sábado, julho 10, 2010

O Professor Está Sempre Errado - Jô Soares

O material escolar mais barato que existe na praça é o professor!
É jovem, não tem experiência.
É velho, está superado.
Não tem automóvel, é um pobre coitado.
Tem automóvel, chora de "barriga cheia'.
Fala em voz alta, vive gritando.
Fala em tom normal, ninguém escuta.
Não falta ao colégio, é um 'babão'.
Precisa faltar, é um 'turista'.
Conversa com os outros professores, está 'malhando' os alunos.
Não conversa, é um desligado.
Dá muita matéria, não tem dó do aluno.
Dá pouca matéria, não prepara os alunos.
Brinca com a turma, é metido a engraçado.
Não brinca com a turma, é um chato.
Chama a atenção, é um grosso.
Não chama a atenção, não sabe se impor.
A prova é longa, não dá tempo.
A prova é curta, tira as chances do aluno.
Escreve muito, não explica.
Explica muito, o caderno não tem nada.
Fala corretamente, ninguém entende.
Fala a 'língua' do aluno, não tem vocabulário.
Exige, é rude.
Elogia, é debochado.
O aluno é reprovado, é perseguição.
O aluno é aprovado, deu 'mole'.

É, o professor está sempre errado, mas, se conseguiu ler até aqui,
agradeça a ele!

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quinta-feira, julho 08, 2010

Uma Breve Homenagem.


Nome: Pepe Deocleciano Evangelista Vieira de Melo.

Admiro a  sua singular intelectualidade e a sua capacidade de sintetizar fortes e harmoniosas palavras de ímpar racionalidade.  Fundador do movimento filosófico, artístico e estético: Cervejas e Bigodes.

"Vejo como a existência humana é medíocre. Malditos servos que não me deixam dormir".
VIEIRA DE MELO, Pepe D.E.

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Exercícios de Filosofia.

Eis algumas questões sobre filosofia. A nível de esclarecimento: nem todas as questões foram formuladas pelo autor do Blog, ou seja, existem questões que foram retiradas de alguns vestibulares de renomadas instituições de ensino.

1. Sabe-se que a filosofia é um modo de pensar sobre a realidade além da aparecia geral dos fatos. Pois em, marque a alternativa que indica corretamente onde a filosofia nasceu:
a)Grécia Antiga.
b)Império Romano.
c)Mesopotâmia
d)Egito Antigo.
e)No Império Persa.

2. A filosofia é conhecida por ser muito questionadora. São nas interrogações que encontramos o pensamento filosófico. Então, o ato de fazer perguntas é importante por que:
a)Somente com o hábito de perguntar é que podemos encontrar a verdade sobre algo ou sobre alguma coisa.
b)Temos que questionar tudo o que nos cerca, porque para a filosofia tudo é falso.
c)Não existe verdade nenhuma em nosso mundo.
d)Com a filosofia podemos provar que a verdade é algo que nunca poderemos compreender.
e)Instiga apenas a formulação de especulações ideológicas.

3. Sobre o Senso Moral é correto afirmar que:
a)É a maneira como avaliamos a nossa conduta e a de nossos semelhantes em relação a vida em sociedade.
b)É quando não refletimos sobre o comportamento que temos na sociedade.
c)Ocorre quando somente criticamos certas posturas erradas de outras pessoas.
d)É algo que está intimamente ligado a vida individual da pessoa.

4. “A Filosofia confia na Razão, para a filosofia a realidade é racional, ou seja, é passível de compreensão”. Ao analisar a frase a cima pode-se afirmar que ela explica sobre:

a)Nunca poderemos entender a realidade, uma vez que, ela é muito complexa.
b)A Razão incluída em cada ser humano, e a capacidade que o homem não tem em compreender sobre a sua realidade.
c)A capacidade que os Seres Humanos tem em entender a nossa realidade através de um posicionamento filosófico na busca do conhecimento.
d)O posicionamento da Filosofia como forma de tentar entender todos os problemas do homem e do mundo.
e)A Razão seria algo estritamente ligado aos filósofos e pensadores que tem na filosofia uma forma absoluta de se conceber a verdade.

5. Sobre a Consciência Moral é incorreto afirmar que:
a)Esta ligada a opinião de outras pessoas em relação a nossas condutas.
b)É a maneira como avaliamos além de nossos sentimentos, mas também o pensamento de outras pessoas.
c)Geralmente ocorre quando enfrentamos situações de conflitos que nos deixam em dúvidas sobre nossas decisões.
d)É quando agimos de uma forma na qual somente pensamos em nossas opiniões.


6. Marque a alternativa que afirma corretamente sobre a Cultura de Violência que em muitos casos está bastante presente no cotidiano das pessoas:
a) Quando falamos de cultura de Violência, estamos nos referindo aos padrões tribais das antigas civilizações.
b) Cultura de violência é algo que já foi, em muitos casos superados, pelos novos padrões civilizatórios da pós-modernidade.
c) São padrões de comportamento que estão ligados a conflitos étnicos e religiosos.
d) Definimos uma cultura de Violência como hábitos que a sociedade cultiva, baseados em comportamentos agressivos e imposição de poder, de forma habitual.
e) Seria um conjunto de conhecimentos preventivos em relação aos hábitos violentos da sociedade.

7. O sistema carcerário serve para reeducar um individuo condenado por algum crime ao convívio social, no entanto essa situação não se concretiza isso se dá por quê:

a)Os projetos de reeducação do cidadão condenado por um crime são muito complexos para os seus usuários.
b)Existe uma falsa impressão que a penitenciária serve como um local de sofrimento e vingança para o criminoso e não como um local para reabilitar pessoas ao convívio social.
c)Existem muitos recursos para o melhoramento do sistema penitenciário brasileiro.
d)Todo o problema está no criminoso e não tem nenhuma relação com a sociedade.
e)Nenhuma das alternativas estão corretas.

8. Em nenhum momento na história do tráfico de drogas no Brasil, houve uma conduta correta do Estado para desmantelar as redes de traficantes, as ações da polícia sempre resultam em abuso de poder, chacina e grandes índices de violência.
O texto acima se refere:
a) A Grande capacidade do sistema político brasileiro em acabar com o trafico de drogas.
b) A Habilidade pacifica da polícia brasileira com a problemática com o tráfico de drogas.
c) O poder que o Estado tem em acabar com o submundo das drogas no país.
d) A ineficiência do Estado, junto com seus organismos de manutenção da ordem social em lidar com o complexo problema das drogas no Brasil.

9. “O interrogatório é muito fácil de fazer,
Pega o favelado e dá porrada até doer.
O interrogatório é muito fácil de acabar,
Pega o bandido e dá porrada até matar".
(Refrão cantado por soldados do Batalhão de Operações Especiais – BOPE)

Com base no texto podemos analisar:

a) O preparo humanitário da polícia do Rio de Janeiro.
b) Como a violência policial se institucionalizou em alguns cantos do Brasil.
c) Que a polícia deve sempre trabalhar com o uso de práticas violentas para colher bons frutos.
d) A violência policial somente se manifesta na forma de canções.

10. Sobre as Políticas de Não-Violência é correto afirmar que:
a) Não há ligação alguma entre a Não-Violência e o Pacifismo.
b) È um processo de comportamento, voltado apenas para a redução de problemas individuais.
c) Nasce da necessidade de se promover umas reflexões e ações visando a redução dos índices de violência social.
d) Não promovem reflexões sobre problemas de exclusão social e econômica.

