as forças conservadoras estão dispostas a qualquer aventura para desconstruir o processo de mudança e desenvolvimento social iniciado pelo ex-presidente.

Veja na íntegra o documento:

À Sociedade Brasileira.

O PT, PSB, PMDB, PCdoB, PDT e PRB, representados pelos seus presidentes nacionais, repudiam de forma veemente a ação de dirigentes do PSDB, DEM e PPS que, em nota, tentaram comprometer a honra e a dignidade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Valendo-se de fantasiosa matéria veiculada pela revista Veja, pretendem transformar em verdade o amontoado de invencionices colecionado a partir de fontes sem identificação. 

As forças conservadoras revelam-se dispostas a qualquer aventura. Não hesitam em recorrer a práticas golpistas, à calúnia e à difamação, à denúncia sem prova. 

O gesto é fruto do desespero diante das derrotas seguidamente infligidas a eles pelo eleitorado brasileiro. Impotentes, tentam fazer política à margem do processo eleitoral, base e fundamento da democracia representativa, que não hesitam em golpear sempre que seus interesses são contrariados. Assim foi em 1954, quando inventaram um “mar de lama” para afastar Getúlio Vargas. 

Assim foi em 1964, quando derrubaram Jango para levar o país a 21 anos de ditadura. O que querem agora é barrar e reverter o processo de mudanças iniciado por Lula, que colocou o Brasil na rota do desenvolvimento com distribuição de renda, incorporando à cidadania milhões de brasileiros marginalizados, e buscou inserção soberana na cena global, após anos de submissão a interesses externos. 

Os partidos da oposição tentam apenas confundir a opinião pública. Quando pressionam a mais alta Corte do país, o STF, estão preocupados em fazer da Ação Penal 470 um julgamento político, para golpear a democracia e reverter as conquistas que marcaram a gestão do presidente Lula. 

A mesquinharia será, mais uma vez, rejeitada pelo povo. 

Rui Falcão, PT 
Eduardo Campos, PSB 
Valdir Raupp, PMDB 
Renato Rabelo, PCdoB 
Carlos Lupi, PDT 
Marcos Pereira, PRB 

Brasília, 20 de setembro de 2012.

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Elogiando as Utopias & Cortejando o Absurdo - Vladimir Lenin.



"É preciso sonhar, mas com a condição de crer em nosso sonho, de observar com atenção a vida real, de confrontar a observação com nosso sonho, de realizar escrupulosamente nossas fantasias. Sonhos, acredite neles."

"Você se torna um comunista quando enriquece sua mente com todos os tesouros criados pela humanidade". 

"O proletariado tem como única arma, na sua luta pelo poder, a organização".

"A teoria sem a prática de nada vale,a prática sem a teoria é cega" 

"As revoluções são as festas dos oprimidos e explorados". 

"Ideias são mais letais que armas".
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domingo, setembro 23, 2012

Os Sindicatos e as Eleições Municipais de 2012.

Ocorrerão eleições municipais no Brasil neste ano. Serão renovadas 5.563 prefeituras e milhares de vereadores. São 140,6 milhões de eleitores aptos a irem às urnas no próximo dia 7 de outubro. A disputa é de caráter local, com disputas diferenciadas de eleições nacionais. Mesmo assim, a eleição tem importância política para os trabalhadores. 

As forças políticas que representam os interesses da classe trabalhadora estão nas disputas eleitorais municipais. Assim como estão na disputa eleitoral os interessas das classes dominantes, através de suas representações políticas. Para esse embate eleitoral, o movimento sindical brasileiro se apresenta com uma grande capilaridade em todo o território nacional. Dados do Ministério do Trabalho confirmam quase dez mil entidades sindicais dos trabalhadores, espalhados em todos os municípios brasileiros. 

Na última década houve crescimento da massa salarial dos trabalhadores e trabalhadoras. Enquanto em outros países do mundo o emprego diminuía e os salários eram cortados por conta das crises de 2008 e de 2011/2012, o Brasil realizou uma vigorosa política de valorização do salário mínimo, com taxa de desemprego próximo tecnicamente ao pleno emprego. Passamos, nesse mesmo período, por uma excepcional política de distribuição de renda que beneficia diretamente mais de 50 milhões de brasileiros, através do Programa Bolsa Família. 

Segundo dados da Fundação Getúlio Vargas, na década de 2000 o Brasil presenciou a redução da desigualdade de renda que nunca havia registrado antes. Foram incorporados na classe média mais de 40 milhões de pessoas, que antes viviam na pobreza ou na pobreza extrema. Esse período foi conhecido como década da redução da desigualdade de renda. Com tamanha repercussão social, política e econômica junto à população brasileira, essas políticas foram alvo de intensa campanha dos setores desalojados do poder a partir do ano 2002. 

Em junho de 2010, a classe trabalhadora brasileira elaborou um projeto voltado para atender suas necessidades e dos setores populares e progressistas da sociedade. Naquele ano, quando da eleição da presidenta Dilma, as centrais sindicais construíram uma nova Conferência da Classe Trabalhadora (Conclat). Naquele momento elaboramos um Projeto Nacional de Desenvolvimento com soberania, democracia e valorização do trabalho. Um documento político e de mobilização dos trabalhadores para apresentar à candidata como proposta da classe trabalhadora brasileira de uma nova proposta de Brasil. 

