terça-feira, novembro 02, 2010

Processo de Abolição da Escravatura no Brasil.


INTRODUÇÃO:

Com o fim da Guerra do Paraguai assinalamos um período novo de agitação política no Brasil em todas as esferas da vida publica do Brasil. Reavivava-se assim um novo sentimento nacional. Dessas agitações, sem dúvida alguma, a abolição da escravatura avultava em primeiro plano. Impunha-se, porém para a classe dominante, os latifundiários escravistas, prudência governamental diante de um problema desse porte, que tinha implicações de ordem social, política e, sobretudo econômica.

Somente em 1872, foi aprovada a primeira lei anti-escravidão no Brasil, conhecida como a Lei do Ventre-Livre. Os filhos dos escravos que nasciam após a promulgação de tal lei, seriam livres, assim dentro de duas gerações não haveria mais escravos no Brasil, diziam os que aprovaram essa lei. Entretanto, esses filhos teriam que ficar junto de sua família até completar os 21 anos.

A luta prosseguia. Fundou-se em 1884 o Partido Abolicionista, com cooperação de uma classe intelectual, como jornalistas, advogados, oradores, políticos etc. Com o tempo o novo partido passou a ganhar mais força e dimensão. A pressão da opinião pública urbana tornava-se irresistível. Na Câmara dos Deputados e no Senado, não havia arrefecimento. Em 1885, foi aprovada a lei Saraiva-Cotegipe ou também conhecida como a lei dos Sexagenários que libertava os escravos que tivesse atingindo os 60 anos de idade, como normalmente se pensa. Na verdade, 65 anos, pois o escravo deveria trabalhar mais cinco anos para indenizar o seu proprietário. Como a perspectiva média de vida do escravo era de menos de 40 anos, essas eram medidas protelatórias, aprovadas por parlamentares que eram donos de escravos, mas tinham um mérito: a escravidão estava cada vez mais desmoralizada.

A princesa Isabel, na regência, chamou o senador João Alfredo, abolicionista convicto, para a chefia do gabinete. Na sessão de 8 de maio de 1888, Rodrigo Silva, ministro da Agricultura, apresentou a questão como projeto de lei, nestes termos claros e drásticos.

Art. 01º è declarada extinta a escravidão no Brasil.
Art. 02º Revogam-se as disposições em Contrário.

Imediatamente foi nomeada uma Comissão Especial para examinar o projeto. Sem esperar mais, deixando de lado as disposições do regulamento da casa, o relator Duarte de Azevedo leu perante a Câmara atenta o seu parecer favorável.

Era 13 de Maio, quando após as ultimas discussões, a Princesa Isabel, ocupando de forma regencial o trono na ausência de seu Pai, D. Pedro II, junto com uma delegação de políticos, membros da elite brasileira, parlamentares, quando foi assinada a Lei Áurea, ficando livre pouco mais de 700 mil escravos.

PRESSÃO INGLESA CONTRA O TRABALHO ESCRAVO

Sabe-se que a economia colonial brasileira esteve, desde o seu nascimento, ligada a mão-de-obra escrava. A independência e a consolidação de uma monarquia em nada modificaram as estruturas produtivas do Brasil naquele momento. O conservadorismo da elite política brasileira sempre foi uma característica notória nos processos históricos do Brasil.

O problema básico era como manter-se como um país escravocrata, frente as mudanças econômicas mundiais com a consolidação de um capitalismo cada vez mais industrializado e dependente de uma mão-de-obra assalariada. Os escravos simbolizavam um obstáculo para a expansão de novos mercados.
Nesse contexto, os Ingleses não viam com bons olhos o protecionismo mercantil, nesses novos tempos onde um mercado livre era a palavra de ordem da economia vigente de até então.

È valido ressaltar que a própria Inglaterra após a Independência, criou mecanismos para restringir ainda mais o Tráfico de escravos, como:


1-Só reconheceria a Independência do Brasil, mediante a promessa de extinção do tráfico negreiro.
2-Lei Bill Aberdeen – 1845 – Proibindo o tráfico de escravos africanos no Atlântico.
3-Lei Eusébio de Queiroz – Após muita pressão inglesa nos assuntos internos do Brasil, em 1850, onde ficava extinto o tráfico de esc4ravos entre o Brasil e a África.

Esses mecanismos, dificultaram a vinda de escravos africanos ao Brasil, além de aumentar de forma notável o preço de um escravo, abrindo um grande espaço para a implementação de uma mão-de-obra livre, principalmente de Imigrantes no Brasil.

