sábado, dezembro 02, 2006

O Manifesto do Partido Comunista.

Escrito pelo economista alemão Karl Marx e pelo filósofo e cientista Friedrich Engels, a obra citada trata da consolidação de ideais comunistas tendo em vista a civilização moderna e a ascensão da classe burguesa, tanto no poder econômico, quanto no político. Foi publicada pela primeira vez no ano de 1848, retratando a luta entre classes, arraigada ao motor da história, manifestando assim a destruição da ordem burguesa e defendendo todo o poder as classes excluídas.

“Até hoje, a história de todas as sociedades que existiram até nossos dias tem sido a história das lutas de classes”. Eis uma das afirmativas que o autor retrata logo nas primeiras paginas de seu livro, onde é feita uma análise histórica dos modos de produção, criados desde os feudos até a grandes corporações industriais, tendo em vista as suas semelhanças, no que diz respeito ao antagonismo entre as classes opressoras e as classes oprimidas.

A consolidação da modernidade, o fortalecimento das grandes industria e a criação de uma sociedade de consumo, foram os principais fatores que impulsionaram a burguesia desempenha um papel histórico revolucionário na destruição de um modelo de produção arcaico, entretanto não aboliu os antagonismos sociais até então existentes, pelo contrário, com essa ascensão política e econômica o estado burguês desenvolveu ainda mais as condições de opressão e principalmente dividiu cada vez mais os dois vastos campos opostos: a burguesia e o proletariado.

Com essas mudanças sociais, a classe trabalhadora passou a ser conhecida como assalariados. Tudo em nome da necessidade voraz de novos mercados e de excessivo lucro. Com um maior processo de exploração do burguês sobre o operário, ficou demasiadamente notável que no regime burguês quem realmente trabalha não lucra e quem lucra não trabalha.

Tendo em vista essa realidade, o sistema burguês tornou-se estreito para conter tanta desigualdade. Segundo o livro, as armas que a burguesia utilizou para abater o feudalismo voltaram-se contra a própria burguesia. No entanto, o burguês não só forjou as armas, produziu também os homens que as manejarão, ou seja, o proletariado.

É justamente com essa visão, que os autores consolida a sua crítica econômica e histórica baseada em um discurso antagônico à sociedade burguesa e declama a ruptura com tal status quo através do regime comunista, sendo esse como uma conseqüência histórica que a sociedade estaria caminhando, tendo em vista tantos paradoxos sociais gerados em torno de um modelo de produção, onde os capitais estão nas mãos de uma minoria baseada na propriedade privada e no ganho individual de uma prostituição pública com finalidade de sustentação do casamento entre o trabalho e o capital.

Pois bem, é nessa conjuntura que uma revolução comunista dominaria todo o seu passado em nome de um presente rompido radicalmente com as tradições burguesas, voltadas na exploração do homem pelo próprio homem, tudo em nome do poder do capital.

Enfim, “O poder político é o poder organizado de uma classe para a opressão de outra”, nesse contexto: “PROLETÁRIOS DE TODOS OS PAÍSES, UNÍ-VOS”.

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sábado, novembro 04, 2006

Ser ou Não Ser Brasileiro?

Abordar sobre a diversidade cultural existente do Brasil, é uma condição fundamental para a construção de um modelo educacional que tenha objetivos de edificar uma realidade social igualitária para o país. A sociedade brasileira é formada não só por diferentes etnias, como também por imigrantes de diferentes países, portugueses, espanhóis, ingleses, franceses, italianos, alemães, poloneses, húngaros, lituanos, egípcios, sírios, libaneses, armênios, indianos, japoneses, chineses, coreanos, ciganos, latino-americanos. Sem contar com a diversidade religiosa presente no espaço territorial brasileiro que abrange os católicos, evangélicos, batistas, budistas, judeus, muçulmanos, tradições africanas etc. Nesse contexto, o contato constante entre os mais diversos grupos culturais já é uma característica de nossa brasilidade. Porém, é valido ressaltar que, apenas reconhecer as diferenças regionais, culturais ou lingüísticas não é o bastante para a consolidação de um novo Brasil.

Ao nos referimos sobre o pluralismo cultural na educação brasileira, é de fundamental importância que, além de retratarmos as convivências entre as diferentes etnias e costumes existentes em nosso cotidiano, procure que o aluno também compreenda que o Brasil é formado por um amalgama cultural, portanto respeitar e valorizar essas culturas, também é uma forma de exaltar a riqueza cultural do próprio Brasil. Além disso, necessitamos refletir sobre a desigualdade e a exclusão social que ainda faz parte da realidade do país e que se agrava cada vez mais. Logo a crítica política se torna indispensável nesta abordagem científica.

