Apesar de não possuir cronologicamente a antiguidade das civilizações egípcia e mesopotâmica, os povos hebreus, sem dúvida, tem uma importância histórica incontestável, haja vista que a própria religião judaica moderna, ainda segue muitos dogmas e princípios originários dessa civilização. Pois bem, é válido ressaltar que, podemos considera a própria civilização hebraica como uma ponte cultural entre as civilizações orientais com as civilizações ocidentais. Muitos preceitos morais de origem hebraica ainda é muito utilizado na moralidade das diversas interpretações cristãs do período contemporâneo.
Outro ponto muito notável no estudo da civilização hebraica é a questão do monoteísmo ético que surgiu e se desenvolveu entre tal civilização, constituindo-se um ponto de partida do cristianismo e do judaísmo, principais religiões ocidentais. É muito importante ressaltarmos que, somente pelo fato do monoteísmo ético da religião hebraica, podemos já considerar os hebreus como um pequeno, mas grandioso Estado, contidos nas entrelinhas da Antiguidade histórica.
O hebraico é uma língua semita, pertencente ao mesmo grupo do aramaico e outros dialetos falados nas regiões mesopotâmicas. Pois bem, tal ligação, mostra a grande semelhança entre os mitos e histórias sumérias entre os povos hebreus.
Ao estudarmos sobre o inicio do povo hebreu, temos um valioso subsídio histórico; a Bíblia Sagrada. È válido ressaltar que, quando nos referimos a tal fonte histórica de caráter escrito, não fazemos ligação alguma com o princípio ou a mensagem dogmática que esta pode expressar nas suas entrelinhas. No sentido laico, podemos fazer uma análise sobre o caráter historiográfico da Bíblia, no que se refere a existência dos três patriarcas, Abraão, Isaac e Jacó que historicamente viveram no período inicial dos povos hebreus. É nesse momento que podemos aceitar o início do povoado hebreu, no momento em que esses se instalam na região de Jericó, e onde várias tribos lutam unidas, sob a chefia de Josué para conquistar um espaço, onde poderiam viver.
Um fato de singular importância sobre a análise histórica da civilização hebraica, fora a transição do período na qual, os hebreus deixaram de se organizar em torno de uma forma tribal e passaram a se organizar de uma forma monárquica, ou seja, o final da época dos Juízes, ou seja, pessoas que detinham a autonomia de organizar a tribo; e o início do período em que, os hebreus se organizam em torno da figura de um Rei. Foi nessa lacuna cronológica que os hebreus deixaram de ser uma sociedade marcada pela a ausência de uma propriedade particular de bens de produção, para se organizar em torno de uma nova realidade, fato esse que poderíamos descrever, através de uma narrativa bíblica: “O Rei se apropriava dos jovens do povo, transformando-os em soldados e cocheiros, em lavradores dos seus campos...”. Realidade essa que, tendo em vista o contexto histórico, não era novidade para nenhum povoado, ou seja, a população ser guiada em torno de uma liderança central e poderosa.
Trata-se de uma preciosa descrição da passagem de uma sociedade sem poder central, para uma monarquia, cuja organização exige mão-de-obra disciplinada a serviço da necessidade de manutenção de um corpo administrativo que se destina a tarefas não produtivas. É justamente nessa ocasião, que precisamos ressaltar que o caráter da religiosidade monoteísta teve um papel de deveras importância para sacralizar o poder “pelas graças de um deus”, fortalecendo ainda mais a organização monárquica e a submissão dos povos em torno da moralidade religiosa.
A organização do Estado se torna mais complexa e cara, os mercenários, que constituíam parte importante do exercito da monarquia de Davi, tinham de ser pagos, assim como tinham que haver recursos para as construções que edificava todo o luxo e a grandiosidade da civilização hebraica. E assim, o expansionismo e a pilhagem com absoluta certeza foi a principal saída econômica para a consolidação de qualquer grande império desse período.
Essa conjuntura sofre uma modificação, durante a monarquia de Salomão. Ele então descobre que agora uma outra forma de atividade comercial poderia render notórios lucros, ou seja, o comercio. Sabe-se que a mitificação do reinado de Salomão decorre do fato de ter sido ele o construtor do famoso templo de Jerusalém. Com isso, ocorre um fortalecimento do espírito religioso, é válido ressaltar que a presença de sacerdotes foi um predicado notável para essa época, uma vez que, essas pessoas tinham o ofício de servir como mediadores entre o sagrado e o profano. Ocorrendo assim, uma conotação hierárquica e verticalmente política ao quadro religioso.
O monoteísmo entre os hebreus, sem duvidas, é uma característica que historicamente tem que ser sempre ressaltado, no entanto, a análise da religiosidade hebraica se torna muito mais grandiosa, quando possamos visualizar a evolução que o Iavé sofreu, passando de um deus tribal, para uma divindade universal, sereno e representante de uma mensagem de justiça. Esse fato é muito importante, uma vez que, além do caráter espiritual, agora a própria religião passou a ser, a medida que ocorria mudanças políticas e econômicas no cotidiano dos povos hebreus, uma representante direta do inconsciente coletivo da nação, inconformada com a perca dos campos comunais de pastagem, insatisfeita com a centralização monárquica, da submissão social e de tantos tributos cobrados para a manutenção de um status quo sustentado pela representatividade do monoteísmo ético hebreu.
Referências Bibliográficas:
PINSKY, Jaime. As Primeiras Civilizações. 23Ed. São Paulo: Contexto, 2006.