A campanha pela abolição da escravidão ganhou impulso com o final da Guerra do Paraguai. Muitos soldados negros que lutaram na guerra foram alforriados. Organizaram-se no país, vários "clubes" que discutiam a questão. É válido ressaltar que mesmo com o movimento abolicionista se fortalecendo, o debate a respeito da libertação dos escravos no Brasil, se manifestava de forma lenta, ao contrario do que acontecia no mundo inteiro. A Elite política do país costumava tratar de tal temática seguindo a tática do silêncio, visando a proteção de seus interesses. A opinião publica em muitos casos se omitia em tal debate, uma vez que tal instancia também era controlada pela elite conservadora.

Entretanto, as conjunturas econômicas internacionais levavam o Brasil para o caminho da abolição, seja em nome de uma intelectualidade liberal, seja pela probabilidade de uma agitação social. Por volta de 1870 essas discussões sobre a abolição já se manifestava de forma notável. Intelectuais, profissionais liberais, comerciantes organizavam-se para debater as formas de tencionar o Estado para uma possível abolição.

O exercito também se manifestou como uma ferramenta muito eximia no contexto da emancipação dos escravos no Brasil, principalmente os que participaram da Guerra do Paraguai (grande maioria negros) que ao voltarem da guerra, queriam a sua liberdade, a outrora prometida, como condição prometida pelo Estado.

Visando diminuir as pressões internas e externas(a Inglaterra tinha interesses na abolição), o governo imperial iniciou uma série de reformas, com o intuito de reduzir a escravidão:

-Lei do Ventre Livre (1871)- filhos de escravas nascidos a partir daquela data seriam considerados livres. Os seus efeitos foram reduzidos visto que o escravo ficaria sob a tutela do proprietário até os oito anos, cabendo a este o direito de explorar o trabalho do escravo até este completar 21 anos de idade.

-Lei dos Sexagenários/ Saraiva-Cotegipe (1885)- libertava os escravos com acima de 65 anos de idade. Esta lei ficou conhecida como "a gargalhada nacional". Primeiro pelo reduzido número de escravos libertados, uma vez que poucos atingiam tal idade; além disto, um escravo com mais de 65 anos representava um custo ao grande proprietário, não tendo condições alguma de trabalhar. Por fim, depois da libertação, o negro deveria dar mais três anos de trabalho ao senhor, como forma de indenização!!

-Lei Áurea (1888)- decretava, no dia 13 de maio, a libertação de todos os escravos no Brasil.

A abolição da escravidão no Brasil foi um duro golpe aos grandes proprietários de terras escravocratas, que passaram a combater a Monarquia. São os chamados "Republicanos de 13 de maio".

O SIGNIFICADO DA ABOLIÇÃO


A abolição dos escravos negros foi pensada e promovida principalmente pelos brancos mais ilustrados, que viam nela uma forma de se libertarem do peso que a escravidão representava para as atividades econômicas mais dinâmicas.

Com a abolição abriu um espaço muito grande para o investimento econômico na indústria, principalmente coma compra de novas máquinas e construção de ferrovias. No entanto, o processo de abolição era irreversível, se analisarmos, com uma abordagem a conjuntura econômica internacional, pois a escravidão se constituía como um obstáculo às novas condições do jogo econômico mundial.


Quando o fato realmente aconteceu o que aconteceu com a população negra do Brasil?

Os ex-escravos foram jogados a própria sorte, pois essas populações não encontraram nem se quer um pedaço de terra ou uma ocupação para se manterem, jogados a uma condição de miserabilidade e marginalidade. De um modo geral, os antigos escravos não foram integrados no mundo de consumo e baseado no trabalho assalariado, mas como incorporar o ex-escravo no mercado de trabalho, se ainda prevalecia um racismo tão arraigado na sociedade brasileira? O que poderíamos esperar dos salários que os empregadores contemplavam a população negra e agora miserável?





EXERCICIOS:

01) Observe o texto a seguir. Ele é um trecho de um samba enredo da GRES Estação Primeira de Mangueira no ano de 1988.