Conhecer o pluralismo cultural pode-se dizer que é uma tentativa de romper com as desigualdades sociais e exclusão social que tanto faz parte do nosso cotidiano, devido ao processo de aculturação presente desde o inicio de nossa história. “Somos obrigados a reconhecer que as primeiras linhas de nossa brasilidade foram escritas com as tintas do desrespeito e da rapina”. (Antonio Mesquita Galvão). Pois bem, essa multiplicidade arraigada a historia cultural do país é um tema demasiadamente delicado, isso se dá, devido ao alto grau de adoção aos padrões europeus em nossa concepção de mundo e também a certos mitos que diz respeito a uma “democracia racial” no Brasil. Ora desde a “invasão européia nas terras tupiniquim” vários foram os projetos de imposição cultural estabelecido em nosso povo. Por isso que, reconhecer e respeitar não basta, precisamos aceitar que o pluralismo cultural está arraigado em todos nós. Somente assim, iremos negar toda essa mecânica de discriminação que tanto atrapalham o exercício da cidadania da população brasileira.

Para construirmos uma nova realidade, temos que contar com a elaboração de um plano educacional voltado para a constituição de indivíduos sociais, conscientes com o exercício da cidadania e comprometidos com padrões realmente democráticos. Como o próprio jornalista João Ubaldo Ribeiro afirmou: “O que nos falta é educação”. Para termos outra realidade, temos que mudar a principal matéria prima do Brasil, o povo. Temos que nos reconhecer como brasileiros, e principalmente temos que nos aceitarmos como realmente somos, ou seja, fruto de um amalgama cultural. Não somos índios, tampouco europeus, muito menos africano, somos brasileiros. E cabe ao brasileiro reconhecer isso.

Herdamos a língua portuguesa dos brancos, junto à organização social, jurídica e administrativa. O conhecimento científico e artístico e a religião judaico-cristã também foram aspectos que foi somado aos nossos princípios culturais, mas não foram somente a matriz branca que deixou legado cultural. Ao mesmo tempo em que estamos tão europeizados, muitos de nós, as vezes não querem notar as nossas facetas indígenas, que em nosso cardápio se manifesta com a mandioca, com o milho, com o guaraná; enfim, e o que dizer desses objetos: a rede de dormir, a esteira, cestos; e como podemos explicar o nosso vocabulário contendo algumas palavras de origem indígena como: abacaxi, amendoim, caju, jacaré, tatu, urubu. Paralelo a todo esse contexto, não se pode negar as nossas heranças provenientes das senzalas. Alimentos como a cocada, o pé-de-moleque, o vatapá, o acarajé, o caruru. Isso sem mencionar algumas palavras que citamos em nosso dia-a-dia: banana, caçula, xingar, fubá, moleque, cachimbo, cachaça.

Aceitar que somos brasileiros é a principal problemática que o presente estudo propõe. E para obter soluções fecundas, precisamos debater sistematicamente sobre os processos educacionais brasileiros, tendo em vista a escola como uma ferramenta de singular importância para problematizarmos a realidade cultural do Brasil, porém é relevante que devemos negar essa falsa ideia de que tudo está bem. Temos que ter consciência que silenciar sobre o fato do preconceito ao negro, ao índio ou ao estrangeiro prejudica mais do que ajuda, ora somente pondo a realidade em xeque que vamos poder nos movimentar para mudar tal realidade.

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sábado, setembro 30, 2006

Juventude Javali

Qual a causa da desorientação ideológica da juventude atual? Parece barata tonta depois de um porre de Baygon®... Será que a democracia da técnica e do capital finalizou a História, transformando jovens guerrilheiros políticos em Quixotes pós-modernos que procuram pêlo em ovo enquanto tomam uma coca-cola? São estes os profetas que aguardam a esperada batalha apocalíptica entre proletários e burgueses que – longe de ouvir Marx – se daria num país como o Brasil? Síndrome de Che Guevara: “Viva Cuba! Vivaaaaaaa!”

