segunda-feira, janeiro 30, 2012

José Paulo Netto e o Futuro da Esquerda.


Professor e vice-diretor da Escola de Serviço Social da UFRJ, Doutor em Serviço Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) com a tese “Autocracia burguesa e Serviço Social” de 1990. Algumas publicações: “Ditadura e Serviço Social - Uma análise do Serviço Social no Brasil pós-64”, “Capitalismo Monopolista e Serviço Social”, “Crise do Socialismo e Ofensiva Neoliberal” e “Democracia e transição socialista”.
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sexta-feira, janeiro 27, 2012

27 de Janeiro de 1973: Termina a Guerra do Vietnã.

Em 27 de janeiro de 1973, representantes do Vietnã do Norte e do Sul, bem como dos Estados Unidos, assinaram em Paris um difícil acordo que pôs fim à guerra do Vietnã.

Nenhum outro acontecimento moveu tanto a opinião pública internacional nos anos 60 e 70 quanto a guerra do Vietnã. Pela primeira vez na história, as atrocidades dos campos de batalha foram exibidas no "horário nobre" das tevês: vietnamitas queimados por bombas de napalm, o fuzilamento de um rebelde pelo chefe da polícia de Saigon com um tiro na cabeça, o massacre de My Lai por soldados norte-americanos.

Mais de um milhão de vietnamitas e 55 mil combatentes dos EUA morreram no conflito. A assinatura do acordo de paz, em 27 de janeiro de 1973, alimentou grandes esperanças. O cessar-fogo firmado em Paris deveria significar o fim da guerra do Vietnã.

Com isso, o presidente norte-americano Richard Nixon queria terminar a intervenção militar dos EUA na Indochina: "Falo hoje à noite no rádio e na televisão para anunciar que fechamos um acordo que põe fim à guerra e deve trazer a paz para o Vietnã e o Sudeste Asiático.

Durante os próximos 60 dias, as tropas norte-americanas serão retiradas do Vietnã do Sul. Temos de reconhecer que o fim da guerra só pode ser um passo em direção à paz. Todas as partes envolvidas no conflito precisam compreender agora que esta é uma paz duradoura e benéfica".

Acordo Previa Um Fim Ordenado do Conflito:

O acordo de paz previa a retirada completa das tropas dos Estados Unidos. Em contrapartida, o Vietnã do Norte se comprometeu a soltar todos os prisioneiros de guerra norte-americanos. Além disso, Hanói reconheceu o direito à autodeterminação do Vietnã do Sul.

Foi criado também um conselho de reconciliação nacional, presidido pelo chefe de Estado Nguyen Van Thieu, encarregado de convocar eleições livres no Vietnã do Sul, com a participação dos comunistas do Vietcong e outros grupos de oposição.

Os principais arquitetos do acordo de Paris foram os chefes das delegações do Vietnã do Norte e dos EUA, respectivamente Le Duc Tho e Henry Kissinger, encarregado especial de Nixon. Pelos seus esforços, os dois diplomatas foram agraciados com o Prêmio Nobel da Paz de 1973.

Foi principalmente Kissinger quem forçou uma mudança de rumo na política externa dos Estados Unidos, depois que os protestos dos pacifistas criaram uma situação insustentável para Washington. "Não é o Vietnã comunista que põe em risco os interesses norte-americanos e, sim, o envolvimento dos EUA num conflito insolúvel", argumentava.

O então chanceler federal alemão Willy Brandt elogiou o acordo de Paris num pronunciamento oficial: "As condições para a paz mundial melhoraram. Sentimos o efeito libertador do acordo para milhões de atingidos. Infelizmente, as pessoas no Vietnã tiveram de sofrer duramente sob a guerra civil ao longo de uma geração".

A Última Ofensiva Americana:

Pouco antes do fim das negociações, Nixon ainda mandou bombardear o Vietnã do Norte. A chamada Campanha de Natal, iniciada no final de dezembro de 1972, foi um dos ataques aéreos mais pesados de toda a guerra. Com indiferença, o piloto de um dos bombardeiros B-52 descreveu assim a sua missão: "É apenas uma tarefa. Outras pessoas entregam leite, eu entrego bombas".

