quinta-feira, setembro 29, 2011

29 de Setembro de 2011: 39 Anos da Morte de Helenira Rezende.

Em 1972 a estudante e militante do Partido Comunista do Brasil é morta pelo Exército na Guerrilha do Araguaia. Cercada, morre atirando e gritando: "Os companheiros me vingarão". Helenira Rezende está na lista dos 140 desaparecidos da Ditadira de 1964.

Helenira Rezende nasceu em São Paulo no dia 19 de Janeiro de 1944, estudou na USP e era filiada ao partido Comunista do Brasil (PCdoB). Na Universidade era conhecida pela grande liderança que exercia entre os estudantes. Em 1968, Helenira era Vice-Presidenta da União Nacional dos Estudantes e foi presa junto a 800 estudantes no famoso Congresso de Ibiúna (30º Congresso da UNE). Foi por meio do movimento estudantil que ela passou a viver intensamente a vida política do país.

Após outras prisões, Helenira Rezende passou muito tempo vivendo na clandestinidade, antes de ir para o Araguaia, com objetivos de participar da guerrilha revolucionária organizada pelo Partido Comunista. A sua coragem, despertou muito ódio nos militares, que desde a época dos protestos estudantis. E foi em 1972, quando estava com 28 anos que a marxista foi morta a golpes de baioneta, depois de metralhada nas pernas e torturada, ela foi enterrada na localidade de Oito Barraca.

Lenira para uns... Preta para os colegas da USP... Nira entre os familiares, Fátima para os companheiros do Araguaia... Helenira foi, acima de tudo, uma cidadã brasileira consciente de seus atos, que empunhou a bandeira da justiça e da liberdade, lutando obstinadamente até a morte.

Exercício de Sociologia - Cidadania e Subdesenvolvimento.

01. O principal documento que rege a necessidade a uma atitude cidadã nas sociedades modernas é:
a) A Constituição.
b) A Declaração universal dos Direitos Humanos.
c) A lei orgânica.
d) O Código Penal.
d) O código Civil.

02. “O cidadão é um individuo que tem consciência de seus direitos e deveres e participa ativamente de todas as questões da sociedade. Tudo que acontece no mundo acontece comigo...” (Herbert de Souza – Betinho) segundo a definição acima, podemos afirmar que:
a) O cidadão é o individuo que se omite frente ao debate político.
b) A prática da cidadania está ligada à defesa de interesses individuais.
c) A cidadania compreende a necessidade que as pessoas tem em participarem sempre visando o funcionamento da sociedade.
d) A cidadania é algo apenas restrito aos estudiosos e políticos.
e) O cidadão é aquele que vive em uma sociedade.

03. Sobre a idéia trabalhada sobre as concepções a respeito da cidadania é correto afirmar que:
a) È um tema que ganhou interesse filosófico devido a necessidade de se formular reflexões sobre a vida em sociedade.
b) A cidadania está ligada a vida dos homens nas cidades.
c) É um conceito ligado aos indivíduos capazes de viver em grandes centros urbanos.
d) È o conjunto de normas e regras que delimitam a vida do homem na sociedade.

04. Sobre a ideia de Cidadania Ativa é correto afirmar que:
a) O cidadão ativo é aquele que busca viver a sua vida individual, sem causar problemas para outras pessoas.
b) Corresponde a atitudes individuais com objetivos de reduzir os índices de violência.
c) É quando participamos diretamente nos debates de interesses sociais, cobrando e propondo soluções para o convívio social.
d) Não tem nenhuma relação com a vida política das sociedades.

05. Segundo Aristóteles, "na cidade com o melhor conjunto de normas e naquela dotada de homens absolutamente justos, os cidadãos não devem viver uma vida de trabalho trivial ou de negócios — esses tipos de vida são desprezíveis e incompatíveis com as qualidades morais —, tampouco devem ser agricultores os aspirantes à cidadania, pois o lazer é indispensável ao desenvolvimento das qualidades morais e à prática das atividades políticas". (VAN ACKER, T. Grécia. A vida cotidiana na cidade-Estado. São Paulo: Atual, 1994).

O trecho, retirado da obra Política, de Aristóteles, permite compreender que a cidadania

a) possui uma dimensão histórica que deve ser criticada, pois é condenável que os políticos de qualquer época fiquem entregues à ociosidade, enquanto o resto dos cidadãos tem de trabalhar.
b) era entendida como uma dignidade própria dos grupos sociais superiores, fruto de uma concepção política profundamente hierarquizada da sociedade.
c) estava vinculada, na Grécia Antiga, a uma percepção política democrática, que levava todos os habitantes da pólis a participarem da vida cívica.
d) tinha profundas conexões com a justiça, razão pela qual o tempo livre dos cidadãos deveria ser dedicado às atividades vinculadas aos tribunais.
e) vivida pelos atenienses era, de fato, restrita àqueles que se dedicavam à política e que tinham tempo para resolver os problemas da cidade.

06. A nova ordem mundial pode ser definida como multipolar porque existem vários pólos ou centros de poder mundiais e uma grande divisão que separa as nações desenvolvidas das subdesenvolvidas. Quanto a este assunto, marque a alternativa incorreta.

a) As nações subdesenvolvidas são caracterizadas pela alta dependência tecnológica.
b) Problemas sociais em áreas como a América Latina mostra como o subdesenvolvimento tem raízes históricas, principalmente no que diz respeito as formas de colonização.
c) Os países ricos qie são industrializados e maiores consumidores do planeta, têm vantagens sobre os países pobres.
d) Na Geopolítica atual podemos fazer uma referência da relação desenvolvimento/subdesenvolvimento a partir dos países dos hemisférios norte e sul.
e) São nas sociedades subdesenvolvidas que encontramos maior ocorrência de políticas de combate à corrupção nas instituições públicas.

