sábado, agosto 25, 2012

25 de Agosto: Renúncia do Presidente Jânio Quadros.


Alegando que a presença de "Forças Ocultas" tornou seu governo impraticável, o presidente da república, Jânio Quadros no ano de 1961 renuncia a chefia do Poder Executivo Federal, protagonizando um dos fatos mais curiosos da história política do Brasil.

Natural de Mato Grosso do Sul, Jânio Quadros teve uma carreira política efêmera, mas significativa. Em 12 anos de vida pública foi vereador, deputado estadual e governador em São Paulo, foi deputado federal pelo estado do Paraná e logo após chegou a presidência da república. Nessa trajetória conseguiu firmar e romper grandes alianças, tornando-se um político pouco confiável em relação aos seus pares.

Na campanha presidencial, Jânio Quadros utilizava como símbolo uma vassoura, pois o mesmo pretendia varrer a corrupção nas instituições públicas brasileiras. Nas eleições, Jânio fazia campanha com um Jingle que tinha a seguinte letra: "varre, varre, vassourinha".

Vitorioso nas eleições, Jânio conseguiu apoio de importantes setores sociais, já que a capacidade de articulação sempre foi uma das suas principais virtudes. Seu discurso detinha um forte teor populista e era voltado, tanto para a classe média, quanto para o proletariado. Sem dúvidas, o seu governo criou uma grande expectativa para a população brasileira em geral.

Entretanto, o presidente tinha uma personalidade muito forte e a sua conduta, ora o legitimava como um líder popular e democrático, ora o tornava um autêntico político conservador.  Em pleno contexto da Guerra Fria, Jânio Quadros proibiu o uso de biquínis nas praias cariocas, as brigas de galos e o uso de lança-perfume, mas também ofereceu condecorações ao guerrilheiro argentino, Ernesto Che Guevara e ao cosmonauta soviético Yuri Gagarin, além de articular a visita do  governante cubano, Fidel Castro ao Brasil, atitudes que deixaram os setores conservadores e o governo norte-americano irritados. 

Jânio Quadros se definia como um anticomunista, mas aproximou o Brasil com a União Soviética e a China. De fato foi um político intrigante, contraditório e curioso. Não era rico, não tinha padrinhos políticos, não controlava jornais ou agências de notícias e nem era ligado aos grandes grupos empresariais, mas conseguiu representar a promessa de revolução pela qual o povo ansiava. E algumas condutas como, aplicar talco no terno para simbolizar caspas e comer pão com mortadela nos comícios, contribuíram para que essa identidade popular fosse construída.

Nas relações institucionais, Jânio nunca teve uma relação boa com o Congresso Nacional. Em boa parte de seu curto mandato, ficou isolado politicamente e se tornou um alvo fácil para os setores conservadores que, inconformados com as atitudes do presidente, não pouparam esforços para engessar os projetos do Executivo Federal.

E foram essas "Forças Ocultas" que fizeram Jânio Quadros apresentar a renúncia presidencial ao Congresso Federal. Na verdade, o presidente tinha a pretensão de gerar uma grande comoção popular e garantir um mandato forte. Mas os seus objetivos foram frustados, pois a população se manteve indiferente ao caso e o Legislativo acatou a renuncia de imediato. E assim, o vice-presidente João Goulart assumiu a chefia do Executivo Federal. A partir daí, os militares passaram a se organizar e, apoiados pela Casa Branca, passaram a potencializar um projeto político para o Brasil que culminou no Golpe Militar de 1964.

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Alegando que a presença de "Forças Ocultas" tornou seu governo impraticável, o presidente da república, Jânio Quadros no ano de 1961 renuncia a chefia do Poder Executivo Federal, protagonizando um dos fatos mais curiosos da história política do Brasil.

Natural de Mato Grosso do Sul, Jânio Quadros teve uma carreira política efêmera, mas significativa. Em 12 anos de vida pública foi vereador, deputado estadual e governador em São Paulo, foi deputado federal pelo estado do Paraná e logo após chegou a presidência da república. Nessa trajetória conseguiu firmar e romper grandes alianças, tornando-se um político pouco confiável em relação aos seus pares.

Na campanha presidencial, Jânio Quadros utilizava como símbolo uma vassoura, pois o mesmo pretendia varrer a corrupção nas instituições públicas brasileiras. Nas eleições, Jânio fazia campanha com um Jingle que tinha a seguinte letra: "varre, varre, vassourinha".

Vitorioso nas eleições, Jânio conseguiu apoio de importantes setores sociais, já que a capacidade de articulação sempre foi uma das suas principais virtudes. Seu discurso detinha um forte teor populista e era voltado, tanto para a classe média, quanto para o proletariado. Sem dúvidas, o seu governo criou uma grande expectativa para a população brasileira em geral.

Entretanto, o presidente tinha uma personalidade muito forte e a sua conduta, ora o legitimava como um líder popular e democrático, ora o tornava um autêntico político conservador.  Em pleno contexto da Guerra Fria, Jânio Quadros proibiu o uso de biquínis nas praias cariocas, as brigas de galos e o uso de lança-perfume, mas também ofereceu condecorações ao guerrilheiro argentino, Ernesto Che Guevara e ao cosmonauta soviético Yuri Gagarin, além de articular a visita do  governante cubano, Fidel Castro ao Brasil, atitudes que deixaram os setores conservadores e o governo norte-americano irritados. 

Jânio Quadros se definia como um anticomunista, mas aproximou o Brasil com a União Soviética e a China. De fato foi um político intrigante, contraditório e curioso. Não era rico, não tinha padrinhos políticos, não controlava jornais ou agências de notícias e nem era ligado aos grandes grupos empresariais, mas conseguiu representar a promessa de revolução pela qual o povo ansiava. E algumas condutas como, aplicar talco no terno para simbolizar caspas e comer pão com mortadela nos comícios, contribuíram para que essa identidade popular fosse construída.

Nas relações institucionais, Jânio nunca teve uma relação boa com o Congresso Nacional. Em boa parte de seu curto mandato, ficou isolado politicamente e se tornou um alvo fácil para os setores conservadores que, inconformados com as atitudes do presidente, não pouparam esforços para engessar os projetos do Executivo Federal.

E foram essas "Forças Ocultas" que fizeram Jânio Quadros apresentar a renúncia presidencial ao Congresso Federal. Na verdade, o presidente tinha a pretensão de gerar uma grande comoção popular e garantir um mandato forte. Mas os seus objetivos foram frustados, pois a população se manteve indiferente ao caso e o Legislativo acatou a renuncia de imediato. E assim, o vice-presidente João Goulart assumiu a chefia do Executivo Federal. A partir daí, os militares passaram a se organizar e, apoiados pela Casa Branca, passaram a potencializar um projeto político para o Brasil que culminou no Golpe Militar de 1964.

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