Extra, extra, o muro de Berlim caiu! E com ele a máquina padronizante e burocrata da impessoalidade. A informação não chegou a todos. A Rússia era aqui dias atrás, e o czar, a EMTU... Imaginem quantos Lênins, Trotskis e Stalins não desfilavam pelo centro do Recife exercitando sua liderança no ensaio da Revolução... O ensaio foi um fracasso, mas o que é o fracasso de uma reivindicação contra o aumento das passagens dos transportes “públicos” diante da Revolução que vai transformar o mundo? Que, aliás, deve ser muito mais fácil, já que planejam isso dia e noite, não há possibilidade de erro. Devemos reconhecer que a liderança dos movimentos estudantis e os partidos revolucionários foram pegos desprevenidos, como a Rússia atacada por Hitler: atacar de surpresa, quebrando um tratado de paz é covardia...

Preparando oferendas para São Marx e Santo Engels, implorando milagres aos beatos Trotsky e Stalin, entre bandeiras de todas as cores e facções – estandartes de suas alegorias carnavalescas, os camaradas fecham suas portas aos dias de hoje com barricadas de maio de 1968... Vivem antigos dias de um mundo bem mais simples: capitalista inescrupuloso contra operário injustiçado. E aguardam o dia em que o Bem e o Mal irão se confrontar, realizando manifestações grandiosas que tivemos a honra de presenciar: massas sendo empurradas de uma ponta à outra da cidade, perdendo o fôlego em longas caminhadas e brados malcriados; com suas camisas amarradas na cabeça, encarando o batalhão de choque da PM, gritando palavras de ordem contra seu comandante... Glorioso! Como na marcha dos cem mil em plena luta contra a ditadura. Finalmente algo real... Ou pelo menos parecido. Não basta ser revolucionário, tem que parecer com um. Temos cubanos, ligas camponesas, iconoclastas... Cada um vestido a caráter, suas boinas, coturnos, camisas do Che e do Fidel, bandeiras e megafones, disputando qual brado vai liderar nos próximos quinze minutos.

Mas a liderança do movimento foi impecável. Revolucionários profissionais, recebendo salário para contribuir como podem para a revolução proletária. Stalinistas versus trotskistas, anarquistas, petistas revolucionários (isso mesmo!), cada um por si e todos contra todos. Firmes no propósito de lutar contra o abuso econômico da burguesia. Nunca vi materialismo mais invisível: alimentam-se de idéias medíocres, mas quando precisam comer de verdade, fazem uso da cotização concreta dos filiados camaradas. Uma experiência frustrada, porém concreta; tola, mas real. Parabéns, vaidosos medíocres, vossa autenticidade está longe de ser construída. Enquanto se digladiam entre si na batalha dos carros-de-som, o Estado apenas olha com desdém e espera que se cansem – indo pra casa nos mesmos ônibus em que atiraram pedras e pagando sua tarifa sem pestanejar: “Já reclamei demais por hoje, amanhã volto ao centro (nesse mesmo ônibus...) e torno a reclamar...” Alimentando ainda mais as contas insaciáveis de seus vilões...

Envergonhem-se de vossa mediocridade!

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Tecnicos, Intelectuais e Historiadores

A Universidade tem a função de formar intelectuais que saibam responder à altura do seu tempo, ou seja, o exercício do intelectual poderia ser simplesmente refletir sobre os problemas e encontrar soluções para a sociedade na qual o mesmo está inserido. Pois bem, tendo em vista tal afirmação, direcionarei tal artigo para a realidade que se encontra atualmente uma importante área das ciências humanas, a Historia. Ao titular essa manifestação escrita com os termos: técnico, intelectual e historiador; me refiro a uma análise sobre três realidades que estão inseridos os profissionais da área da ciência Historia.

Seguindo o contexto, inicio esta parte do escrito com uma forma de manifesto, tendo em vista a minha opinião sobre a crise do ensino no Brasil. Atualmente muito se tem discutido sobre a importância de uma graduação a nível superior para a vida social dos cidadãos, logicamente que isso é um debate positivo, sem dúvidas, porém minha forma de manifesto é com o descompromisso que existe dentro da própria universidade. Em muitos casos os próprios estudantes não levam em conta a importância que os mesmos tem para a consolidação e desenvolvimento de uma sociedade e resume toda a sua vida acadêmica em apenas uma forma de se obter apenas uma profissão técnica.

É válido ressaltar que esta crise de sentidos tem início logo nos ciclos básicos da educação, ou seja, sempre é inserido na mentalidade de muitos estudantes a falsa idéia de universidade. Tal realidade se torna visível quando os pais, familiares, amigos ou professores fazem ao jovem aluno as famosas perguntas: O que você vai ser quando crescer? Para qual o curso que você vai prestar o vestibular? E esse curso rende dinheiro? Apontar de quem é ou de quem foi à culpa desse fato, não seria uma boa alternativa para seguirmos adiante sobre o assunto, porém é válido retratar que o principal parasita que está por trás desse problema seria a falta de informação.