Nesse importante embate político, a CTB não se ausenta de tomar posição. Defendemos a atuação política ativa das lideranças sindicais. Dirigentes de entidades filiadas e influenciadas por nossa Central são chamados para atuar decisivamente nas eleições de 2012. Uma atuação que vai desde o lançamento de candidaturas próprias ao apoio a projetos de gestão municipal comprometidas com os interesses dos trabalhadores, assim como do nosso projeto de desenvolvimento com valorização do trabalho.

Por Rogério Nunes - Secretário de Políticas Sociais da CTB,
Fonte: CTB.

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Peter Burke, o Historiador das Ideias.


Historiador dedica-se ao segundo volume da História do Conhecimento. Depois de abordar o período entre Gutemberg e Diderot, o inglês aborda a longa duração entre a Enciclopédia e a Wikipédia.

Apesar do alerta nas escolas desde cedo, corriqueiramente esquecemos que proveito se pode tirar do conhecimento da História. Em tempos de memória caduca e anacrônica, o historiador Peter Burke é voz ativa em nos chamar a atenção. “É freqüente encontrar em seus textos uma ponte entre nosso tumultuado presente e os modos e costumes do passado”, escreveu o sociólogo brasileiro José de Souza Martins na orelha de O historiador como colunista (Civilização Brasileira, 2009), último livro inédito de Burke a ser lançado no Brasil, composto pelos artigos quinzenais que o historiador publica no jornal Folha de S. Paulo há 12 anos. 

Entre 1993 e 1994, Martins foi colega de Burke na University of Cambridge, onde o historiador inglês é professor emérito de história cultural. Peter Burke é hoje referência viva da Nova História, terceira fase da iconoclasta Escola de Annales. Sua linha de estudo privilegia a vida cotidiana e o percurso das ideias, as chamadas mentalidades, em detrimento à mera enumeração de acontecimentos político-militares. Credita-se a essa escola historiográfica, e a suas sumidades, como Fernand Braudel e Jacques Le Goff, o valor que hoje se reconhece nos objetos, na iconografia, no audiovisual e no relato oral como documentos tão importantes e reveladores do passado quanto os registros escritos.

Casado com a brasileira Maria Lucia Pallares-Burke, também historiadora, Peter Burke possui um relação próxima com o Brasil desde 1986, quando foi convidado a dar aulas na Universidade de São Paulo. Prolífico escritor, é autor de 28 livros traduzidos em cerca de 30 línguas – alguns já bibliografia básica em cursos de graduação em História no país, como Uma história social da mídia (Jorge Zahar, 1994) e Cultura popular na idade moderna, recentemente republicado em edição de bolso pela Companhia das Letras. Ele esteve na última Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), entre os dias 4 e 8 de agosto desse ano. 

Junto com a esposa, Burke é responsável por divulgar a obra de Gilberto Freyre, homenageado da Flip desse ano, em meio ao mundo anglófono. Mas sua participação na Flip teve outra natureza. Ele integrou, ao lado de Robert Darnton, historiador do livro e diretor da biblioteca da Universidade de Harvard, a mesa sobre o assunto que mais agita o mercado editorial: o destino do livro na era digital. “As pessoas que ainda querem tocar o papel e cheirar o livro, e daí em diante, terão que estar preparadas para pagar mais. Será um tipo de sistema de dois níveis para os livros eu acho”, diz Burke na entrevista exclusiva ao SaraivaConteúdo que você confere abaixo. 

No final de Fabricação do rei (Jorge Zahar, 2009. 2. ed.), você fala sobre quando os agentes publicitários começaram a desenvolver a imagem dos políticos, como Ronald Reagan e Margaret Thatcher. Nos dias de hoje, na era digital, com a internet, e até no contexto brasileiro, com a Dilma pegando carona na imagem de Lula, como você vê esse processo de fabricação de políticos e líderes? 

Peter Burke. Não tenho certeza se isso está mudando com a digitalização. Eu acho que a partir da era da câmera de televisão os políticos já estão em cena quase o tempo todo. Até quando eles pensam que estão fora do palco, estão encenando, porque tem havido esses famosos incidentes nos últimos dez anos em que gravadores estão ligados e [George W.] Bush, ou algum outro, pensa que estão desligados e começam a falar o que realmente pensam e é tudo captado. Bem, com e-mails é o mesmo problema. Você escreve e-mails achando que são confidenciais e no dia seguinte os vê publicados num jornal. 

Já por muitos anos os políticos tiveram que conviver com essa ideia de que suas vidas privadas são públicas. Talvez as técnicas modernas estejam tornando ainda mais fácil invadir a vida privada do que antes, mas há uma longa tradição em invadir a privacidade. 

