Sociologicamente, os comportamentos coletivos são determinadas condutas das multidões, dos públicos ou das massas, motivadas principalmente por situações emotivas, delicadas ou de grande efervescência social. Também é válido destacar que não são comportamentos cotidianos, nem tampouco definidos como a simples soma de ações individuais, pelo contrário, os comportamentos coletivos ocorrem em ocasiões fora da rotina normal de uma sociedade onde as pessoas, respondendo a determinado estímulo, passam a se manifestarem de uma maneira semelhante ou uniforme, mas que na maioria dos casos acontecem de uma forma desorganizada. Os boatos, os rumores, fofocas, modismo, paranoia coletiva e os estados de pânico ou de comoção pública são bons exemplos comportamentos coletivos.
Segundo o dicionário de sociologia, os comportamentos coletivos englobam as seguintes fases:
a) Fase de controle exercido pela presença ou ação de outrem - modificando os comportamentos individuais;
b) As reações circulares - influência de cada indivíduo sobre os comportamentos individuais;
c) O "milling" - movimento de indivíduos, uns em redor dos outros, ao acaso e sem meta;
d) A excitação coletiva - quando o comportamento excitado fixa poderosamente a atenção dos integrantes; sob a sua influência os indivíduos tornam-se emocionalmente excitáveis; a decisão pessoal dos indivíduos é mais rapidamente quebrada;
e) O contágio social - disseminação rápida, impensada e irracional de um estado de espírito, de um impulso ou de uma forma de conduta que atraem e se transmitem aos que originalmente se constituíam em meros espectadores e assistentes.
João Guizzo identifica duas classificações para os comportamentos coletivos, a primeira se relaciona aos que são espontâneos (manifestações ou protestos de moradores desencadeados por um atropelamento ou outro fato gerador de uma comoção ou revolta popular) e a segunda, está relacionada aos que são organizados (marcha ou manifestação de estudantes ou trabalhadores sem-terra, onde grande parte das pessoas estão de uma certa maneira uniformizada ou caracterizada por adereços - bandeiras, camisas, bonés - em comum, dando uma impressão de unidade).
Recentemente, podemos destacar dois bons exemplos de comportamentos sociais ocasionados em virtude da reprodução de alguns boatos que causaram muita confusão, desordem e até mesmo prejuízos de econômicos para empresas, faculdades e até mesmo bancos. O primeiro ocorreu em Recife/PE e o segundo foi de abrangência nacional, impactando no funcionamento de agências bancárias e casas lotéricas.
CASO 01: BARRAGEM DE TAPACURÁ (MAIO/2011)
Devido a um boato sobre o transbordamento da barragem de Tapacurá, localizada em São Lourenço da Mata, expedientes foram suspensos, colégios fecharam as portas mais cedo, algumas repartições públicas decidiram encerrar as atividades antes do horário previsto, a Universidade Católica e a Universidade Federal suspenderam as aulas e até um shopping na Zona Norte fechou preventivamente no meio da tarde e liberou os funcionários. O Recife viveu uma tarde de pavor, as pessoas decidiram voltar mais cedo para casa e isso acabou provocando congestionamentos em várias localidades do Recife. Com isso, as avenidas Conde da Boa Vista, Mario Melo, João de Barros e Visconde de Suassuna, localizadas na área central do Recife ficaram congestionadas durante o final da tarde e toda noite.
Muitas pessoas desistiram de ir de ônibus e decidiram sair andando. Aproximadamente 17 veículos foram abandonados na avenida Agamenon Magalhães. Os metrôs ficaram suspenderam suas atividades, as paradas de ônibus ficaram lotadas, alguns ônibus apagaram seus letreiros para não apanhar mais passageiros e outras avenidas ficaram completamente congestionadas, a exemplo a avenida Caxangá.
De acordo com as autoridades, nesse dia não houve nenhum indicativo de que ocorra uma enchente. Não havia razão para pânico. Até o governador Eduardo Campos foi para uma rádio para tranquilizar a população que pedia à população para que não acreditassem no boato e escutassem com as informações técnicas do governo.
Porém, o boato tomou conta das ruas e das redes sociais. Inclusive esse assunto foi um dos mais comentados pelos usuários do Twitter e do Facebook. O assunto foi tão comendado que a hashtag #tapacura chegou a figurar nos trending topics mundiais e ocupou, durante boa parte da tarde, a lista de tópicos mais comentados no Brasil.
CASO 02: BOATO SOBRE SUPOSTO PAGAMENTO DE ABONO PARA TRABALHADORES (OUTUBRO/2012).