O acordo de cessar-fogo, no entanto, não foi implementado. Após a retirada das tropas dos EUA, as partes conflitantes tentaram ampliar pelas armas os territórios sob seu controle. O exército do Vietnã do Sul desintegrou-se rapidamente, depois que os EUA suspenderam a sua ajuda financeira.

Em 21 de abril de 1975, o presidente Nguyen Van Thieu renunciou. Nove dias depois, Saigon foi tomada pelas tropas do Vietnã do Norte e do Vietcong. A pseudotrégua de janeiro de 1973 era letra morta.

O Papel dos Meios de Comunicação:

Existe a lenda de que os meios de comunicação decidiram a guerra do Vietnã. Na prática, porém, não existiam imagens dos crimes cometidos pelas tropas norte-americanas nem das ondas de execuções dos comunistas nos territórios por eles conquistados.

Diversos estudos científicos demonstraram que as imagens das batalhas militares, dos feridos e dos mortos mutilados representaram apenas 5 a 7% do noticiário de TV sobre o Vietnã. Além disso, a maioria das cenas de guerra foram fictícias, porque as equipes de TV não chegavam com seus equipamentos até os últimos rincões das florestas vietnamitas.

É certo que os correspondentes tiveram mais liberdade do que em outras guerras para escrever críticas ao governo. Mas, nas tevês, a maioria das reportagens de três a quatro minutos mostravam um conflito sem nexo, de forma distanciada.

Por: Michael Marek.
Fonte: http://www.dw-world.de
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quarta-feira, janeiro 25, 2012

As Aventuras da Família Brasil - Luis Fernando Veríssimo.

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CURIOSIDADES: As Gafes Diplomáticas na Visita da Rainha Elisabeth II ao Brasil.

Em 1968 a visita da rainha Elisabeth II da Inglaterra e seu marido, o príncipe Philip ao país, foi um fato bastante cômico para a história das relações diplomáticas brasileiras. Foram gafes de todos os lados, tanto da rainha, como do presidente Costa e Silva e também da primeira-dama. O fato foi descrito pelo jornalista Zuenir Ventura em uma das páginas de seu famoso livro, 1968: o ano que não terminou.

"Sua Alteza deu "buenas tardes" em fluente português", a primeira-dama chamou o príncipe de "pão", criando um sério problema para o íntérprete, e o presidente cumprimentou a rainha, em novembro, pelo seu aniversário, ocorrido em abril. Para remendar, saudou-a num inglês de fazer inveja ao português da rainha. Ao levantar um brinde na recepção do Itamarati à Sua Alteza, Costa e Silva, de taça erguida, disse: "God... God... the Queen". Não houve meio de o verbo sair. Estávamos quites. Ainda bem que era um verbo do qual, mais do que a rainha, ele estava precisando. Naquela altura, só Deus salvaria a nossa cambaleante democracia e quem, como Costa e Silva, se dizia seu pilar". (VENTURA, p.255).
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segunda-feira, janeiro 23, 2012

Admirável República dos Tiriricas: Os Fatos Mais Interessantes da Política Tupiniquim.


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Resumo Sobre A Expansão Marítima Portuguesa.



A Expansão Marítima Portuguesa:

No século XV, o capitalismo europeu em formação procurava encontrar e conquistar novas áreas comerciais que pudessem favorecer a acumulação de capitais. Para a burguesia européia, já não era suficiente apenas o comércio intra-europeu e euro-asiático realizado através de antigas rotas do Mediterrâneo e do Báltico. Para seguir novas rotas comerciais e atingir novos mercados, os Estados e a burguesia, unidos, prepararam cuidadosamente a expansão marítimo-comercial do século XV, da qual resultou a ocupação econômica das terras conquistadas.

Portugal foi o país pioneiro nas grandes navegações, devido as suas condições geográficas e políticas que favoreciam o desenvolvimento do mercantilismo econômico¹.

Além disso, as navegações portuguesas também foram viabilizadas, devido ao desenvolvimento tecnológico da época. Os avanços mais notáveis foram:

  • o uso da bússola e do astrolábio que orientavam o rumo e a localização (latitude e longitude);
  • navios mais eficientes, como a caravela, fácil de manobrar, equipada com velas triangulares que lhe permitia navegar contra o vento;
  • os mapas indicando localização, rotas e acidentes geográficos;
  • armas de fogo, como o canhão, fundamental para a defesa das naus e das feitorias.

