terça-feira, maio 10, 2011

Estudo Sobre a Mineração no Brasil Colonial.


O ciclo do ouro, diamantes e pedras preciosas fez com que nosso país passasse a ter novas riquezas. Teve importância decisiva na ocupação da região de Minas Gerais, Mato Grosso, Goiás e Planalto Baiano. A mineração tornou-se a mais importante atividade econômica do Brasil-Colônia no século XVIII. Pela própria característica desta atividade, altamente lucrativa, a Coroa, para evitar evasão de divisas, teve que exercer controle direto sobre a produção. Foi assim a atividade econômica que maior fiscalização sofreu por parte de Portugal.

De início, era permitida a livre exploração, devendo ser pago como tributo a metrópole, a quinta parte (20%) de tudo que era extraído ("o quinto"). Depois dos primeiros achados de ouro em Minas Gerais (1693), surge o Regimento de Superintendentes, guardas-mores e oficiais deputados para as minas de ouro (1712), em que era estabelecido a Intendência das Minas, através da qual o superintendente dirigia, fiscalizava e cobrava o tributo ("o quinto").

Foi estabelecida depois a cobrança indireta através da capitação, isto é, um tributo fixo pago em ouro e que recaia sobre cada um dos trabalhadores empregados nas minas. Para evitar o descaminho e o contrabando, Portugal proibiu a circulação de ouro em pó e em pepitas e criou as Casas de Fundição (1720). Quando o quinto arrecadado não chegava a cem arrobas (1500 Kg), procedia-se a "Derrama", isto é, obrigava-se a população a completar a soma.

Havia dois tipos de extração de ouro: a faiscação e as lavras.

a faiscação ou faisqueira era a pequena extração, feita por homens livres e nômades; era uma atividade realizada normalmente nas areias dos rios ou riachos.

As lavras eram a extração de grande porte, exigiam maior investimento de capital, eram estabelecimentos fixos, dispondo de mão de obra escrava e algumas ferramentas. A lavra foi o tipo de extração mais freqüente na fase áurea da mineração.

Intendência das Minas:
Era o órgão responsável pelo policiamento da mineração, pela fiscalização e direção da exploração das jazidas. Era o local onde se fazia o registro das minas descobertas. Funcionou como tribunal e era responsável pela cobrança de impostos. A descoberta de uma jazida deveria ser comunicada ao Intendente das Minas que procedia a divisão das datas (lotes).
O indivíduo que havia descoberto tinha o direito de escolher os dois primeiros lotes. Em seguida, era escolhida uma data para a Fazenda Real, que depois a vendia em leilão. Os outros lotes eram sorteados entre os interessados presentes.

Mão de obra:
O negro escravo africano predominou como mão de obra na área mineradora. O negro, na área mineradora, desfrutava de uma situação melhor do que na região açucareira: podia conseguir a carta de alforria, pagando certa quantia.
Áreas de Produção:
As principais áreas mineradoras no Brasil-Colônia foram Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás ou seja, a parte Centro-Sul do país.

Apogeu da Mineração:
O século XVIII corresponde à fase de apogeu da mineração, levando certo autor a falar na "Idade do Ouro" do Brasil. Neste período houve grande desenvolvimento artístico e cultural na região de Minas Gerais, como o estilo barroco das construções das igrejas e moradias, a Escola Literária Mineira, as esculturas do "Aleijadinho", as músicas cantadas nas igrejas e associações religiosas

As jazidas de ouro e diamantes encontradas no Brasil eram de aluvião. Isto quer dizer que elas estavam na superfície da terra e, por isso mesmo, era mais fácil explorá-las. Por esse motivo, as jazidas se esgotaram rapidamente e a mineração entrou em decadência.
Em 1765, o Marquês de Pombal, ministro português, determinou a cobrança de impostos atrasados.
Esta cobrança, denominada "derrama", era feia com muita violência pelas autoridades portuguesas.

Extração de Diamantes:
O Brasil foi o primeiro grande produtor moderno de diamantes. Os primeiros achados foram na região do Arraial do Tijuco, depois Distrito Diamantino (subordinado diretamente a Portugal) e atual cidade de Diamantina situada em Minas Gerais.

Conseqüências:
A atividade mineradora ocasionou muitas transformações para a Colônia (Brasil) e trouxe conseqüências (internas e externas) no plano político, social e econômico.

