Do livro Didático
Publicado em 24.12.2006
A questão do livro didático é da maior importância nos dias de hoje, em que a difusão do ensino se estende a todos os recantos do Estado e as mais diversas camadas da sociedade. Passou o tempo do ensino elitista, dedicado à formação dos futuros dirigentes do País, e voltado para os filhos de ricos e remediados que viam na educação uma das formas de manutenção e de ascensão na classe social a que pertenciam.
Naturalmente que, para a expansão do ensino fundamental, teve que haver uma transformação na qualidade do ensino e nos métodos empregados. Por isso há uma grande diferença entre os textos didáticos elaborados na década de 20 do século passado, com excesso de memorização, e naqueles elaborados nos anos 30 e 40, bem mais explicativos. Seria uma espécie de confronto entre Veiga Cabral e Aroldo de Azevedo. E, naturalmente, com a evolução no sistema de transportes e comunicações, a divulgação sistemática dos conhecimentos científicos se aprofundou e se transformou.
A sede de informações e a má preparação de uma minoria de professores levou ao aparecimento de livros didáticos que são verdadeiros almanaques, reproduzindo nomes de cidades, de rios e de montanhas, e determinando superfícies e populações, acompanhados do que chamam de livro do professor, no qual o autor se esmera em apontar fatos ocorridos no livro, dizendo como o autor deve resolvê-lo, quando a atitude do autor deveria ser bem diversa, indicando no livro do professor o que deve ser lido pelo mestre e não pelos alunos, as linhas gerais a respeito da área estudada. Assim, em uma geografia de Pernambuco, o livro do mestre, respeitando a dignidade profissional do escritor, deve e pode escrever um texto sobre a evolução do pensamento geográfico no século 20 no plano nacional e internacional, destacando trabalhos de Agamenon Magalhães, de Josué de Castro, de Gilberto Freyre e mesmo textos literários de Mario Sette e de Joaquim Pessoa Guerra, crônicas de Mario Melo e de Pereira da Costa, para seguir com descrições sobre problemas do Estado, sobre a Zona da Mata e a indústria canavieira, sobre o Agreste e a evolução da pecuária e da cultura do algodão, e dos Sertões Setentrional e do São Francisco, abordando problemas ligados à seca e a evolução da agricultura irrigada.
Para efeito de comparação, em um livro sobre a Paraíba, Estado irmão e vizinho, antes de chegarmos à contribuição dos geógrafos atuais, como Janete Rodriguez, Emilia Moreira e Sérgio Tavares, o livro do professor deve enfocar ao lado de textos desses autores também textos de José Américo de Almeida, autor de A Paraíba e seus problemas entre outros títulos, textos de Irineu Pinto, de Irineu Joffely, de Celso Mariz – que, embora não sejam comprometidamente geográficos, são de forte conteúdo geográfico. Isso sem esquecer dos livros do José Lins do Rego.
E há uma rica lista de assuntos que podem ser abordados em trechos curtos e como leituras complementares como as cheias de Paraíba, a importância geoeconômica da cana-de-açúcar no Vale do Paraíba, as secas no Sertão, o crescimento extraordinário de cidades como Campina Grande, a importância geoeconômica do Brejo da Areia e a singularidade de João Pessoa como centro administrativo, político e hoje cultural.
O mesmo aconteceu com Alagoas, que chamamos em certa ocasião de “o filé do Nordeste”, com sua extensa e importante Região da Mata, suas usinas de açúcar, a presença do São Francisco em sua porção meridional e o grande trabalho realizado no início do século 20 pela figura do pioneiro e industrial Delmiro Gouveia.
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Do livro Didático
Publicado em 24.12.2006
A questão do livro didático é da maior importância nos dias de hoje, em que a difusão do ensino se estende a todos os recantos do Estado e as mais diversas camadas da sociedade. Passou o tempo do ensino elitista, dedicado à formação dos futuros dirigentes do País, e voltado para os filhos de ricos e remediados que viam na educação uma das formas de manutenção e de ascensão na classe social a que pertenciam.
Naturalmente que, para a expansão do ensino fundamental, teve que haver uma transformação na qualidade do ensino e nos métodos empregados. Por isso há uma grande diferença entre os textos didáticos elaborados na década de 20 do século passado, com excesso de memorização, e naqueles elaborados nos anos 30 e 40, bem mais explicativos. Seria uma espécie de confronto entre Veiga Cabral e Aroldo de Azevedo. E, naturalmente, com a evolução no sistema de transportes e comunicações, a divulgação sistemática dos conhecimentos científicos se aprofundou e se transformou.
A sede de informações e a má preparação de uma minoria de professores levou ao aparecimento de livros didáticos que são verdadeiros almanaques, reproduzindo nomes de cidades, de rios e de montanhas, e determinando superfícies e populações, acompanhados do que chamam de livro do professor, no qual o autor se esmera em apontar fatos ocorridos no livro, dizendo como o autor deve resolvê-lo, quando a atitude do autor deveria ser bem diversa, indicando no livro do professor o que deve ser lido pelo mestre e não pelos alunos, as linhas gerais a respeito da área estudada. Assim, em uma geografia de Pernambuco, o livro do mestre, respeitando a dignidade profissional do escritor, deve e pode escrever um texto sobre a evolução do pensamento geográfico no século 20 no plano nacional e internacional, destacando trabalhos de Agamenon Magalhães, de Josué de Castro, de Gilberto Freyre e mesmo textos literários de Mario Sette e de Joaquim Pessoa Guerra, crônicas de Mario Melo e de Pereira da Costa, para seguir com descrições sobre problemas do Estado, sobre a Zona da Mata e a indústria canavieira, sobre o Agreste e a evolução da pecuária e da cultura do algodão, e dos Sertões Setentrional e do São Francisco, abordando problemas ligados à seca e a evolução da agricultura irrigada.
Para efeito de comparação, em um livro sobre a Paraíba, Estado irmão e vizinho, antes de chegarmos à contribuição dos geógrafos atuais, como Janete Rodriguez, Emilia Moreira e Sérgio Tavares, o livro do professor deve enfocar ao lado de textos desses autores também textos de José Américo de Almeida, autor de A Paraíba e seus problemas entre outros títulos, textos de Irineu Pinto, de Irineu Joffely, de Celso Mariz – que, embora não sejam comprometidamente geográficos, são de forte conteúdo geográfico. Isso sem esquecer dos livros do José Lins do Rego.
E há uma rica lista de assuntos que podem ser abordados em trechos curtos e como leituras complementares como as cheias de Paraíba, a importância geoeconômica da cana-de-açúcar no Vale do Paraíba, as secas no Sertão, o crescimento extraordinário de cidades como Campina Grande, a importância geoeconômica do Brejo da Areia e a singularidade de João Pessoa como centro administrativo, político e hoje cultural.
O mesmo aconteceu com Alagoas, que chamamos em certa ocasião de “o filé do Nordeste”, com sua extensa e importante Região da Mata, suas usinas de açúcar, a presença do São Francisco em sua porção meridional e o grande trabalho realizado no início do século 20 pela figura do pioneiro e industrial Delmiro Gouveia.
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