Uma das maiores contribuições do governo português foi a fundação da Escola de Sagres, em 1417, pelo infante D. Henrique. Não era realmente uma escola, mas um centro de construção e pesquisa navais. Concentrava todo o conhecimento marítimo que se acumulava à medida que as expedições percorriam o litoral africano e avançavam pelo Atlântico.

Em 1415, Ceuta foi conquistada, mas os caravaneiros desviaram-se para outras cidades muçulmanas no norte da África, como Melilla, Tanger e Oran.
  • 1425 – descoberta do arquipélago da Madeira;
  • 1427 – descoberta do arquipélago dos Açores;
  • 1434 – alcance do Cabo Bojador por Gil Eanes;
  • 1443 – descoberta das ilhas de Arguim, na costa do Senegal, por Nuno Tristão.
  • 1488 – alcance do oceano Índico, por Bartolomeu Dias, que ultrapassou o cabo das Tormentas, mais tarde denominado cabo da Boa Esperança. O Tratado de Tordesilhas (1494)
As expedições de exploração da costa africana avançavam aos poucos em direção ao sul. Os portugueses obtinham escravos, ouro, marfim e outras mercadorias em grande quantidade.

Nessa época, discutia-se a antiga tese da esfericidade da Terra. Assim, ela poderia ser cruzada navegando-se em direção ao Ocidente. Os lusitanos, engajados na expedição africana, continuavam satisfeitos com os novos sucessos africanos, pois durante o reinado de D. João II o esforço expansionista
fora retomado:

Em 1492, o genovês Cristóvão Colombo, partidário da tese da esfericidade da Terra, estava a serviço de Castela. Conseguiu financiamento para uma expedição e alcançou, em 12 de outubro, uma região que acreditava ser a Ásia. Em sua viagem de regresso à Espanha, escalou em Portugal e relatou a D. João II sua descoberta. Os portugueses reclamaram a posse dessas terras, alegando os privilégios concedidos pelo papado.

Mas o papa Alexandre VI concedeu à Espanha os mesmos privilégios de Portugal. Através da bula Intercoetera, de 1493, o papa Alexandre VI, de origem espanhola, dividiu a Terra em duas partes, por meio de um meridiano, que passaria a cem léguas a oeste das ilhas de Cabo Verde. Os portugueses ficariam com a parte oriental do mundo e os espanhóis, com a ocidental. Portugal, sentindo-se prejudicado, exigiu discutir um novo tratado. Dessa discussão nasceu, em 1494, o Tratado de Tordesilhas. O meridiano divisor do mundo apenas entre Portugal e Espanha foi deslocado para 370 léguas a oeste de Cabo Verde.

A concorrência espanhola forçou Portugal a acelerar as navegações. Foi organizada, em 1498, uma expedição para alcançar a Índia, com todos os cuidados técnicos e diplomáticos, sob o comando de Vasco da Gama. Após contornar o continente africano, a esquadra de Vasco da Gama aportou em Calicute, na Índia, em maio de 1498. Estava atingido o grande objetivo português. Apesar da perda de navios, a expedição rendeu 5.000% de lucro.

Isto significava que as possibilidades de comércio asiático, contornando-se a África, eram imensamente superiores à rota do Mediterrâneo. Este fato provocou o deslocamento do eixo econômico europeu do Mediterrâneo para o Atlântico.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

DANTAS, José. História do Brasil.
FAUSTO, Boris. História Concisa do Brasil.
KOSHIBA. Luiz. MANZI, Denise. História do Brasil: No contexto da História Ocidental.
SCHNEEBERGERS, Carlos Alberto. História do Brasil: Teoria e Prática.



Exercícios:

01. Analise as afirmativas e julgue se verdadeiras ou falsas:
0 0 Ceuta foi atacada pelos portugueses, em 1415.
1 1 O capitalismo comercial nada tem a ver com as navegações.
2 2 A expansão marítima foi fundamental para a estruturação do feudalismo.
3 3 Ceuta era um entreposto comercial muçulmano no norte da África.
4 4 Portugal foi uma monarquia centralizada precoce.

02. (UC – MG) O Tratado de Tordesilhas representa:
a) a tomada de posse do Brasil pelos portugueses.
b) o declínio do expansionismo espanhol.
c) o fim da rivalidade hispano-portuguesa na América.
d) o marco inicial no processo da partilha colonial.
e) o início da colonização do Brasil.