No caso da educação brasileira, a falta de incentivo à leitura e conseqüentemente o enfraquecimento de um mercado para o escoamento de pesquisas científicas faz com que o sentido da universidade se resuma a apenas a cargos técnicos. Isso justifica a saturação de profissionais em um estreito mercado econômico de trabalho. Tendo em vista essa realidade, volto a ressaltar a importância do intelectual para uma sociedade, ou seja, esse indivíduo não tem a função de trabalhar na sociedade e sim ele tem que atuar em projetos que reflitam sobre melhorias para a sociedade. Mas como os ciclos acadêmicos somente sobrevivem à custa de constantes debates sobre as formas de repensar politicamente o sistema social, torna-se muito perigoso investir em tal setor, uma vez que ainda há uma camada social que lucra com esse status quo.

Como ainda vivemos em uma sociedade capitalista que gira em torno do lucro excessivo, a grande demanda de mão de obra especializada e a concorrência desleal que o próprio sistema prega nas entrelinhas das desigualdades sociais, somando ao fato que “leitura não enche barriga, nem paga contas”, a questão é que muitos desses intelectuais recém saídos das universidades não encontram escoamento para os seus estudam e quase sempre se tornam obrigados a tornarem técnico-intelectuais, acomodando assim as suas capacidades cognitivas devido ao seu enorme tempo de trabalho, perpetuando assim um círculo vicioso de uma só via. Tanto para os que querem, como também, para os que não querem viver nesse sistema de determinismo acadêmico.

Podem-se observar, as origens de tal problemática são estruturais e não são de hoje. Mas partindo um pouco adiante, vejamos o porquê da importância do desenvolvimento da intelectualidade para o desenvolvimento de uma sociedade. Nesse contexto deveria haver mais aproximação entre o ambiente acadêmico e o ambiente produtivo. Até há pouco tempo, a universidade era voltada para a produção do conhecimento, mas por questões estruturais da sociedade essa atividade não está tendo um retorno viável para quem a pratica. Ora, quem mais poderia trazer as melhores soluções para um país se não o próprio estudioso? Isso é fato. Mas quem é ou quem deveria ser o consumidor desses estudos? O Estado e as iniciativas privadas, uma vez que, a informação é a maior riqueza que uma pessoa pode ter, haja vista esse mundo globalizado. É valido lembrar que essa realidade é voltada para as ciências humanas, não que no ramo da tecnologia e das ciências naturais, a realidade é outra, mesmo com as tantas dificuldades que essas áreas enfrentam, ainda há uma preocupação com projetos nesse ramo. Mas quando nos referimos às ciências que tem como foco de estudo a própria sociedade é muito notória a marginalização que os pesquisadores dessas áreas sofrem. São intelectuais que tem suas obras apenas restritas as “utopias” dos círculos acadêmicos, pois por mais que exista uma área de atuação profissional no ramo da pesquisa, ainda é pouco para a demanda de profissionais que se formam nessa área. Particularmente não conheço nenhum intelectual que conquistou uma estabilidade financeira ou uma aposentadoria atuando no ramo de apresentar projetos científicos.

Enfim, para finalizar, pelo menos este artigo, irei fazer uma analise em cima da ciência historia e a sua importância para a reflexão de uma sociedade. Ora, o historiador, ou seja, o intelectual do ramo da história, possui a técnica de produzir a historia como uma forma de conhecimento, ou seja, sua função é de pesquisar e produzir. Discutir a sociedade também é função do historiador, pois ele não deve restringir o seu ofício em apenas uma simples retratação de fatos isolados, e sim ele deve delimitar sua pesquisa a um fim social, definindo, resgatando e atuando no fato histórico. Somente o historiador tem a paixão e a paciência de desconstruir toda uma imagem formada sobre determinado fato histórico, buscando assim uma releitura em cima de todas ou quase todas as particularidades de seu objeto de estudo, para que assim o mesmo possa entender, interpretar e especular sobre o seu trabalho.