07. No pós-Guerra, difundiu-se o uso de uma classificação, em que os diversos países foram divididos formando o Primeiro, o Segundo e o Terceiro Mundos. Nesse contexto, os países denominados de Terceiro Mundo são:
a) Países dotados de uma alta renda per capita.
b) Nações que tem grande parte da sua economia controlada por empresas multinacionais com centros de decisão fora do país.
c) Países dotados de um grande teor capitalista e relações sociais típicas de sociedades industrializadas.
d) Nações com governos populistas de ideologia socialista.
e) Nações dotadas de grande índice de desenvolvimento social, mesmo com uma má distribuição da propriedade da terra e de renda.

08. De acordo com a teoria Neoliberal, o subdesenvolvimento está ligado a idéia de que o desenvolvimento é um processo gradual, que obedece a diferentes etapas e estratégias."Seus defensores definem o subdesenvolvimento como um estágio ou fase anterior ao desenvolvimento.
De acordo com o conhecimento que você acumulou a respeito desse assunto, a teoria acima está correta?
a) Sim, porque subdesenvolvimento significa um estágio essencial de um processo evolutivo que culminará necessariamente num quadro de desenvolvimento.
b) Não, porque subdesenvolvimento não é um estágio essencial de um processo evolutivo que culminará necessariamente num quadro de desenvolvimento.
c) Sim, porque não há contradição entre a realidade do desenvolvimento e a do subdesenvolvimento.
d) Não, porque toda humanidade, no passado, foi subdesenvolvida, e o desenvolvimento ou "processo" é uma coisa normal, que acontece naturalmente com o passar do tempo.
e) Sim, porque toda a humanidade, no passado, foi subdesenvolvida, e o desenvolvimento ou "processo" é uma coisa normal, que acontece naturalmente com o passar do tempo.

09. Os Países Subdesenvolvidos recentemente industrializados como: Brasil, México, Argentina, Índia, etc., nos dias atuais apresentam um certo crescimento econômico em seus PIBs, no entanto passaram a:
I. melhorar profundamente as desigualdades sociais e econômicas em seus territórios;
II. depender das grandes potências mundiais através do FMI, BIRD e das multinacionais que controlam a indústria, comércio e capital financeiro nestes países subdesenvolvidos;
III. depender de tecnologia e endividaram-se externamente;
IV. Melhorar a distribuição da renda entre as diferentes camadas sociais.
A resposta incorreta é:
a) I, II e III;
b) II, III e IV;
c) II e III;
d) I e IV;
e) I, III e IV.

10. Sobre a ideia a respeito das sociedades subdesenvolvidas, assinale a alternativa incorreta:
a) Os países do Terceiro Mundo são subdesenvolvidos, não por razões naturais - pela força das coisas - mas por razões históricas - pela força das circunstâncias.
b) Na verdade, o subdesenvolvimento não é a ausência de desenvolvimento, mas o produto de um tipo universal de desenvolvimento mal conduzido.
c) O subdesenvolvimento é o produto da má utilização dos recursos naturais e humanos realizada de forma a não conduzir à expansão econômica e a impedir as mudanças sociais indispensáveis ao processo da integração dos grupos humanos subdesenvolvidos dentro de um sistema econômico integrado.
d) As nações subdesenvolvidas estão inseridas em um alto grau de desigualde social e economica, ligado a uma conjuntura mundial que divide notoriamente o mundo em dois mundos diferentes: o mundos dos ricos e o mundo dos pobres, o mundo dos países bem desenvolvidos e industrializados e o mundo dos países proletários e subdesenvolvidos.
e) Um dos fatores mais constantes e efetivos nesses países está ligado a presença de um Estado forte e provedor de serviços públicos de qualidade para a população.

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quarta-feira, setembro 28, 2011

Museu Contará História das Lutas Camponesas no Nordeste.


O município de Sapé, localizado no estado da Paraíba, ganhará um Museu Histórico das Lutas Camponesas no Nordeste. O centro de memória funcionará na casa e no terreno onde viveu João Pedro Teixeira, líder das Ligas Camponesas na Paraíba assassinado no dia 2 de abril de 1962.

Na sexta-feira passada (23), integrantes da organização não-governamental Memorial das Ligas Camponesas se reuniram com Paulo Maldos, secretário de Articulação Social da Secretaria-Geral da Presidência da República, para discutir o projeto do memorial.

De acordo com Luiz Damázio de Lima, presidente da ONG Memorial das Ligas Camponesas, a ideia é que Paulo Maldos "faça a ponte com Brasília para a implantação do projeto de Memorial e consiga recursos para a execução”. Segundo ele, a intenção é restaurar a casa onde morou João Pedro Teixeira e lá construir um museu com informações das lutas camponesas no Nordeste.

"Vamos fazer um museu para o resgate da história de João Pedro Teixeira e das lutas pós-João Pedro”, afirma, lembrando que 15 anos depois da morte do líder, reiniciou-se a luta por terra na região. Segundo ele, hoje, o estado da Paraíba possui cerca de 270 assentamentos.