03. Antes da expansão marítima portuguesa, a navegação comercial européia era particularmente intensa no:
a) Mar Báltico;
b) Oceano Atlântico;
c) Mar Vermelho
d) Oceano Pacífico;
e) Mar Mediterrâneo.

04. Uma das metas da expansão marítima e comercial da Europa nos séculos XV e XVI era a procura das chamadas especiarias do oriente médio. São exemplos dessas especiarias:
a) erva mate e guaraná;
b) mandioca e batata;
c) café e avelã;
d) pimenta e salsa;
e) mostarda e cravo-da-Índia

05. Nos Tempos Modernos, as ligações da África, da Ásia e da América à Europa via Atlântico, foram realizadas inicialmente apenas por:
a) Portugal e Itália;
b) Itália e Espanha;
c) Portugal e Espanha;
d) Espanha e França;
e) França e Portugal.

06. Entre as principais conseqüências da Expansão Marítima, encontramos, exceto:
a) o descobrimento de metais preciosos no Novo Mundo e a aceleração da acumulação capitalista;
b) a descoberta de novos mercados, fornecedores de matérias-primas e consumidores de produtos industrializados;
c) a mudança do eixo econômico europeu, do mar Mediterrâneo para os oceanos Atlântico e Índico;
d) a formação dos impérios coloniais, vinculados ao Sistema Colonial Tradicional e ao processo de europeização do mundo;
e) o renascimento da escravidão em bases capitalistas e o desenvolvimento do mercantilismo.

07. As razões do pioneirismo português na expansão marítima dos séculos XV e XVI foram:
a) a invasão da Península Ibérica pelos árabes e a conquista de Calicute pelos turcos.
b) a assinatura do Tratado de Tordesilhas por Portugal e pelos demais países europeus.
c) a aliança entre a antiga nobreza feudal e o rei.
d) uma monarquia centralizada, aliada à classe burguesa, interessada no comércio de especiarias.
e) as guerras religiosas, a descentralização política do Estado e o fortalecimento dos laços servis.

08.Sobre o Tratado de Tordesilhas, assinado em 7 de junho de 1494, pode-se afirmar que objetivava:
a) estimular a consolidação do reino português, por meio da exploração das especiarias africanas e da formação do exército nacional.
b) impor a reserva de mercado metropolitano, por meio da criação de um sistema de monopólios que atingia todas as riquezas coloniais.
c) reconhecer a transferência do eixo do comércio mundial do Mediterrâneo para o Atlântico, depois das expedições de Vasco da Gama às Índias.
d) reconhecer a hegemonia anglo-francesa sobre a exploração colonial, após a destruição da Invencível Armada de Filipe II, da Espanha.
e) demarcar os direitos de exploração dos países ibéricos, tendo como elemento propulsor o desenvolvimento da expansão comercial marítima.

09. Sobre a expansão marítima européia é correto afirmar:
a) Teve como principal motivo a catequização dos povos gentios (índios e africanos).
b) Foi conseqüência da crise econômica que assolava a Europa no século XV
c) A Espanha foi pioneira devido a habilidade e conhecimentos náuticos de seus marinheiros e ao patrocínio dos comerciantes burgueses.
d) O comércio com as Índias era feito pelo Oceano Atlântico desde o século XIV.
e) Foi totalmente financiada com recursos da coroa pois a burguesia pouco interesse tinha em expandir seu comércio para além da Europa.
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domingo, janeiro 22, 2012

Elogiando as Utopias & Cortejando o Absurdo - Rui Barbosa.


 

"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto."

Rui Barbosa.


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Edgar Vasques: Rango.


Diante tantas as tantas contradições que se manifestam na sociedade brasileira, os cidadãos cumprem o seu papel e fazem valer os seus direitos sociais protestando contra a rapinagem política e os vários atentados à ética e ao bem comum. Contudo, a imprensa brasileira, sustentada por grupos empresariais fortes, insiste em silenciar os movimentos sociais, despolitizando o povo e deturpando o verdadeiro sentido da palavra democracia.
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sexta-feira, janeiro 20, 2012

Responder ao Aumento das Passagens Por Meio da Mobilização Popular.

