sábado, março 09, 2013

Fazer Política.

Quando o senhor José Dirceu ainda não era secretário geral do Partido dos Trabalhadores, entretanto próximo de Luiz Inácio, hospedado em nossa casa, dizia: “o PT precisa aprender a fazer política”, e nós concordávamos. Tínhamos em mente a afirmação do revolucionário Vladimir Lênin de que os socialistas precisavam ser políticos tão competentes como eram os políticos da burguesia. Não percebíamos que o Zé Dirceu tinha um outro entendimento quanto ao fazer política. Para ele, fazer política era alinhavar alianças esdrúxulas com o que existia de mais podre na política brasileira.

Foi imbuído desse conceito que Dirceu patrocinou a elaboração da “Carta ao Povo Brasileiro”, instrumento pelo qual assegurava ao capitalismo que o PT seria um guardião zeloso dos interesses do sistema. Moto-contínuo, ele foi à procura do “capitão de indústria”, o senhor José Alencar, e propôs que ele figurasse como candidato à vice-presidência na chapa lulista.O assentimento de José Alencar em compor a citada chapa custou ao PT o desembolso da astronômica importância, para um partido dito dos trabalhadores, de dez milhões de reais. E assim o fazer política do citado cidadão revelou a opção pelo carreirismo fisiológico e transformou o PT em uma agremiação a serviço do capitalismo.

Eleito presidente, Lula procurou cumprir as promessas feitas ao grande capital. Após uma audiência com o então presidente dos EUA, George Bush, anunciou que seria presidente do Banco Central uma figura da confiança dos grandes capitalistas. Anunciou que o banqueiro Henrique Meirelles assumiria essa função, em atitude que dava tranquilidade ao sistema.

Lula respeitou os mandamentos do Plano Real e implementou uma política assistencialista, para depois convertê-la em apoio popular aos seus propósitos eleitorais. Ao mesmo tempo, ele, tendo como íntimo colaborador o seu ministro da Casa Civil, José Dirceu, levou a cabo um bem sucedido trabalho de cooptação e engessamento das centrais sindicais e estudantis. Não bastasse, o seu “fazer política” tomou o caminho da cooptação de partidos e líderes parlamentares, em nome da governabilidade, praticando distribuição de propinas, que veio a lume através do escândalo do mensalão. Esse era o fazer político que Dirceu prometia pôr em prática.

Por Gilvan Rocha.
FONTE: Correio da Cidadania / Blog do Gilvan Rocha.
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Quando o senhor José Dirceu ainda não era secretário geral do Partido dos Trabalhadores, entretanto próximo de Luiz Inácio, hospedado em nossa casa, dizia: “o PT precisa aprender a fazer política”, e nós concordávamos. Tínhamos em mente a afirmação do revolucionário Vladimir Lênin de que os socialistas precisavam ser políticos tão competentes como eram os políticos da burguesia. Não percebíamos que o Zé Dirceu tinha um outro entendimento quanto ao fazer política. Para ele, fazer política era alinhavar alianças esdrúxulas com o que existia de mais podre na política brasileira.

Foi imbuído desse conceito que Dirceu patrocinou a elaboração da “Carta ao Povo Brasileiro”, instrumento pelo qual assegurava ao capitalismo que o PT seria um guardião zeloso dos interesses do sistema. Moto-contínuo, ele foi à procura do “capitão de indústria”, o senhor José Alencar, e propôs que ele figurasse como candidato à vice-presidência na chapa lulista.O assentimento de José Alencar em compor a citada chapa custou ao PT o desembolso da astronômica importância, para um partido dito dos trabalhadores, de dez milhões de reais. E assim o fazer política do citado cidadão revelou a opção pelo carreirismo fisiológico e transformou o PT em uma agremiação a serviço do capitalismo.

Eleito presidente, Lula procurou cumprir as promessas feitas ao grande capital. Após uma audiência com o então presidente dos EUA, George Bush, anunciou que seria presidente do Banco Central uma figura da confiança dos grandes capitalistas. Anunciou que o banqueiro Henrique Meirelles assumiria essa função, em atitude que dava tranquilidade ao sistema.

Lula respeitou os mandamentos do Plano Real e implementou uma política assistencialista, para depois convertê-la em apoio popular aos seus propósitos eleitorais. Ao mesmo tempo, ele, tendo como íntimo colaborador o seu ministro da Casa Civil, José Dirceu, levou a cabo um bem sucedido trabalho de cooptação e engessamento das centrais sindicais e estudantis. Não bastasse, o seu “fazer política” tomou o caminho da cooptação de partidos e líderes parlamentares, em nome da governabilidade, praticando distribuição de propinas, que veio a lume através do escândalo do mensalão. Esse era o fazer político que Dirceu prometia pôr em prática.

Por Gilvan Rocha.
FONTE: Correio da Cidadania / Blog do Gilvan Rocha.
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