11. Um cidadão armado tem 57% de chances de ser assassinado do que os que andam desarmados. As armas de fogo provocam um custo ao SUS de mais de 200 milhões de reais. Fonte: UNESCO.
Pois bem sobre o texto podemos afirmar que:
a) A violência é um elemento gerador de mais violência, podendo ser um elemento causador de aumento de impostos.
b) Não há relação entre política, economia e violência.
c) A violência somente é provocada a pessoas portadoras de armas de fogo.
d) O Índice de Violência reduziriam se o porte de arma fosse de fácil acesso a todos.
e) N.D.A

12. Ao analisar as causas da violência é preciso refletir sobre:
a) Somente as questões Econômicas que levam a acontecer acontecimentos marcados pela violência.
b) A intenção Política e Cultura que lavam a consolidação da violência.
c) Sobre toda a organização social, desde a suas estruturas econômicas e políticas, quanto os seus valores, pois a violência é uma problemática bastante complexa
d) A importância de construirmos mais presídios em locais afastados dos centros urbanos.


13.Sobre a ideia de Liberdade é correto afirmar que:
a) liberdade é poder fazer algo quando se quiser.
b) liberdade é um caminhos que outro ser decide para a nossa vida.
c) liberdade é um estado em que o homem não tem mais limites, podendo fazer o que quiser e sem precisar considerar a liberdade dos outros.
d) liberdade é escolher o tipo de pessoa que você possa ser ou será, segundo a sua consciência moral.
e) liberdade é um cálculo sobre as causas que levaram as pessoas a fazer o mal.

14. Imagine-se em um centro urbano, observando pessoas que estão indo e vindo de diferentes lugares, cada uma movida por múltiplas razões. Pode-se, entre outros aspectos, identificar que cada pessoa é impulsionada a realizar características que a distinguem de outros animais. Cada uma dessas características pode afirmar o homem como

I. ser histórico.
II. ser religioso.
III. ser que produz cultura.
IV. ser de conhecimento.
V. ser que se realiza pelo trabalho.

Estão CORRETAS

A) I e II, apenas.
B) III e IV, apenas.
C) I, II, III, IV e V.
D) II, III e V, apenas.
E) I e V, apenas.


15. Para agir no mundo, a pessoa humana utiliza-se de diferentes modalidades de conhecimento.

Coloque Verdadeiro (V) ou Falso (F) para as afirmativas a seguir que buscam expressar diferenças e características fundamentais de cada modalidade de conhecimento, conceituando:

( ) senso comum como conhecimento irracional, de pouca influência na formação de novos conhecimentos.
( ) ciência como um saber, que, na sua essência, procura desvendar a natureza a partir, principalmente, das relações entre causa e efeito.
( ) arte como um conhecimento que proporciona entender o mundo através da sensibilidade do artista.
( ) filosofia como um saber que se propõe a oferecer um conhecimento, baseado na busca rigorosa da origem dos problemas, relacionando-os a outros aspectos da vida humana.
( ) mito como saber capaz de superar a subjetividade do homem, frente ao desconhecido.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA.

A) F,V,V,V,F.
B) V,V,F,F,V.
C) F,V,F,V,F.
D) V,F,V,V,V.
E) F,V,V,V,V.

GABARITO:
1 - A
2 - A
3 - A
4 - C
5 - B
6 - D
7 - B
8 - D
9 - B
10 - C
11 - A
12 - C
13 - D
14 - C
15 - E
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quarta-feira, julho 07, 2010

Coluna: Manuel Correia de Andrade:

De Bangüê a Usina
Publicado em 14.01.2007

Como o ciclo de expansão das usinas na região da Mata Norte realizou-se de forma mais lenta do que na Mata Sul, o processo de produção comandado pelos engenhos bangüês perdurou até meados do século 20. Numerosos deles permaneceram funcionando até a década de 50, quando as usinas de área, implantadas nas primeiras décadas do século 20, começaram a se expandir, e transformar bangüês em fazendas fornecedoras de cana.

O clima da região, em parte subúmido, permitiu que a cultura do algodão também tivesse importância no Vale do Siriji, e que, nas pequenas cidades e vilas, fossem implantados motores de beneficiamento da semente de algodão. No Vale do Siriji, nos primeiros tempos, o fornecimento de energia elétrica foi feito por estes motores. Nos períodos de baixa no preço do açúcar, alguns engenhos desmontaram as suas máquinas e se dedicaram a outras atividades, como a produção de café, de banana e à pecuária bovina e suína.

Esta lenta evolução permitiu que eu vivesse em minha infância e juventude um período feliz, na “bagaceira” do Jundiá, onde meu pai, face à disponibilidade de terras, desenvolvia, ao lado da cultura da cana, a criação do gado zebu, de origem indiana, atividade muito estimulada no governo Manoel Borba.

A vida no engenho tinha os seus encantos. E que encantos. Assim, no período de setembro a março, ocorria a moagem da cana, com uma festa na “botada” da safra e outra no encerramento, a “pejada”, e um período de grande movimento com os carros-de-boi e burros transportando a cana do canavial para a “moita”, onde era esmagada em moendas de três cilindros, cozinhada em assentamento, em geral, de cinco tachas, e botada para secar em fôrmas de madeira ou de metal. Produzia-se o “pão de açúcar” que era vendido aos “matutos” ou a comerciantes donos de armazéns nas cidades maiores, como Nazaré da Mata e Timbaúba. Lembro-me de compradores de açúcar famosos, como Antônio Galvão, em Timbaúba, e Alfredo Coutinho e seu neto Hélio Coutinho, em Nazaré.

Neste período, ocorriam festas freqüentes, como a de Vicência, consagrada à Santana, a da Conceição, sobretudo em Jundiá, a de São Sebastião, em Aliança. A festa da Conceição, em Jundiá, destacava-se porque, possuindo o engenho, em suas terras, o Pico do Jundiá, com mais de 450 metros de altitude, ali foi construída, em 1904, uma capela sob a invocação a N. Sra. da Conceição, pelo padre Luna, vigário de Vicência. Todos os anos, em dezembro, realizava-se a festa em frente à igreja, com uma procissão em que a imagem de Nossa Senhora descia a serra e era levada até Vicência, para que passasse ali a semana inteira. A procissão era feita por caminhões e outros carros, tendo sido uma preocupação constante da família de dar continuidade à tradição.

Outro período de festas nos engenhos era o junino, quando os proprietários e o povo festejavam os santos Antônio, João (sobretudo este) e Pedro, queimando fogos, fazendo fogueiras em frente às casas, e comendo comidas de milho – pamonha, canjica, angu, bolo e, sobretudo, milho cozido e assado. Também era ocasião em que os amigos desenvolviam o hábito do compadrio e do afilhadismo, admitindo-se que um compadre de São João ou um padrinho de “fogueira” tornava-se um verdadeiro parente.

No Carnaval, havia os maracatus e caboclinhos, os primeiros externando a influência negra na nossa cultura e os segundos, a influência indígena. No Carnaval, o povo mais humilde andava léguas dançando, cantando e tomando cachaça.

Vivi, em Jundiá, todo o meu tempo de estudante, de vez que passava no Recife os períodos de aula, e no engenho, os de férias e, mesmo após a formatura, trabalhando no Recife, freqüentei o engenho e convivi com meu pai, que lutou até o fim para não deixar a sua condição de bangüezeiro para a de fornecedor de cana. Coisa que só ocorreria quando a idade e as condições de saúde o forçaram a isso. No início dos anos 50, ele foi paulatinamente se transformando em fornecedor da Usina Cruanji, do seu parente e amigo Julio Queiroz, quando Jundiá se transformou em engenho de “fogo morto”.