O Ano mal começou e a população pernambucana já está sendo vítima de mais um aumento do preço das passagens dos ônibus que circulam pela região metropolitana do Recife. Assim, além de se submeter aos péssimos serviços ofertados pelas empresas de transportes, o usuário também terá que pagar mais caro para se deslocar de sua residência para escola, trabalho ou lazer.

E diante dessa realidade, vários estudantes, junto a entidades representativas, partidos e sindicatos, passaram a discutir sobre o aumento e sobre a precarização do transporte público na região, mobilizando cada vez mais pessoas e promovendo uma passeata, com a finalidade de impedir o reajuste das passagens.

Como se sabe, somente o Conselho Metropolitano de Transportes Urbanos pode deliberar sobre o preço das tarifas. Mas, segundo o próprio movimento estudantil, esse conselho não é legítimo para representar o trabalhador, o estudante e o próprio usuário pernambucano, pois a sua inoperância só serve para garantir os interesses de uma "máfia" de empresários que não tem a menor responsabilidade social e só visam a maximização dos lucros. Assim, questões como a insuficiência das frotas, qualidade do serviço e passe livre estudantil, não fazem parte da pauta desse conselho, sendo assim, realidades quase que utópicas para a população.

É válido ressaltar que o aumento das tarifas não irá modificar, de maneira alguma, a atual situação dos transportes públicos na região metropolitana. Serviço esse que já é caracterizado pela superlotação e pela falta de segurança. Assim, o que resta ao usuário é manifestar a sua indignação protestando e tomando as ruas da cidade para barrar esse reajuste.

E mais uma vez o movimento estudantil cumpriu o seu papel de vanguarda na luta e nas manifestações populares. No entanto, o governador Eduardo Campos, achou conveniente utilizar da força repressiva da tropa de choque com seu arsenal bélico, spray de pimenta e bombas de efeito moral, para conter os estudantes contrários ao aumento das passagens. Ficando nítido, o respeito que sua gestão tem em relação aos direitos humanos e sociais. Um governo que se esconde atrás de instituições repressoras nao pode representar, nem as forças políticas democráticas, nem tampouco a sociedade civil.

A população pernambucana presenciou um episódio de criminalização dos movimentos sociais, promovido pelo Eduado Campos, que por essas e outras, vem se afastando gradativamente dos compromissos firmados nas duas ultimas eleições.

Portanto, nao podemos perder a esperança. Pelo contrario, é necessário intensificar ainda mais a nossa militância para mobilizarmos muito mais pessoas em favor da luta popular. A ordem do dia é unificar todas as bandeiras em torno da luta contra o aumento das passagens e acumular força para derrotarmos de uma vez, essa máfia de políticos e empresários que massacram a ética e desmoralizam as nossas instituições públicas.
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segunda-feira, janeiro 16, 2012

África, Um Continente Sem História? - Emir Sader.


Não há região do mundo mais vítima da naturalização da miséria do que a África. Na concepção eurocêntrica, bastaria cruzar o Mediterraneo para se ir da “civilização” à “barbárie”. Como se a África não tivesse história, como se seus problemas fossem naturais e não tivessem sido resultado do colonialismo, da escravidão e do neocolonialismo.

Continente mais pobre, mais marcado por conflitos que aparecem como conflitos étnicos, região que mais exporta mão de obra – a África tem todas as características para sofrer a pecha de continente marcado pelo destino para a miséria, o sofrimento, o abandono.

Depois de séculos de despojo colonial e de escravidão, os países africanos acederam à independência política na metade do século passado, no bojo da decadência definitiva das potências coloniais europeias. Alguns países conseguiram gerar lideranças políticas nacionais, construir Estados com projetos próprios, estabelecer certos níveis de desenvolvimento econômico, no marco do mundo bipolar do segundo pós-guerra.

Mas essas circunstâncias terminaram e o neocolonialismo voltou a se abater sobre o continente africano, vítima de novo da pilhagem das potências capitalistas. A globalização neoliberal voltou a reduzir o continente ao que tinha sido secularmente: fornecedor de matérias primas para as potências centrais, com a única novidade que agora a China também participa desse processo.

Mas o continente, que nunca foi ressarcido pelo colonialismo e pela escravidão, paga o preço desses fenômenos e essa é a raiz essencial dos seus problemas. Mesmo enfrentamentos sangrentos, atribuídos a conflitos étnicos, como entre os tutsis e os hutus, se revelaram na verdade expressão dos conflitos de multinacionais francesas e belgas, com envolvimento dos próprios governos desses países.