A concretização do Museu Histórico das Lutas Camponesas está cada vez mais próxima. No início deste mês, o Governo do Estado da Paraíba publicou um decreto no Diário Oficial em que declara de utilidade pública mais 2,27 hectares de terras do Sítio Antas do Sono, no povoado de Barra de Antas, em Sapé. Em julho passado, o governo já havia declarado de utilidade pública 4,83 hectares do local.

Além do museu, Luiz Damázio comenta que a intenção é utilizar o terreno para também construir um centro de formação para os agricultores, com área para lazer, comercialização e unidades produtoras baseadas no sistema agroecológico.

A meta, segundo ele, é que pelo menos o museu esteja pronto no dia 2 de abril de 2012, data de celebração dos 50 anos do assassinato de João Pedro Teixeira. "Esse projeto é importante para os agricultores porque resgata a história de um cidadão que deu sua vida pela luta pela melhoria de vida das pessoas. A ideia é dar um rumo melhor à vida dos agricultores e fortalecer a luta deles. Esperamos que esse memorial seja um centro de referência não só no Nordeste, mas também nacional e até internacional”, comenta.

Ligas Camponesas: As Ligas Camponesas foram associações de trabalhadores rurais formadas em Pernambuco e, depois, em estados como Paraíba, Rio de Janeiro e Goiás. Iniciaram em 1955 e se estenderam até 1964 com o objetivo de lutar pela reforma agrária e pela posse de terra. Na Paraíba, destacou-se o núcleo de Sapé, com mais de 10 mil integrantes liderados por João Pedro Teixeira, que foi assassinado no dia 2 de abril de 1962.

Informações acesse: http://ligascamponesas.blogspot.com/
Fonte: Adital

sábado, setembro 24, 2011

Elogiando as Utopias & Cortejando o Absurdo - Gramsci.



"O Estado é a organização económico-política da classe burguesa. O Estado é a classe burguesa na sua concreta força atual".

"Marx significa a entrada da inteligência na história da humanidade, significa o reino da consciência".

(Antonio Gramsci).




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Download:O Que é Educação?


BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é Educação.
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terça-feira, setembro 20, 2011

Reflexões Sobre os Valores Sociais.



Os valores sociais estão presentes em nossa vida cotidiana, seja nos nossos comportamentos e atitudes, como também, eles estão presentes nas instituições sociais que formam a sociedade. Esses valores são indicam de forma direta ou indireta, as nossas limitações éticas dentro do convívio social. Assim, para entendermos a consciência social dos homens, torna-se necessário nos debruçarmos sobre algumas reflexões a respeito da ética e da axiologia, visando uma sistematização coerente das ideias e definições que paíram sobre a temática abordada.

Nesse contexto, é valido salientar que diante dessa abordagem, precisamos tornar explícito (por mais que seja uma concepção óbvia) os seguintes pressupostos:

a) O homem é um ser cultural que possui a capacidade de transformar a natureza, de acordo com as suas vontades e necessidades.

b) O homem é um ser moral. Se ele é um ser-no-mundo, também só se realiza na coexistência, no encontro com o outro. E nesta convivência, nesta coexistência, naturalmente têm que existri regras que coordenem e equilibrem esta relação. (TELES, p. 23).

Diante dessas afirmativas, podemos entender que, desde nosso nascimento, somos envolvidos em uma esfera cultural que atribuiu a nossa existência, uma concepção ética. E que por sua vez, nos guia para uma vida orientada por normatizações ou ordenamentos fictícios que restríngem o nosso estado de liberdade natural. A sociedade criada pelos primeiros grupos humanos conseguiu criar uma consciência coletiva na humanidade, fazendo com que a vida, não tenha sentido, apenas na concepção do ser, mas também pela coexistência junto ao "outro".

Ora, podemos avaliar o que foi afirmado, se pararmos para analisar o fato de que, ao praticarmos alguma atitude ou quando transgredimos algum padrão, nosso comportamento será passível de julgamentos provenientes de outras pessoas. É dessa maneira qua a vida passa a ter o seu sentido social. O indivíduo quando vive em sociedade, torna-se parte dela, assim, todos os valores sociais vão influenciá-lo diretamente ou indiretamente.

Embora essa concepção seja tão clara e trabalhada pelos filósofos antigos, somente no século XIX que o estudo dos valores foi considerada uma disciplina filosófica, haja vista que, foi nesse período que passaram a surgir as primeiras reflexões sociológicas e axiológicas (do grego axios=valor) que abrdavam de maneira sistematizada e científica essa temática.

Diante disso, podemos assim dizer que os valores sociais estão presentes, tanto na esfera espacial, quanto na esfera temporal, são princípios éticos fundamentais que são dinâmicos, históricos e exteriores e impositivos aos homens.

Ora, estamos sempre fazendo juízos de nossa realidade, baseado nos valores que nos orientam e que foram atribuídos a nossa consciência por meio da cultura pelos padrões éticos e/ou jurídicos, entretanto, é nessa esfera dos valores que encontramos um outro conceito de singular relevância para aprofundarmos a presenre reflexão, a valoração.