Manuel Correia de Andrade, historiador e geógrafo, é da APL.


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domingo, julho 04, 2010

Sobre a Companhia Agrícola Harmonia - Catende.

Introdução:
O presente estudo está alicerçado em uma problematização sobre a experiência de autogestão da Companhia Agrícola Harmonia, gerida por antigos trabalhadores rurais ligados a usina Catende - Zona da Mata Sul de Pernambuco. Essa leitura parte da definição de que a presente companhia agrícola se configura como um marco importante para a história das lutas camponesas do século XX, manifestando assim, uma nova perspectiva na luta dos trabalhadores e trabalhadoras das áreas rurais, ao mesmo tempo que se quebraram velhos paradigmas ligado as relações sociais no campo. Mostrando que e a história se reconstruiu por meio da grandes lições que os trabalhadores e trabalhadoras, junto ao sindicalismo rural de Catende deixa como herança de um tempo.
Ao promover um estudo de caso sobre uma das maiores experiências de autogestão do país, tendo a consciência de que tal objeto de estudo foi resultado de uma grande luta dos trabalhadores que passavam grande parte de suas vidas na moenda da cana-de-açúcar é com absoluta certeza, uma tarefa bastante motivadora. Não somente, pela riqueza de questionamentos que tal experiência administrativa motiva a cerca dos valores sociais presentes em nossa sociedade, mas também, pelo romantismo revolucionário que essa história pode causar a qualquer um que estuda sobre as lutas camponesas.
Diante disso, objetivamos avaliar a atuação dos sindicatos e federações agrícolas no processo de compreensão sobre uma experiência de autogestão que se manifesta como uma alternativa viável para o desenvolvimento de regiões nordestinas marcadas notavelmente por heranças coloniais, como uma notória concentração fundiária nas mãos de poucos, altos índices de analfabetismo e um modo de vida bastante difícil para a realidade do pobre trabalhador rural.
Nesse contexto, quando problematizamos as relações de trabalho no campo, tendo em vista as lutas históricas e as atuais perspectivas do movimento camponês, passamos por uma gama de interpretações ligadas principalmente a estrutura econômica e fundiária brasileira. Diante disso, ao mesmo tempo que buscamos por soluções viáveis para a difícil vida do campo também refletimos sobre uma história de desigualdade e de injustiça que paira sobre a vida de indivíduos explorados por uma aristocracia ruralista.
Logo, como principal questionamento dessa primeira abordagem teórica seria: O que a autogestão promovida pela Companhia Agrícola Harmonia pode proporcionar de positivo para as relações de trabalho dentro das perspectivas das lutas sociais em Catende – Pernambuco? E o que podemos extrair como contribuição para a formulação de uma nova alternativa agrária para o Nordeste?

Uma Herança das Lutas Camponesas do Nordeste.
Em um primeiro momento, buscamos empreender esse estudo de caso, as margens da formação histórica do Brasil. Uma vez que para entendermos sobre o foco principal das lutas no campo seria fundamental enxergarmos o grande problema do acesso a terra. E com absoluta certeza, nesse fato, a história do Brasil foi marcada profundamente por uma estrutura fundiária baseada pelo latifúndio, a rapina e exclusão. Ou seja, a propriedade sempre foi motivo de disputas sociais e como causadora de segregação social em nosso país. Enfim, a questão agrária no país está profundamente ligada ao latifúndio e desde os primórdios da colonização a terra foi distribuída de forma que a geração de um problema social seria uma consequência notável, uma vez que, a distribuição fundiária gerou um grande processo de exclusão e gerou uma abismal separação entre as camadas sociais.

A propriedade de terra desde a colonização passou a ser algo particular, facilitando cada vez mais a dificuldade em se ter um pedaço de terra para dela desenvolver um trabalho. Uma vez que, a posse dessas terras estava ligada ao próprio status social que o indivíduo pertencera. Nesse contexto pertencer às elites dominantes seria uma qualidade sine qua nom para a obtenção de uma propriedade no Brasil.

E assim, o meio rural foi se formando, tendo em vista esse cenário social. Das Capitânias Hereditárias, passando pela Lei de Terras de 1850, ate o século XX com o processo de introdução do capital ao campo que os verdadeiros sujeitos da história rural brasileira tiveram que conviver com tanta exclusão, hipocrisia e promessas vazias que falavam na tão sonhada reforma agrária.

No entanto, a breve história rural do Brasil, também foi marcada por movimentos que reagiam a todo processo explorador das elites brasileiras, principalmente no século XX, período no qual o país sofre mudanças notórias, onde a produção rural passa por um extenso processo de capitalização da produção rural causaram mudanças sólidas nas relações sociais do campo, dificultando cada vez mais a posse da terra. Transformando o camponês em trabalhador rural, tendo em vista as transformações dos antigos engenhos Bangüês (engenhos que plantavam a cana de açúcar e lá mesmo produzia o açúcar) em engenhos anexados ás grandes usinas. “A penetração do capital na agricultura, conduzindo inexoravelmente á separação do produtor direto da terra e dos frutos de seu trabalho”.(AZEVÊDO, Fernando Antônio. AS LIGAS CAMPONESAS. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1982, p. 19).

Eis que a história durante o século XX presencia as ações dos movimentos políticos e sociais no meio rural, onde a resistência feita á articulação entre a propriedade fundiária e o capital industrial foi deveras importante para a consolidação de uma população rural organizada e atuante como sujeitos de sua contemporaneidade. Isso representou basicamente: “o papel e o significado político do movimento camponês nas décadas de cinqüenta e sessenta, em Pernambuco, e que se expressou através da ação das Ligas Camponesas e dos Sindicatos Rurais”. (AZEVÊDO, Fernando Antônio. AS LIGAS CAMPONESAS. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1982, p. 21).

Ao fazermos uma análise geral sobre as Ligas Camponesas organizadas inicialmente no Engenho da Galiléia, em Pernambuco, fato que foi, sem sombra de dúvidas, um “divisor de águas” para o as lutas sociais no campo. Vamos enxergar uma valorosa formação política e ideológica do camponês. Esse processo de formação também era um dos princípios das Ligas, ou seja, além de organizarem manifestos e comícios, também se observava a consciência formadora e crítica que as Ligas Camponesas tinha, em relação de organizar o “operariado” rural.

E foram essas e outras heranças que os atuais movimentos de trabalhadores rurais, hoje, organizados em torno de Sindicatos Rurais, da Comissão Pastoral da Terra ou de movimentos civis organizados como o próprio MST. Ganharam após o grande episódio da luta pela terra protagonizado em pleno contexto da Guerra Fria e que o termo Reforma Agrária, seria além de uma “heresia” para o imaginário conservador do latifundiário, seria também, uma grande ameaça de cristalização de ideologias socialistas no Brasil.

Fazer um paralelo com o que passou e o que vivemos é realmente entender o que é a história. Nessa conjuntura, pesquisar sobre os movimentos políticos do campo na atualidade é em poucas palavras, “reviver a luta do Francisco Julião e das Ligas Camponesas” na ânsia de uma reforma agrária e por uma melhor realidade para o trabalhador rural e para o camponês.

Como é visto, buscamos enriquecer o presente estudo, tendo em vista, a história dos movimentos sociais do nordeste. Essa retomada histórica será de grande valia pare entendermos sobre o importante momento histórico que a cidade de Catende, passou com a fundação da Companhia Agrícola Harmonia. surgida em 1993 como um projeto de autogestão articulado por 2.300 trabalhadores rurais demitidos pela usina após sua falência.