Hoje a África está reduzida a isso no marco do capitalismo global. Salvo alguns países como a Africa do Sul, por seu desenvolvimento industrial diferenciado e alguns países que possuem matérias primas ou recursos energéticos estratégicos, tem um papel secundário e complementar, sem nenhuma capacidade de assumir estratégias próprias de desenvolvimento e de superação dos seus problemas sociais.

A globalização neoliberal acentuou a concentração de poder e de renda no centro em detrimento da periferia. Os países emergentes – em particulares latino-americano e alguns asiáticos – conseguiram romper essa tendência, mas não os africanos, porque não conseguiram eleger governos que rompessem com a lógica neoliberal predominante. O novo ciclo da crise capitalista e a primavera no mundo árabe podem trazer novidades que permitam a países africanos somar-se aos governos progressistas da América Latina.

Fonte: Carta Maior.
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16 de Janeiro de 1991: EUA Inicia Ataque ao Iraque na Guerra do Golfo.

A Guerra do Golfo iniciada em 1990, após a invasão das tropas iraquianas, do então presidente, Saddan Hussein no território do Kuwait, devido ao comércio internacional de petróleo e a questões territoriais fez com que a Organização das Nações Unidas (ONU) autorizasse a intervenção das tropas americanas na região.

O conflito envolveu também a Inglaterra, França, Egito, Síria e Arábia Saudita, todos liderados pelo exército americano e no dia 16 de janeiro de 1991 foi iniciado o ataque ao Iraque. Após um mês e meio de bombardeio, o Iraque foi derrotado e teve que se retirar do Kuwait, além de sofrer embargos econômicos impostos peloa ONU. 

Contudo, mesmo diante da derrota e da morte de milhares de militares e civis, além dos prejuízos econômicos, o Iraque continuo sendo governado pelo ditador Saddam Hussein. É válido ressaltar que, depois da Guerra Irâ-Iraque, a Guerra do Golfo também foi um dos maiores massacres da história do Oriente Medio.

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domingo, janeiro 15, 2012

Download - 1968: O Ano Que Não Terminou.


VENTURA, Zuenir.
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Resultado de um mergulho de dez meses nos jornais e revistas da época, atualizado por dezenas de depoimentos, o livro, 1968: o ano que não terminou, do jornalista Zuenir Ventura é uma fascinante reconstituição do ano de 68 no Brasil - de uma época e de seus heróis, de seus dramas e paixões, de suas lutas e vitórias. Apesar do rigor histórico com que os acontecimentos são reconstruídos e os personagens revividos, 1968: o ano que não terminou não é propriamente um livro de história. É na verdade um romance sem ficção de uma geração que queria virar o mundo pelo avesso. 

Zuenir Ventura não produziu um relato passional. Apaixonado, sim, mas não panfletário. Testemunha e participantes daqueles tempos de exaltação, Zuenir Ventura faz de 1968 uma reconstituição como até hoje não se havia feito. E seu mergulho naquela geração mostrou-lhe que o melhor legado que ela deixou não está no gesto - muitas vezes desesperado, outras vezes autoritário - mas na paixão com que foi a luta. É esta a grande paixão que o autr agora nos mostra. Com simpatia, mas sem indulgência .*

* Texto extraído da descrição feita na capa do próprio livro.
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quinta-feira, janeiro 12, 2012

Filosofia? Ah...

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quarta-feira, janeiro 11, 2012

2011: O Despertar Árabe.


Sem dúvidas, um dos fatos mais marcantes do ano de 2011 foi a chamada Primavera Árabe, a grande onda de protestos, manifestações e insurreições ocorridas nos países árabes desde dezembro de 2010. A onda revolucionária teve início na Tunísia, onde em menos de um mês as manifestações populares, com o aopio das Forças Armadas, levaram à fuga do presidente Zine el-Abidine Ben Ali para a Arábia Saudita, e provocaram um verdadeiro efeito dominó.

Passado um ano, temos um saldo de duas revoluções (Tunísia e Egito), uma guerra civil na Líbia, que teve como ponto máximo a derrubada e morte de Kadhafi, grandes protestos populares em Marrocos, Argélia e Jordânia, além de movimentos de contestação em países cujos regimes não permitiam protestos públicos, como Arábia Saudita, Irã, Iraque, Kwait, Emirados Árabes Unidos e Oman. Na Síria e no Iêmen, as contestações populares têm sido reprimidas com violência.