O que me interessou no caso de Luiz XIV foi que algumas dessas coisas já existiam no lado da propaganda. Já havia um comitê oficialmente estabelecido para cuidar da imagem do rei nas diferentes mídias daquele tempo, como tapeçarias, moedas e medalhas, gravuras. Enfim, eles olhavam para isso tudo e decidiam, isso vai dar ao rei uma boa imagem ou não? Devemos permitir que isso aconteça ou não? Bom, por outro lado, há todo um underground de imagens do rei, das quais o rei não se importava, que ele não podia impedir, as quais circulavam privadamente. Então, tudo isso já estava em cena no século XVII. 

Nessa época, essa fabricação da imagem se deu mais através da arte, certo? Através de esculturas, quadros etc.? 

Burke. Ah, sim. Do lado oficial havia essas estátuas de Luis XIV erguidas em todas as cidades principais do reino. Em contrapartida, às vezes, à noite, pessoas escreviam grafites desrespeitosos nos pedestais e então, em Paris, foram colocadas barreiras ao redor [das estátuas]. Isso mostra que havia tanta gente querendo escrever coisas desrespeitosas que eles tiveram de cercar as estátuas. 

Falando um pouco em relação ao conhecimento e às crianças que vão à escola hoje. Às vezes era necessário decorar muitas informações, mas agora se tem ferramentas como o Google, no qual se pode simplesmente buscar esses dados instantaneamente. Como você vê a educação combinando esses processos para as novas gerações? 

Burke. Bom, como a maioria das mudanças, há um lado positivo e um lado negativo disso. O lado positivo é o que você mencionou. Não é preciso mais fazer a criança saber a data de batalhas de cor. Se por alguma razão for realmente necessário saber a data de uma batalha, eles clicam na Wikipédia, ou algo assim, e acham instantaneamente. Mas eu ficaria bem desapontado se o ato de aprender coisas de cor desaparecesse por completo. Particularmente, a poesia. E isso ficou bem claro na Flip, porque lá estava Edson Nery da Fonseca que sabia de cor um poema de Gilberto Freire e sem nenhum pedaço de papel ele o recitou com grande paixão. Eu ainda posso recitar poemas de memória, não porque fui feito para aprendê-los, mas os li com tanta frequência para mim mesmo que acabei decorando-os. É um grande prazer poder recitar um poema e não precisar olhar em um livro ou na internet ou algo assim. Tenho um pouco de medo pelas crianças de hoje, que nasceram em um mundo onde a internet já estava lá. Será que elas vão perder essa arte? Não há razão para que elas tenham que perder. Nós podemos dispor as escolas para que aprendam esse tipo de coisa. E, de fato, há mais tempo para isso, porque elas já não estão aprendendo mais as datas. Mas elas ainda tem que decorar a tabuada. [risos] Eu não acho que todas as vezes que você queira saber quanto é 14 vezes sete se tenha que ir ao Google para descobrir. Ainda há um papel para o bom aprendizado oral à moda antiga, mesmo que um espaço menor, agora, graças a esses novos meios de comunicação. 

Sobre o copyright. Nós vimos uma grande mudança na indústria da música e a indústria do livro tem muito a aprender com o exemplo. Agora temos os e-books ganhando espaço. Diante das mudanças na indústria cultural e baseado na experiência da música, em que as grandes gravadoras perdem espaço e as pessoas estão parando de comprar CDs e DVDs, você acha que os livros também deixarão de ser vendidos? As pessoas poderão não comprar mais livros?

Burke. Isso é difícil de dizer. É mais fácil perceber o que tem acontecido com os jornais, pois está ocorrendo mais rápido e porque eu acho que ler um jornal on-line é uma atividade bem mais fácil do que ler um livro on-line. Porque nós já aprendemos a ler jornais pulando rapidamente de uma manchete para a outra, quer dizer, é o que eu chamaria escanear em vez de ler. E então isso quer dizer que as vendas de jornais em papel caem e, ainda pior, os anunciantes não se interessam mais em anunciar num jornal que não vende cópias o bastante. Mas algo interessante aconteceu na Inglaterra quando esse russo bilionário, [Alexander] Lebedev, comprou o jornal Evening Standard, que perdia dinheiro, e decidiu torná-lo gratuito. Assim que isso aconteceu, o número de leitores, é claro, subiu, o que significa que os anunciantes voltaram. Então agora ele lucra. Quer dizer, dar de graça traz lucro e vender traz prejuízo [risos]. 

Eu não acho que isso acontecerá, na mesma escala, com o livro. Suponho que haverá dois preços para os livros agora. O mais barato on-line, mas as pessoas que ainda querem tocar o papel e cheirar o livro, e daí em diante, terão que estar preparadas para pagar mais. Será um tipo de sistema de dois níveis para os livros eu acho. 