A valoração é o ato de atribuirmos valores a algo. E são nossos valores sociais que orientam a nossa prática de valoração sobre todas as questões exteriores a nossa vida. Ou seja, a valoração é a experiência axiológica de um indivíduo, frente a uma situação concreta e essas dependem, diretamente do nosso sistema de crenças e valores. O ato de valorar é uma tarefa humana e coletiva que nunca termina, pois ele representa o nosso projeto coletivo de dotar sentido ao nosso mundo.
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sábado, setembro 17, 2011

Exercício de Sociologia - Educação e Sociedade.

01. A educação se configura como uma Instituição Social devido a:
1 – Ao fato de que todas as culturas sociais existem uma necessidade de transmissão das normas e valores para as gerações mais novas.
2 – A justificativa de uma preparação do indivíduo para o convívio em sociedade, como um cidadão.
3 – Ao fato de se instituir uma preocupação constante com a produção de novos métodos educacionais nas escolas.

a) Apenas a 1 está correta.
b) Apenas a 1 e a 3 estão corretas.
c) Apenas a 2 e a 3 estão corretas.
d) Apenas a 3 está Correta.
e) Apenas a 1 e a 2 estão corretas.

02. Sobre as funções ligadas a um sistema educacional, marque a alternativa incorreta:
a) A transmissão de valores culturais é uma das funções da educação como instituição social.
b) A educação também é uma promotora de mecanismos de controle social.
c) Uma das funções da educação é promover também a integração social dos indivíduos em sociedade.
d) Além de formar o cidadão, a educação acumula também a função de ser um elemento de transmissão dos conhecimentos formulados pela humanidade ao longo do tempo histórico.
e) Os sistemas educacionais buscam promover uma alienação do homem, em meio ao seu sistema social, emancipando-o dos mecanismos de controle social.

03. Sabe-se que os valores educacionais existentes nas sociedades medievais estavam ligados:
a) às universidades.
b) aos conventos e mosteiros católicos.
c) às escolas seculares.
d) aos enciclopedistas.
e) às grandes bibliotecas criadas pelos antigos.

04. Em uma hipotética família pobre, com cinco filhos, um deles consegue avançar nas diversas etapas dos estudos e graças à sua persistência, consegue cursar uma faculdade e posteriormente, devido a sua formação, consegue uma posição bem remunerada em uma suposta empresa pode ser um exemplo que a educação pode ser uma ferramenta estratégica para:
a) ampliação das relações sociais.
b) uma mobilidade social.
c) um elemento causador de diferenças na sociedade.
d) apenas a aquisição de melhores status sociais.
e) todas as alternativas estão corretas.

05. A chamada pedagogia da libertação que tinha como objetivo conscientizar politicamente por meio da educação as classes oprimidas para assim promover uma maior mudança social foi idealizada por:
a) João Ubaldo Ribeiro.
b) Paulo Freire.
c) Joaquim Nabuco.
d) Gilberto Freyre.
e) Manuel Bandeira.
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As Aventuras da Família Brasil - Luis Fernando Veríssimo.

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Coluna: Os Malvados.

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Edgar Vasques: Rango.

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quarta-feira, setembro 14, 2011

Astrônomos Descobrem Mais de 50 Exoplanetas.


Uma equipe internacional de astrônomos anunciou a descoberta de mais de 50 exoplanetas em órbita de estrelas próximas, entre os quais uma "super Terra", situada em uma zona "habitável", isto é, onde a água pode ser encontrada em estado líquido. Trata-se do maior grupo de novos exoplanetas anunciado simultaneamente, destacou nesta terça-feira (13), em um comunicado, o Observatório Europeu Austral (ESO).

Michel Mayor (Universidade de Genebra, Suíça), um dos descobridores do primeiro planeta extrassolar em 1995, chefiou a equipe que detectou esta nova série de planetas, graças ao espectrógrafo buscador de planetas HARPS (High Accuracy Radial Velocity Planetary Searcher), instalado no observatório de La Silla, no Chile. Estes resultados foram apresentados na segunda-feira, durante a conferência sobre sistemas solares extremos, realizada no Wyoming (Estados Unidos).

Esta última "coleta" do buscador HARPS inclui 16 "super Terras", ou seja, planetas com massa de uma a dez vezes a do nosso planeta. Uma dessas super Terras situa-se na zona habitável de sua estrela, onde a água pode se apresentar em estado líquido, portanto, propícia para o surgimento da vida como conhecemos.

Além disso, os cientistas destacaram que mais de 40% das estrelas similares ao Sol têm pelo menos um planeta de massa inferior à de Saturno (que tem massa entre 3 e 100 vezes a da Terra)."A série de descobertas, feitas graças ao HARPS supera todas as expectativas", disse Michel Mayor, entusiasmado porque o ritmo "se acelera".

Este renomado e eficiente instrumento já permitiu detectar 150 exoplanetas, dos quais duas super Terras potencialmente habitáveis: Gliese 581d, em 2007, e HD 85512b, agora. Este último exoplaneta se situa a 36 anos-luz da Terra (1 ano-luz = 9,46 trilhões de quilômetros). Desde 1995 mais de 670 exoplanetas foram descobertos por várias equipes de astrônomos.

Fonte: AFP

segunda-feira, setembro 12, 2011

O Panorama Econômico do Segundo Reinado no Brasil.