Podemos alinhar como conseqüência da mineração:

a) O surgimento das inúmeras povoações (núcleos urbanos) no interior: as "Vilas do Sertão";

b) O controle direto do sistema de produção mineral pela Coroa, para assegurar grandes núcleos na exploração das minas;

c) Surgimento de reações contra a política fiscal (Revolta de Vila Rica e Inconfidência Mineira);

d) A transferência da capital em 1763, da Bahia (Salvador) para o Rio de Janeiro, que tornar-se-á o principal centro urbano da Colônia;

e) A sociedade torna-se mais complexa, surgindo atividades de trabalho livre como artesão, comerciantes, militares e funcionários;

f) Progresso cultural com o aparecimento do estilo barroco nas igrejas de Minas Gerais e os trabalhos esculpidos por "Aleijadinho";

g) Deslocamento do eixo econômico do Nordeste açucareiro (em crise) para a área mineradora (Centro-Sul);

h) A Guerra dos Emboabas (1707-1709), que foi uma luta entre paulistas(descobridores das minas) e os forasteiros;

i) Um rápido crescimento demográfico. O número de habitantes do Brasil aumentou consideravelmente, tendo em vista o afluxo de pessoas provenientes de várias partes do mundo, em busca de riquezas minerais;

j) Surgimento do mercado interno por causa do desenvolvimento do comércio;

k) Ocupação de todo o centro do continente sul-americano pela colonização portuguesa;

l) Desenvolvimento da pecuária.

Conseqüências Externas da Mineração:

A principal conseqüência da produção mineradora do Brasil, no plano externo foi a forte concentração de capital na Inglaterra, que possibilitou a Revolução Industrial.

Outros Produtos Presentes na Economia Brasileira

Cultivo do algodão:
Inicialmente utilizado para a produção de vestimentas de pobres escravos, atingiu apogeu no século XVIII com o desenvolvimento da indústria têxtil, durante a Revolução Industrial. Teve grande produção no Maranhão e Pernambuco.

Cultivo do fumo:
O fumo (tabaco) era cultivado no litoral da Bahia (Recôncavo), de Sergipe e Alagoas, tendo-se constituído num comércio complementar e dependente ao do açúcar pois servia para a troca (escambo) de escravos da África.

Extração das "Drogas do Sertão":
"Drogas do Sertão" eram assim chamados os produtos extraídos da exuberante Floresta Amazônica, Pará e Maranhão. Na extração das "drogas do sertão" foi empregada a mão de obra indígena. "Droguistas do Sertão" eram expedições que penetravam no Vale Amazônico à procura destes produtos. "Tropas de Resgate" eram expedições militares que iam escravizar índios na Amazônia para trabalhar nas fazendas do Maranhão e Pará.


FONTE: www.resumosconcursos.com

Exercícios

(01). Durante o Brasil-Colônia, a economia brasileira girou em torno dos seguintes produtos:

(A) cacau, café e cana-de-açúcar;
(B) pau-brasil, cana-de-açúcar e ouro;
(C) cana-de-açúcar, pau-brasil e fumo;
(D) café, cacau e ouro;
(E) fumo, café e cana-de-açúcar.

(02). Participaram da montagem da empresa açucareira brasileira, investindo capitais e participando das operações de refino e comercialização do produto:

(A) Holandeses;
(B) Espanhóis;
(C) Italianos;
(D) Ingleses;
(E) Franceses.

(03). Em março de 1649, D. João IV criava uma Companhia cujo principal objetivo era o comércio de Portugal com o Brasil, denominava-se Companhia ...

(A) Geral do Comércio do Maranhão;
(B) Geral do Comércio do Brasil; e Paraíba;
(C) das Índias Ocidentais;.
(D)Comércio de Pernambuco
(E) das Índias Orientais

(04). Pela atividade pecuarista nele desenvolvida, um rio no Brasil-Colonial foi denominado "Rio dos Currais". Ele é o:

(A) Tietê;
(B) Paraná;
(C) São Francisco;
(D) Paraíba do Sul;
(E) Parnaíba.

(05). Região do Brasil-Colônia onde predominou o extrativismo vegetal das "drogas do sertão", com utilização da mão-de-obra indígena:

(A) Vale do São Francisco;
(B) Zona da Mata Nordestina;
(C) Mata dos Cocais;
(D) Pantanal Mato-grossense
(E) Vale Amazônico.

(06). O deslocamento do eixo econômico do Brasil-Colônia do Nordeste para o Centro-Sul no século XVIII deveu-se:

(A) ao açúcar
(B) à mineração;
(C) à pecuária;
(D) ao pau-brasil;
(E) ao café.