O projeto dos trabalhadores da Usina Catende envolve 48 engenhos/fazendas. Censo feito pelos sindicatos de trabalhadores rurais da região, em 1998, levantou que 11.804 pessoas moram nessas propriedades. A população economicamente ativa é de 6.225 pessoas. Há nessas propriedades 1.670 crianças e adolescentes entre 10 e 15 anos. O patrimônio envolve um parque industrial, uma hidroelétrica que gera energia própria, uma olaria, uma marcenaria, 48 engenhos, um hospital, 7 açudes e canais de irrigação, 26 mil hectares de terras, frota de veículos e implementos, entre tratores, caminhões e enchedeiras, rede ferroviária à margem da empresa, uma bacia hidrográfica com vários rios perenes. (NASCIMENTO, Cláudio "Do 'Beco dos Sapos' aos Canaviais de Catende",).


E devido a tal iniciativa protagonizada pelos trabalhadores, que a antiga usina Catende se transformou em um magnífico projeto gerador de emprego, através de uma economia coletiva e solidária com ampla participação do camponês nas deliberações grupais. De acordo com os próprios trabalhadores, a experiência coletiva de autogestão favoreceu bastante não somente a economia local voltada para a cana-de-açúcar, mas, também favoreceu o surgimento de uma diversidade agrícola nas terras que pertenciam a usina e era utilizada visando exclusivamente a produção da empresa.

Outro fator muito notável no discurso dos antigos trabalhadores da usina que hoje atua como agricultor ligado a Companhia é o fator da liberdade, em relação ao uso da terra. Haja vista que após o processo de desapropriação das terras antes pertencentes à usina, foi feita uma distribuição de terras para as famílias envolvidas no projeto da Companhia Agrícola Harmonia. Assim, os agricultores ligados ao projeto diversificam sua produção com a criação de gado; com a piscicultura e com a plantação de vários gêneros agrícolas em suas terras.

Por fim, o presente estudo de caso, não representa apenas uma página da história municipal de Catende, mas representa mais um capítulo das lutas sociais dos trabalhadores agrícolas, manifestando assim uma vitória expressiva das famílias camponesas sobre o excludente processo de modernização rural via uma segregação social e política do campesinato. Nesse contexto a história pode presenciar através da Companhia Agrícola Harmonia um venturoso relato de transformação social na vida de milhares de famílias, antes exploradas por usineiros.

Considerações Finais:

A guisa de uma plausível conclusão, podemos destacar que tal estudo é uma simples forma de contribuir para um resgate histórico sobre a difícil saga do trabalhador nordestino, desde as primeiras décadas da breve história do Brasil. È nesse contexto que podemos afirmar que os paradoxos sociais presente nas áreas rurais do nordeste brasileiro estão totalmente relacionados ao processo exclusivista da propriedade de terra, baseado na exploração e no latifúndio.

A Companhia Agrícola Harmonia é uma das muitas heranças que as Ligas Camponesas deixaram como ferramenta de transformação social, buscando sempre uma realidade mais justa e igualitária para o “vigoroso homem nordestino”.

Referencias Bibliográficas.

ANDRADE, Manuel Correia. Lutas Camponesas no Nordeste. 2ªed. São Paulo: Ática 1989.

__________. História das usinas de açúcar de Pernambuco. Recife: FJN. Ed. Massangana, 1989.

AZEVÊDO, Fernando Antônio. As Ligas Camponesas. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1982.

GONÇALVES & SILVA, O assucar e o algodão em Pernambuco. Recife: [s.n.], 1929.

MARANHÃO, João de Albuquerque. História da indústria açucareira no nordeste: o papel social de Catende. Rio de Janeiro: Briguiet, 1949.

MOURA, Severino. Senhores de engenho e usineiros, a nobreza de Pernambuco. Recife: Fiam, CEHM, Sindaçúcar, 1998.

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sexta-feira, julho 02, 2010

Bertolt Brecht - O Analfabeto Político

O ANALFABETO POLÍTICO

O pior analfabeto
É o analfabeto político,
Ele não ouve, não fala,
Nem participa dos acontecimentos políticos.
Ele não sabe o custo da vida,
O preço do feijão, do peixe, da farinha,
Do aluguel, do sapato e do remédio
Dependem das decisões políticas.
O analfabeto político
É tão burro que se orgulha
E estufa o peito dizendo
Que odeia a política.
Não sabe o imbecil que,
da sua ignorância política
Nasce a prostituta, o menor abandonado,
E o pior de todos os bandidos,
Que é o político vigarista,
Pilantra, corrupto e lacaio
Das empresas nacionais e multinacionais.

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quinta-feira, julho 01, 2010

A Importância das Manifestações Religiosas na Pré-História.

Introdução:
Perceber os principais aspectos da religião, tendo em vista a sua relevância na formação e desenvolvimento desde o primeiro momento da pré-história é de extrema importância para um entendimento sobre o pensamento abstrato que posteriormente será denominada de religião primitiva.

Pois bem, o presente estudo tem como principal meta, analisar e refletir sobre a importância e relevância da religiosidade primitiva para a vida do homem pré-histórico. Pois bem, de antemão é valido ressaltar que, ao abordarmos historicamente sobre a Pré-História dos homens é de fundamental importância que se aceite a incapacidade se ter uma certeza absoluta sobre esse período e ao mesmo tempo informar ao próprio leitor que a pesquisa aborda sobre um terreno de dúvidas e incertezas apenas iluminadas, basicamente por hipóteses concluídas via achados pesquisas arqueológicas e também por testemunhos feitos através de comparações feitas com a atualidade.

Nesse contexto, ao lançar um olhar mais crítico sobe a realidade que o cerca, o homem primitivo desenvolve uma reflexa, ou melhor, uma capacidade de expressar, através de seus sentidos, uma tradução simbólica para a sua realidade material, observando a mecânica harmoniosa da natureza e também as suas próprias contradições. Aos poucos a imaginação torna o homem um criador nato de sua existência. Eis que é despertado o seu imaginário, seja nas partes obscuras e inacessíveis das cavernas, esboçando os primórdios da Arte, seja nos rituais totêmicos animistas ou também nas praticas mortuárias de sepultamento ou colecionando crânios de seus antepassados.

E assim é desenvolvido não só o espírito religioso, mas também o próprio Homo Religiosus, dotado de todos os valores que regem a vida e o sentimento religioso. Onde nas mais diversas manifestações, a sacralidade religiosa se contrapõe a uma realidade profana, secular, prática e material. O sagrado surge, frente a todos os mistérios da vida, da morte, da natureza, da gênese da humanidade e da própria natureza.

A Importância das Manifestações Religiosas na Pré-História:
Entender um período histórico à luz das relações criadas entre a humanidade e as diversas manifestações do sagrado inerente a vida cultural é algo bastante valoroso para a formação de uma visão histórica baseada em concepções para além das interpretações materialistas da própria historiografia. É válido ressaltar que, para uma mais qualificada sondagem cientifica, o presente estudo sobre a compreensão do que vem a ser a religiosidade e a crença para a vida humana será direcionado sobre o mundo das sociedades primitivas inseridas na Pré-História dos homens.

Sendo assim, focalizar a importância da religiosidade no processo histórico, é uma condição de singular necessidade, principalmente porque, somente a partir daí é que conseguimos visualizar que a maioria dos homens na maior parte dos tempos tem vivido em dois meios – o natural e o sobrenatural, nesse contexto, é através de tal abstração é que podemos ver a precisão do ser humano em pensar sobre a sua realidade a partir da necessidade de que a vida faça sentido. É justamente por isso que podemos constatar que a experiência religiosa tem uma magnitude singular, devido a sua permanência constante na vida humana.

