Périplo Africano
Publicado em 26.03.2006
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva em sua última viagem à África visitou quatro países bem diversificados: a Argélia, dominantemente árabe, o Benin, país negro do Golfo da Guiné, a Botsuana, situada em área desértica da África Centro-Sul, e a África do Sul.
Na Argélia, ele se defrontou com um país arabizado onde vivem árabes e bérberes, tendo uma grande ligação com a França, de quem foi colônia por mais de um século e de quem se libertou após uma grande e longa guerra, mas de quem recebeu e recebe até hoje grande influência gaulesa. País muito extenso (2.381.741 km²), com elevada população (cerca de 32.300.000 de habitantes), ainda tem nível de desenvolvimento relativamente baixo e exerce um intenso comércio com o mundo mediterrâneo. Possui um grande número de migrantes vivendo na França, alimenta problemas de rivalidade com a antiga metrópole, devido à luta existente entre o Oriente e o Ocidente, problemas ligados à assimilação de migrantes e divergências culturais.
O Benin é um pequeno país situado no Golfo da Guiné, formado por nações de etnia negra que foram separadas pelas fronteiras coloniais, mantidas mesmo depois da descolonização. No passado, teve fortes ligações com o Brasil, devido ao intenso tráfico de escravos, hoje é um país muçulmano de pequena extensão territorial (112.622 km²) e uma população expressiva (7.400.000), que vive da economia de subsistência, mas também de produtos agrícolas tropicais oriundos das plantações de proprietários estrangeiros que vivem como assalariados. O seu IDH é de apenas 0,42.
A Botsuana, antiga colônia britânica, situa-se na região central, em área dominantemente desértica e pouco povoada, dispõe de uma pecuária relativamente intensa. boa parte do seu território é ocupada por reservas animais que fazem a atração de turistas à procura de fortes emoções. Os grandes quadrúpedes, como leões, elefantes, rinocerontes e leopardos são abundantes na área, mas sua população é pouco densa, (2,9 habitantes para cada km²) de vez que para uma superfície de 571.830 km² registra apenas 1.700.000 habitantes, com um nível de vida bastante primitivo. Apresenta um IDH de cerca de 0,67.
Finalmente a África do Sul, o mais importante país africano, com um território de cerca de 1.231.037 km² e uma população de 46.900.000 habitantes. Esta população, muito diversificada, é formada por colonos de origem inglesa e holandesa e por negros de diversos grupos étnicos, destacando-se, entre estes, os bantus. São também numerosos, na costa oriental, os hindus e os árabes, que controlam o comércio com os povos do Oceano Índico e mantém estreitas relações com Moçambique. Ainda é rico em minério e desenvolve atividades agrícolas expressivas, além de contar com indústrias de transformação. Trata-se, assim, de um país industrializado que compete com o Brasil, a China e a Índia, os chamados países emergentes, que disputam posições no Conselho de Segurança das Nações Unidas.
O Brasil está preocupado em consolidar sua área de influência no continente africano, sentindo-se um país mestiço, que pode vir a ocupar espaços outrora ocupados por países europeus – Portugal, Espanha e França –, uma preocupação com a África é vocação natural de quem luta por expandir o seu espaço econômico e influência política em terras desse continente e, ao mesmo tempo, da América Latina.
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Périplo Africano
Publicado em 26.03.2006
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva em sua última viagem à África visitou quatro países bem diversificados: a Argélia, dominantemente árabe, o Benin, país negro do Golfo da Guiné, a Botsuana, situada em área desértica da África Centro-Sul, e a África do Sul.
Na Argélia, ele se defrontou com um país arabizado onde vivem árabes e bérberes, tendo uma grande ligação com a França, de quem foi colônia por mais de um século e de quem se libertou após uma grande e longa guerra, mas de quem recebeu e recebe até hoje grande influência gaulesa. País muito extenso (2.381.741 km²), com elevada população (cerca de 32.300.000 de habitantes), ainda tem nível de desenvolvimento relativamente baixo e exerce um intenso comércio com o mundo mediterrâneo. Possui um grande número de migrantes vivendo na França, alimenta problemas de rivalidade com a antiga metrópole, devido à luta existente entre o Oriente e o Ocidente, problemas ligados à assimilação de migrantes e divergências culturais.
O Benin é um pequeno país situado no Golfo da Guiné, formado por nações de etnia negra que foram separadas pelas fronteiras coloniais, mantidas mesmo depois da descolonização. No passado, teve fortes ligações com o Brasil, devido ao intenso tráfico de escravos, hoje é um país muçulmano de pequena extensão territorial (112.622 km²) e uma população expressiva (7.400.000), que vive da economia de subsistência, mas também de produtos agrícolas tropicais oriundos das plantações de proprietários estrangeiros que vivem como assalariados. O seu IDH é de apenas 0,42.
A Botsuana, antiga colônia britânica, situa-se na região central, em área dominantemente desértica e pouco povoada, dispõe de uma pecuária relativamente intensa. boa parte do seu território é ocupada por reservas animais que fazem a atração de turistas à procura de fortes emoções. Os grandes quadrúpedes, como leões, elefantes, rinocerontes e leopardos são abundantes na área, mas sua população é pouco densa, (2,9 habitantes para cada km²) de vez que para uma superfície de 571.830 km² registra apenas 1.700.000 habitantes, com um nível de vida bastante primitivo. Apresenta um IDH de cerca de 0,67.
Finalmente a África do Sul, o mais importante país africano, com um território de cerca de 1.231.037 km² e uma população de 46.900.000 habitantes. Esta população, muito diversificada, é formada por colonos de origem inglesa e holandesa e por negros de diversos grupos étnicos, destacando-se, entre estes, os bantus. São também numerosos, na costa oriental, os hindus e os árabes, que controlam o comércio com os povos do Oceano Índico e mantém estreitas relações com Moçambique. Ainda é rico em minério e desenvolve atividades agrícolas expressivas, além de contar com indústrias de transformação. Trata-se, assim, de um país industrializado que compete com o Brasil, a China e a Índia, os chamados países emergentes, que disputam posições no Conselho de Segurança das Nações Unidas.
O Brasil está preocupado em consolidar sua área de influência no continente africano, sentindo-se um país mestiço, que pode vir a ocupar espaços outrora ocupados por países europeus – Portugal, Espanha e França –, uma preocupação com a África é vocação natural de quem luta por expandir o seu espaço econômico e influência política em terras desse continente e, ao mesmo tempo, da América Latina.
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