quarta-feira, setembro 08, 2010

Resumo sobre a Independência do Brasil

O contexto histórico que serviu como cenário para a Independência do Brasil em relação a metrópole lusitana, estava ligado a uma série de fatos históricos bastante importante para a consolidação do mundo contemporâneo. O mundo coidental, agora guiado pela economia liberal, e a diplomacia política, de fato, torona-se um fator preponderante para a manutenção de um mercado econômico estável.  Diante disso, o 7 de Setembro, representou indiretamente essa situação, haja vista que, a construção da independência do Brasil se deu mais por acordos políticos e econômicos entre nações, do que, por aclamação e luta ideológica.

E nesse contexto, o "Grito do Ipiranga" nos serve apenas como uma representação simbólica de uma independência "cartorial" e "maquiada", uma vez que, mesmo reconhecendo o grau de complexidade diplomática que os acordos antecendentes a Independência, e avaliando as condições históricas que subsidiaram a formação do Estado brasileiro, os avanços sociais foram insignificantes, se compararmos a outras nações americanas.

Mas, como não podemos ignorar a simbólica data do "7 de Setembro", e as possíveis reflexões que podemos obter com tal fato histórico, principalmente nesse ano eleitoral, irei socializar um texto de qualidade notável sobre a Independência Política do Brasil, retirado do site: http://www.consciência.org/, escrito por: Pedro Brasil Bandecchi.

Boa Leitura.


A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL


Transmigração da Família Real e Regência do Príncipe D. João

As idéias dos enciclopedistas1 franceses espalhavam-se pelo mundo, pregando reformas que abalaram a estrutura político-social então vigente. A convocação dos Estados Gerais por Luís XVI era uma vitória do povo e sua repercussão foi grande o que não impediu a Revolução Francesa e a guilhotina que fêz rolar cabeças de soberanos, nobres e, por fim, dos próprios revolucionários.

Diante da ameaça francesa, o mundo arma-se contra a França e esta sente que terá que enfrentar o mundo. Cessado o período do terror, a velha terra gaulesa não teve o desejado sossego e, por isso, sentiu necessidade de um homem forte, capaz de lhe dar ordem interna e enfrentar a ameaça externa. Esse homem foi Napoleão Bonaparte.

Não tardou a Europa a sentir o peso dos seus exércitos. Só a Inglaterra, por ser uma ilha e possuir forte esquadra, pôde ficar livre das tropas do corso. As vitórias, conquistas e atitudes francesas assustam Portugal que deseja ficar neutro num mundo conturbado em que a neutralidade é impossível. E por ser impossível, D. João, príncipe-regente2, joga uma cartada que evidentemente não daria certo: queria ficar de ambos os lados, ludibriando a ambos. Procurava, através de entendimentos secretos, manter o fogo das batalhas fora do seu território. O pêndulo da sua política oscila entre Londres e Paris.

Face a tais atitudes dúbias, mesmo que por vezes bem disfarçadas, Napoleão não aceitou mais entendimentos com D. João e determinou a invasão de Portugal pelas tropas comandadas por Junot e decretou a destruição da família real lusa. A 23 de novembro de 1807, chega a Lisboa a notícia de que os franceses haviam transposto a fronteira portuguesa. Nesta altura dos acontecimentos, só cabia a D. João seguir o conselho de Lord Strangford, de refugiar-se na América.

A invasão napoleónica e a nova do embarque da Família Real para o Brasil, trouxeram desespero entre os habitantes de Lisboa. E em meio ao maior atropelo e confusão realizou-se a partida dos governantes e quantos desejaram livrar-se das conseqüências daquele momento duro e triste.
"A frota real, defendida por alguns vasos de guerra ingleses e composta de umas vinte naus, muitas outras mercantes, velejou o Tejo a 29 de novembro de 1807. Nela iam quinze mil pessoas, grande número de fidalgos, funcionários e famílias que emigravam, e também as riquezas dos palácios reais, que foi possível transportar; e ainda não tinha perdido de vista a terra, quando Junot penetrava em Lisboa, e tomando rapidamente conta da cidade e das fortalezas, aprisionava à bala alguns navios mercantes que iam atrasados, nas águas da esquadra.

Batida pela tempestade, na altura das ilhas da Madeira, a frota dividiu-se em duas, e aquela parte numerosa em que vinha o rei tocou primeiro na Bahia, a 24 de janeiro de 1808. Era a primeira vez que um rei do antigo mundo pisava o solo da América. O povo da Bahia recebeu com grande júbilo os altíssimos hóspedes, e por um momento pensou que à primitiva capital da colônia caberia agora a primazia da sede no novo reino."3

Tendo desembarcado o Príncipe-Regente na Bahia, no dia 24 de janeiro nela ficou até o dia 26 de fevereiro, quando rumou para o Rio, já escolhido para capital do futuro império, apesar das solicitações dos baianos para que ficasse em Salvador. A chegada de D. João ao Brasil acelera o processo da nossa libertação política, pois que a instalação da Corte em terras da América Portuguesa lhe tirava, automaticamente, o caráter de colônia, embora ainda não fosse elevado a Reino. Dá-se, então, a "inversão brasileira" na ajustada definição de Sílvio Romero.