“Será... Que já raiou a liberdade
Ou se foi tudo ilusão
Será...
Que a lei Áurea tão sonhada
A tanto tempo imaginada
Não foi o fim da escravidão
Hoje dentro da realidade
Onde está a liberdade
Onde está que ninguém viu
Moço...
Não se esqueça que o negro também construiu
As riquezas do nosso Brasil
Pergunte ao criador
Quem pintou esta aquarela
Livre do açoite da senzala
Preso na miséria da favela”
(Hélio Turco, Jurandir e Alvinho)

Este samba tem como enredo a abolição da escravatura, que ocorreu no ano de 1888, através de um decreto assinado pela princesa regente Isabel. Que aspecto deste evento é abordado pela composição.

a) Falando especificamente do fim da escravidão, os autores apontam o processo de inserção deste ex-escravo na sociedade brasileira da época;
b) Os autores privilegiaram o fato de que, na maioria dos casos, os ex-escravos permaneceram nos campos transformando-se em camponeses empobrecidos;
c) Os autores apontam para o fato de que após a abolição os ex-escravos foram absorvidos pela nascente indústria brasileira, que se concentrava principalmente no Rio de Janeiro, último reduto da escravidão no Brasil;
d) O samba levanta a questão de que a abolição da escravatura não foi capaz de inserir o ex-escravo na sociedade brasileira, fazendo com que a maioria acabasse vivendo na mais absoluta miséria;
e) Os autores apontam para duas direções. Uma é aquela que acredita que a abolição foi um ato Humanitário e a outra aponta na direção de que a abolição foi um ato político;


02) As Leis Abolicionistas, a partir de 1850, podem ser consideradas como o nível político da crise geral da escravidão no Brasil, porque:

a) a Lei Eusébio de Queiroz (1850) proibiu o tráfico quando a necessidade de escravos já era declinante, face à crise da lavoura.
b) o sucesso das experiências de parceria acelerou a emancipação dos escravos, crescendo um mercado de mão-de-obra livre no país.
c) a Lei do Ventre Livre (1871) representou uma vitória expressiva do movimento abolicionista, tornando irreversível o fim da escravidão.
d) as sucessivas leis emancipacionistas foram paralelas à progressiva substituição do trabalho escravo por homens livres.
e) a Lei Áurea, iniciativa da própria Coroa, visava a garantir a estabilidade e o apoio dos setores rurais ao Império.


03) Nas atas dos debates parlamentares e nos jornais brasileiros da década de 1850, encontram-se muitas referências, positivas ou negativas, à Inglaterra. Estas últimas, em geral, devem-se à irritação provocada em setores da sociedade brasileira por pressões exercidas pelo governo inglês para:

a) diminuir gradativamente a utilização de escravos na agricultura de exportação.
b) dar ao protestantismo o mesmo status de religião oficial que tinha o catolicismo.
c) impedir o julgamento por tribunais brasileiros de um oficial inglês que assassinou um cidadão brasileiro.
d) a extinção do tráfico de escravos, tendo seus objetivos sido alcançados em 1850.
e) subordinar a política externa brasileira a interesses Ingleses na África a na Ásia.

04) A importância da Lei Eusébio de Queiróz (1850), no contexto do processo de abolição da escravatura, esta no fato de ter:

a) declarada extinto o tráfico de africanos, estipulando penas para seus infratores
b) concedido liberdade a todos os escravos que participaram da Praieira (1848);
c) permitido a repressão dos traficantes de escravos por navios da marinha portuguesa.
d) libertado os escravos que fossem maiores de 60 anos de idade; e) acabado com a venda em separado de casais africanos em leilões públicos.

05) Sobre a proibição do tráfico negreiro para o Brasil, é correto afirmar:

a) As pressões inglesas sobre o governo brasileiro para extinguir o tráfico de africanos permeararn as relações entre Inglaterra e Brasil no decorrer do Segundo Reinado, tendo por auge o rompimento das relações diplomáticas na chamada Questão Christie.
b) As pressões inglesas pela extinção do tráfico de escravos foram apoiadas pela Igreja Católica, interessada em reduzir a influência africana na religiosidade popular brasileira e estabelecer sua hegemonia espiritual na América.
c) As pressões inglesas obrigaram o governo brasileiro a negociar com a potência européia um prazo para a extinção do tráfico. Vencido este prazo, em 1831 era promulgada uma primeira lei que proibia o tráfico de africanos para o Brasil.
d) As pressões inglesas pela extinção do tráfico de escravos foram apoiadas pela população que, influenciada pelas idéias liberais, estava ansiosa para acabar com a escravidão no Brasil.
e) As pressões inglesas foram prontamente aceitas pelo governo brasileiro que, para obter o reconhecimento da Independência pela Inglaterra, proibiu o tráfico de africanos para o Brasil em 1823.