Um boato a respeito de um pagamento extra do PIS que circulou nas redes sociais levou um grande número de trabalhadores às agências da Caixa Econômica Federal e casas lotéricas por todo o país. Ainda não se sabe como essa notícia surgiu, mas centenas de pessoas procuraram as agências da Caixa Econômica Federal para reivindicar seu 'bônus. A mensagem informava, erroneamente, que todos aqueles que trabalharam com carteira assinada durante o período do governo Lula teriam direito a receber o benefício extra no valor de um salário mínimo. De acordo com algumas pessoas que se dirigiram a CEF, a informação teria circulado em jornais de circulação e veiculação nacional, além da própria ‘Voz do Brasil’. As pessoas que foram as unidades bancárias, ficaram frustradas ao saber que se tratava de um boato.
A Caixa Econômica Federal (CEF) confirmou que as notícias divulgadas nas redes sociais e outros meios eletrônicos sobre um suposto novo benefício social a ser pago aos trabalhadores não passou de rumor.
Além de desmentir o boato, de que aqueles que estavam trabalhando com carteira assinada durante o Governo Lula (PT) receberiam uma bonificação no valor de um salário mínimo, a CEF reitera informações sobre o comportamento do órgão na rede. A Caixa não solicita senhas, número de conta ou quaisquer outras informações confidenciais por redes sociais, e-mail ou SMS.
Referências:
GUIZZO, JOÃO. Introdução à Sociologia. São Paulo: Companhia Editora Nacional. 2009.
Comportamento Coletivo. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2012. Disponível em: http://www.infopedia.pt/$comportamento-coletivo;
Dicionário de Sociologia. Disponível em: http://pt.scribd.com/doc/20859136/DICIONARIO-DE-SOCIOLOGIA;Comportamento Coletivo. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2012. Disponível em:
Matérias Relacionadas:
PE360 Graus:
http://pe360graus.globo.com/noticias/cidades/chuvas/2011/05/05/NWS,532867,4,214,NOTICIAS,766-BOATO-ENCHENTE-CAUSA-TARDE-PANICO-RECIFE.aspx
JC Online:
http://ne10.uol.com.br/canal/cotidiano/grande-recife/noticia/2011/05/05/boatos-sobre-transbordamento-de-tapacura-paralisam-transito-em-recife-270131.php
Diário de Pernambuco:
http://www.old.diariodepernambuco.com.br/vidaurbana/nota.asp?materia=20110505191849
Outras Matérias:
Fundaj:
http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/index.phpoption=com_content&view=article&id=806&Itemid=1
UOL:
http://www2.uol.com.br/JC/_1999/80anos/80b_39.htm
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Sociologicamente, os comportamentos coletivos são determinadas condutas das multidões, dos públicos ou das massas, motivadas principalmente por situações emotivas, delicadas ou de grande efervescência social. Também é válido destacar que não são comportamentos cotidianos, nem tampouco definidos como a simples soma de ações individuais, pelo contrário, os comportamentos coletivos ocorrem em ocasiões fora da rotina normal de uma sociedade onde as pessoas, respondendo a determinado estímulo, passam a se manifestarem de uma maneira semelhante ou uniforme, mas que na maioria dos casos acontecem de uma forma desorganizada. Os boatos, os rumores, fofocas, modismo, paranoia coletiva e os estados de pânico ou de comoção pública são bons exemplos comportamentos coletivos.
Segundo o dicionário de sociologia, os comportamentos coletivos englobam as seguintes fases:
a) Fase de controle exercido pela presença ou ação de outrem - modificando os comportamentos individuais;
b) As reações circulares - influência de cada indivíduo sobre os comportamentos individuais;
c) O "milling" - movimento de indivíduos, uns em redor dos outros, ao acaso e sem meta;
d) A excitação coletiva - quando o comportamento excitado fixa poderosamente a atenção dos integrantes; sob a sua influência os indivíduos tornam-se emocionalmente excitáveis; a decisão pessoal dos indivíduos é mais rapidamente quebrada;
e) O contágio social - disseminação rápida, impensada e irracional de um estado de espírito, de um impulso ou de uma forma de conduta que atraem e se transmitem aos que originalmente se constituíam em meros espectadores e assistentes.
João Guizzo identifica duas classificações para os comportamentos coletivos, a primeira se relaciona aos que são espontâneos (manifestações ou protestos de moradores desencadeados por um atropelamento ou outro fato gerador de uma comoção ou revolta popular) e a segunda, está relacionada aos que são organizados (marcha ou manifestação de estudantes ou trabalhadores sem-terra, onde grande parte das pessoas estão de uma certa maneira uniformizada ou caracterizada por adereços - bandeiras, camisas, bonés - em comum, dando uma impressão de unidade).
Recentemente, podemos destacar dois bons exemplos de comportamentos sociais ocasionados em virtude da reprodução de alguns boatos que causaram muita confusão, desordem e até mesmo prejuízos de econômicos para empresas, faculdades e até mesmo bancos. O primeiro ocorreu em Recife/PE e o segundo foi de abrangência nacional, impactando no funcionamento de agências bancárias e casas lotéricas.
