Presença Holandesa
Publicado em 19.03.2006
Os holandeses, no século 17, estiveram em Pernambuco como conquistadores, durante 24 anos apenas, mas marcaram de tal forma a nossa história que a sua lembrança é permanente para a memória dos pernambucanos. Para alguns, eles foram muito dinâmicos, engenhosos e construíram tudo de grandioso que se encontra no nosso território, para outros, os portugueses, que os antecederam, teriam sido lerdos e pouco dinâmicos, outros ainda acham que foram os portugueses os verdadeiros construtores da famosa civilização do açúcar.
Para alguns historiadores, Maurício de Nassau, governador do Brasil Holandês, teria sido eficiente e magnânimo, em contraste com os governantes portugueses, esquecendo até figuras como Duarte Coelho e Jerônimo de Albuquerque. Achavam os holandeses tolerantes, em matéria religiosa, para com os católicos, enquanto os portugueses teriam sido intolerantes para com os judeus e os reformados.
Geralmente falta a muitos dos que estudam a presença holandesa em Pernambuco um pouco de equilíbrio e de imparcialidade no julgamento das figuras que aqui viveram e lutaram, no século 17. A literatura sobre a presença holandesa é muito rica, talvez só comparável ao que foi escrito sobre as bandeiras paulistas, e a Independência, a Guerra do Paraguai ou sobre a figura de dom Pedro II e do seu reinado.
Acaba de ser publicado sobre este tema um livro organizado pelo historiador e bibliotecário Marcos Galindo, da UFPE, reunindo alguns textos holandeses, como os de Ernst Bem Bougart, de B. N. Teensma e de Frans Leonard Sehalkwijk, além de ensaios recentes de José Luís Mota Meneses e Lodewijk Hulsman, a respeito de viver e morrer no Brasil Holandês. Além do magnífico texto, o trabalho de editoração foi primoroso, o que tornou, a um só tempo, um livro de história e de arte.
O livro, nos três primeiros ensaios, faz descrições primorosas de trechos do território conquistado pelos batavos no Brasil, com a tentativa de ocupação e exploração do arquipélago de Fernando de Noronha, que tanto preocupou ao nosso historiador maior, José Antonio Gonsalves de Mello. O livro ainda contém documentos sobre a navegação da costa nordestina, usados pela esquadra holandesa, e uma análise da vila de Olinda e da povoação de Recife, na época da conquista da capitania, ou melhor, da Nova Luzitânia. Não foi esquecida também a ação batava no trabalho de evangelização dos indígenas, de vez que os holandeses tentaram conquistá-los para o culto da igreja reformada holandesa, calvinista, a fim de neutralizar a influência jesuítica e católica.
A sua leitura atenta é indispensável a todos aqueles que se preocupam com a colonização brasileira, com o período colonial e a formação brasileira. A sua organização obedece a uma orientação mais moderna, sem esquecer de destacar a colaboração da Prefeitura de Olinda na produção do mesmo.
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Presença Holandesa
Publicado em 19.03.2006
Os holandeses, no século 17, estiveram em Pernambuco como conquistadores, durante 24 anos apenas, mas marcaram de tal forma a nossa história que a sua lembrança é permanente para a memória dos pernambucanos. Para alguns, eles foram muito dinâmicos, engenhosos e construíram tudo de grandioso que se encontra no nosso território, para outros, os portugueses, que os antecederam, teriam sido lerdos e pouco dinâmicos, outros ainda acham que foram os portugueses os verdadeiros construtores da famosa civilização do açúcar.
Para alguns historiadores, Maurício de Nassau, governador do Brasil Holandês, teria sido eficiente e magnânimo, em contraste com os governantes portugueses, esquecendo até figuras como Duarte Coelho e Jerônimo de Albuquerque. Achavam os holandeses tolerantes, em matéria religiosa, para com os católicos, enquanto os portugueses teriam sido intolerantes para com os judeus e os reformados.
Geralmente falta a muitos dos que estudam a presença holandesa em Pernambuco um pouco de equilíbrio e de imparcialidade no julgamento das figuras que aqui viveram e lutaram, no século 17. A literatura sobre a presença holandesa é muito rica, talvez só comparável ao que foi escrito sobre as bandeiras paulistas, e a Independência, a Guerra do Paraguai ou sobre a figura de dom Pedro II e do seu reinado.
Acaba de ser publicado sobre este tema um livro organizado pelo historiador e bibliotecário Marcos Galindo, da UFPE, reunindo alguns textos holandeses, como os de Ernst Bem Bougart, de B. N. Teensma e de Frans Leonard Sehalkwijk, além de ensaios recentes de José Luís Mota Meneses e Lodewijk Hulsman, a respeito de viver e morrer no Brasil Holandês. Além do magnífico texto, o trabalho de editoração foi primoroso, o que tornou, a um só tempo, um livro de história e de arte.
O livro, nos três primeiros ensaios, faz descrições primorosas de trechos do território conquistado pelos batavos no Brasil, com a tentativa de ocupação e exploração do arquipélago de Fernando de Noronha, que tanto preocupou ao nosso historiador maior, José Antonio Gonsalves de Mello. O livro ainda contém documentos sobre a navegação da costa nordestina, usados pela esquadra holandesa, e uma análise da vila de Olinda e da povoação de Recife, na época da conquista da capitania, ou melhor, da Nova Luzitânia. Não foi esquecida também a ação batava no trabalho de evangelização dos indígenas, de vez que os holandeses tentaram conquistá-los para o culto da igreja reformada holandesa, calvinista, a fim de neutralizar a influência jesuítica e católica.
A sua leitura atenta é indispensável a todos aqueles que se preocupam com a colonização brasileira, com o período colonial e a formação brasileira. A sua organização obedece a uma orientação mais moderna, sem esquecer de destacar a colaboração da Prefeitura de Olinda na produção do mesmo.
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