Podemos afirmar que a todas as bases econômicas da sociedade imperial brasileira, a partir de 1840 está diretamente ligada a plantação e exportação do café. Desde a crise da economia mineira, o Brasil, até então, não tinha uma firme que sustentasse o sistema colonial (que naquele momento, encontrava-se em crise) e posteriormente as primeiras décadas do império brasileiro. Entretanto, com o aumento das exportações do café, a sociedade brasileira passou a protagonizar um novo ciclo econômico que serviu como alicerce para profundas modificações no sistema vigente.

As lavouras de café tinham semelhanças às antigas lavouras de cana de açúcar, ou seja, se estruturavam sobre o latifúndio, era uma monocultura com finalidade de exportação e utilizava a mão-de-obra escrava africana. As grandes fazendas de café, localizavam-se inicialmente na região denominada de Vale do Paraíba, mas logo com o crescimento da demanda internacional pelo produto, essas lavouras expandiram-se para o Oeste paulista, de Campinas à Ribeirão Preto.

Pois bem, o cultivo do café, de fato era o principal item da pauta de exportação do Brasil, durante o império brasileiro, haja vista que, produtos como: açúcar, Algodão, Cacau, Borracha e Fumo, mesmo estando presente nas exportações brasileiras, a partir e 1840, não significaram tanto, quanto o café.

Mesmo com tantas semelhanças com o ciclo do açúcar do século XVI, é de grande valia ressaltar que: Os capitais utilizados para implementar a lavoura açúcareira foram gerados internamente, ao contrário do que ocorreu com a implantação da agricultura colonial que contou com capitais externos (DANTAS p. 134).

Segundo Celso Furtado:
Desde o começo, sua vanguarda (a dos cafeicultores) esteve formada por homens com experiência comercial. Em toda etapa de gestação, os interesses da produção e do comércio estiveram entrelaçados. A nova classe dirigente formou-se numa luta que se estende em uma frente ampla: aquisição de terras, recrutamento de mão-de-obra, organização e direção da produção, transporte interno, comercialização dos portos, contatos oficiais, interferências na política econômica e financeira.

E foi por esse caráter diferenciado na condução das exportações do café. Os barões, como eram chamados os grandes cafeicultores eram homens articulados políticamente, interessados em maior lucratividade e por isso, detinham grande interesse nas relações internacionais e no mercado mundial. Justamente por isso que, devido aos lucros obtidos com o café, vamos encontrar profundas modificações sociais e econômicas no Brasil, principalmente os primeiros investimentos industriais, a urbanização e o gradual processo de transformação da mão-de-obra escrava para o trabalho assalariado. As mudanças ocorridas no Brasil, durante o ciclo do café, foram motivadas por questões comerciais, haja vista, o caráter empreendedor dos barões do café.

De acordo com Schneeberger:
As exportacoes de café alteraram o tradicional comportamento de nossa balanca comercial: de deficitaria para superavitaria. Desta forma, acumulamos um bom volume de moedas estrangeiras, sobretudo libras esterlinas. A partir de 1861, durante tres decadas, o comercio externo foi extremamente favoravel ao Brasil. Em 1890, o saldo foi de 128 milhoes.
Diante disso, com esse saldo lucrativo, o investimento na infra-estrutura de algumas cidades brasileiras passaram a ser feitas, devido ao comercio do café. Assim, podemos destacar a modernização do porto de Santos, a construção de ferrovias e a busca por uma dinamização da economia, como elementos que demonstram o perfil empresarial e comercial dos fazendeiros paulistas.
Além disso, podemos destacar a "Tarifa Alves Branco" (1844) que elevava os direitos alfandegários do Brasil em relação aos produtos estrangeiros, aumentando a arrecadação do império e abrindo caminho para uma produção nacional, a Lei Eusébio de Queiróz (1850) que proibia o tráfico de escravo no Brasil, favorecendo uma gradual utilização da mão-de-obra livre e as plantações da café, como pilares importantes para um primeiro investimento no setor industrial no império brasileiro.

Contudo, tudo isso não passou de um mero "surto", haja vista que, os interesses ingleses de manter o Brasil como grande consumidor de seus produtos, dificultou o desenvolvimento da indústria brasileira nesse século. Nessa conjuntura, destaca-se o famoso Barão de Mauá, Irineu Evangelista de Sousa, que pela sua ousadia como empresário, investiu em diversos setores da economia urbana, como na produção de navios à vapor, estradas de ferro, comunicações telegráficas e bancos, mas, devido ás pressões (e sabotagens) inglesas seus negócios sucumbiram.

Enfim, o ciclo do café foi responsável por profundas modificações econômicas e sociais ocorridas no Brasil durante a segunda metade do século XIX, sendo responsável por um acúmulo de fatores que serão responsáveis pelo fim da escravidão e a modernização economica do país posteriormente.

BIBLIOGRAFIA
DANTAS, Flávio. Historia do Brasil.
FURTADO, Celso. Formação Econômica do Brasil.
KOSHIBA, Luiz. História do Brasil no Contexto da História Ocidental.
PRADO JR, Caio. História Econômica do Brasil.
SCHNEEBERGER, Carlos Alberto. História do Brasil - Teoria e Prática.

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domingo, setembro 11, 2011

11 de Setembro de 2011: 83 Anos da Lei Estadual 1.931.



A lei de número 1.931 datada no dia 11 de Setembro de 1928 é um ordenamento jurídico muito relevante para os historiadores pernambucanos, haja vista que, a citada lei foi responsável pela criação de um grande número de municípios dentro do estado.


