sábado, março 12, 2011

12 de Março: Aniversário de Olinda e Recife.


O aniversário de Recife e Olinda, não representa apenas um momento de relevância cívica para a história das duas cidades, e sim, é uma importante data para a história de Pernambuco. Uma vez que, como é sabido por muitos, o desenvolvimento das atividades econômicas desenvolvidas no Brasil nos tempos coloniais, que influenciou bastante a formação social brasileira, está totalmente ligado ao histórico de formação da próspera capitania de Pernambuco, doada ao fidalgo Duarte Coelho Pereira pela coroa portuguesa.

No entanto, mesmo com todas as considerações as "cidades irmãs", achei mais conveniente focalizar uma maior atenção a Olinda, devido a afetividade que construir pela cidade, ao longo dos 10 anos que resido nos limites da antiga Vila das Sete Colinas (que não é Roma).

Pois bem, Olinda, foi considerada vila em 1537, dois anos após a chegada de Duarte Coelho a Pernambuco. E a partir daí, a vila passou a ser sede do governo da capitania. Segundo alguns historiadores, Olinda recebe esse nome em alusão a frase proferida pelo próprio donatário se referindo a posição geográfica do local (Oh linda posição para se construir uma vila).

Diante de sua relevância histórica, Olinda foi palco de grandes fatos da história política e social de Pernambuco e do Brasil, além de ser considerada Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade pela UNESCO (1982) e em 2005 também recebe o título de Primeira Capital Brasileira da Cultura. Assim, quando resolvemos falar um pouco dessa cidade tão poética e dotada de grande beleza, adentramos em um campo notóriamente influenciado pela própria história.

Por fim, deixo esse pequeno texto como uma singela homenagem a Olinda, finalizando com a  bela poesia escrita por Carlos Pena Filho.

Olinda. 

"De limpeza e claridade
é a paisagem defronte.
Tão limpa que se dissolve
A linha do horizonte.

As paisagens muito claras
Não são paisagens, são lentes.
São íris, sol, aguaverde
Ou claridade somente.

Olinda é só para os olhos,
Não se apalpa, é só desejo.
Ninguém diz: é lá que eu moro
Diz somente: é lá que eu vejo.

Tão verdágua e não se sabe
A não ser quando se sai.
Não porque antes se visse,
Mas porque não se vê mais.

As claras paisagens dormem
No olhar, quando em existência.
Diluídas, evaporadas,
Só se reúnem na ausência.

Limpeza tal só imagino
Que possa haver nas vivendas
Das aves, nas áreas altas,
Muito além do além das lendas.

Os acidentes, na luz,
Não são, existem por ela.
Não há nem pontos ao menos,
Nem há mar, nem céu, nem velas.

Quando a luz é muito intensa
É quando mais frágil é;
Planície, que de tão plana
Parecesse em pé."


PENA FILHO, Carlos (1983). Os melhores poemas. São Paulo, Global Editora.

O aniversário de Recife e Olinda, não representa apenas um momento de relevância cívica para a história das duas cidades, e sim, é uma importante data para a história de Pernambuco. Uma vez que, como é sabido por muitos, o desenvolvimento das atividades econômicas desenvolvidas no Brasil nos tempos coloniais, que influenciou bastante a formação social brasileira, está totalmente ligado ao histórico de formação da próspera capitania de Pernambuco, doada ao fidalgo Duarte Coelho Pereira pela coroa portuguesa.

No entanto, mesmo com todas as considerações as "cidades irmãs", achei mais conveniente focalizar uma maior atenção a Olinda, devido a afetividade que construir pela cidade, ao longo dos 10 anos que resido nos limites da antiga Vila das Sete Colinas (que não é Roma).

Pois bem, Olinda, foi considerada vila em 1537, dois anos após a chegada de Duarte Coelho a Pernambuco. E a partir daí, a vila passou a ser sede do governo da capitania. Segundo alguns historiadores, Olinda recebe esse nome em alusão a frase proferida pelo próprio donatário se referindo a posição geográfica do local (Oh linda posição para se construir uma vila).

Diante de sua relevância histórica, Olinda foi palco de grandes fatos da história política e social de Pernambuco e do Brasil, além de ser considerada Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade pela UNESCO (1982) e em 2005 também recebe o título de Primeira Capital Brasileira da Cultura. Assim, quando resolvemos falar um pouco dessa cidade tão poética e dotada de grande beleza, adentramos em um campo notóriamente influenciado pela própria história.

Por fim, deixo esse pequeno texto como uma singela homenagem a Olinda, finalizando com a  bela poesia escrita por Carlos Pena Filho.

Olinda. 

"De limpeza e claridade
é a paisagem defronte.
Tão limpa que se dissolve
A linha do horizonte.

As paisagens muito claras
Não são paisagens, são lentes.
São íris, sol, aguaverde
Ou claridade somente.

Olinda é só para os olhos,
Não se apalpa, é só desejo.
Ninguém diz: é lá que eu moro
Diz somente: é lá que eu vejo.

Tão verdágua e não se sabe
A não ser quando se sai.
Não porque antes se visse,
Mas porque não se vê mais.

As claras paisagens dormem
No olhar, quando em existência.
Diluídas, evaporadas,
Só se reúnem na ausência.

Limpeza tal só imagino
Que possa haver nas vivendas
Das aves, nas áreas altas,
Muito além do além das lendas.

Os acidentes, na luz,
Não são, existem por ela.
Não há nem pontos ao menos,
Nem há mar, nem céu, nem velas.

Quando a luz é muito intensa
É quando mais frágil é;
Planície, que de tão plana
Parecesse em pé."


PENA FILHO, Carlos (1983). Os melhores poemas. São Paulo, Global Editora.

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