Visto que, o historiador não tem a função de narrar a Historia, e sim ele detêm em suas mãos a responsabilidade de criar o fato histórico, retorno nesse momento à problemática apontado o manifesto da minha opinião com a seguinte indagação: como a História poderia ajudar no desenvolvimento de uma sociedade? Reafirmando o que já fora dito; resgatar, definir e produzir um fato histórico tendo em vista todos os seus aspectos é uma forma de entender um todo de uma sociedade, nesse contexto ressalto nessas linhas sobre a importância do oficio do historiador tanto na manutenção e revitalização do patrimônio histórico, como também na realização de atividades atuantes em um turismo histórico, a fim de uma consolidação de uma identidade nacional, resgatando e exaltando a importância de nossa cultura e a nossa história, tanto para os estrangeiros como também para os próprios cidadãos brasileiros.

Tendo em vista o que foi escrito, pretendo mostrar o meu descontentamento no desenvolvimento de algumas áreas de atuação das ciências humanas, onde o aproveitamento desses intelectuais e a aplicação de suas capacidades não estão sendo exploradas, tendo em vista a sua singular importância para o questionamento dos problemas sociais de um país. Amplio ainda mais meu manifesto quando enxergo o futuro de uma área tão rica que é a Historia ser marginalizada a um ponto de se tornar apenas uma profissão técnica de caráter didático. Por fim, espero que essa realidade mude e que todos esses intelectuais realmente atuem em suas áreas, sempre ampliando o conhecimento e enriquecendo ainda mais a educação brasileira.
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Onde Começa a Virtude da Solidariedade Imposta Pelos Governantes?

Escutei duas frases dentro de sala de aula ditas por uma professora ‘renomada’ e muito ‘respeitada’, não sei se por medo ou mérito, num curto intervalo de duas semanas: “1° - meu filho, você não pode criticar os assistencialismos, pois você não os recebe...” 2° - “é impossível controlar o dinheiro dado como auxílio para essas pessoas... em nenhum mundo se consegue controlar”. Pois deveriam. Deveriam, também, antes de tudo perguntarem a todos nós se queremos fazer parte desse assistencialismo.

Vejamos por partes. Primeiramente a professora foi muito mal sucedida na sua retórica sofistica ao dizer que ‘não podemos criticar porque não recebemos’. Minha cara, não recebemos, de fato, nós pagamos. E por isso mesmo é nosso direito criticá-lo. Acredito que, como sempre, houve uma confusão na mente da professora em diferenciar o que seria solidariedade e espoliação – logo mais comento sobre os termos. O tema não se limita somente em ‘solidariedade dos mais abonados com os mais pobres’. Como disse muito bem João Mauad “de nada adianta tentarmos explicar que há muito mais solidariedade numa singela esmola que alguém oferece a um mendigo do que esse verdadeiro populismo assistencial Robin Hoodiano que se tornou o atual governo”.

Todo ser humano digno de uma moral virtuosa, e não precisa ser professor(a) agora, saberá que a virtude do ato está no caráter voluntário e não infringindo o livre-arbítrio. Tornando-o assim uma espoliação. Certa vez num debate sobre esses tipos de assistencialismo um senhor que se intitulava esquerdista da ala social-democrata, muito bem articulado, disse que “solidariedade pode ser, ao mesmo tempo, um sentimento individual e um valor coletivo, socialmente regulado, como o dever de socorrer um acidentado”. Mais uma vez a confusão é nítida na cabeça dessa gente. Nessa visão simplista e cheia de retórica contorcionista dificultando a percepção de onde entra a obrigação e acaba a solidariedade. Sabendo que a virtude da qual falo é de natureza moral e não legal. Se, nesse caso, o que me faz socorrer o acidentado é a obrigação legal (medo da lei) não há nada de virtuoso no ato. “Os valores morais não nascem com a pessoa. Eles são o resultado de inúmeros fatores, mas principalmente da relação do indivíduo com o meio em que vive, sua família, a escola, seus amigos, a religião, etc.(Mauad)”