06) Em sua obra O Abolicionismo, Joaquim Nabuco afirma:
“Para nós a raça negra é um elemento de considerável importancia nacional, estreitamente ligada por infinitas relações orgânicas a nossa constituição, parte integrante do povo brasileiro. Por outro lado, a emancipação não significa tão somente o termo da injustiça de que o escravo é martir, ma stambém a eliminação simultânea dos dois tipos contrarios e no fundo os mesmos: os escravos e o senhor”

Em relação à condição do negro na sociedade brasileira, é correto afirmar que:

a)A abolição representou uma perda total da mão-de-obra pelos antigos senhores.
b) O fim da escravidão possibilitou ao negro liberto a integração no mercado de trabalho e o livre acesso à terra.
c) As sociedades Libertadoras tinham como objetivo principal promover a integração do ex-escravo na sociedade, garantindo-lhe os direitos de cidadania.
d) A diferença entre o processo abolucionista ocorrido nos EUA e o ocorrido no Brasil foi a ausência de preconceito racial em nosso país.
e) O Negro livre permaneceu à margem do universo cultural estabelecido por uma sociedade regida pelo branco e continuou sujeito ao preconceito e a novos mecansimos de controle social.

07) A Inglaterra atuou a favor do Brasil para a obtenção do reconhecimento de sua independência, mas exigiu a extinção:

a) dos contratos comerciais com os países da Santa Aliança.
b) do Trafico negreiro.
c) da escravatura.
d) do Pacto Colonial.
e) do acordo comercial de 1810.

08) 4 A Guerra do Paraguai interferiu significativamente nos destinos do Império Brasileiro, porque:

a) reforçou o apoio militar, sobretudo do exército, ao governo imperial.
b) equilibrou as finanças internas, graças aos territórios anexados após o conflito.
c) reduziu o endividamento e a dependência externa em relação à Inglaterra.
d) acelerou o fim da escravidão, expondo as mazelas dessa instituição e o arcaísmo do governo e acentuando a fragilidade de nossa economia.
e) diminuiu a influência brasileira no Prata, graças ao regime democrático e progressista instalado no Paraguai após a guerra.


09) O processo de ruptura de pacto colonial assumiu dimensão definitiva por ocasião das mudanças ocorridas quando da Era Napoleônica.
Os interesses colonialistas sofreram contestações e o ideário da Revolução Francesa influiu decisivamente nos movimentos políticos ocorridos no interior das colônias americanas. No Brasil, este processo reflete-se em ações que resultam na independência de 1822, precedida de movimentos, como o da Revolução Pernambucana de 1817, que visavam ao rompimento com a metrópole.

Esta questão diz respeito à Revolução de1817.

0 - 0 O período que antecedeu 1817 caracterizou-se por uma fase de recessão do açúcar e do algodão no mercado internacional
1 - 1 Os religiosos locais condenaram o movimento, ajudando governo a elaborar a Lei Orgânica.
2 - 2  Este movimento teve um caráter nitidamente popular, com a participação de sapateiros, escravos, soldados e vários alfaiates – motivo pelo qual ficou também conhecido como revolta dos alfaiates, além de padres, médicos e advogados.
3 - 3 A Revolução de 1817 foi vitoriosa em várias províncias, na Paraíba, no Rio Grande do Norte, no Ceará, na Bahia e no Maranhão.
4 - 4 No início do século XIX, a Revolução Pernambucana de 1817, esteve articulada ideologicamente aos movimentos de liberdade e independência vindos da Europa e da América.


10) Para os que estudam a história pernambucana é muito importante dar atenção maior ao período em que os holandeses conquistaram, dominaram e foram expulsos do território pernambucano, embora este período tenha durado apenas 24 anos, de 1630 a 1654.
MELO, JOSÉ ANTÔNIO GONÇALVES DE DOIS RELATOS HOLANDESES REVISTA DO ARQUIVO PÚBLICO ANO IV, N (VI. PÁGS. 589/681).

0 - 0 A invasão holandese ocorrida no Brasil teve razões políticas e econômicas relacionadas diretamente com disputas entre Holanda e Espanha.
1 - 1 A Companhia das Índias Ocidentais e Nassau determinaram o culto exclusivo do Calvinismo.
2 - 2 Não houve resistência em momento algum a este domínio, pois os invasores ofereceram aos senhores de engenho grandes vantagens.
3 - 3 O interesse dos holandeses em ocupar áreas no Brasil está relacionado com a conquista territorial de ponto estratégico, visando quebrar o monopólio da rota da prata
4 - 4 O movimento da Insurreição Pernambucana reuniu diversos setores sociais descontentes com o invasor.
 