De acordo com essa lei, foram criados os seguintes municípios: Agrestina, Aliança, Arcoverde, Angelim, Araripina, Belo Jardim, Cabrobó, Carpina, Catende, Custódia, Jurema, Maraial, Moreno, Moxotó, Orobó, Paulista, São Joaquim do Monte, São Vicente Férrer, Serrita, Surubim e Vertentes.

11 de Setembro de 2011: 10 Anos dos Ataques Terroristas aos Estados Unidos.

O que era mais um dia comum no cotidiano de qualquer cidadão, tornou-se um dos fatos históricos mais relevante para uma geração mais jovem. Há exatamente 10 anos, o mundo testemunhou os ataques terroristas ao Pentágono e as Torres Gêmeas, notaveis símbolos do "império" norte-americano. Foi um momento histórico, marcado por grande sensibilização mundial, uma vez que, para muitas pessoas, estava ficando explícito que a paz mundial estaria sendo abalada. Além disso, um novo personagem surgia na história, Osama Bin Laden, líder e fundador da Al Qaeda, organização terrorista responsável pelos ataques.

A imprensa não cansava de reproduzir diversas reportagens sobre as tantas explicações sobre esse fato que modificou profundamente a segurança mundial. Foi um momento onde vários valores e interesses se manifestaram, surgindo assim, um momento delicado para a diplomacia mundial, haja vista a quantidade de interpretações políticas proferidas pelas organizações mundiais, além da instabilidade provocada por uma série de intervenções militares que ocorreram após o 11 de Setembro.

Lembro que estava retornando de mais um dia de aula, quando me deparei com a notícia dos ataques terroristas aos Estados Unidos. Foi a primeira vez que entendi o que era viver em mundo globalizado. Me sentia muito próximo daquele fato, mesmo morando em outro país. Além disso, as emissoras repruduziam as imagens de dor e sofrimento do povo americano, ampliando cada vez mais, a dúvida e o medo de um novo conflito mundial, entretanto, o tempo tratou de deixar claro, o montante de interesses econômicos e culturais que estavam por trás desse dia tão marcante para o mundo ocidental. (Wallace Melo).





quinta-feira, setembro 08, 2011

CURIOSIDADES: Vinícius de Moraes o Embaixador do Brasil.

Além da sua magnitude artística, tanto na música, quanto na poesia, o carioca Vinícius de Moraes também trabalhou por muito tempo no Ministério das Relações Exteriores, sendo Vice-Consul do Brasil em Los-Angeles, Roma e Paris. No entanto, devido o seu comportamento boêmio, em 1968, por meio do Ato Institucional nº5, o governo militar afastou o poeta  de suas funções, após 26 anos de trabalho alegando que o comportamento de Vinícius de Moraes não condizia com o perfil ideal de um funcionário público.

Contudo, em 2010, após 30 anos da morte de Vinicius, o presidente Lula, junto com a Câmara dos Deputados, aprovaram uma homenagem póstuma ao poeta, atribuindo ao mesmo, o cargo de embaixador, que corresponde ao mais alto cargo da carreira diplomática. Segundo o presidente, a homenagem é uma forma de sanar mais uma dívida histórica que o Estado brasileiro detém com muitos heróis do povo e da cultura brasileira.
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8 de Setembro de 1522 - Fernão de Magalhães Retorna da Primeira Volta ao Mundo.

Em 1522, três anos depois de partir com cinco embarcações rumo à primeira viagem de circunavegação do mundo, a expedição do navegador portugês, Fernão de Magalhães retorna ao porto de onde saiu, na Espanha. A viagem iniciou com  260 tripulantes distribuídos em cinco embarcações, contudo, apenas 18 voltaram, em um único barco, o Victória. Eles traziam especiarias do Oriente que, ao serem vendidas, cobriram os custos da aventura e ainda deram lucro.

quarta-feira, setembro 07, 2011

Uma Outra Visão Sobre a Independência Brasileira.


A maioria dos estudantes, pesquisadores e professores de história costumam contribuir com o debate a respeito do processo de independência brasileira com um olhar mais crítico e cuidadoso, principalmente quando chegamos na interpretação da expressão "independência". Esse comportamento está interligado às análises sobre as formas de condução que a foi consolidada sobre a emancipação política do Brasil, durante as primeiras décadas do século XIX.  Essas análises nos revela, muitos subsídios para que possamos reduzir o 07 de setembro, como apenas um teatro político em torno da famosa frase, "independência ou morte", proferida pelo "herói" da independência ás margens do rio ipiranga.

De acordo com uma visão positivista, o processo de proclamação da independência política brasileira foi apenas uma negociação entre as elites brasileira e lusitana, junto as coroas portuguesa e inglesa, que fincavam uma dominação, respectivamente, mercantilista e liberal, nas terras tupiniquins. De fato, não podemos negar a validade dessa análise, uma vez que, as mudanças ocorridas na transição do regime colonial para  a monarquia no Brasil não foram tão profundas, resumindo-se apenas à nomeclaturas e simbologias. O status quo permeneceu, ou seja, a propriedade latifundiária e o trabalho escravo continuaram como as bases econômicas da sociedade brasileira.

Entretanto, permito-me ousar um pouco mais e desconstruir parcialmente essa idéia positivada sobre a "independência" e atribuir algumas reflexões para a interpretação dessa tão importante data do calendário brasileiro. Mesmo entendendo a importância da leitura econômica para a compreensão da esfera política, pretendo trabalhar essa "nova" visão de independência, por meio de alguns fatos políticos, pois será nessa circunstância que vamos conseguir desconstruir a idéia simplista e contraditória da independência.