E o quanto mais longo o livro, o menos confortável é, claro, lê-lo no Kindle ou algo assim. Eu estava falando ontem a noite: como você vai ler Guerra e paz [de Tolstói]? É não só um esforço para os olhos, é um esforço para os braços e eu não acho que a nova tecnologia é boa para livros longos. Assim eu temo que talvez no futuro as pessoas possam não escrever mais livros longos, que elas decidam escrever somente livros curtos, ou que tenham a diminuição do livro. Ok, eu não tenho nada contra o livro curto. Eu escrevo livros curtos, leio livros curtos. Mas eu ficaria muito triste se livros antigos fossem curtos e se as crianças de hoje fossem privadas de alguns livros longos do passado que são maravilhosos, como Tolstói. Mais uma vez, e isso é um lugar comum em história, há um lado bom e um lado ruim eu acho que em qualquer tipo de mudança que se possa imaginar. O que é bom para uns, é ruim para outros. O que é bom de alguma maneira, é ruim de outra. Nós temos apenas que conviver com isso. 

Há algum livro que você tenha escrito e possa dizer que é seu preferido, ou isso é muito difícil?

Burke. Para mim é muito difícil. O que apanho no mundo externo é que as pessoas acham que meu melhor livro é Cultura popular na idade moderna (Companhia das Letras), que em alguns aspectos é bom, mas o escrevi quando tinha 39 anos e eu gostaria de pensar que melhorei desde então, mas ninguém concorda, talvez porque aquele foi o livro certo na hora certa sobre o assunto certo. Eu gosto de pensar agora que eu tenho explorado alguns tópicos que o público, até outros historiadores, ainda não apanharam. Eu estou esperando que o que escrevi sobre a história da linguagem será um tema de maior interesse em dez ou 15 anos do que é agora. Eu gostaria de pensar que isso é porque eu sou um pioneiro. Mas é claro que as pessoas podem ter opiniões bem erradas sobre si mesmas. Estou estudando Gilberto Freyre, alguém com todos esses talentos, mas nem sempre ele avaliou bem qual o seu pior ou melhor trabalho. Então, se ele não pode fazê-lo, eu certamente não posso. 

 Qual o tema que hoje em dia o fascina mais? O que tem te motivado? 

Burke. O que estou escrevendo agora, e portanto tem puxado todo o resto para segundo plano, é o segundo volume da História do Conhecimento. Escrevi o primeiro que vai de Gutemberg a Diderot e agora eu achei um bom título para o período entre a Enciclopédia e a Wikipédia. Talvez eu não tivesse ousado fazer isso há dez anos. De qualquer forma, quando estava ensinando em tempo integral, era suposto ensinar os séculos XVI e XVII. Mas agora que me aposentei, não tenho período, posso escrever sobre absolutamente o que quiser. Eu comecei a pensar: como chegamos até onde estamos hoje desde os tempos de Diderot? Bem, a única maneira de descobrir é fazer a pesquisa, porque não há livro que conta essa história. Às vezes você quer ler um livro e esse livro não existe, então você acaba escrevendo o livro que gostaria de ler e esperava que alguém tivesse escrito. É bem excitante. Quer dizer, é perigoso para mim, porque eu nunca trabalhei nos séculos XIX e XX dessa maneira. Quando você vem trabalhando 14 anos em um período, começa a temer ficar banal e acabar repetindo a si mesmo. Bem, se eu não tiver nenhuma nova ideia, pelo menos vou escrever sobre um século totalmente novo e esperar que isso me renove.




Por Marcio Debellian e Felipe Pontes.

Fonte: Saraiva Conteúdo.
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O Poder Moderador.



O Poder Moderador foi um dos quatro poderes do Brasil imperial. No início da década de 1820, as movimentações pela independência do Brasil já eram fortes, tendo em vista que Dom João VI já havia regressado a Portugal por pressão das manifestações no Porto. Em seu lugar, seu filho, Dom Pedro I, ficou como responsável pela administração das terras. Por sua vez, Dom Pedro I também recebeu pressão no sentido de emancipar o Brasil do Império Luso. Após toda articulação, a data de 7 de setembro de 1822 marcou a independência do Brasil, como é comemorada todos os anos. Como um novo país, logo se reuniu um grupo de políticos e intelectuais para determinar as diretrizes do Estado e, claro, promulgar uma Constituição. 

A primeira Constituição brasileira não foi aceita por Dom Pedro I, que elaborou e apresentou a segunda Constituição. Nesta estava expresso o chamado Poder Moderador. Além dos três poderes tradicionais, ou seja, Executivo, Legislativo e Judiciário, o império passou a contar com um quarto poder que tinha peso de decisão maior que os demais, o poder Moderador. Este era pessoal e privativo do imperador, concedia-o o direito sobrepor todas as demais decisões. 

O Poder Moderador deixava bem claro que o Brasil era um império e nele o poder maior era do imperador. De tal forma que a própria Constituição promulgada em 1824 expressava que o imperador era sagrado e inviolável, um homem que não estava sujeito à responsabilidade alguma. Para tomar suas decisões, havia um Conselho de Estado que auxiliava o imperador, mas, como resultado, as suas decisões eram respaldadas pelo Poder Moderador. Através dele, o imperador podia nomear e demitir ministros, ser o voto diferencial em eleições e estabelecer ou revogar normas nos demais poderes. 