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INTRODUÇÃO:

Com o fim da Guerra do Paraguai assinalamos um período novo de agitação política no Brasil em todas as esferas da vida publica do Brasil. Reavivava-se assim um novo sentimento nacional. Dessas agitações, sem dúvida alguma, a abolição da escravatura avultava em primeiro plano. Impunha-se, porém para a classe dominante, os latifundiários escravistas, prudência governamental diante de um problema desse porte, que tinha implicações de ordem social, política e, sobretudo econômica.

Somente em 1872, foi aprovada a primeira lei anti-escravidão no Brasil, conhecida como a Lei do Ventre-Livre. Os filhos dos escravos que nasciam após a promulgação de tal lei, seriam livres, assim dentro de duas gerações não haveria mais escravos no Brasil, diziam os que aprovaram essa lei. Entretanto, esses filhos teriam que ficar junto de sua família até completar os 21 anos.

A luta prosseguia. Fundou-se em 1884 o Partido Abolicionista, com cooperação de uma classe intelectual, como jornalistas, advogados, oradores, políticos etc. Com o tempo o novo partido passou a ganhar mais força e dimensão. A pressão da opinião pública urbana tornava-se irresistível. Na Câmara dos Deputados e no Senado, não havia arrefecimento. Em 1885, foi aprovada a lei Saraiva-Cotegipe ou também conhecida como a lei dos Sexagenários que libertava os escravos que tivesse atingindo os 60 anos de idade, como normalmente se pensa. Na verdade, 65 anos, pois o escravo deveria trabalhar mais cinco anos para indenizar o seu proprietário. Como a perspectiva média de vida do escravo era de menos de 40 anos, essas eram medidas protelatórias, aprovadas por parlamentares que eram donos de escravos, mas tinham um mérito: a escravidão estava cada vez mais desmoralizada.

A princesa Isabel, na regência, chamou o senador João Alfredo, abolicionista convicto, para a chefia do gabinete. Na sessão de 8 de maio de 1888, Rodrigo Silva, ministro da Agricultura, apresentou a questão como projeto de lei, nestes termos claros e drásticos.

Art. 01º è declarada extinta a escravidão no Brasil.
Art. 02º Revogam-se as disposições em Contrário.

Imediatamente foi nomeada uma Comissão Especial para examinar o projeto. Sem esperar mais, deixando de lado as disposições do regulamento da casa, o relator Duarte de Azevedo leu perante a Câmara atenta o seu parecer favorável.

Era 13 de Maio, quando após as ultimas discussões, a Princesa Isabel, ocupando de forma regencial o trono na ausência de seu Pai, D. Pedro II, junto com uma delegação de políticos, membros da elite brasileira, parlamentares, quando foi assinada a Lei Áurea, ficando livre pouco mais de 700 mil escravos.

PRESSÃO INGLESA CONTRA O TRABALHO ESCRAVO

Sabe-se que a economia colonial brasileira esteve, desde o seu nascimento, ligada a mão-de-obra escrava. A independência e a consolidação de uma monarquia em nada modificaram as estruturas produtivas do Brasil naquele momento. O conservadorismo da elite política brasileira sempre foi uma característica notória nos processos históricos do Brasil.

O problema básico era como manter-se como um país escravocrata, frente as mudanças econômicas mundiais com a consolidação de um capitalismo cada vez mais industrializado e dependente de uma mão-de-obra assalariada. Os escravos simbolizavam um obstáculo para a expansão de novos mercados.
Nesse contexto, os Ingleses não viam com bons olhos o protecionismo mercantil, nesses novos tempos onde um mercado livre era a palavra de ordem da economia vigente de até então.

È valido ressaltar que a própria Inglaterra após a Independência, criou mecanismos para restringir ainda mais o Tráfico de escravos, como:


1-Só reconheceria a Independência do Brasil, mediante a promessa de extinção do tráfico negreiro.
2-Lei Bill Aberdeen – 1845 – Proibindo o tráfico de escravos africanos no Atlântico.
3-Lei Eusébio de Queiroz – Após muita pressão inglesa nos assuntos internos do Brasil, em 1850, onde ficava extinto o tráfico de esc4ravos entre o Brasil e a África.

Esses mecanismos, dificultaram a vinda de escravos africanos ao Brasil, além de aumentar de forma notável o preço de um escravo, abrindo um grande espaço para a implementação de uma mão-de-obra livre, principalmente de Imigrantes no Brasil.