Diante desse contexto, podemos enxergar que o processo de emancipação e de formação do Estado brasileiro foi fruto de uma grande acumulação de lutas políticas que se manifestaram em diversas regiões brasileiras, seja por questões locais ou de abrangência metropolitana. Assim, desde o processo de expulsão dos holandeses, durante o século XVII e a famosa Batalha dos Guararapes, as condições estavam postas para que já existisse um debate político sobre uma possível emancipação brasileira. Ora, o espírito nacionalista, como afirmam vários historiadores, teve na Insurreição Pernambucana, um momento relevante, pois foi o momento em que contamos com o primeiro exército organizado, com a participação dos negros, dos índios e dos brancos nas fileiras militares.

Pois bem, se conseguimos livrar o Brasil do domínio flamengo, mesmo com todo o apoio ibérico, já que a nação portuguesa era a principal interessada em reconquistar seu domínio sobre o território tomado pela Companhia das Índias Ocidentais, tinhamos chances reais de uma emancipação anterior à 1822. Mas sem se prender a reflexões profundas, podemos aceitar a hipótese que a Insurreição Pernambucana foi um momento de relevância ímpar para o acúmulo de forças e experiência política dentro da colonia.

Mais adiante, vamos nos deparar com outros conflitos regionais, como a Guerra dos Mascates, a Sabinada, a Inconfidência Baiana, A revolta de Vila Rica, a Conjuração Mineira, a Revolução de 1817 que junto a outros momentos históricos, representaram uma maior acumulação política, haja vista que, tais movimentos tiveram o caráter de mobilização, mesmo com uma população, notoriamente formada por escravos e analfabetos, esses fatos históricos tiveram relevância social, pois os mesmos, saíram dos escritórios políticos e tomaram as ruas, mostrando a existência de camadas sociais descontentes com a situação social da colônia.

Dessa forma, essa permutação de donos, como passa a historiografia, quando mostra a imagem de uma emancipação parcial, onde deixamos de nos curvar ao domínio português e passamos a viver sob a tutela britânica é uma forma de reduzir as lutas de vários setores sociais de várias regiões brasileiras que se colocavam contra ao pacto colonial imposto ao Brasil. Enfim, precisamos enxergar a independência brasileira, não como um resumido acordo político, mas como um momento de grande relevância, pois a luta por uma nação livre, ja estava na pauta de alguns grupos políticos e no discurso de outros intelectuais que viviam em nossas terras, assim, ao contrário do que se propaga, nossa independência não foi criada pela conveniência da família real portuguesa, mas por conjunturas sociais, políticas e econômicas anteriores ao heróico grito de independência proferido por D. Pedro.

Download: O Que é História - Vavy Pacheco Borges

BORGES, Vavy Pacheco. O Que é História.
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A Resistência e Cidadania Ativa do Grito dos Excluídos.

Levar às ruas as principais reivindicações dos movimentos sociais, além de criticar o atual modelo econômico e todo seu processo de exploração e exclusão social sempre foram os objetivos do Grito dos Excluídos, que se configura como uma das mais importantes manifestações popular, democrática e republicana do país. "Não é um movimento nem uma campanha, mas um espaço de participação livre e popular, em que os próprios excluídos, junto com os movimentos e entidades que os defendem, trazem à luz o protesto oculto nos esconderijos da sociedade e, ao mesmo tempo, o anseio por mudanças".

Diante disso, a promoção de uma reflexão cidadã na ótica dos sujeitos excluídos pelo sistema capitalista, em plena semana da pátria, por meio de reuniões e debates, entre os vários segmentos dos movimentos sociais demonstra o quanto o caminho ainda é longo, para construirmos uma pátria soberana e uma sociedade mais dígna e igualitária. E é diante de tal intuito, que muitos aproveitam o feriado da Independência, não para ir às praias ou aos clubes e sim para tomar as ruas e protestar de uma forma pacífica contra as contradições sociais inerentes ao neoliberalismo.

O Grito dos Excluidos foi idealizado em 1995, pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), junto com ao Conselho Nacional das Igrejas Cristãs (CONIC). É uma manifestação que se renova todos anos, cristalizando os debates propostos pelos vários movimentos brasileiros e chega a sua 17ª edição ainda mais solidificado no calendário político nacional, como um dos principais exemplo de cidadania ativa. Assim, nada melhor que o dia da Pátria (07 de setembro) para problematizar e refletir sobre o tipo de soberania que queremos para a sociedade brasileira. 

É válido ressaltar que a organização nacional do Grito dos Excluídos é um exemplo vivo para os demais movimentos sociais do mundo. E é nessa conjuntura, que em 1999 a experiência de tal manifestação foi a principal influência para o surgimento do Grito Continental Por Trabajo, Justicia y Vida, promovido em vários países da América Latina.

Eis um patrimônio político da luta do povo brasileiro. Estamos diante de um movimento que não é somente "para" os excluídos, e sim, é "dos" excluídos que de forma racional e organizada consegue promover um relevante momento de convergência, entre os vários setores da sociedade brasileira, solidificando ainda mais a crítica sobre as várias questões políticas que paíram sobre a nossa realidade. Dentre as diversas críticas e debates promovidos ao longo das 17 edições, podemos destacar os plebiscitos contra a implementação da Área de Livre Comércio das Américas (ALCA), como também, a posição contrária à privatização da Vale do Rio Doce, ocorrida em 1997, pelo governo de FHC. Além dos protestos contra os vários escândalos de corrupção, desrespeito aos direitos humanos e degradação ambiental ocorridos durante os últimos anos.