Pois bem, quando nos voltamos para o homem pré-histórico, tem-se o conhecimento que o mesmo contém em suas estruturas psicológicas, uma fé viva na natureza, uma vez que ela será a sua maior sustentação do esclarecimento das relações dele com o mundo. Nesse contexto, podemos analisar tendo como a fundamentação histórica e evolutiva do homem, o predicado mais relevante, que diferiu profundamente o ser humano dos demais animais, ou seja, ao tornar-se um “inventor” do seu mundo, o homem cria o seu método de adaptar-se ao meio, não apenas agindo como um receptor dos fatos naturais, mas agora, com o seu sistema simbólico e cultural, ele consegue transformar toda sua realidade, tendo em vista o seu modo de enxergá-la.

Segundo a psicanálise, a cultura é uma criação humana voltada para o surgimento de subsídios mentais proveniente dos desejos humanos. Nesse sentido, pode-se aceitar que a busca pelo conhecimento sobre o seu redor é uma meta muito notável no decorrer de toda a vida humana. Pois bem, sabe-se que, em muitos casos a criação de um sistema simbólico de explicação ao concreto, surge devido ao fracasso na realização desse desejo de cognição. Eis que surge o sentimento religioso, como uma teia de símbolos e significados, uma rede de desejos, a abstração mais fantástica de uma busca sobre a transubstanciação de um mundo natural cercados por tantas incógnitas.

É nessa ótica que enxergamos toda grandeza que a religião natural tem sobre o homem do mundo primitivo. E como ela é tão útil para a compreensão do modo de vida do seu próprio criador. Segundo o filósofo espanhol Ortega y Gasset:
O homem sempre tem que fazer alguma coisa para manter-se na existência, mas antes de fazer alguma coisa o homem tem que decidir por sua conta e risco, o que ele vai fazer. Porém para essa decisão, tornar-se impossível se o homem não possui algumas convicções sobre o que são as coisas em seu redor ou sobre os homens.

Não sei se o filósofo citado um dia imaginou que a sua obra seria a fundamentação para uma pesquisa de abrangência histórica, tendo em vista a crença em uma força natural e misteriosa que envolvia as primeiras sociedades primitivas, porém, é certo perceber que a sua abordagem filosófica, muito contribuiu na fundamentação inicial desse estudo. Pois como já foi citado anteriormente temos que ter arraigado em nossa mente que a idéia fundamental para a realização dessa sondagem científica, nada mais é que, a criação de um mundo sobrenatural, na qual está inserido todos os desejos e todas as angustias que o homem carrega consigo no interior de sua existência. É nesse mesmo universo abstrato que encontramos as explicações mais plausíveis para a compreensão do mundo pré-histórico.
As crenças constituem a base da nossa vida, o terreno sobre o qual acontece. Porque elas nos colocam diante do que é a realidade mesma. Toda nossa conduta, inclusive a intelectual, depende de qual seja o sistema de nossas crenças autênticas. Nelas vivemos, movemo-nos e somos. Por isso mesmo não costumamos ter consciência expressa delas, não as pensamos; elas atuam latentes, como implicações de quanto fazemos e pensamos.
Ortega Y Gasset – Ideas y creencias

A citação a cima é basicamente, uma fundamentação na qual analisamos para ter um entendimento maior sobre a vida cotidiana do mundo pré-histórico, logicamente que ainda não contamos com métodos tecnológicos tão modernos para nos proporcionar uma viagem ao tempo, mas, tendo em vista, as hipóteses sobre a existência de certas praticas ritualísticas, sacrifícios e cerimônias de sepultamentos encontrados através de certos vestígios arqueológicos e também sobre um estudo sistemático sobre a mitologia primitiva, notamos claramente a grande influencia que a natureza (a religião natural) com todo o seu mistério influenciava bastante a vida cotidiana das tribos existentes nesse período.

A religião é uma necessidade de segurança que o homem pré-histórico tinha para manter em sua existência um significado, um sentido. Ou seja, é justamente por esse aspecto que, buscamos também estudar a importância do surgimento e a importância da linguagem nesse processo, ou seja, para o ser humano não basta apenas o entendimento, ele necessita também em explicar a sua realidade, fato esse que se comprova devido a todo o simbolismo da mitologia e das pinturas rupestres encontradas através dos vestígios arqueológicos.

De um modo geral, quase todo o saber humano é baseado na crença. Nossos ancestrais já procuravam modos de expressar o fascínio pelos mistérios da criação deificando a Natureza. Mas a universalidade do pensamento humano, com suas metáforas e simbolismos ao longo dos séculos na busca da solução, da explicação para a Verdade Eterna e para os enigmas e paradoxos da vida presente, esbarra na nossa visão polarizada (o natural e o sobrenatural) da realidade. E a solução encontrada para se compreender essa visão da realidade pelos vários povos primitivos foi essencialmente religiosa.

Diante dessas análise, ao estudarmos sobre os aspectos da religiosidade do período anterior a criação da escrita é penetrar em uma gama de interpretações sobre fontes apercebidas em uma fraca penumbra. Nesse contexto, todas as afirmações existentes sobre tal período e principalmente sobre a metafísica da arte e da religião são baseadas em meras hipóteses. Concedendo assim, a Pré-História como um campo bastante vasto para uma gama de construções e desconstruções teóricas sobre o tema.

Enfim, afirmar algo sobre determinado estudo, baseando-se apenas nos vestígios dos povos dessa época tão distante seria uma tarefa de suma sensibilidade com o que viria a ser o fato verossímil ocorrido nos tempos vividos na Pré-História. Nesse contexto, foi reforçado ainda mais um embasamento teórico na pesquisa sobre a teoria da religiosidade, tendo em vista a manifestação do sagrado e do profano. Procurando assim, entender o homem pré-histórico, tendo em vista as suas semelhanças com a humanidade contemporânea.

Sabe-se que há 35.000 anos, os Homo Sapiens possuíam o mesmo sistema nervoso que nós, as mesmas faculdades de síntese e de abstração, e não são mais primitivos do que nós. Eles fazem parte da mesma Humanidade. É claro que tem um contexto histórico e um modo de conceber o mundo, sem dúvida, diferente do nosso, mas não necessariamente inferior. Logo, muito podemos interligar entre nossos juízos religiosos com os juízos existentes na Pré-História.

Uma vez que, de acordo com Mircea Eliade (1967), para conhecer o universo mental do Homo Religiosus é necessário levar em conta essencialmente os homens das sociedades primitivas, mesmo que pareça excêntrico para nós, homens modernos, ou até mesmo aberrantes. Porém, ao contrário do que muitos podem pensar, é exatamente no universo misterioso da Pré-História que estão apontados todos os valores que regem a vida e o sentimento religioso.