A campanha pela abolição da escravidão ganhou impulso com o final da Guerra do Paraguai. Muitos soldados negros que lutaram na guerra foram alforriados. Organizaram-se no país, vários "clubes" que discutiam a questão. É válido ressaltar que mesmo com o movimento abolicionista se fortalecendo, o debate a respeito da libertação dos escravos no Brasil, se manifestava de forma lenta, ao contrario do que acontecia no mundo inteiro. A Elite política do país costumava tratar de tal temática seguindo a tática do silêncio, visando a proteção de seus interesses. A opinião publica em muitos casos se omitia em tal debate, uma vez que tal instancia também era controlada pela elite conservadora.

Entretanto, as conjunturas econômicas internacionais levavam o Brasil para o caminho da abolição, seja em nome de uma intelectualidade liberal, seja pela probabilidade de uma agitação social. Por volta de 1870 essas discussões sobre a abolição já se manifestava de forma notável. Intelectuais, profissionais liberais, comerciantes organizavam-se para debater as formas de tencionar o Estado para uma possível abolição.

O exercito também se manifestou como uma ferramenta muito eximia no contexto da emancipação dos escravos no Brasil, principalmente os que participaram da Guerra do Paraguai (grande maioria negros) que ao voltarem da guerra, queriam a sua liberdade, a outrora prometida, como condição prometida pelo Estado.

Visando diminuir as pressões internas e externas(a Inglaterra tinha interesses na abolição), o governo imperial iniciou uma série de reformas, com o intuito de reduzir a escravidão:

-Lei do Ventre Livre (1871)- filhos de escravas nascidos a partir daquela data seriam considerados livres. Os seus efeitos foram reduzidos visto que o escravo ficaria sob a tutela do proprietário até os oito anos, cabendo a este o direito de explorar o trabalho do escravo até este completar 21 anos de idade.

-Lei dos Sexagenários/ Saraiva-Cotegipe (1885)- libertava os escravos com acima de 65 anos de idade. Esta lei ficou conhecida como "a gargalhada nacional". Primeiro pelo reduzido número de escravos libertados, uma vez que poucos atingiam tal idade; além disto, um escravo com mais de 65 anos representava um custo ao grande proprietário, não tendo condições alguma de trabalhar. Por fim, depois da libertação, o negro deveria dar mais três anos de trabalho ao senhor, como forma de indenização!!

-Lei Áurea (1888)- decretava, no dia 13 de maio, a libertação de todos os escravos no Brasil.

A abolição da escravidão no Brasil foi um duro golpe aos grandes proprietários de terras escravocratas, que passaram a combater a Monarquia. São os chamados "Republicanos de 13 de maio".

O SIGNIFICADO DA ABOLIÇÃO


A abolição dos escravos negros foi pensada e promovida principalmente pelos brancos mais ilustrados, que viam nela uma forma de se libertarem do peso que a escravidão representava para as atividades econômicas mais dinâmicas.

Com a abolição abriu um espaço muito grande para o investimento econômico na indústria, principalmente coma compra de novas máquinas e construção de ferrovias. No entanto, o processo de abolição era irreversível, se analisarmos, com uma abordagem a conjuntura econômica internacional, pois a escravidão se constituía como um obstáculo às novas condições do jogo econômico mundial.


Quando o fato realmente aconteceu o que aconteceu com a população negra do Brasil?

Os ex-escravos foram jogados a própria sorte, pois essas populações não encontraram nem se quer um pedaço de terra ou uma ocupação para se manterem, jogados a uma condição de miserabilidade e marginalidade. De um modo geral, os antigos escravos não foram integrados no mundo de consumo e baseado no trabalho assalariado, mas como incorporar o ex-escravo no mercado de trabalho, se ainda prevalecia um racismo tão arraigado na sociedade brasileira? O que poderíamos esperar dos salários que os empregadores contemplavam a população negra e agora miserável?





EXERCICIOS:

01) Observe o texto a seguir. Ele é um trecho de um samba enredo da GRES Estação Primeira de Mangueira no ano de 1988.

