segunda-feira, setembro 12, 2011

O Panorama Econômico do Segundo Reinado no Brasil.

Podemos afirmar que a todas as bases econômicas da sociedade imperial brasileira, a partir de 1840 está diretamente ligada a plantação e exportação do café. Desde a crise da economia mineira, o Brasil, até então, não tinha uma firme que sustentasse o sistema colonial (que naquele momento, encontrava-se em crise) e posteriormente as primeiras décadas do império brasileiro. Entretanto, com o aumento das exportações do café, a sociedade brasileira passou a protagonizar um novo ciclo econômico que serviu como alicerce para profundas modificações no sistema vigente.

As lavouras de café tinham semelhanças às antigas lavouras de cana de açúcar, ou seja, se estruturavam sobre o latifúndio, era uma monocultura com finalidade de exportação e utilizava a mão-de-obra escrava africana. As grandes fazendas de café, localizavam-se inicialmente na região denominada de Vale do Paraíba, mas logo com o crescimento da demanda internacional pelo produto, essas lavouras expandiram-se para o Oeste paulista, de Campinas à Ribeirão Preto.

Pois bem, o cultivo do café, de fato era o principal item da pauta de exportação do Brasil, durante o império brasileiro, haja vista que, produtos como: açúcar, Algodão, Cacau, Borracha e Fumo, mesmo estando presente nas exportações brasileiras, a partir e 1840, não significaram tanto, quanto o café.

Mesmo com tantas semelhanças com o ciclo do açúcar do século XVI, é de grande valia ressaltar que: Os capitais utilizados para implementar a lavoura açúcareira foram gerados internamente, ao contrário do que ocorreu com a implantação da agricultura colonial que contou com capitais externos (DANTAS p. 134).

Segundo Celso Furtado:
Desde o começo, sua vanguarda (a dos cafeicultores) esteve formada por homens com experiência comercial. Em toda etapa de gestação, os interesses da produção e do comércio estiveram entrelaçados. A nova classe dirigente formou-se numa luta que se estende em uma frente ampla: aquisição de terras, recrutamento de mão-de-obra, organização e direção da produção, transporte interno, comercialização dos portos, contatos oficiais, interferências na política econômica e financeira.

E foi por esse caráter diferenciado na condução das exportações do café. Os barões, como eram chamados os grandes cafeicultores eram homens articulados políticamente, interessados em maior lucratividade e por isso, detinham grande interesse nas relações internacionais e no mercado mundial. Justamente por isso que, devido aos lucros obtidos com o café, vamos encontrar profundas modificações sociais e econômicas no Brasil, principalmente os primeiros investimentos industriais, a urbanização e o gradual processo de transformação da mão-de-obra escrava para o trabalho assalariado. As mudanças ocorridas no Brasil, durante o ciclo do café, foram motivadas por questões comerciais, haja vista, o caráter empreendedor dos barões do café.

De acordo com Schneeberger:
As exportacoes de café alteraram o tradicional comportamento de nossa balanca comercial: de deficitaria para superavitaria. Desta forma, acumulamos um bom volume de moedas estrangeiras, sobretudo libras esterlinas. A partir de 1861, durante tres decadas, o comercio externo foi extremamente favoravel ao Brasil. Em 1890, o saldo foi de 128 milhoes.
Diante disso, com esse saldo lucrativo, o investimento na infra-estrutura de algumas cidades brasileiras passaram a ser feitas, devido ao comercio do café. Assim, podemos destacar a modernização do porto de Santos, a construção de ferrovias e a busca por uma dinamização da economia, como elementos que demonstram o perfil empresarial e comercial dos fazendeiros paulistas.
Além disso, podemos destacar a "Tarifa Alves Branco" (1844) que elevava os direitos alfandegários do Brasil em relação aos produtos estrangeiros, aumentando a arrecadação do império e abrindo caminho para uma produção nacional, a Lei Eusébio de Queiróz (1850) que proibia o tráfico de escravo no Brasil, favorecendo uma gradual utilização da mão-de-obra livre e as plantações da café, como pilares importantes para um primeiro investimento no setor industrial no império brasileiro.

Contudo, tudo isso não passou de um mero "surto", haja vista que, os interesses ingleses de manter o Brasil como grande consumidor de seus produtos, dificultou o desenvolvimento da indústria brasileira nesse século. Nessa conjuntura, destaca-se o famoso Barão de Mauá, Irineu Evangelista de Sousa, que pela sua ousadia como empresário, investiu em diversos setores da economia urbana, como na produção de navios à vapor, estradas de ferro, comunicações telegráficas e bancos, mas, devido ás pressões (e sabotagens) inglesas seus negócios sucumbiram.

Enfim, o ciclo do café foi responsável por profundas modificações econômicas e sociais ocorridas no Brasil durante a segunda metade do século XIX, sendo responsável por um acúmulo de fatores que serão responsáveis pelo fim da escravidão e a modernização economica do país posteriormente.

BIBLIOGRAFIA
DANTAS, Flávio. Historia do Brasil.
FURTADO, Celso. Formação Econômica do Brasil.
KOSHIBA, Luiz. História do Brasil no Contexto da História Ocidental.
PRADO JR, Caio. História Econômica do Brasil.
SCHNEEBERGER, Carlos Alberto. História do Brasil - Teoria e Prática.

