sexta-feira, setembro 21, 2012

Major Ferreira Presta Depoimento à Comissão da Verdade.

O famoso Major Ferreira, ex-oficial da Polícia Militar de Pernambuco e considerado como uma memória viva da ditadura concedeu depoimento à Comissão da Verdade e da Memória Dom Helder Camara, nessa última quinta feira (20/09) no Recife. Mesmo sem dizer informações relevantes, o ex-militar, em meio as suas contradições, conseguiu fazer com que os membros da comissão identificassem pontos relativos a participação de empresários e latifundiários no financiamento de grupos de extermínio que atuavam contra as organizações oposicionistas ao governo militar. 

Segundo Ferreira, os empresários Roberto de Souza Leão e Biu do Álcool foram os principais patrocinadores das ações do Comando de Caça aos Comunistas - CCC, organização que servia ao governo e assassinava os opositores da ditadura. Mesmo não tendo ligação direta com os militares, a organização contava com a participação de muitos membros da polícia e das forças armadas. Entre tantas violências, perseguições, torturas e homicídios protagonizados pelo CCC, destaca-se o atentado que o grupo fez contra a casa do então arcebispo de Recife e Olinda, Dom Helder Câmara. 

Outro ponto que mereceu destaque durante o depoimento foi o que tratou sobre a atuação do DOI-CODI (Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna) no Recife. O orgão que era subordinado ao exército e localizado entre as ruas 7 de Setembro e do Hospício, ao lado da Faculdade de Direito da UFPE e que o próprio Major Ferreira chegou a chamar de "centro de caça". Servia para combater os inimigos internos que ameaçavam a segurança nacional e era conhecido como o principal cenário das torturas sobre aqueles que se opunham ao regime ditatorial. 

Segundo suas informações, o departamento, mesmo sendo de responsabilidade das forças armadas, era composto por uma ampla maioria de políciais civis. O Major alegou que não participou das ações do DOI-CODI porque não tinha sido liberado pelo comando da Polícia Militar. Era nesse local que as ações de inteligência do regime militar eram pensadas, a fim de neutralizar a oposição. Umas das ações exercidas pelos membros do departamento era infiltrar militares em movimentos sindicais e dos camponeses para facilitar a prisão dos subversivos. 

A atenção dada aos depoimentos do Major Ferreira ocorre devido a sua presença ativa durante o regime militar. Onde o mesmo é acusado de ter atirado no estudante Cândido Pinto - principal liderança estudantil de Pernambuco - na ponte da Torre e que hoje se encontra inutilizado, com a medula seccionada. Além disso, o major já foi condenado pelo uso de documentos falsos, por tentativa e por consumação de homicídios, contrabando de armas e pelo envolvimento do "Escândalo da Mandioca" e pela contratação de um pistoleiro para assassinar o Procurador Pedro Jorge de Melo.
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O famoso Major Ferreira, ex-oficial da Polícia Militar de Pernambuco e considerado como uma memória viva da ditadura concedeu depoimento à Comissão da Verdade e da Memória Dom Helder Camara, nessa última quinta feira (20/09) no Recife. Mesmo sem dizer informações relevantes, o ex-militar, em meio as suas contradições, conseguiu fazer com que os membros da comissão identificassem pontos relativos a participação de empresários e latifundiários no financiamento de grupos de extermínio que atuavam contra as organizações oposicionistas ao governo militar. 

Segundo Ferreira, os empresários Roberto de Souza Leão e Biu do Álcool foram os principais patrocinadores das ações do Comando de Caça aos Comunistas - CCC, organização que servia ao governo e assassinava os opositores da ditadura. Mesmo não tendo ligação direta com os militares, a organização contava com a participação de muitos membros da polícia e das forças armadas. Entre tantas violências, perseguições, torturas e homicídios protagonizados pelo CCC, destaca-se o atentado que o grupo fez contra a casa do então arcebispo de Recife e Olinda, Dom Helder Câmara. 

Outro ponto que mereceu destaque durante o depoimento foi o que tratou sobre a atuação do DOI-CODI (Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna) no Recife. O orgão que era subordinado ao exército e localizado entre as ruas 7 de Setembro e do Hospício, ao lado da Faculdade de Direito da UFPE e que o próprio Major Ferreira chegou a chamar de "centro de caça". Servia para combater os inimigos internos que ameaçavam a segurança nacional e era conhecido como o principal cenário das torturas sobre aqueles que se opunham ao regime ditatorial. 

Segundo suas informações, o departamento, mesmo sendo de responsabilidade das forças armadas, era composto por uma ampla maioria de políciais civis. O Major alegou que não participou das ações do DOI-CODI porque não tinha sido liberado pelo comando da Polícia Militar. Era nesse local que as ações de inteligência do regime militar eram pensadas, a fim de neutralizar a oposição. Umas das ações exercidas pelos membros do departamento era infiltrar militares em movimentos sindicais e dos camponeses para facilitar a prisão dos subversivos. 

A atenção dada aos depoimentos do Major Ferreira ocorre devido a sua presença ativa durante o regime militar. Onde o mesmo é acusado de ter atirado no estudante Cândido Pinto - principal liderança estudantil de Pernambuco - na ponte da Torre e que hoje se encontra inutilizado, com a medula seccionada. Além disso, o major já foi condenado pelo uso de documentos falsos, por tentativa e por consumação de homicídios, contrabando de armas e pelo envolvimento do "Escândalo da Mandioca" e pela contratação de um pistoleiro para assassinar o Procurador Pedro Jorge de Melo.
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