“Será... Que já raiou a liberdade
Ou se foi tudo ilusão
Será...
Que a lei Áurea tão sonhada
A tanto tempo imaginada
Não foi o fim da escravidão
Hoje dentro da realidade
Onde está a liberdade
Onde está que ninguém viu
Moço...
Não se esqueça que o negro também construiu
As riquezas do nosso Brasil
Pergunte ao criador
Quem pintou esta aquarela
Livre do açoite da senzala
Preso na miséria da favela”
(Hélio Turco, Jurandir e Alvinho)

Este samba tem como enredo a abolição da escravatura, que ocorreu no ano de 1888, através de um decreto assinado pela princesa regente Isabel. Que aspecto deste evento é abordado pela composição.

a) Falando especificamente do fim da escravidão, os autores apontam o processo de inserção deste ex-escravo na sociedade brasileira da época;
b) Os autores privilegiaram o fato de que, na maioria dos casos, os ex-escravos permaneceram nos campos transformando-se em camponeses empobrecidos;
c) Os autores apontam para o fato de que após a abolição os ex-escravos foram absorvidos pela nascente indústria brasileira, que se concentrava principalmente no Rio de Janeiro, último reduto da escravidão no Brasil;
d) O samba levanta a questão de que a abolição da escravatura não foi capaz de inserir o ex-escravo na sociedade brasileira, fazendo com que a maioria acabasse vivendo na mais absoluta miséria;
e) Os autores apontam para duas direções. Uma é aquela que acredita que a abolição foi um ato Humanitário e a outra aponta na direção de que a abolição foi um ato político;


02) As Leis Abolicionistas, a partir de 1850, podem ser consideradas como o nível político da crise geral da escravidão no Brasil, porque:

a) a Lei Eusébio de Queiroz (1850) proibiu o tráfico quando a necessidade de escravos já era declinante, face à crise da lavoura.
b) o sucesso das experiências de parceria acelerou a emancipação dos escravos, crescendo um mercado de mão-de-obra livre no país.
c) a Lei do Ventre Livre (1871) representou uma vitória expressiva do movimento abolicionista, tornando irreversível o fim da escravidão.
d) as sucessivas leis emancipacionistas foram paralelas à progressiva substituição do trabalho escravo por homens livres.
e) a Lei Áurea, iniciativa da própria Coroa, visava a garantir a estabilidade e o apoio dos setores rurais ao Império.


03) Nas atas dos debates parlamentares e nos jornais brasileiros da década de 1850, encontram-se muitas referências, positivas ou negativas, à Inglaterra. Estas últimas, em geral, devem-se à irritação provocada em setores da sociedade brasileira por pressões exercidas pelo governo inglês para:

a) diminuir gradativamente a utilização de escravos na agricultura de exportação.
b) dar ao protestantismo o mesmo status de religião oficial que tinha o catolicismo.
c) impedir o julgamento por tribunais brasileiros de um oficial inglês que assassinou um cidadão brasileiro.
d) a extinção do tráfico de escravos, tendo seus objetivos sido alcançados em 1850.
e) subordinar a política externa brasileira a interesses Ingleses na África a na Ásia.

04) A importância da Lei Eusébio de Queiróz (1850), no contexto do processo de abolição da escravatura, esta no fato de ter:

a) declarada extinto o tráfico de africanos, estipulando penas para seus infratores
b) concedido liberdade a todos os escravos que participaram da Praieira (1848);
c) permitido a repressão dos traficantes de escravos por navios da marinha portuguesa.
d) libertado os escravos que fossem maiores de 60 anos de idade; e) acabado com a venda em separado de casais africanos em leilões públicos.

05) Sobre a proibição do tráfico negreiro para o Brasil, é correto afirmar:

a) As pressões inglesas sobre o governo brasileiro para extinguir o tráfico de africanos permeararn as relações entre Inglaterra e Brasil no decorrer do Segundo Reinado, tendo por auge o rompimento das relações diplomáticas na chamada Questão Christie.
b) As pressões inglesas pela extinção do tráfico de escravos foram apoiadas pela Igreja Católica, interessada em reduzir a influência africana na religiosidade popular brasileira e estabelecer sua hegemonia espiritual na América.
c) As pressões inglesas obrigaram o governo brasileiro a negociar com a potência européia um prazo para a extinção do tráfico. Vencido este prazo, em 1831 era promulgada uma primeira lei que proibia o tráfico de africanos para o Brasil.
d) As pressões inglesas pela extinção do tráfico de escravos foram apoiadas pela população que, influenciada pelas idéias liberais, estava ansiosa para acabar com a escravidão no Brasil.
e) As pressões inglesas foram prontamente aceitas pelo governo brasileiro que, para obter o reconhecimento da Independência pela Inglaterra, proibiu o tráfico de africanos para o Brasil em 1823.