############################################################################################################
Apesar de não possuir cronologicamente a antiguidade das civilizações egípcia e mesopotâmica, os povos hebreus, sem dúvida, tem uma importância histórica incontestável, haja vista que a própria religião judaica moderna, ainda segue muitos dogmas e princípios originários dessa civilização. Pois bem, é válido ressaltar que, podemos considera a própria civilização hebraica como uma ponte cultural entre as civilizações orientais com as civilizações ocidentais. Muitos preceitos morais de origem hebraica ainda é muito utilizado na moralidade das diversas interpretações cristãs do período contemporâneo.
Outro ponto muito notável no estudo da civilização hebraica é a questão do monoteísmo ético que surgiu e se desenvolveu entre tal civilização, constituindo-se um ponto de partida do cristianismo e do judaísmo, principais religiões ocidentais. É muito importante ressaltarmos que, somente pelo fato do monoteísmo ético da religião hebraica, podemos já considerar os hebreus como um pequeno, mas grandioso Estado, contidos nas entrelinhas da Antiguidade histórica.
O hebraico é uma língua semita, pertencente ao mesmo grupo do aramaico e outros dialetos falados nas regiões mesopotâmicas. Pois bem, tal ligação, mostra a grande semelhança entre os mitos e histórias sumérias entre os povos hebreus.
Ao estudarmos sobre o inicio do povo hebreu, temos um valioso subsídio histórico; a Bíblia Sagrada. È válido ressaltar que, quando nos referimos a tal fonte histórica de caráter escrito, não fazemos ligação alguma com o princípio ou a mensagem dogmática que esta pode expressar nas suas entrelinhas. No sentido laico, podemos fazer uma análise sobre o caráter historiográfico da Bíblia, no que se refere a existência dos três patriarcas, Abraão, Isaac e Jacó que historicamente viveram no período inicial dos povos hebreus. É nesse momento que podemos aceitar o início do povoado hebreu, no momento em que esses se instalam na região de Jericó, e onde várias tribos lutam unidas, sob a chefia de Josué para conquistar um espaço, onde poderiam viver.
Um fato de singular importância sobre a análise histórica da civilização hebraica, fora a transição do período na qual, os hebreus deixaram de se organizar em torno de uma forma tribal e passaram a se organizar de uma forma monárquica, ou seja, o final da época dos Juízes, ou seja, pessoas que detinham a autonomia de organizar a tribo; e o início do período em que, os hebreus se organizam em torno da figura de um Rei. Foi nessa lacuna cronológica que os hebreus deixaram de ser uma sociedade marcada pela a ausência de uma propriedade particular de bens de produção, para se organizar em torno de uma nova realidade, fato esse que poderíamos descrever, através de uma narrativa bíblica: “O Rei se apropriava dos jovens do povo, transformando-os em soldados e cocheiros, em lavradores dos seus campos...”. Realidade essa que, tendo em vista o contexto histórico, não era novidade para nenhum povoado, ou seja, a população ser guiada em torno de uma liderança central e poderosa.
Trata-se de uma preciosa descrição da passagem de uma sociedade sem poder central, para uma monarquia, cuja organização exige mão-de-obra disciplinada a serviço da necessidade de manutenção de um corpo administrativo que se destina a tarefas não produtivas. É justamente nessa ocasião, que precisamos ressaltar que o caráter da religiosidade monoteísta teve um papel de deveras importância para sacralizar o poder “pelas graças de um deus”, fortalecendo ainda mais a organização monárquica e a submissão dos povos em torno da moralidade religiosa.
A organização do Estado se torna mais complexa e cara, os mercenários, que constituíam parte importante do exercito da monarquia de Davi, tinham de ser pagos, assim como tinham que haver recursos para as construções que edificava todo o luxo e a grandiosidade da civilização hebraica. E assim, o expansionismo e a pilhagem com absoluta certeza foi a principal saída econômica para a consolidação de qualquer grande império desse período.
Essa conjuntura sofre uma modificação, durante a monarquia de Salomão. Ele então descobre que agora uma outra forma de atividade comercial poderia render notórios lucros, ou seja, o comercio. Sabe-se que a mitificação do reinado de Salomão decorre do fato de ter sido ele o construtor do famoso templo de Jerusalém. Com isso, ocorre um fortalecimento do espírito religioso, é válido ressaltar que a presença de sacerdotes foi um predicado notável para essa época, uma vez que, essas pessoas tinham o ofício de servir como mediadores entre o sagrado e o profano. Ocorrendo assim, uma conotação hierárquica e verticalmente política ao quadro religioso.
O monoteísmo entre os hebreus, sem duvidas, é uma característica que historicamente tem que ser sempre ressaltado, no entanto, a análise da religiosidade hebraica se torna muito mais grandiosa, quando possamos visualizar a evolução que o Iavé sofreu, passando de um deus tribal, para uma divindade universal, sereno e representante de uma mensagem de justiça. Esse fato é muito importante, uma vez que, além do caráter espiritual, agora a própria religião passou a ser, a medida que ocorria mudanças políticas e econômicas no cotidiano dos povos hebreus, uma representante direta do inconsciente coletivo da nação, inconformada com a perca dos campos comunais de pastagem, insatisfeita com a centralização monárquica, da submissão social e de tantos tributos cobrados para a manutenção de um status quo sustentado pela representatividade do monoteísmo ético hebreu.
Referências Bibliográficas:
PINSKY, Jaime. As Primeiras Civilizações. 23Ed. São Paulo: Contexto, 2006.
############################################################################################################
3 comentários:
Postar um comentário