CASO 01: BARRAGEM DE TAPACURÁ (MAIO/2011)
Devido a um boato sobre o transbordamento da barragem de Tapacurá, localizada em São Lourenço da Mata, expedientes foram suspensos, colégios fecharam as portas mais cedo, algumas repartições públicas decidiram encerrar as atividades antes do horário previsto, a Universidade Católica e a Universidade Federal suspenderam as aulas e até um shopping na Zona Norte fechou preventivamente no meio da tarde e liberou os funcionários. O Recife viveu uma tarde de pavor, as pessoas decidiram voltar mais cedo para casa e isso acabou provocando congestionamentos em várias localidades do Recife. Com isso, as avenidas Conde da Boa Vista, Mario Melo, João de Barros e Visconde de Suassuna, localizadas na área central do Recife ficaram congestionadas durante o final da tarde e toda noite.
Muitas pessoas desistiram de ir de ônibus e decidiram sair andando. Aproximadamente 17 veículos foram abandonados na avenida Agamenon Magalhães. Os metrôs ficaram suspenderam suas atividades, as paradas de ônibus ficaram lotadas, alguns ônibus apagaram seus letreiros para não apanhar mais passageiros e outras avenidas ficaram completamente congestionadas, a exemplo a avenida Caxangá.
De acordo com as autoridades, nesse dia não houve nenhum indicativo de que ocorra uma enchente. Não havia razão para pânico. Até o governador Eduardo Campos foi para uma rádio para tranquilizar a população que pedia à população para que não acreditassem no boato e escutassem com as informações técnicas do governo.
Porém, o boato tomou conta das ruas e das redes sociais. Inclusive esse assunto foi um dos mais comentados pelos usuários do Twitter e do Facebook. O assunto foi tão comendado que a hashtag #tapacura chegou a figurar nos trending topics mundiais e ocupou, durante boa parte da tarde, a lista de tópicos mais comentados no Brasil.
CASO 02: BOATO SOBRE SUPOSTO PAGAMENTO DE ABONO PARA TRABALHADORES (OUTUBRO/2012).
Um boato a respeito de um pagamento extra do PIS que circulou nas redes sociais levou um grande número de trabalhadores às agências da Caixa Econômica Federal e casas lotéricas por todo o país. Ainda não se sabe como essa notícia surgiu, mas centenas de pessoas procuraram as agências da Caixa Econômica Federal para reivindicar seu 'bônus. A mensagem informava, erroneamente, que todos aqueles que trabalharam com carteira assinada durante o período do governo Lula teriam direito a receber o benefício extra no valor de um salário mínimo. De acordo com algumas pessoas que se dirigiram a CEF, a informação teria circulado em jornais de circulação e veiculação nacional, além da própria ‘Voz do Brasil’. As pessoas que foram as unidades bancárias, ficaram frustradas ao saber que se tratava de um boato.
A Caixa Econômica Federal (CEF) confirmou que as notícias divulgadas nas redes sociais e outros meios eletrônicos sobre um suposto novo benefício social a ser pago aos trabalhadores não passou de rumor.
Além de desmentir o boato, de que aqueles que estavam trabalhando com carteira assinada durante o Governo Lula (PT) receberiam uma bonificação no valor de um salário mínimo, a CEF reitera informações sobre o comportamento do órgão na rede. A Caixa não solicita senhas, número de conta ou quaisquer outras informações confidenciais por redes sociais, e-mail ou SMS.
Referências:
GUIZZO, JOÃO. Introdução à Sociologia. São Paulo: Companhia Editora Nacional. 2009.
Comportamento Coletivo. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2012. Disponível em: http://www.infopedia.pt/$comportamento-coletivo;
Dicionário de Sociologia. Disponível em: http://pt.scribd.com/doc/20859136/DICIONARIO-DE-SOCIOLOGIA;Comportamento Coletivo. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2012. Disponível em:
Matérias Relacionadas:
PE360 Graus:
http://pe360graus.globo.com/noticias/cidades/chuvas/2011/05/05/NWS,532867,4,214,NOTICIAS,766-BOATO-ENCHENTE-CAUSA-TARDE-PANICO-RECIFE.aspx
JC Online:
http://ne10.uol.com.br/canal/cotidiano/grande-recife/noticia/2011/05/05/boatos-sobre-transbordamento-de-tapacura-paralisam-transito-em-recife-270131.php
Diário de Pernambuco:
http://www.old.diariodepernambuco.com.br/vidaurbana/nota.asp?materia=20110505191849
Outras Matérias:
Fundaj:
http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/index.phpoption=com_content&view=article&id=806&Itemid=1
UOL:
http://www2.uol.com.br/JC/_1999/80anos/80b_39.htm
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