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O ciclo do ouro, diamantes e pedras preciosas fez com que nosso país passasse a ter novas riquezas. Teve importância decisiva na ocupação da região de Minas Gerais, Mato Grosso, Goiás e Planalto Baiano. A mineração tornou-se a mais importante atividade econômica do Brasil-Colônia no século XVIII. Pela própria característica desta atividade, altamente lucrativa, a Coroa, para evitar evasão de divisas, teve que exercer controle direto sobre a produção. Foi assim a atividade econômica que maior fiscalização sofreu por parte de Portugal.

De início, era permitida a livre exploração, devendo ser pago como tributo a metrópole, a quinta parte (20%) de tudo que era extraído ("o quinto"). Depois dos primeiros achados de ouro em Minas Gerais (1693), surge o Regimento de Superintendentes, guardas-mores e oficiais deputados para as minas de ouro (1712), em que era estabelecido a Intendência das Minas, através da qual o superintendente dirigia, fiscalizava e cobrava o tributo ("o quinto").

Foi estabelecida depois a cobrança indireta através da capitação, isto é, um tributo fixo pago em ouro e que recaia sobre cada um dos trabalhadores empregados nas minas. Para evitar o descaminho e o contrabando, Portugal proibiu a circulação de ouro em pó e em pepitas e criou as Casas de Fundição (1720). Quando o quinto arrecadado não chegava a cem arrobas (1500 Kg), procedia-se a "Derrama", isto é, obrigava-se a população a completar a soma.

Havia dois tipos de extração de ouro: a faiscação e as lavras.

a faiscação ou faisqueira era a pequena extração, feita por homens livres e nômades; era uma atividade realizada normalmente nas areias dos rios ou riachos.

As lavras eram a extração de grande porte, exigiam maior investimento de capital, eram estabelecimentos fixos, dispondo de mão de obra escrava e algumas ferramentas. A lavra foi o tipo de extração mais freqüente na fase áurea da mineração.

Intendência das Minas:
Era o órgão responsável pelo policiamento da mineração, pela fiscalização e direção da exploração das jazidas. Era o local onde se fazia o registro das minas descobertas. Funcionou como tribunal e era responsável pela cobrança de impostos. A descoberta de uma jazida deveria ser comunicada ao Intendente das Minas que procedia a divisão das datas (lotes).
O indivíduo que havia descoberto tinha o direito de escolher os dois primeiros lotes. Em seguida, era escolhida uma data para a Fazenda Real, que depois a vendia em leilão. Os outros lotes eram sorteados entre os interessados presentes.

Mão de obra:
O negro escravo africano predominou como mão de obra na área mineradora. O negro, na área mineradora, desfrutava de uma situação melhor do que na região açucareira: podia conseguir a carta de alforria, pagando certa quantia.
Áreas de Produção:
As principais áreas mineradoras no Brasil-Colônia foram Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás ou seja, a parte Centro-Sul do país.

Apogeu da Mineração:
O século XVIII corresponde à fase de apogeu da mineração, levando certo autor a falar na "Idade do Ouro" do Brasil. Neste período houve grande desenvolvimento artístico e cultural na região de Minas Gerais, como o estilo barroco das construções das igrejas e moradias, a Escola Literária Mineira, as esculturas do "Aleijadinho", as músicas cantadas nas igrejas e associações religiosas

As jazidas de ouro e diamantes encontradas no Brasil eram de aluvião. Isto quer dizer que elas estavam na superfície da terra e, por isso mesmo, era mais fácil explorá-las. Por esse motivo, as jazidas se esgotaram rapidamente e a mineração entrou em decadência.
Em 1765, o Marquês de Pombal, ministro português, determinou a cobrança de impostos atrasados.
Esta cobrança, denominada "derrama", era feia com muita violência pelas autoridades portuguesas.

Extração de Diamantes:
O Brasil foi o primeiro grande produtor moderno de diamantes. Os primeiros achados foram na região do Arraial do Tijuco, depois Distrito Diamantino (subordinado diretamente a Portugal) e atual cidade de Diamantina situada em Minas Gerais.

Conseqüências:
A atividade mineradora ocasionou muitas transformações para a Colônia (Brasil) e trouxe conseqüências (internas e externas) no plano político, social e econômico.