Pode-se dizer que Dom Pedro I conviveu com o Poder Moderador pleno, fruto da Constituição criada sob seu reinado. Entretanto, foi instalado em 1846 o parlamentarismo no Brasil, o que reduziu relativamente a força do Poder Moderador. Mas há de se notar que essa diminuição foi realmente relativa, uma vez que o próprio Primeiro Ministro era escolhido pelo imperador Dom Pedro II. Por esse motivo é que o parlamentarismo no Brasil imperial é chamado de “Parlamentarismo às Avessas”. 

De toda forma, o Poder Moderador permaneceu como quarto e maior poder ao longo de todo o império. Dom Pedro I e Dom Pedro II valeram-se do recurso em seus reinados e especialmente o segundo soube lidar muito bem com ele. A prerrogativa dada pelo Poder Moderador ao imperador Dom Pedro II fez com que ele conseguisse administrar o Estado com relativa tranquilidade, pois sabia se relacionar bem com nomeações, sobretudo, para o Parlamento, mantendo um equilíbrio na satisfação de interesses de Conservadores e Liberais. O Poder Moderador só foi extinto do Brasil na República, com a promulgação da Constituição de 1891. 

Referências:
CARVALHO, José Murilo de. A Monarquia brasileira. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1993.

Por Antonio Gasparetto Junior.
Fonte: Site História Brasileira.
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Download - Carlos Nelson Coutinho.


COUTINHO, Carlos Nelson.
Download: 4Shared.
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sexta-feira, setembro 21, 2012

21 de Setembro: Após Golpe de Estado, Zelaya Retorna a Honduras.

Depois de sofrer um golpe e ser deposto de Honduras, o presidente Manuel Zelaya, no dia 21 de Setembro de 2009 retorna ao país e ficou refugiado na embaixada do Brasil, localizada em Tegucigalpa. No momento em que era presidente, Zelaya foi preso por tropas da polícia federal e e expulso do país pelo exército hondurenho devido a acusação de traição à pátria e descumprimento de 80 leis aprovadas pelo Congresso Nacional. 

Contudo, apoiado pela maioria dos países da América Latina e pela Organização dos Estados Americanos, Zelaya resolve retornar a Honduras para que assim, possa garantir o apoio e a comoção popular. Figuras como o presidente venezuelano, Hugo Chavez também manifestou o seu apoio, legitimando a posição de Zelaya como principal chefe do Poder Executivo do país. A escolha da embaixada brasileira se deu, segundo o presidente deposto, por causa da vocação democrática do país e também pela figura simbólica do presidente Lula.

No dia seguinte da chegada de Zelaya à embaixada, várias pessoas fizeram uma manifestação em favor do presidente, gerando conflitos com os soldados hondurenhos que lançaram gás lacrimogêneo e balas de borracha contra a multidão. 

Depois de passar mais de quatro meses na embaixada do Brasil, Manuel Zelaya embarcou para o exílio, pouco depois da posse do líder oposicionista Porfírio Lobo como presidente do país. Várias pessoas acompanharam a ida do ex-presidente com muito apláusos e gritos no momento da decolagem do avião que o levou para Santo Domingo.
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Major Ferreira Presta Depoimento à Comissão da Verdade.

O famoso Major Ferreira, ex-oficial da Polícia Militar de Pernambuco e considerado como uma memória viva da ditadura concedeu depoimento à Comissão da Verdade e da Memória Dom Helder Camara, nessa última quinta feira (20/09) no Recife. Mesmo sem dizer informações relevantes, o ex-militar, em meio as suas contradições, conseguiu fazer com que os membros da comissão identificassem pontos relativos a participação de empresários e latifundiários no financiamento de grupos de extermínio que atuavam contra as organizações oposicionistas ao governo militar. 

Segundo Ferreira, os empresários Roberto de Souza Leão e Biu do Álcool foram os principais patrocinadores das ações do Comando de Caça aos Comunistas - CCC, organização que servia ao governo e assassinava os opositores da ditadura. Mesmo não tendo ligação direta com os militares, a organização contava com a participação de muitos membros da polícia e das forças armadas. Entre tantas violências, perseguições, torturas e homicídios protagonizados pelo CCC, destaca-se o atentado que o grupo fez contra a casa do então arcebispo de Recife e Olinda, Dom Helder Câmara. 

Outro ponto que mereceu destaque durante o depoimento foi o que tratou sobre a atuação do DOI-CODI (Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna) no Recife. O orgão que era subordinado ao exército e localizado entre as ruas 7 de Setembro e do Hospício, ao lado da Faculdade de Direito da UFPE e que o próprio Major Ferreira chegou a chamar de "centro de caça". Servia para combater os inimigos internos que ameaçavam a segurança nacional e era conhecido como o principal cenário das torturas sobre aqueles que se opunham ao regime ditatorial. 

Segundo suas informações, o departamento, mesmo sendo de responsabilidade das forças armadas, era composto por uma ampla maioria de políciais civis. O Major alegou que não participou das ações do DOI-CODI porque não tinha sido liberado pelo comando da Polícia Militar. Era nesse local que as ações de inteligência do regime militar eram pensadas, a fim de neutralizar a oposição. Umas das ações exercidas pelos membros do departamento era infiltrar militares em movimentos sindicais e dos camponeses para facilitar a prisão dos subversivos. 