06) Em sua obra O Abolicionismo, Joaquim Nabuco afirma:
“Para nós a raça negra é um elemento de considerável importancia nacional, estreitamente ligada por infinitas relações orgânicas a nossa constituição, parte integrante do povo brasileiro. Por outro lado, a emancipação não significa tão somente o termo da injustiça de que o escravo é martir, ma stambém a eliminação simultânea dos dois tipos contrarios e no fundo os mesmos: os escravos e o senhor”

Em relação à condição do negro na sociedade brasileira, é correto afirmar que:

a)A abolição representou uma perda total da mão-de-obra pelos antigos senhores.
b) O fim da escravidão possibilitou ao negro liberto a integração no mercado de trabalho e o livre acesso à terra.
c) As sociedades Libertadoras tinham como objetivo principal promover a integração do ex-escravo na sociedade, garantindo-lhe os direitos de cidadania.
d) A diferença entre o processo abolucionista ocorrido nos EUA e o ocorrido no Brasil foi a ausência de preconceito racial em nosso país.
e) O Negro livre permaneceu à margem do universo cultural estabelecido por uma sociedade regida pelo branco e continuou sujeito ao preconceito e a novos mecansimos de controle social.

07) A Inglaterra atuou a favor do Brasil para a obtenção do reconhecimento de sua independência, mas exigiu a extinção:

a) dos contratos comerciais com os países da Santa Aliança.
b) do Trafico negreiro.
c) da escravatura.
d) do Pacto Colonial.
e) do acordo comercial de 1810.

08) 4 A Guerra do Paraguai interferiu significativamente nos destinos do Império Brasileiro, porque:

a) reforçou o apoio militar, sobretudo do exército, ao governo imperial.
b) equilibrou as finanças internas, graças aos territórios anexados após o conflito.
c) reduziu o endividamento e a dependência externa em relação à Inglaterra.
d) acelerou o fim da escravidão, expondo as mazelas dessa instituição e o arcaísmo do governo e acentuando a fragilidade de nossa economia.
e) diminuiu a influência brasileira no Prata, graças ao regime democrático e progressista instalado no Paraguai após a guerra.


09) O processo de ruptura de pacto colonial assumiu dimensão definitiva por ocasião das mudanças ocorridas quando da Era Napoleônica.
Os interesses colonialistas sofreram contestações e o ideário da Revolução Francesa influiu decisivamente nos movimentos políticos ocorridos no interior das colônias americanas. No Brasil, este processo reflete-se em ações que resultam na independência de 1822, precedida de movimentos, como o da Revolução Pernambucana de 1817, que visavam ao rompimento com a metrópole.

Esta questão diz respeito à Revolução de1817.

0 - 0 O período que antecedeu 1817 caracterizou-se por uma fase de recessão do açúcar e do algodão no mercado internacional
1 - 1 Os religiosos locais condenaram o movimento, ajudando governo a elaborar a Lei Orgânica.
2 - 2  Este movimento teve um caráter nitidamente popular, com a participação de sapateiros, escravos, soldados e vários alfaiates – motivo pelo qual ficou também conhecido como revolta dos alfaiates, além de padres, médicos e advogados.
3 - 3 A Revolução de 1817 foi vitoriosa em várias províncias, na Paraíba, no Rio Grande do Norte, no Ceará, na Bahia e no Maranhão.
4 - 4 No início do século XIX, a Revolução Pernambucana de 1817, esteve articulada ideologicamente aos movimentos de liberdade e independência vindos da Europa e da América.


10) Para os que estudam a história pernambucana é muito importante dar atenção maior ao período em que os holandeses conquistaram, dominaram e foram expulsos do território pernambucano, embora este período tenha durado apenas 24 anos, de 1630 a 1654.
MELO, JOSÉ ANTÔNIO GONÇALVES DE DOIS RELATOS HOLANDESES REVISTA DO ARQUIVO PÚBLICO ANO IV, N (VI. PÁGS. 589/681).

0 - 0 A invasão holandese ocorrida no Brasil teve razões políticas e econômicas relacionadas diretamente com disputas entre Holanda e Espanha.
1 - 1 A Companhia das Índias Ocidentais e Nassau determinaram o culto exclusivo do Calvinismo.
2 - 2 Não houve resistência em momento algum a este domínio, pois os invasores ofereceram aos senhores de engenho grandes vantagens.
3 - 3 O interesse dos holandeses em ocupar áreas no Brasil está relacionado com a conquista territorial de ponto estratégico, visando quebrar o monopólio da rota da prata
4 - 4 O movimento da Insurreição Pernambucana reuniu diversos setores sociais descontentes com o invasor.
 

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