Considerações Finais:
No estudo, a magnífica saga do animal humano em torno de seu espaço físico, seria inevitável aceitar sempre que ao se desenvolver freqüentemente em uma longa escala evolutiva, os homens sempre atuavam como “inventores do mundo”. Foi nesse processo de criação que a psicanálise, o homem faz da sua cultura a concretização do inconsciente, tornando o real passível de entendimentos. Decorrente da pesquisa observa-se que uma das principais funções da religião seria a praticidade da qual ela faz sentido na vida dos homens. Nesse contexto, o estudo não se limita apenas em abordar a Pré-História dos homens como um período marcado pelas força econômicas ou materiais. Tendo como objetivo primário a reflexão, não somente como o homem se organiza, e sim tendo um conhecimento cientifico sobre o homem pré-histórico. A religião, sem dúvida, é algo humano, uma vez que, toda expressão religiosa surge através de um símbolo, ideogramas, mitos etc. Sendo considerados como realidades verossímeis. Na continuidade do estudo científico, aceita-se a idéia do sagrado e do profano como fenômeno religioso da Pré-História, uma vez que, tendo em vista a análise sobre vestígios arqueológicos de períodos remotos, é fato que interpretar a existência de uma concepção de dois mundos, o secular e o religioso, é bastante aceitável. Em seu término, é constatado pelo presente estudo que a natureza do espírito religioso, embora contribua para a formação de um ambiente sagrado e outro profano, constitui também com base fundamental na vida social do homem primitivo, observando que, seria a religião primitiva a primeira base de uma representação coletiva atrelando o sentido de suas praticas religiosas, necessidades de superação e materiais imediatas.

O homem, assim como todas as suas concepções de sagrado, primitivo possui uma riqueza inestimável que contribui e enriquece a formação de grandes civilizações do mundo antigo. Nesta observação, fica claro que, seja no continente africano, americano ou asiático, as manifestações de cunho sagrado e seu desenvolvimento (mitologias, fábulas e pinturas) é inerente em todos os caminhos. Algo que estava impregnado nesses homens. Sendo assim, através da pesquisa e seu direcionamento para os temas abordados, ficou claro o que foi a possível religião durante o período pré-histórico.


Referencias Bibliográficas:

ALVES, Rubem. O que é religião? 7 ed. São Paulo: Edições Loyola, 1999.
KOVALEV, V. DIAKOV, S. A Sociedade Primitiva. São Paulo: Global, 1982.
KUJAWSKY, Gilberto de Mello. Ortega y Gasset: A aventura da Razão. 3 ed. São Paulo: Moderna.
1994.
LANGANEY, André. A Mais Bela História do Homem: De como a terra se tornou humana. Rio de Janeiro: DIFEL, 2002.
MITHEN, Steven J. A Pré-História da Mente: Uma Busca das Origens da Arte, da Religião e da Escrita. São Paulo: UNESP, 2003.
ORTEGA Y GASSET, José. História como Sistema, seguido de Mirabeau, ou O Político. Brasília: UnB, 1982.
____________.Ideas y Creencias. 2 ed. Buenos Aires: Espazas,1944.
SWANSON, Guy E. A Origem das Religiões Primitivas. São Paulo: Forense, 1968.

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Coluna: Manuel Correia de Andrade.

Lembro quando todos os domingos, o grande intelectual das Ciências Humanas, Manuel Correia de Andrade escrevia na coluna "Opinião" do Jornal do Comércio em Pernambuco. Fazia questão de ler e guardar esses artigos. Posteriormente digitalizei todos os textos e vou passar a socializar alguns desses textos no blog.

  O Sentido da História (1)
Publicado em 23.04.2006

A população tem idéias as mais diversas do que seja a história, para cada pessoa ela assume um aspecto e um objetivo diferente. Existem os que utilizam as informações históricas para glorificar aqueles que lhes são caros ou para apagar a ação dos que lhes são antagônicos, muitas vezes reduzindo a história a referências aos seus antepassados. Quando escrevem livros sobre áreas municipais, as brigas de família se tornam, muitas vezes, verdadeiros breviários em pequenos municípios.

Há os que esquecem a história municipal, por considerá-la de menor importância, preocupando-se mais com os fatos internacionais e nacionais do que com os estaduais e locais. Assim, alguns Estados quase não possuem livros que contem a sua história, isso em um país onde um dos seus maiores historiadores, Capistrano de Abreu, afirmou que só se poderia escrever a verdadeira história do Brasil, após se escrever a história das várias regiões do País. A maioria dos livros de interesse de história regional se resume a monografias sobre fatos e ocorrências que perturbaram a vida desses mesmos Estados.

A história do Brasil está escrita de forma muito pontual, destacando determinados fatos, como o descobrimento, as capitanias hereditárias, a luta contra os holandeses, as bandeiras, a Independência, a Guerra do Paraguai, a Proclamação da República, a Revolução de Trinta, a Era Vargas, o golpe de 64, o regime militar que de 1964 a 1985 dominou o País e sobre os dias atuais. Ela é feita como se tivesse ocorrido em pontos de tensão alternados com períodos de calmaria, praticamente de paralisação.

Sobre esses temas, em Pernambuco, que até 1818 incluía também Alagoas, destacaram-se a implantação e o desenvolvimento da Capitania de Duarte Coelho, a guerra holandesa, com figuras glorificadas, a Guerra dos Mascates, as revoluções ditas liberais de 1817 e 1824, a Revolta Praieira, a campanha abolicionista, a Escola do Recife, a República Velha ou Primeira República, com a renovação da indústria açucareira.

Na abordagem desses temas não se tem dado relevância a aspectos muito importantes, como o processo de ocupação canavieira com a implantação de vegetais e animais europeus e orientais, o estímulo à migração ibérico-latina com portugueses, espanhóis e, em menor escala, italianos, a expropriação e a escravização dos indígenas nativos e o desenvolvimento do tráfico de escravos negros da África para o Brasil. Implantou-se, assim, nos primeiros séculos, os sistema colonial, a colonização que deu origem a uma sociedade estruturada em classes, onde os brancos eram os senhores e os indígenas e negros, as classes inferiores ou subalternas, destinadas a fazer o trabalho grosseiro. Os brancos mandavam e índios e negros serviam ou, às vezes, se revoltavam, fugindo para os lugares mais distantes.

A chamada guerra holandesa, que durou 24 anos, é cantada em prosa e verso e, em geral, divide os estudiosos em duas facções: os que glorificam a colonização portuguesa, que teria sido mais liberal do que a holandesa, e os “flamengos”, que defendem a superioridade do holandês como colonizador e glorificam o conde Maurício de Nassau por sua formação humanista e pela habilidade no relacionamento com os grupos brancos mais importantes: holandeses, portugueses e judeus. Os anti-Nassau têm os seus gurus em André Vidal de Negreiros e em João Fernandes Vieira, heróis da Restauração.

Todo o período da segunda metade do século 17 e do século 18 é pouco estudado, destacando-se mais a rivalidade entre Olinda e o Recife e a famosa Guerra dos Mascates, em que uma e outra disputavam o controle da capitania. Na verdade, a Guerra dos Mascates foi uma verdadeira “luta de classes”, como afirmou Gilberto Osório de Andrade, porque representou a luta entre os senhores de engenho, que controlavam o poder em Olinda, e os comerciantes ou mascates, que dominavam o Recife.

Em livro escrito recentemente, procuramos desenvolver bem este período de reorganização da administração colonial e de formação do sentimento nativista, assim como o processo de penetração no Sertão, com lutas entre os senhores e os escravos e indígenas. É, assim, o momento histórico, século 17, de consolidação da estrutura colonial, com ou sem dependência da metrópole. É a preparação, feita pela classe dominante, para uma futura vida de país independente, mantendo porém a estrutura social econômica dominante.

Manuel Correia de Andrade, historiador e geógrafo, é da APL.


O Sentido da História (2)
Publicado em 30.04.2006

Ao estudarmos o século 19, não só devemos dar importância às chamadas revoluções libertárias – 1817 e 1824 – como também ao processo de independência, em que Pernambuco titubeou, como algumas outras províncias também o fizeram, entre formar um país, sob uma monarquia parlamentar, ou se constituir em uma república, separada das demais províncias.