A atenção dada aos depoimentos do Major Ferreira ocorre devido a sua presença ativa durante o regime militar. Onde o mesmo é acusado de ter atirado no estudante Cândido Pinto - principal liderança estudantil de Pernambuco - na ponte da Torre e que hoje se encontra inutilizado, com a medula seccionada. Além disso, o major já foi condenado pelo uso de documentos falsos, por tentativa e por consumação de homicídios, contrabando de armas e pelo envolvimento do "Escândalo da Mandioca" e pela contratação de um pistoleiro para assassinar o Procurador Pedro Jorge de Melo.
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quinta-feira, setembro 20, 2012

As Bases Para Uma Política Econômica Alternativa.

O fato de que seja impossível cortar com um só golpe a dependência em relação ao capital financeiro não significa que não haja outro remédio do que exportar soja, apelar à mineração depredadora, dedicar terras aptas a produzir alimentos para o cultivo de biocombustíveis para a poluente indústria automobilística. É possível, ao invés disso, adotar medidas que reduzam a dependência em relação a um pequeno grupo de grandes empresas que controlam a economia. 

Os governos chamados “progressistas” mantêm laços estreitos com o capital financeiro internacional e seguem adotando políticas neoliberais. Os Estados que eles tratam de dirigir estão em grande medida determinados e dirigidos pelas imposições do mercado mundial de mercadorias e capitais. Exportam, por exemplo, sobretudo petróleo, madeira, produtos minerais, soja e grãos alimentícios a preços fixados no exterior e por meio de grandes oligopólios transnacionais, mesclados, no melhor dos casos, com algumas empresas paraestatais mistas, como Petrobras ou YPF, já que a venezuelana PDVSA ou a mexicana Pemex são exceções e de modo nenhum a regra. 

Além disso, em todos os Estados dependentes que realizam tentativas neodesenvolvimentistas, estejam ou não governados por “governos progressistas”, a terra sofre um processo de estrangeirização cada vez maior e a megamineração predadora destrói regiões inteiras e o modo de vida de seus habitantes, provocando grandes conflitos sociais. Deste modo, e em plena crise capitalista mundial que aumenta mais as tensões econômicas, a dependência se aprofunda ainda mais e o futuro segue sendo hipotecado ao capital financeiro internacional. 

Obviamente, os governos não podem mudar com um golpe de mágica o caráter do Estado nem as estruturas econômicas. As mudanças são o resultado de um longo processo de transformações sociais impulsionado pela mobilização popular que, em parte, eles canalizam e orientam. Por conseguinte, é inevitável um período de transição marcado por reformas importantes, as quais, porém, não afetam senão em parte a continuidade das máculas, deformações e misérias impostas pelo entrelaçamento entre as estruturas oligárquicas de poder e as novas servidões instaladas e enraizadas pelo capital financeiro internacional. 

A garantia de que esse processo de transição, inevitavelmente ziguezagueante, avance e não fique estagnado, é dada pelo impulso dos movimentos sociais que ajuda a modificar o aparato estatal a mudar as relações de forças sociais e, sobretudo, reside na independência dos mesmos frente a todas as forças capitalistas, incluindo o próprio Estado. O governo que tenta subordinar os movimentos sociais e retirar sua independência, converte suas direções em parte do aparato estatal e debilita assim sua própria base na luta por enterrar o passado e por adquirir maior independência frente o capital financeiro internacional e seus agentes. 

Mas o fato de que seja impossível cortar com um só golpe a dependência em relação ao mercado mundial e ao capital financeiro não significa que não haja outro remédio do que exportar mais commodities, como a soja, apelar à mineração depredadora, dedicar terras aptas a produzir alimentos para o cultivo de biocombustíveis para a poluente indústria automobilística. 

É possível, ao invés disso, adotar medidas que, ao mesmo tempo, reduzam a dependência em relação a um punhado de grandes empresas que controlam a economia e criem as condições para uma reestruturação do ambiente e do território segundo as necessidades nacionais (preservação do meio ambiente, criação de trabalho qualificado, reordenamento do território e da utilização dos recursos que hoje são escravos do lucro empresarial e do mercado mundial). 

Por exemplo, ao invés de pisotear os direitos indígenas, as autonomias e a Constituição impondo a construção do segundo braço da estrada do Tipnis em seu traçado atual, o governo boliviano poderia ter aberto esse caminho por outra região porque, ainda que essa obra fosse mais demorada, cara e difícil, teria preservado em troca sua credibilidade ante um setor importante das maiorias populares, teria demonstrado o rompimento com o decisionismo autoritário e o neodesenvolvimentismo, e teria evitado dividir o movimento campesino, fomentando o predomínio do interesse próprio sobre a construção coletiva de um novo Estado. A estrada assim construída teria cumprido com seu papel na circulação de mercadorias e na abertura da Bolívia ao comércio dos dois oceanos, mas teria reforçado um elemento potencialmente anticapitalista: a solidariedade dos diversos setores populares bolivianos, a autonomia, a construção de poderes democráticos locais. 