Sabemos que no Brasil, como de resto em todo continente latino-americano, não raro o conceito de liberdade foi reduzido à idéia de libertação: libertação da opressão, da ditadura militar, da pobreza e assim por diante. Nos meios eclesiais, por exemplo, com freqüência faz-se alusão à experiência narrada pelo Livro do Êxodo, quando os escravos se libertaram das garras do Faraó. Ora, esse é apenas um lado da moeda, isto é, a liberdade de. O outro lado é a liberdade para. Depois da saída do Egito, é preciso unir forças para continuar caminhando até a Terra Prometida. E aqui o conceito de liberdade se torna bem mais exigente. 

Enfim, mesmo indo na contramão dos interesses elitistas enraizados nas estruturas institucionais e políticas do Brasil, o Grito dos Excluídos tem o objetivo de fortalecer a idéia de que uma nova sociedade pode ser construída, e para isso, é preciso romper com a ordem vigente por meio de uma ousada luta de classes, para que assim, possamos garantir ao povo brasileiro, maior dignidade, respeito, justiça e liberdade.

domingo, setembro 04, 2011

Download: O Que é Cultura - José Luiz dos Santos.


SANTOS, José Luiz. O Que é Cultura. 
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quinta-feira, setembro 01, 2011

Coluna: Manuel Correia de Andrade.

História e Literatura
Publicado em 11.06.2006

Mário Márcio de Almeida Santos, inegavelmente, é um escritor pernambucano que vem nos brindando, nos últimos tempos, com livros de excelente nível e de grande interesse. O seu último trabalho, O livro dos meus livros, lançado recentemente, é um testemunho que confirma a nossa afirmativa, nele o autor faz uma espécie de retrospectiva literária e filosófica, reunindo pensamentos e opiniões expressas nos livros anteriores, ora sociológicos, ora históricos, ora literários. Alguns de seus verbetes são primorosos, como o sobre amor, acaso, arrependimento, cangaço, casamento, cegueira, convulsão social, dialética, elite social, felicidade, frio, historiador, história, estalinismo, etc., dentre os muitos que o livro contém. 

Ele dá uma grande ênfase ao verbete Garanhuns, cidade onde viveu na juventude e que visita sempre, escrevendo ali alguns dos seus livros, nas temporadas de férias. Garanhuns foi teatro de um acontecimento que o levou a escrever um livro celebre, A anatomia de uma tragédia, a hecatombe de Garanhuns, no qual, com uma paciência impressionante, debruçou-se sobre os papéis ligados à investigação dos fatos, aprofundou pesquisas em órgãos de imprensa e em entrevistas, que levaram o historiados Potiguar Matos a compará-lo com o grande Michelet.

Durante certo período, como professor de história da UFPE, Mário Márcio dedicou muito tempo ao estudo da Revolução Russa e produziu um livro denso, O Stalinismo, no qual trata em profundidade a grande luta travada entre Stalin e Trotsky, para sucederem a Lênin e transformar o antigo império russo em União Soviética. Com muita calma e isenção, analisou os métodos utilizados pelo líder georgiano, para eliminar os seus possíveis contestadores, sobretudo no processo contra Bukharin. Esse livro, ainda de grande atualidade, foi usado como tese para o concurso de livre-docente e, conseqüentemente, do doutorado na nossa universidade.

Na área histórica, ele ainda produziu duas grandes obras, uma sobre Nascimento Feitosa e a Revolução de 1848, e outra sobre o grande jornalista Antonio Borges da Fonseca, em livro que intitulou de Um homem contra um império. Vê-se, assim, que em certo período, este autor esteve muito preocupado com os acontecimentos de 1848, que provocaram a chamada Revolução Praieira. Mas a sua grande vocação não é a história nem a ciência política, embora tenha escrito, na área, textos marcantes, é sim, como salienta Alvacir Raposo, a literatura, o romance, embora o romancista, segundo o grande poeta, tardasse a chegar.

Desse modo, podemos salientar as incursões, pela literatura, do nosso historiador, produzindo textos de teatro, de ficção literária, como em Dário de um hipocondríaco, de O aprendiz de alquimia, Quarentena, e Sob o signo de Albadará, além de textos de poesia e sobre poetas. Na verdade, quem conhece Mário Márcio há vários anos e com ele convive conclui que o literato já estava presente em seus estudos históricos e o historiador continua presente em seus trabalhos literários.

A sua obra demonstra, em seu conjunto, que sua formação de historiador, de cientista social, se fez tanto através da leitura de livros específicos, como através da leitura da boa literatura. Convém lembrar que Marx já dizia, no século 19, que se aprendia melhor a formação da sociedade burguesa da França, lendo-se Balzac do que lendo os historiadores profissionais. Isso porque, em nossa opinião, a história é um ramo do conhecimento científico, mas não deixa de ser literatura. Leiam-se as obras de Euclides da Cunha e de Gilberto Freyre e se verá como uma e outra se completam, ou melhor, se interpretam.

Manuel Correia de Andrade, historiador e geógrafo, é da APL.
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