Outro ponto relevante que quero destacar aqui é sobre o livre-arbítrio da qual nos foi negado nessa questão assistencial. Torna-se impossível julgar do ponto de vista ético e moral quando esse principio não é respeitado. Finalizando o pensamento faço-os a mesma pergunta de Mauad: ‘será que existe alguma fraternidade quando descontam o imposto de renda em nossos contra-cheques para financiar o esmoleiro público? Há nisso algum sacrifício voluntário?’ Parece que não. Isso é nada mais nada menos que re-distribuiçao de esmola forçada. Ou como dizem outros pensadores do assunto “apropriação dos frutos do trabalho alheio”. Ainda sobre essa visão vou aprofundar o debate numa questão mais complexa. Trata-se do que o Reverendo Robert A. Sirico chama de “risco da caridade", cuja origem está no que os cristãos conhecem como “Dilema do Samaritano”, que poderia ser, grosso modo, assim resumido: a expectativa da caridade pode levar determinadas pessoas a um tipo de comportamento que as fará prisioneiras da pobreza, transformando-as em seres indolentes e preguiçosos, vícios que, pelo menos do ponto de vista das tradições judaico-cristãs, são considerados ofensas morais graves. Por isso, algumas vezes o doador precisa suspender a caridade, a fim de fazer ver ao donatário que nada pode substituir o trabalho árduo e cotidiano, recomendado pelo Criador, quando disse: “Comerás o pão com o suor do nosso rosto” (Gn 3,19). Pois bem, para que possamos diferenciar o preguiçoso dos necessitados devemos estar perto dos que direcionamos nossa caridade. Coisa impossível negada pelo governo e acatada pela professora. Finalizo meu embrulho gástrico semanal com o próprio Mauad que sabiamente nos faz refletir sobre esse tema possibilitado a todos nós pensantes uma crítica. Pois já que eu não posso criticar por não receber, então cale-se os que defendem e também não recebem.

“ [...] Aqui vai um conselho aos jovens e idealistas de todas as idades: se servir ao próximo é o que você realmente deseja, não venda sua alma aos programas governamentais ou às ideologias que pretendem transferir a caridade do indivíduo para o Estado. Tente algo voluntário, que seja um desafio pessoal, socialmente benéfico e que não custe aos demais um só centavo. Lembre-se que solidariedade com o bolso alheio não é virtude, mas espoliação.” Mauad.

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sexta-feira, setembro 15, 2006

Por Uma Causa Justa: O Pensamento Livre!

O estudante brasileiro habituou-se a não perceber os perigos que o cercam no meio acadêmico. Além da forte doutrinação político-ideológica, ele também não percebe a falta de democracia pregada muitas vezes por sua política.


Há algum tempo anexei um artigo que qualquer idiota por mais imbecil que fosse, no mínimo, refletiria sobre o tema. Eu disse refletir. Num dado momento deparei-me com um “estudante” riscando o artigo que na sua visão “democrática” cabia-lhe rasurá-lo. Pensei cá com meus ‘indigestos’: ou ele corrigia alguma palavra grafada erradamente ou destacaria algo de relevante (importante! Não significa verdadeiro para o safado que riscava o papel) a ser discutido logo mais. Não. Não havia qualquer dessas intenções no ato por parte do ‘inteligente’. Simplesmente se achou no direito de riscar uma visão exposta da melhor maneira possível: um simples quadro de aviso em que ninguém, pelo o que eu saiba, é obrigado a ler ou a escutar coisa alguma. Ah, o tema do papel? A doutrinação (política ou religiosa) dentro das salas de aula que vive o nosso país e muitos no mundo a fora
[1]. Porém meu intuito não é de fazer deste espaço um ‘direito de resposta’ ao nefasto, grotesco e mal educado. Esse coitado não sabe pensar e vive num mundo coletivo onde os que pensam diferente ficam conhecidos como ‘safados sugadores, burgueses, explorador, elitista...coisas da qual nem ele sabe definir. Mas sabe xingar.

Voltando ao foco do artigo, digo aos estudantes sérios, que ainda possuem compromisso com um ensino digno, livre e respeitador: parem e pensem. Vejam que não custa nada sair fora dessas doutrinas fechadas em si mesmas. Elas não mostram o outro lado da moeda. É algo imposto e que faz vocês terem a certeza de que todo que é diferente é errado. Agora mesmo, ao lerem essas linhas, vocês pensam assim. Sem a mínima perspectiva de pensar. O ensino de História, Filosofia e Sociologia (e agora darei nome aos bois) estão contaminando os alunos a não pensarem fora da ótica do materialismo histórico onde quem não é opressor é oprimido. Que só existe bom e mau. Que quem não é branco é preto. Que quem é rico ou possui algum bem é sanguessuga dos que não nada tem. Uma generalização estúpida, medíocre e simplista. Os professores
[2] ensinam que não há nada mais verdadeiro e operacional pregando o fim das diferenças. Para eles ser igual em qualquer aspecto aos outros e os outros a nós é a solução.