A onda revolucionária afetou também países como Saara Ocidental, Mauritânia, Sudão, Djibuti, dentre outros. Comparada a diversos momentos históricos, como a Primavera dos Povos de 1848 e o Risorgimento italiano, a onda de protestos no mundo árabe tem uma série de causas, que foram se acumulando nos últimos 50 anos. Regimes nascidos dos nacionalismos árabes a partir da década de 1950 foram se convertendo em governos totalitários e repressores, com irrestrita violação das liberdades individuais e públicas. O desemprego, a miséria, a corrupção, o elevado custo de vida, a injustiça política e social e a necessidade de um regime mais democrático têm sido apontados como principais causas dos levantes.

Por Alexandre Belmonte.
Fonte: Revista de História da Biblioteca Nacional.
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Coluna: Os Malvados

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terça-feira, janeiro 10, 2012

Juventude e Mundo do Trabalho - Um Debate Necessário Para o País.

A juventude brasileira é uma parcela demográfica bastante extensa e diversificada. A população de jovens ja supera os 50 milhões de habitantes. Ou seja, temos um grande contingente de pessoas com idade, entre 15 e 29 anos que mesmo parecendo algo negativo, esse grande contingente, se configura como uma geração que carregam consigo a função estratégica de conquistar mais direitos e contribuir com o desenvolvimento social no país.

Contudo, a história da juventude brasileira, trás consigo, uma profunda dívida social, em virtude de um nebuloso período de exclusão, oriundo de governos conservadores e neoliberais que insistiam em definir o jovem como sinonimo de rebeldia, alienação e como causadores de problemas. Além disso,o crescimento dos grandes centros urbanos, condenou a exclusão e a periferia grande parte da nossa juventude, que passaram a conviver sem infra-estrutura de acesso ao lazer, educação, esporte e cultura, ficando assim, um grande contingente humano vulnerável a toda violência do sistema capitalista.

No mundo do trabalho,a juventude brasileira foi condenada ao desemprego, subemprego, a trabalhos precários e a exploração. De fato, a miséria e a exclusão histórica do país tem uma face jovem. Segundo dados, quanto mais jovem o trabalhador adentra no mercado de trabalho, menores serão as chances do mesmo conseguir um emprego e/ou uma remuneração melhor, uma vez que, com as longas jornadas de trabalho, menor é o estímulo para que o mesmo continue a sua formação educacional e profissional, trazendo sérios problemas para a sociedade em geral.

No entanto, essa realidade vem sendo combatida por meio de diversas lutas protagonizadas pelos movimentos juvenis que fortaleceram suas atuações em torno de bandeiras de lutas, gerais e específicas, tornando as políticas públicas de juventude como algo essencial para o desenvolvimento da nação e incorporando-as ao Estado brasileiro como uma forma racional para a construção de um cotidiano mais dígno.

Demandas ligadas a educação pública, gratuita e de qualidade, profissionalização e inserção do jovem no mundo do trabalho são constantemente debatidas por vários atores políticos que corroboram com a real necessidade de se construir um projeto nacional de desenvolvimento que valorize integralmente os jovens na realidade social do país. Um desses agentes é o próprio movimento sindical que se tornou uma ferramenta estratégica para defender as políticas voltadas à juventude, principalmente no combate à exploração e as longas jornadas de trabalho.

Enfim, a necessidade de defender o trabalho decente, pautado por uma remuneração adequada, condições de liberdade, equidade, segurança e capacidade de assegurar uma vida com dignidade à todos os trabalhadores do Brasil tambem é um debate que a juventude deve ter propriedade e, principalmente, participação política.
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domingo, janeiro 08, 2012

Elogiando as Utopias & Cortejando o Absurdo - Ferreira Gullar.


O Açúcar

O branco açúcar que adoçará meu café
Nesta manhã de Ipanema
Não foi produzido por mim
Nem surgiu dentro do açucareiro por milagre.

Vejo-o puro
E afável ao paladar
Como beijo de moça, água
Na pele, flor
Que se dissolve na boca. Mas este açúcar
Não foi feito por mim.