A expropriação do setor financeiro é também uma medida reformista (que foi adotada por François Miterrand), assim como o seria uma reforma agrária profunda que dê terra a milhões de camponeses no Brasil. Do mesmo modo, o monopólio estatal do comércio exterior, com o fim de utilizar para o desenvolvimento nacional parte dos lucros do mesmo e romper o poder dos poucos oligopólios que controlam as exportações – como fez o governo de Perón, que não era propriamente socialista, ao criar o Instituto Argentino Promotor do Intercâmbio (IAPI) – ou o controle da política cambial (aplicado pela Venezuela para evitar a exportação de capitais). Outras reformas possíveis seriam uma lei de proteção da água e dos bens comuns, assim como uma lei de fomento da agricultura familiar que, ao assentar os trabalhadores na terra, reduziria as migrações e, mediante a rotação de cultivos e sua diversificação e um uso racional da água, protegeria o ambiente, além de garantir o abastecimento alimentar nacional. Mas é evidente que este tipo de reformas não está destinado a preservar, mas sim a preparar a mudança do sistema e, portanto, o capital financeiro resiste a elas com unhas e dentes. 

Obviamente, sua aplicação depende da relação de forças entre as classes que possa existir em cada país, do grau de consciência e de mobilização dos trabalhadores, da existência no seio dos governos “progressistas” – o que nem sempre é o caso – de um setor plebeu disposto a ser mais audacioso e a apoiar-se em um bloco sólido formado com os setores populares e de abrir uma via a um período turbulento de transição. O problema chave, portanto, consiste em formar esse bloco com um projeto de transição próprio e em forçar com o mesmo a separação, no magma atual dos governos “progressistas”, dos que realmente querem mudanças populares, mas se subordinam hoje aos burocratas conservadores e dos reacionários que consideram naturais as políticas do capital e sustentam que não alternativa possível a elas. 

Os intelectuais que, em nome do realismo e para defender “o mal menor” aceitam sem reclamar as políticas neodesenvolvimentistas debilitam a saída popular e reforçam o grande capital. E os que, em trocam, condenam justamente essas políticas, mas não oferecem outras, viáveis, teoricamente capitalistas, mas incompatíveis na realidade com o capital, são tão impotentes como os primeiros. Nem uns nem outros confiam que esse tipo de “reformas revolucionárias”, se impostas com o respaldo de uma mobilização popular, reduziriam grandemente o poder das classes dominantes e mudariam a relação de forças no país e na região. 

As medidas mencionadas, mais outras, como por exemplo a unificação dos recursos de vários países para criar uma Universidade latino-americana que não forme técnicos e profissionais para o capital, mas sim os futuros defensores de um desenvolvimento científico e tecnológico anticapitalista, ou de um pólo tecnológico comum que não esteja subordinado aos interesses das empresas privadas e que estude e organize a preservação dos bens comuns e a utilização racional dos recursos, aumentariam, ao mesmo tempo, a produção e a produtividade assim o aprendizado popular de uma planificação local de recursos e necessidades para ampliar os espaços democráticos e culturais conquistados. Uma lei de controle dos trabalhadores sobre a contabilidade empresarial permitiria igualmente reduzir as suspensões e demissões e racionalizar a produção industrial, fornecendo as bases para uma reestruturação desde baixo do aparato produtivo. A transição não pode ficar nas mãos de uns poucos iluminados. Ou ela é feita por seus beneficiários ou não será possível. 

Por Guillermo Almeyra  - membro do Conselho Editorial de SinPermiso. 
Tradução: Katarina Peixoto.
FONTE: Carta Maior.

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20 de Setembro de 2012: Morre o Cientista Político Carlos Nelson Coutinho.


O Brasil perdeu na manhã desse dia 20 de setembro um de seus maiores humanistas, Carlos Nelson Coutinho. Baiano, formado em filosofia, professor, pesquisador e autor de grandes obras da literatura marxista, Coutinho se tornou uma autoridade nacional e internacional da ciência política devido a sua singular intelectualidade e também pela sua histórica militância no PCB, PT e PSOL.

Aos 70 anos, Carlos Nelson Coutinho sofria de câncer e infelizmente não conseguiu resistir a doença. Seu corpo foi velado (20/09) no Palácio Universitário, Campus da UFRJ na Praia Vermelha, para que no dia seguinte possa ser cremado no cemitério do Caju, Rio de Janeiro.

No campo acadêmico e marxista as obras de Coutinho são referências para o estudo da Democracia e para o entendimento do pensamento de Gyorgy Lukács e de Antonio Gramsci. É válido ressaltar que uma das traduções de O Capital, de Karl Marx também é de sua autoria.
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domingo, setembro 16, 2012

As Aventuras da Família Brasil - Luis Fernando Veríssimo.


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Edgar Vasques: Rango.


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Exercício de Sociologia - Socialização.