Tudo isso se mostra muito suspeito. Suspeito para não dizer mentiroso e sacana já que as fontes históricas podem comprovar isso. Digo que essas fontes são suficientes a uma investigação pela minha curta experiência acadêmica mas feita com muita dedicação e observação nesse contexto. E por tanto não conheço nenhum modelo já implantado sob essa visão ideológica que valorizasse o lado humano, a liberdade de imprensa, política e artística. Parece-me que sob essa ótica, fatos não importam. Isso é revoltante.

Pensem junto comigo ao menos uma vez. Viver sobre uma democracia de fato faz com que você molde os caminhos somente da sua vida e que no geral, moldará a vida de um todo. Posso muito bem dizer: não quero ser rico, não quero ser pobre, não quero ser classe média ou coisa parecida. Quero ser isso ou aquilo. Quero ser até mesmo um criminoso, pois sei que estarei sujeito a punições legais da constituição nacional. A livre iniciativa, o pensamento liberto sem opressão (o que não impede de existir uma contra partida, uma oposição) e as lutas pelos objetivos de um cidadão de bem não torna ninguém mau-caráter, bandido ou explorador do trabalho alheio. O importante na vida do homem não é tirar dos que cressem com dignidade e suor para dar aos outros. O Estado legitima tais forças e o crescimento liberal alcançado com trabalho nos torna dignos e Homens voltados ao desenvolvimento humano. O papel do intelectual acadêmico é utilizar desses ricos instrumentos (História, Filosofia e Sociologia) sob uma percepção livre. Há pessoas diferentes, que vivem diferente, movem-se em meio social com ou sem pré-conceitos. Não podemos passar a vida fazendo da História (e aqui me prendo a essa ciência por estudá-la) instrumento de conscientização para os pré-conceitos ou para informar o alienado. Pensem no assunto. Repensem e discutam. Quem sabe podem até mudar de opinião. Afinal de contas, como diz o ditado: “... só não muda de opinião quem não pensa”. Quanto ao jovem ‘estudante’ que riscou o artigo mando um recado: essa igualdade tanto sonhada e imposta aos diferentes da sua política me faz pensar nos pseudos-intelectuais que o ajudam a pensar. Quem são eles?


[1] Com muita esperança é possível ver o artigo pela faculdade. O título é “A Revolução Silenciosa” de Diego Casagrande.[2] Relembrando que, não querendo cair na mesma armadilha, confirmo a existência de vários professores sérios e compromissados ao ensino apolítico e livre de qualquer doutrinação. Muito simples identificá-los. Observem e abram os ouvidos. Isso já basta.
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sábado, setembro 09, 2006

Questões sobre o VOTO NULO

Ao meu ver, questionar sobre a vitalidade do voto NULO surge como uma forma de indignação ao sistema político que rege o nosso país. Também pudera, vivemos em uma "democracia maquiada" onde somente as elites têm o direito de intervenção política.

Ora, se pararmos para uma rápida análise, com absoluta certeza vamos ver que todos os movimentos sociais, sindicais, estudantis ou de juventude, sempre esbarram em algo que é fundamental para a sua sustentação; a questão financeira. Com os partidos políticos a realidade não é diferente, uma vez que, para "Botar a boca no trombone" é preciso algum meio de veiculação para a informação. Até mesmo em um simples periódico a realidade financeira é uma questão vital, ou seja, todas as vertentes fundamentais para a consolidação de uma ferramenta de conscientização popular só pode ser feita, mediante a um investimento de capital.

Nesse contexto, é válido notarmos a parceria na vertente ideológica e financeira na qual coloco em voga. Uma vez que, incluo nesse bojo, todas aquelas grandes entidades que sempre participam dos debates políticos do país, ou seja, a UNE, a CUT, as Legendas partidárias, os Veículos de Comunicação etc. Enfim, quem garante a sustentabilidade desses setores? Será que é somente a cotização de seus sócios, filiados, participantes ou fundadores? Acredito que não...

Visto os escândalos éticos que aconteceram recentemente no plano político do Brasil, essas organizações que atuam na "conscientização" popular teve seu "passe" valorizado, pois, nesse jogo de interesses, "O GOL SEMPRE É CONTRA" a população, que apesar de ser maioria, em muitos casos apresenta-se de forma inútil, devido a tanta alienação, manifestando-se assim, como uma camada social, muda, cega e surda em relação a tudo o que está ao seu redor.

Pois bem, falar sobre o VOTO NULO, nada mais é que, além de por na vitrine os seus defensores e seus opositores é também discutir sobre essa política brasileira no seu aspecto mais estrutural, ou seja, a quem realmente esse sistema político serve? E a quem irá servir um novo sistema que surgirá nas ruínas de toda essa politicagem? Enfim, enquanto não acabar essa "falsa democracia" muitos protestos, repúdios e denúncias vão surgir e colocar mais ainda em questão a validade do nosso voto e da nossa cidadania.