Este açúcar veio
Da mercearia da esquina e
Tampouco o fez o Oliveira,
Dono da mercearia.
Este açúcar veio
De uma usina de açúcar em Pernambuco
Ou no Estado do Rio
E tampouco o fez o dono da usina.

Este açúcar era cana
E veio dos canaviais extensos
Que não nascem por acaso
No regaço do vale.

Em lugares distantes,
Onde não há hospital,
Nem escola, homens que não sabem ler e morrem de fome
Aos 27 anos
Plantaram e colheram a cana
Que viraria açúcar.
Em usinas escuras, homens de vida amarga
E dura
Produziram este açúcar
Branco e puro
Com que adoço meu café esta manhã
Em Ipanema.
(Ferreira Gullar)
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sexta-feira, janeiro 06, 2012

Novo Telecurso - Sociologia - Aula 05.



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Novo Telecurso - História - Aula 18 (O Predomínio Ibérico).



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Novo Telecurso - História - Aula 17 (As Reformas Religiosas).


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quinta-feira, janeiro 05, 2012

O Mundo do Dinheiro e Seus Heróis - Emir Sader.


Até um certo momento os ricos ou escondiam sua riqueza ou tratavam de passar despercebidos, como se não ficasse bem exibir riqueza em sociedades pobres e desiguais. Ou até também para escapar da Receita.

De repente, o mundo neoliberal - esse em que tudo vale pelo preço que tem, em que tudo tem preço, em que tudo se vende, tudo se compra – passou a exibir a riqueza como atestado de competência. Nos EUA se deixou de falar de pobres, para falar de “fracassados”. Numa sociedade que se jacta de dar oportunidade para todos, numa “sociedade livre, aberta”, quem nao deu certo economicamente, é por incompetência ou por preguiça.

Ser rico é ter dado certo, é demonstrar capacidade para resolver problemas, ter criatividade, se dar bem na vida, etc., etc. Até um certo momento as biografias que se publicavam eram de grandes personagens da historia universal – governantes, lideres populares, gênios musicais, detentores de grandes saberes. A partir do neoliberalismo as biografias de maior sucesso passaram as ser as dos milhardários, que supostamente ensinam o caminho das pedras para os até ali menos afortunados.

Todos dizem que nasceram pobres, subiram na vida graças à tenacidade, à criatividade, ao trabalho duro, ao espirito de sacrifício. Tiveram tropeços, mas nao desistiram, leram algum guru de auto-ajuda que os fez aumentarem sua auto estima, acreditarem mais em si mesmos, recomeçarem do zero, até chegarem ao sucesso indiscutível.

Seus livros se transformam em best-sellers, vendem rapidamente – até que vários deles caem em desgraça, porque flagrados em algum escândalo -, eles viajam o mundo dando entrevistas e vendendo seu saber que, se fosse seguido por seus leitores, produziria um mundo de ricos e de pessoas realizadas e felizes como eles.

Quem vai publicar um livro de um “fracassado”? Só mesmo se fosse para que as pessoas soubessem quais os caminhos errados, aqueles que nao deveriam seguir, se querem ser ricos, bonitos e felizes. O mundo do trabalho, da fábrica, do sindicato, dos movimentos de bairro, das comunidades – mundo marginal e marginalizado.

Programas de televisão exaltam os ricos, os bem sucedidos, as mulheres que exibem sua elegância, sua falta de pudor de gastar milhões na Daslu e nas viagens a Nova York e a Paris. Ninguém quer ver gente feia, pobre, desamparada, que só frequenta os noticiários policiais e de calamidades naturais. As telenovelas tem como cenários os luxuosos apartamentos da zona sul do Rio e dos jardins de Sáo Paulo, com belas mulheres e homens que não trabalham, no máximo administram empresas de sucesso. Os pobres giram em torno deles – empregadas domésticas, entregadores de pizza, donos de botecos -, sempre como coadjuvantes do mundo dos ricos, que propõem o tipo de vida que as pessoas deveriam ter, se quiserem ser ricos, bonitos, felizes.

Esse mundo fictício esconde os verdadeiros mecanismos que geram a riqueza e a pobreza, os meios sociais – os bancos por um lado, as fábricas por outro – em que se geram a riqueza e a fortuna, a especulação e a expropriação do trabalho alheio. Em que estão os vilões e os heróis das nossas sociedades.

Fonte: Blog do Emir (Agencia Carta Maior).
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