01. Avalie as alternativas abaixo: 
0 - 0 Conviver é uma exigência importante para nos tornarmos seres humanos. 
1 - 1 O ser humano independe dos outros homens para se desenvolver. 
2 - 2 Socialização é a internalização de hábitos, valores e costumes de um grupo social. 
3 - 3 Valores e regras são fundamentais para a convivência social. 
4 - 4 O processo de socialização envolve vários agentes e pode ser entendido como algo constante e recíproco. 
02. Marque a alternativa não se relaciona com características ligadas ao processo de socialização: 
a) Interiorização de padrões sociais. 
b) As características interiorizadas podem refletir características das gerações mais velhas. 
c) A socialização é um processo absoluto e uniforme em todos os indivíduos. 
d) A socialização é um processo recíproco. 
e) Ocorre com a passagem de certas padronizações sociais. 

03. Sobre o processo de Socialização marque a alternativa correta: 
a) Ocorre no momento em que são incorporadas as normas gerais de comportamento de um grupo. 
b) Não existem regras pré-estabelecidas para a socialização, pois esse processo é marcado pela sua unilateralidade. 
c) Fatores como a linguagem e as formas de organização coletiva não interferem no processo de interiorização. 
d) Os métodos socioeducativos que permitem a recondução de ex-presidiários podem ser considerados como os melhores exemplos de socialização primária. 
e) A família é o único e principal agente de socialização de todas as pessoas que se inserem em um determinado grupo ou comunidade. 

04. Sobre o processo de ressocialização analise as afirmativas: 
0 - 0 Normalmente ela ocorre após os processos revolucionário que transformam todas as Instituições de uma sociedade. 
1 - 1 Com o advento da urbanização houve a necessidade de ressocializar a população, haja vista o surgimento de novos hábitos e padrões comportamentais. 
2 - 2 O processo de ressocialização somente diz respeito a possibilidade de reabilitação para indivíduos que a outrora tiveram problema com a criminalidade.
3 - 3 Os antigos países socialistas, entre as décadas de 1980 e 1990 tiveram que se adaptar a Nova Ordem Mundial e isso acarretou em um processo de ressocialização. 
4 - 4 No processo de ressocialização pode acarretar aos indivíduos a incorporação de valores que antes não eram priorizados pela própria sociedade.
05. A socialização primária geralmente ocorre por meio: 
a) dos grupos sociais. 
b) da família. 
c) dos amigos. 
d) dos meios de comunicação. 
e) da escola.
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78% das armas vêm dos EUA.

O volume das armas vendidas pelos Estados Unidos ao exterior triplicou em 2011, segundo o relatório apresentado pelo Serviço de Investigação do Congresso, uma entidade independente. Esse relatório é considerado o compêndio de informação disponível ao público mais detalhado que existe sobre as vendas de armas não classificadas. Segundo o documento, em 2011, os Estados Unidos venderam mais armas do que nunca, atingindo um saldo de 66.300 milhões de dólares, três vezes mais em comparação com 2010, quando a venda de armas alcançou 21.400 milhões de dólares. As exportações atingiram quase três quartas partes do mercado mundial, avaliado em uns 85 bilhões de dólares, no qual a Rússia se destaca como segundo maior vendedor, com 4.800 milhões de dólares. 

As partidas foram destinadas, sobretudo, aos aliados do Golfo Pérsico, preocupados com o Irã. Seus maiores clientes foram a Arábia Saudita, os Emirados Árabes e Omã, que adquiriram sistemas de mísseis avançados e aviões de última geração. 

A venda de armas para a Arábia Saudita somou 33.400 milhões de dólares, o que supõe o maior acordo militar jamais assinado pelos Estados Unidos. O contrato estabelece a venda de 84 novos aviões de combate F-15, a modernização de 70 desses caças e o subministro de três tipos de helicópteros: 70 Apaches, 72 Black Hawks e 36 Little Birds. 

Os Emirados Árabes Unidos compraram armas no valor de 4.429 milhões de dólares, entre eles um avançado escudo antimísseis e helicópteros Chinook. Omã também comprou 18 aviões de combate F-15 por 1.400 milhões de dólares. 

Entre outros acordos, destaca-se um assinado com a Índia, a quem os Estados Unidos venderam 4.100 milhões de dólares em aviões C-17 e outro com Taiwan, a quem venderam baterias antimísseis Patriot por 2 bilhões de dólares. Esse acordo foi duramente criticado por Pequim. 

 Com essa política, os Estados Unidos pretendem colaborar com seus aliados no Golfo Pérsico para criar um sistema regional antimíssil que proteja as cidades, as destilarias de gasolina, os oleodutos e as bases militares de possíveis ataques por parte do Irã. 

O especialista Francisco Vaquero, Secretário de Organização do Partido Humanista, não descarta que os Estados Unidos estejam preparando seus aliados para possíveis ações militares na zona. Também comenta que os EUA estão interessados em que "sejam criados pontos de tensão” que, garante, vêm a ser "seus pontos de venda de armas”

FONTE: RT - Organização Autônoma Sem Fins Lucrativos TV-Novosti /Adital.
Tradução da Matéria: Adital.

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