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Podemos afirmar que a todas as bases econômicas da sociedade imperial brasileira, a partir de 1840 está diretamente ligada a plantação e exportação do café. Desde a crise da economia mineira, o Brasil, até então, não tinha uma firme que sustentasse o sistema colonial (que naquele momento, encontrava-se em crise) e posteriormente as primeiras décadas do império brasileiro. Entretanto, com o aumento das exportações do café, a sociedade brasileira passou a protagonizar um novo ciclo econômico que serviu como alicerce para profundas modificações no sistema vigente.

As lavouras de café tinham semelhanças às antigas lavouras de cana de açúcar, ou seja, se estruturavam sobre o latifúndio, era uma monocultura com finalidade de exportação e utilizava a mão-de-obra escrava africana. As grandes fazendas de café, localizavam-se inicialmente na região denominada de Vale do Paraíba, mas logo com o crescimento da demanda internacional pelo produto, essas lavouras expandiram-se para o Oeste paulista, de Campinas à Ribeirão Preto.

Pois bem, o cultivo do café, de fato era o principal item da pauta de exportação do Brasil, durante o império brasileiro, haja vista que, produtos como: açúcar, Algodão, Cacau, Borracha e Fumo, mesmo estando presente nas exportações brasileiras, a partir e 1840, não significaram tanto, quanto o café.

Mesmo com tantas semelhanças com o ciclo do açúcar do século XVI, é de grande valia ressaltar que: Os capitais utilizados para implementar a lavoura açúcareira foram gerados internamente, ao contrário do que ocorreu com a implantação da agricultura colonial que contou com capitais externos (DANTAS p. 134).

Segundo Celso Furtado:
Desde o começo, sua vanguarda (a dos cafeicultores) esteve formada por homens com experiência comercial. Em toda etapa de gestação, os interesses da produção e do comércio estiveram entrelaçados. A nova classe dirigente formou-se numa luta que se estende em uma frente ampla: aquisição de terras, recrutamento de mão-de-obra, organização e direção da produção, transporte interno, comercialização dos portos, contatos oficiais, interferências na política econômica e financeira.

E foi por esse caráter diferenciado na condução das exportações do café. Os barões, como eram chamados os grandes cafeicultores eram homens articulados políticamente, interessados em maior lucratividade e por isso, detinham grande interesse nas relações internacionais e no mercado mundial. Justamente por isso que, devido aos lucros obtidos com o café, vamos encontrar profundas modificações sociais e econômicas no Brasil, principalmente os primeiros investimentos industriais, a urbanização e o gradual processo de transformação da mão-de-obra escrava para o trabalho assalariado. As mudanças ocorridas no Brasil, durante o ciclo do café, foram motivadas por questões comerciais, haja vista, o caráter empreendedor dos barões do café.

De acordo com Schneeberger:
As exportacoes de café alteraram o tradicional comportamento de nossa balanca comercial: de deficitaria para superavitaria. Desta forma, acumulamos um bom volume de moedas estrangeiras, sobretudo libras esterlinas. A partir de 1861, durante tres decadas, o comercio externo foi extremamente favoravel ao Brasil. Em 1890, o saldo foi de 128 milhoes.
Diante disso, com esse saldo lucrativo, o investimento na infra-estrutura de algumas cidades brasileiras passaram a ser feitas, devido ao comercio do café. Assim, podemos destacar a modernização do porto de Santos, a construção de ferrovias e a busca por uma dinamização da economia, como elementos que demonstram o perfil empresarial e comercial dos fazendeiros paulistas.
Além disso, podemos destacar a "Tarifa Alves Branco" (1844) que elevava os direitos alfandegários do Brasil em relação aos produtos estrangeiros, aumentando a arrecadação do império e abrindo caminho para uma produção nacional, a Lei Eusébio de Queiróz (1850) que proibia o tráfico de escravo no Brasil, favorecendo uma gradual utilização da mão-de-obra livre e as plantações da café, como pilares importantes para um primeiro investimento no setor industrial no império brasileiro.

Contudo, tudo isso não passou de um mero "surto", haja vista que, os interesses ingleses de manter o Brasil como grande consumidor de seus produtos, dificultou o desenvolvimento da indústria brasileira nesse século. Nessa conjuntura, destaca-se o famoso Barão de Mauá, Irineu Evangelista de Sousa, que pela sua ousadia como empresário, investiu em diversos setores da economia urbana, como na produção de navios à vapor, estradas de ferro, comunicações telegráficas e bancos, mas, devido ás pressões (e sabotagens) inglesas seus negócios sucumbiram.

Enfim, o ciclo do café foi responsável por profundas modificações econômicas e sociais ocorridas no Brasil durante a segunda metade do século XIX, sendo responsável por um acúmulo de fatores que serão responsáveis pelo fim da escravidão e a modernização economica do país posteriormente.

BIBLIOGRAFIA
DANTAS, Flávio. Historia do Brasil.
FURTADO, Celso. Formação Econômica do Brasil.
KOSHIBA, Luiz. História do Brasil no Contexto da História Ocidental.
PRADO JR, Caio. História Econômica do Brasil.
SCHNEEBERGER, Carlos Alberto. História do Brasil - Teoria e Prática.

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1 comentários:

Professor Josimar Tais disse...

Olá. Que bom ter encontrado mais um blog com conteúdo de alta qualidade. Parabéns pelas postagens. Fica o convite para vc também conhecer e seguir meu blog de história (http://professor-josimar.blogspot.com) Abraço e sucesso companheiro.