domingo, julho 22, 2012

Poderes Intocados Poderes!

Desde o Plano Real, a banca brasileira montou seu esquema de financiamento da dívida pública com base nas mais altas taxas de juros do mundo. Até hoje, foram duas décadas para começar a desmontar o esquema, baixar os juros, espremer a questão dos spreads bancários aos financiamentos privados, sob a grita da banca e a firmeza de Dilma. 

Foi preciso uma crise econômica mundial tremenda para dar o start nisso. E risivelmente, se não fosse trágico, Meirelles ainda elevou os juros no ano fatídico de 2008, ao irromper a crise aberta. 

Agora, foi instalado o Conselho de Comunicação Social. Não é uma brastemp, mas volta-se ao fundamental: algum tipo de controle social sobre a mídia que planta, apura, julga sumariamente e condena. Os insatisfeitos que aleguem a lei de imprensa e esperem por vários anos o julgamento, já condenados. Vejam: o Conselho foi criado em 1991, e só composto agora. Vinte anos! 

Finanças e mídia são os poderes que se querem intocados. Mas há mais um elemento que os liga. A campanha violenta contra a política, a desmoralização da política, aproveitando o fato de um sistema político disfuncional – voto nominal e financiamento privado da campanha – deixa de lado o fundamental. Isto é, o patamar de corrupção na política passou a ser um problema mundial. Derivou do novo nível de financeirização da riqueza, que potenciou a captura dos interesses públicos, aí incluída na política. Ou seja, onde há corrupção há corruptores, e o patamar de sua operação se elevou às alturas. No Brasil, portanto, não deriva apenas e hoje nem principalmente do patrimonialismo a tradição brasileira. Aí entra a mídia: ao patrimonialismo é atribuído todo o mal, o Brasil “não teria jeito”, é o mantra. Deixam ilesos o sistema erigido com base no poder das finanças e da própria mídia. 

No fundo, ainda que indispensáveis à economia e à democracia, finanças e mídia são poderes que se querem intocados. Há como pô-las a serviço de um novo projeto nacional de afirmação da nação brasileira. 

Por Walter Sorrentino (Secretário Nacional de Organização do PCdoB).
Fonte: Site do PCdoB.
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Desde o Plano Real, a banca brasileira montou seu esquema de financiamento da dívida pública com base nas mais altas taxas de juros do mundo. Até hoje, foram duas décadas para começar a desmontar o esquema, baixar os juros, espremer a questão dos spreads bancários aos financiamentos privados, sob a grita da banca e a firmeza de Dilma. 

Foi preciso uma crise econômica mundial tremenda para dar o start nisso. E risivelmente, se não fosse trágico, Meirelles ainda elevou os juros no ano fatídico de 2008, ao irromper a crise aberta. 

Agora, foi instalado o Conselho de Comunicação Social. Não é uma brastemp, mas volta-se ao fundamental: algum tipo de controle social sobre a mídia que planta, apura, julga sumariamente e condena. Os insatisfeitos que aleguem a lei de imprensa e esperem por vários anos o julgamento, já condenados. Vejam: o Conselho foi criado em 1991, e só composto agora. Vinte anos! 

Finanças e mídia são os poderes que se querem intocados. Mas há mais um elemento que os liga. A campanha violenta contra a política, a desmoralização da política, aproveitando o fato de um sistema político disfuncional – voto nominal e financiamento privado da campanha – deixa de lado o fundamental. Isto é, o patamar de corrupção na política passou a ser um problema mundial. Derivou do novo nível de financeirização da riqueza, que potenciou a captura dos interesses públicos, aí incluída na política. Ou seja, onde há corrupção há corruptores, e o patamar de sua operação se elevou às alturas. No Brasil, portanto, não deriva apenas e hoje nem principalmente do patrimonialismo a tradição brasileira. Aí entra a mídia: ao patrimonialismo é atribuído todo o mal, o Brasil “não teria jeito”, é o mantra. Deixam ilesos o sistema erigido com base no poder das finanças e da própria mídia. 

No fundo, ainda que indispensáveis à economia e à democracia, finanças e mídia são poderes que se querem intocados. Há como pô-las a serviço de um novo projeto nacional de afirmação da nação brasileira. 

Por Walter Sorrentino (Secretário Nacional de Organização do PCdoB).
Fonte: Site do PCdoB.
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