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sábado, julho 29, 2006

Sobre a Instituição Acadêmica

Sabemos que o mundo, no início do século XXI, passou por grandes mudanças na realidade social: avanços dinâmicos na tecnologia, na informação, nas comunicações e na educação. Frente a tais modificações, o ensino superior já não é mais o mesmo que existia há algumas décadas atrás, haja vista a necessidade de um ensino dinâmico e universal. Mas, apesar de tudo, a instituição de ensino superior ainda representa patrimônio intelectual, independência política e crítica social. Porém, não podemos encarar agora o conhecimento como uma forma não perecível, uma vez que ele está sempre se modificando. Nesse contexto, é válido ressaltar que o academicismo deverá sempre está presente em nossas vidas.

A instituição acadêmica, desde seus primórdios, buscou a formação moral e intelectual dos cidadãos. Através de estudos sistemáticos, cultivo do saber e busca da verdade, o ensino superior consolida-se e transforma-se, sempre almejando responder aos desafios de cada período histórico. Somente com a vontade e com a vitalidade acadêmica, pode-se enxergar nitidamente o diálogo entre o antigo e a vanguarda, entre o clássico e o moderno, e principalmente, o encontro do entusiasmo do jovem estudante com a experiência dos eruditos. E assim sobrevive a instituição acadêmica, que vai desde a Academia de Platão e o Liceu de Aristóteles, passando pelas Corporações de mestres e alunos na Idade Média, pela diversidade de redefinições da Modernidade até chegar à Contemporaneidade.

Motivado pela vontade de saber, unindo discípulos e mestres pelas palavras, textos e diálogos fecundos, buscando soluções diversas, eis o admirável mundo acadêmico. Ora, participando de pesquisas em bibliotecas, mediando um confronto entre uma página e outra, a fim de obter respostas desejadas, ora na sala de aula, em uma interação maior entre professor e aluno, aprofundando-se cada vez mais, ora na construção de um trabalho metódico e sistematicamente orientado com vista a descobertas destinadas a deslocar as fronteiras do conhecimento.

Enfim, pensar no Ensino Superior é pensar em questões cruciais para os homens situados em suas diferenças históricas, sociais e culturais. Ou seja, é pensar em um mundo mais humano, mais justo e mais culto. Graças a essas características o ensino superior ainda é um dos atributo mais propício para a orientação do futuro da humanidade.

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A História

A História

Triste lição de experiência deixam
Os evos no passar, e os mesmos atos
Renovados sem fim por muitos povos,
Sob nomes diversos se encadeiam:
Aqui, além, agora ou no passado,
Amor, dedicação, virtude e glória,
Baixeza, crime, infâmia se repetem,
Quer gravados no soco de uma estátua,
Quer em vil pelourinho memorados.
Eis a história! _ rainha veneranda,
Trajando agora sedas e veludos,
Depois vestindo um saco desprezível,
D´imunda cinza apolvilhada a fronte,
Se as virtudes do pobre não tem preço,
Também dos vícios seus a nodoa exígua
Não conspurca as nações; mas ai dos grandes
Que trilham senda errada, a cujo termo,
Se levanta a barreira do sepulcro,
Onde se quebra a adulação sem força.
Se virtuoso, as gerações passando,
As cinzas lhe beijaram; se malvado,
Cospem-lhe afrontas na vaidosa campa,
Jamais de amigas lagrimas molhada,
E qual do Egito nos festins funéreos,
Maldizem bons e maus sua memória,
Lançando à face da real múmia,
Dos crimes seus a lacrimosa história.
Talvez, porém, um infortúnio grande,
Um exemplo sublime de virtude,
Cobre dourada pagina, que aos olhos,
Pranto consolador sem custo arranca.

Eis a história! Um espelho do passado
Folhas do livro eterno desdobradas
Aos olhos mortais; _ aqui sem mancha,
Alem golfeja sangue e seus crimes.
Tal foi, tal é: retrato desbotado,
Onde se mira a geração que passa,
Sem cor, sem vida _ e ao mesmo tempo espelho,
Que há de ser nova cópia à gente nova,
Como os anos aos anos se sucedam.
Ondas de mar sereno ou tormentoso,
As mesmas na aparência, que se quebram
Sobre as d’areia flutuantes praias.
Gonçalves Dias.
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