Após a independência, foram postos em discussão alguns problemas importantes, como a questão regional, tão forte na Revolta Praeira, a questão da escravatura e as revoltas das então classes “subalternas”, com a Guerra dos Cabanos, o Quilombo de Catucá, a questão religiosa, a revolta popular dos Quebra-Quilos e as perdas territoriais de Pernambuco, com a criação de Alagoas, e o desmembramento do seu território, a comarca do São Francisco, doado pelo imperador à Bahia. A vida cultural do Recife teve grande importância com as disputas filosóficas na Faculdade de Direito, com a chamada Escola do Recife.

Ainda é feita, na análise do século 20, o estudo dos fatos mais recentes, como a evolução da agro-indústria açucareira e de beneficiamento do algodão, o desenvolvimento de ferrovias ligando o Recife a cidades do interior e a Estados vizinhos, a passagem pelo Sertão da coluna Prestes, a Revolução de 30, os movimentos populares de luta pela terra – ligas camponesas e sindicatos rurais –, o governo progressista de Miguel Arraes, o golpe de 64, a repressão militar e a redemocratização.

Em todos estes aspectos os fatos ocorridos em Pernambuco estiveram relacionados com o ocorrido no Brasil, de vez que, sendo Pernambuco um Estado que participa de uma federação, sua história está inteiramente entrelaçada com a mesma.

De uma forma geral, observa-se que Pernambuco, por muitos anos, teve certa liderança regional, rivalizando com a Bahia em influência e destaque entre os demais Estados do Nordeste. Durante dezenas de anos, Salvador e Recife foram cidades bem mais populosas do que as capitais dos Estados vizinhos e se destacaram pelos seus estabelecimentos de ensino superior – a Faculdade de Direito no Recife e a de Medicina em Salvador –, por terem vida cultural e econômica mais intensas e terem se tornado centros de desenvolvimento industrial antes de outras capitais nordestinas. Foram, além disso, favorecidas com a implantação de estradas de ferro que demandavam o interior.

A primeira estrada de ferro, a partir do Recife, dirigia-se para o São Francisco, mas logo em seguida foram construídas estradas de ferro em direção ao interior, para nororeste em direção a Limoeiro e para o oeste em direção ao Sertão, atravessando o maciço da Borborema. Essas ferrovias se estenderiam também para o sul até Maceió e para o norte até Natal, formando uma verdadeira rede ferroviária. Ao iniciar-se o surto rodoviário, nas primeiras décadas do século 20, o Recife consolidou a posição de liderança em nível macrorregional que hoje possui.

Manuel Correia de Andrade, historiador e geógrafo, é da APL. 

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terça-feira, junho 29, 2010

Questões de História Geral (Pré-História, Egito e Mesopotâmia).

1) Na Pré-História encontramos fase do desenvolvimento humano. Qual a alternativa que apresenta características das atividades do homem na fase neolítica?
a)Os homens praticavam uma economia coletora de alimentos.
b)Os homens fabricavam seus instrumentos para obtenção de alimentos e abrigos.
c)Os homens não tinham a noção das utilidades do fogo.
d)Os homens já conheciam a economia comercial e já praticavam juros.
e)Os homens cultivavam plantas e domesticavam animais, tornando-se produtores de alimentos.

2) Sobre a conhecida Idade dos Metais, na transição entre Pré-História e História, e possível afirmar que:
a)Foi marcado pela utilização do cobre, do bronze e do ferro, na produção de armas, instrumentos agrícolas e utensílios domésticos.
b)Apenas o bronze pode ser apresentado como o primeiro metal a ser utilizado pelo homem.
c)Os homens lutavam entre si, enquanto a economia continuava coletora.
d)A vida nômade dos primeiros grupos humanos foi um estímulo para o uso dos metais.
e)Não existe ligação entre o uso de metais e a formação dos grandes impérios da antiguidade

3)Assinale V (verdadeiro) e F (Falso) nas afirmações sobre os mesopotâmicos.
a)As civilizações da Mesopotâmia desenvolveram-se entre os rios tigre e Eufrates. (   ).
b)O rei babilônico Hamurabi unificou diversas leis e sentenças, criando um dos mais antigos corpos de leis de todos os tempos. (   ).
c)Os babilônicos foram os primeiros povos a se estabelecer na região da mesopotâmica. (   ).
d)A religião na mesopotâmia não tinha um papel predominante no que diz respeito ao controle social. (   ).

4)Das alternativas abaixo marque a a que não corresponde a um dos povos ou impérios da Mesopotâmia?
a)Sumérios.
b)Babilônicos.
c)Assírios.
d)Medos.
e) Caldeus.

5)Sobre a religião do antigo Egito, pode-se afirmar que:
a)A religião dominava todos os aspectos da vida publica do antigo Egito.
b)A religião no antigo Egito não tinha uma importância, nem influência no cotidiano do povo egípcio.
c)A Religião somente tinha influência na vida dos reis que a usavam como forma de dominar os povos.
d)Era monoteísta, somente acreditava em uma só forma de divindade.
e)Todas as alternativas estão verdadeiras.

6)Assinale V (verdadeiro) ou F (Falso), nas afirmações a baixo:
a)O comércio nunca se desenvolveu no Egito. (   )
b)O Estado egípcio não interferia na vida econômica. (   )
c)Além da agricultura, os egípcios desenvolveram também a atividade mineradora. (   )
d)A agricultura foi sem dúvida, a principal atividade econômica do Antigo Egito. (   )


GABARITO:
1 - E
2 - A
3 - VVFF
4 - D
5 - A
6 - FFFV
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Política, Juventude e Desenvolvimento Social.

INTRODUÇÃO.

Quando se fala em Olinda a primeira coisa que se imagina é seu grandioso carnaval, e seu rico acervo arquitetônico, tombado como patrimônio cultural da humanidade através da UNESCO. Entretanto, seus agravos e suas necessidades ficavam distantes desta realidade, sua população menos favorecida, caracterizada até então, carente de opções de políticas públicas ajustadas a esta camada social, culminando com isto na elevação no nome desta bela cidade a estatísticas alarmantes.

Paralelo a tal conjuntura, diagnosticamos que a população jovem do citado município (faixa etária de 15 a 29 anos) se insere em um amplo processo de exclusão social e principalmente de apatia ao debate sobre o funcionamento das instituições públicas da cidade, gerando uma grande vacância, no que diz respeito a participação do jovem como um ator social, no debate a cerca das políticas publicas de Olinda.

Muitas das comunidades de nossa cidade sofrem com a falta de áreas de lazer, com a violência, as drogas, sem acesso a educação, saúde e a informática. Hoje disputamos os jovens diretamente com a criminalidade, através de programas como o Programa Segundo Tempo do Ministério do Esporte, além dos programas assistenciais do governo como o PETI e o Projovem. Entre outras atividades que são desenvolvidas por meio de programas de assistência social através da nossa cultura, do frevo, do maracatu e da capoeira.

Diante disso, a Coordenadoria de Juventude de Olinda, a UNACOMO – União das Associações e Conselhos de Moradores de Olinda e o Coletivo Acorda Brasil, organizações que tem dentre seus objetivos contribuir para o desenvolvimento social, no intuito de atribuir valores e fortalecer as lutas por políticas públicas justas e com qualidade para a juventude, oferece esse breve estudo, no que diz respeito à importância da Juventude como um agente de desenvolvimento de suas respectivas comunidades.