Podemos alinhar como conseqüência da mineração:

a) O surgimento das inúmeras povoações (núcleos urbanos) no interior: as "Vilas do Sertão";

b) O controle direto do sistema de produção mineral pela Coroa, para assegurar grandes núcleos na exploração das minas;

c) Surgimento de reações contra a política fiscal (Revolta de Vila Rica e Inconfidência Mineira);

d) A transferência da capital em 1763, da Bahia (Salvador) para o Rio de Janeiro, que tornar-se-á o principal centro urbano da Colônia;

e) A sociedade torna-se mais complexa, surgindo atividades de trabalho livre como artesão, comerciantes, militares e funcionários;

f) Progresso cultural com o aparecimento do estilo barroco nas igrejas de Minas Gerais e os trabalhos esculpidos por "Aleijadinho";

g) Deslocamento do eixo econômico do Nordeste açucareiro (em crise) para a área mineradora (Centro-Sul);

h) A Guerra dos Emboabas (1707-1709), que foi uma luta entre paulistas(descobridores das minas) e os forasteiros;

i) Um rápido crescimento demográfico. O número de habitantes do Brasil aumentou consideravelmente, tendo em vista o afluxo de pessoas provenientes de várias partes do mundo, em busca de riquezas minerais;

j) Surgimento do mercado interno por causa do desenvolvimento do comércio;

k) Ocupação de todo o centro do continente sul-americano pela colonização portuguesa;

l) Desenvolvimento da pecuária.

Conseqüências Externas da Mineração:

A principal conseqüência da produção mineradora do Brasil, no plano externo foi a forte concentração de capital na Inglaterra, que possibilitou a Revolução Industrial.

Outros Produtos Presentes na Economia Brasileira

Cultivo do algodão:
Inicialmente utilizado para a produção de vestimentas de pobres escravos, atingiu apogeu no século XVIII com o desenvolvimento da indústria têxtil, durante a Revolução Industrial. Teve grande produção no Maranhão e Pernambuco.

Cultivo do fumo:
O fumo (tabaco) era cultivado no litoral da Bahia (Recôncavo), de Sergipe e Alagoas, tendo-se constituído num comércio complementar e dependente ao do açúcar pois servia para a troca (escambo) de escravos da África.

Extração das "Drogas do Sertão":
"Drogas do Sertão" eram assim chamados os produtos extraídos da exuberante Floresta Amazônica, Pará e Maranhão. Na extração das "drogas do sertão" foi empregada a mão de obra indígena. "Droguistas do Sertão" eram expedições que penetravam no Vale Amazônico à procura destes produtos. "Tropas de Resgate" eram expedições militares que iam escravizar índios na Amazônia para trabalhar nas fazendas do Maranhão e Pará.


FONTE: www.resumosconcursos.com

Exercícios

(01). Durante o Brasil-Colônia, a economia brasileira girou em torno dos seguintes produtos:

(A) cacau, café e cana-de-açúcar;
(B) pau-brasil, cana-de-açúcar e ouro;
(C) cana-de-açúcar, pau-brasil e fumo;
(D) café, cacau e ouro;
(E) fumo, café e cana-de-açúcar.

(02). Participaram da montagem da empresa açucareira brasileira, investindo capitais e participando das operações de refino e comercialização do produto:

(A) Holandeses;
(B) Espanhóis;
(C) Italianos;
(D) Ingleses;
(E) Franceses.

(03). Em março de 1649, D. João IV criava uma Companhia cujo principal objetivo era o comércio de Portugal com o Brasil, denominava-se Companhia ...

(A) Geral do Comércio do Maranhão;
(B) Geral do Comércio do Brasil; e Paraíba;
(C) das Índias Ocidentais;.
(D)Comércio de Pernambuco
(E) das Índias Orientais

(04). Pela atividade pecuarista nele desenvolvida, um rio no Brasil-Colonial foi denominado "Rio dos Currais". Ele é o:

(A) Tietê;
(B) Paraná;
(C) São Francisco;
(D) Paraíba do Sul;
(E) Parnaíba.

(05). Região do Brasil-Colônia onde predominou o extrativismo vegetal das "drogas do sertão", com utilização da mão-de-obra indígena:

(A) Vale do São Francisco;
(B) Zona da Mata Nordestina;
(C) Mata dos Cocais;
(D) Pantanal Mato-grossense
(E) Vale Amazônico.

(06). O deslocamento do eixo econômico do Brasil-Colônia do Nordeste para o Centro-Sul no século XVIII deveu-se:

(A) ao açúcar
(B) à mineração;
(C) à pecuária;
(D) ao pau-brasil;
(E) ao café.

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1 comentários:

Unknown disse...

Muito bom!! Me ajudou bastante.
Obrigada! = )