Abertura dos Portos e a Revogação do Alvará de 5 de janeiro de 1785

Ainda na Bahia, o Príncipe-Regente alertado por José da Silva Lisboa, depois visconde de Cairu, pela Carta Elegia de 28 de janeiro de 1808, ordenou "interina e provisoriamente" a abertura dos portos brasileiros às nações amigas. É evidente que se D. João mantivesse os portos fechados, decretaria um auto-bloqueio, estando a Metrópole, como se encontrava, dominada pelos franceses.

Eis o teor da Carta Régia dirigida ao conde da Ponte, governador e capitão-general da Capitania da Bahia:

"Atendendo à representação, que fizeste subir a minha Real Presença, sobre se achar interrompido e suspenso o comércio da Capitania, com grave prejuízo dos meus vassalos e da minha Real Fazenda, em razão das críticas e públicas circunstâncias da Europa; e querendo dar sobre este importante objeto alguma providência pronta e capaz de melhorar o progresso de tais danos, sou servido ordenar interina e provisoriamente, enquanto não consolido um sistema geral que efetivamente regule semelhantes matérias, o seguinte: que sejam admissíveis nas Alfândegas do Brasil todos e quaisquer gêneros, fazendas e mercadorias transportados em navios estrangeiros das Potências, que se conservam em paz e harmonia com minha Real Coroa, ou em navio dos meus vassalos, pagando por entrada vinte e quatro por cento a saber: vinte de direito grosso, e quatro de donativo já estabelecido, regulando-se a cobrança destes direitos pelas pautas, ou aforamento, porque até o presente se regulam cada uma das ditas Alfândegas, ficando os vinhos, águas ardentes e azeites doces, que se denominam molhados, pagando o dobro dos direitos, que até agora nelas satisfaziam. Segundo: que não só os meus vassalos, mas também os sobreditos estrangeiros possam exportar para os portos que bem lhes parecer a benefício do comércio e agricultura, que tanto desejo promover, todos e quaisquer gêneros e produções coloniais, a exceção do pau-brasil, ou outros notoriamente estancados, pagando por saída os mesmos direitos já estabelecidos nas respectivas capitanias, ficando entretanto com suspenso e sem vigor todas as leis, cartas régias, ou outras ordens que até aqui proíbam neste Estado do Brasil o recíproco comércio de navegação entre meus vassalos e estrangeiros. O que tudo assim fareis executar com zelo e atividade que de vós espero."

Deste documento se conclui:
1) que com a invasão da Metrópole interrompeu-se o comércio do Brasil — exportação — pois que só para Portugal podiam ir, até então, os produtos nacionais, normalmente;
2) que a abertura dos portos foi ordenada em caráter interino e provisório;
3) que não só os vassalos de S. M., como também os estrangeiros, poderiam exportar "todos e quaisquer gêneros e produções coloniais."

Outro ato de grande importância para o Brasil foi o de lº de abril do mesmo ano, que revogou o Alvará de 5 de janeiro de 1785, que proibia a instalação de fábricas e indústrias no Brasil, constituindo sério entrave ao nosso desenvolvimento econômico. Entretanto o desastrado Tratado de 1810, assinado com a Inglaterra, "haveria de sustar por muitas décadas o florescimento das atividades industriais do Brasil."4 Este Tratado de 1810 prejudicaria também, e muito, os benefícios da Carta Régia de 1808, que ordenou a abertura dos portos brasileiros às nações amigas.

Administração de D. João VI
A instalação de uma Corte exigia uma longa série de iniciativas e realizações que mareiam bem ato dessa natureza. Fazia-se necessário criar condições para a sede da monarquia e também para colocação dos milhares de vassalos que acompanharam a família real.

A administração de D. João, no Brasil, pode ser dividida em três períodos, correspondentes aos seus ministros:
1) o do conde de Linhares (1808-1812);
2) o do conde da Barca (1812-1817)
3) o do ministro Tomás Antônio (1817-1821).

Como é fácil de se ver, o de maiores realizações foi o primeiro, pois que tudo estava por fazer no sentido de instalar-se a sede do governo no Rio de Janeiro. O Rio não estava, evidentemente, preparado para receber a Corte, nem sequer como cidade, levando-se em consideração o respeitável número de acompanhantes vindos na esteira do Príncipe.