O presente estudo parte da reflexão sobre o poder de participação e contribuição dos jovens na consolidação de políticas publicas de juventude dentro da esfera pública. E Esse potencial pode se manifestar em várias formas de atuação, seja nas associações de moradores, rádios comunitárias, organizações civis, no movimento estudantil ou até mesmo em grupos ligados a instituições religiosas. Entretanto esse processo de cidadania ativa somente será efetivo se a esfera pública passar a definir a juventude como uma parcela demográfica como aliada estratégica para o desenvolvimento social. Realizando assim, ações voltadas ao fomento aos seguintes aspectos: associativismo juvenil, cidadania ativa, direitos humanos e desenvolvimento sustentável. Uma vez que, tais aspectos são considerados valores bastante viáveis para a construção de uma realidade mais participativa e efetivamente democrática. 

CONCEITOS DE JUVENTUDE.

A população jovem brasileira se enquadra como uma parcela demográfica de singular importância para o desenvolvimento social, atualmente contamos com a maior população jovens da história do país. Nesse contexto, definir o jovem como uma geração problemática ou dotada de apenas atitudes rebeldes, não se enquadra como solução viável para instituirmos um efetivo desenvolvimento social e político. Nesse contexto, é de fundamental relevância, conceber o jovem como um efetivo parceiro estratégico do desenvolvimento do Brasil. A conjuntura demográfica dos jovens brasileiros exige uma atenção política focada em torno das temáticas e demandas juvenis, uma vez que, através desses jovens que poderemos desenhar o presente e o futuro da nação.

Ao definirmos sobre a juventude, é necessário levarmos em conta alguns critérios como: aspectos biológicos, sociais, demográficos, econômicos, psicológico e culturais. Além de tais aspectos, também podemos complementar nesse processo de definição o fato da juventude ser um “estado psicológico” de transição entre a vida infantil com a vida adulta.

No Brasil, a legislação considera “jovens” aqueles cidadãos entre 15 e 29 anos, algumas instituições como a Organização Internacional do Trabalho, o Conselho Nacional de Juventude, subdividem o grande contingente populacional contido entre 15 e 29 anos, criando três subcategorias para a análise e o desenho das políticas, de acordo com as particularidades de cada segmento etário: O jovem adolescente (15 a 18) o jovem (19 a 25) e o adulto jovem (26 a 29).

De acordo como a UNESCO, ser jovem se enquadra como um período do ciclo de vida em que as pessoas passam da infância a condição de adultos e durante o qual, se produzem importantes mudanças biológicas, psicológicas, sociais e culturais, que variam segundo as sociedades, as culturas, as etnias, as classes sociais e o gênero." (Políticas Públicas de/para/com juventudes, 2005)"

Definir o que podemos enxergar sobre a juventude é algo de grande importância para podermos pensar em políticas especificas para tal temática. É valido ressaltar que, ultimamente é notório uma crescente atenção de cientistas sociais nas manifestações culturais juvenis e também no comportamento social de “tribos” de jovens, frente a alguns valores sociais da contemporaneidade.

Um período de vida em que o jovem completa o seu desenvolvimento físico e passa por importantes mudanças biológicas, psicológicas e sociais. Deixa de ser criança e da inicio a sua entrada no mundo dos adultos. (CHAUÍ, Marilena. OLIVEIRA, Pérsio Santos de. Filosofia e Sociologia. Ática – São Paulo. 2007)

CONJUNTURA SOCIAL DO JOVEM BRASILEIRO.

Em meio a um processo de crise econômica mundial o que podemos refletir sobre a conjuntura dos jovens nos tempos presentes e quais as perspectivas que se apresentam para a juventude brasileira, tendo em vista esse cenário tão negativo?

Bem, antes de iniciarmos esse debate, é válido refletir que, não podemos ficar parado, enxergando apenas problemas, ou focalizando nossa energia em definições de dificuldades. O Elemento fundamental para a cristalizarmos a imagem do jovem como um protagonista político de seu tempo, está baseado na Atitude! Ficar de “mãos atadas” ou esperar que as esferas públicas façam acontecer às políticas de juventude não é resposta para nenhum problema. As políticas Publicas de Juventude são caracterizadas por uma “via de mão dupla” ou seja, é necessário não somente a participação do Estado, mas é fundamental que o jovem se enquadre como protagonista na consolidação dessas políticas.

O problema demográfico da juventude tem que ser elencado sempre como uma demanda politica da sociedade, entretanto, isso somente poderá ocorrer com a diminuição do conservadorismo que as esferas publicas detém, em ralação ao conceito de juventude. E Quem seria o elemento principal para que essa mudança de paradígmas realmente ocorra? O Jovem. A juventude tem que ser o principal elemento para que ocorra essas mudanças, e para isso, a auto definição como cidadãos ativos será o primeiro passo para alcançarmos o protagonismo juvenil.

Tendo em vista as dificuldades econômicas existentes no Brasil, as desigualdades sociais e a debilidade ao acesso a principais serviços publicos, como vamos realmente mudar essa situação? Como gerar uma educação básica, uma preparação profissional e facilitar o acesso dos jovens na sociedade?

São por essas e outras demandas que, instituir as Políticas Publicas de Juventude (PPJ) é uma ferramenta bastante salutar para minimizar toda vulnerabilidade social que os jovens estão inseridos.  E esse debate se fortalece cada vez mais, quando avaliamos a estreiteza do mercado de trabalho, paralelo aos crescentes índices de marginalização, uso de drogas e inserção ao crime organizado. È nessa conjuntura que não podemos aceitar que o jovem não seja um problema do Estado. Não estamos nos referindo a meras rebeldias juvenis, estamos falando de uma geração que carrega consigo uma vulnerabilidade social bastante notável.

O QUE SÃO POLÍTICAS PÚBLICAS DE JUVENTUDE?

As denominadas políticas públicas de juventude são ações coletivas que se constroem por meio de mecanismos e estratégias voltadas para ação da esfera pública por meio da participação efetiva dos jovens nas definições dos problemas e das soluções em parceria com o Estado.

Podemos entender como as Políticas Públicas de Juventude, como o processo de decisão tomado pela esfera publica governamental produzida por meio de parcerias entre gestores públicos e jovens. Essas políticas se manifestam com uma validade ímpar, uma vez que, essas não foram promovidas apenas pelo lado do governo, mas também, teve grande apoio juvenil. As políticas públicas de juventude têm que ter a participação e a identidade do público-alvo.

Durante as últimas décadas o estudo sobre a participação política de jovens para a concretização de políticas públicas se apresenta de forma bastante complexa, uma vez que, quando partirmos por mio de uma análise baseada na importância social da juventude, pode-se constatar que ter o jovem como um parceiro favorável para o desenvolvimento é uma ferramenta de grande valor para que ocorram efetivas transformações sociais.

Além disso, quando avaliamos a população juvenil do país tendo em vista a participação que esses jovens protagonizam, tanto como consumidores, quanto como produtores na economia local, o discurso sobre a importância de políticas especificas se torna cada vez mais coerente. Garantir o bem estar e a saúde dos jovens, preservando os direitos humanos e focalizando cada vez mais projetos tendo a juventude como público-alvo são elementos deveras importância para o aspecto político institucional do mundo contemporâneo.


Referências Bibliográficas:

CHAUÍ, Marilena. OLIVEIRA, Pérsio Santos de. Filosofia e Sociologia. Ática – São Paulo. 2007.
DALLARI, Dalmo de Abreu. Direitos Humanos e Cidadania. Moderna. São Paulo. 1998.
UNIJUV. Juventude e Cidadania Ativa. Pernambuco.2008.

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