"Pela estatística de um negociante inglês, Luccok, pululavam, então, no Rio de Janeiro, um milhar de funcionários públicos e outro milhar de válidos da Corte. Sofreram, com isso, os cariocas de 1808, verdadeiros vexames para hospedar tão numerosa comitiva, tendo de entregar suas moradas por imposição da polícia do vice-rei, conde dos Arcos, que foi o primeiro a ceder seu palácio ao príncipe — à aluvião de fidalgos, clérigos, militares e burocratas imigrados da Metrópole e de se irem refugiar, à ufa, nos arrabaldes, em casas rústicas e acanhadíssimas. Aos recalcitrantes dava-se oficialmente ordem de despejo por meio das iniciais P. R. (Príncipe-Regente), escritas às portas das casas, letras que o povo do Rio Irónicamente interpretava pelo convite de Ponha-se na Rua."

Com tais dificuldades, devia o Príncipe-Regente lançar-se, imediatamente, à obra realizadora que daria tamanho destaque à sua regência.

Os quatro primeiros anos de 1808 a 1812 pertencem decididamente a Linhares e à sua febril atividade reformadora. Os dois imediatos, que são de descanso após a azáfama das mudanças administrativas, judiciárias e sociais, cabem ao marquês de Aguiar e ao conde das Galveas, fidalgo de costumes desregrados, a quem D. Carlota apelidara o dr. Pastorinha.

Em 1810 acumulou Aguiar o exercício da pasta da Marinha, que, no ano imediato, foi assumida pelo conde das Galveas. Em 1812 recolheu este último a herança de Linhares, passando a gerir, desde então, os três ministérios, até falecer em 1814.

De 1814 a 1817, volta ao poder o conde da Barca, tendo-lhe sido confiadas, sucessivamente, as pastas de Galveas, a que soube imprimir, na fase de Oliveira Lima, o cunho da sua superioridade um tanto negligente e do seu talento não tão ativo quanto versátil.

Os três últimos anos do reinado americano de D. João VI são dominados pela figura simpática, de elevado cunho moral e político intransigente, do desembargador Tomás Antônio de Vila Nova Portugal, que assumiu o governo desde a morte do conde da Barca, em junho de 1817."8

Em 1816, com o falecimento de D. Maria I, D. João ascendeu ao trono com o nome de D. João VI.

Brasil Reino

Em 16 de dezembro de 1815, o Brasil daria mais um passo decisivo no caminho de sua Independência, ao ser elevado à dignidade de Reino Unido.
"Devemos a criação do Reino do Brasil, ou a organização do nosso território em um corpo político senão à vaidade do Monarca, por certo ao despeito dos seus representantes no Congresso de Viena, onde não podiam ter assento, como não tiveram, porque Portugal não era, e nem podia considerar-se grande potência figurando somente o território europeu organizado em Reino. Por isso antes que aqui fosse promulgado o documento que citamos (a Lei de 16 de dezembro de 1815), já o Brasil fora como Reino contemplado naquele Congresso, como se vê dos artigos 105, 106 e 107 do respectivo tratado de 9 de junho de 1815 e do de Aliança, de 8 de abril do mesmo ano; o que se conseguiu depois de prévios ajustes particulares, em que oficiosamente interveio a Grã-Bretanha."7

Mesmo sendo fato consumado naquele Congresso, D. João para assinar o decreto ouviu o Conselho de Estado, sendo esta a manifestação de Tomás Antônio:

"Senhor, a situação é esta, sem a menor dúvida: ou Vossa Majestade proclama a Independência do Brasil elevando-o a Reino, e neste caso contraria os portugueses; ou Vossa Majestade conserva o Brasil na posição subalterna de vice-reino e neste caso terá o descontentamento dos brasileiros. É claro que Vossa Majestade terá maior amor ao berço dos seus avós; mas é justo que ame este povo que o recebeu entre festas e alegrias em 1808, quando Vossa Majestade foi coagido a deixar a pátria que o viu nascer. Da consciência e do coração de Vossa Majestade está dependendo a formação de um grande império na América, cuja coroa seria sua. O Império do Brasil unido ao Reino de Portugal faria de ambos uma grande potência que, como sabe, seria reconhecida pelo Congresso de Viena."

É bastante clara a manifestação do inteligente conselheiro: o Brasil da posição subalterna de vice-reino e ficaria em pé de igualdade com Portugal e Algarves.

Além dos destacados atos de D. João, que mencionaremos no sentido da nossa Independência, é de se citar outros de caráter político-administrativo que marcam de forma indelével sua passagem pela América, dentre os quais assinalamos:

1) Criação do Supremo Conselho Militar e de Justiça no Rio de Janeiro, cuja competência era aplicar leis originárias de Portugal;
2) Criação do Conselho de Estado (órgão de consulta);
3) Elevação da Relação do Rio de Janeiro à Casa de Suplicação, isto é, dando-lhe competência para julgar as causas em última instância (Supremo, enquanto a Relação correspondia aos Tribunais de Apelação de hoje).
4) Criação da Imprensa Régia;
5) Criação da Fábrica de Pólvora;
6) Criação da Junta do Comércio, Agricultura, Fábricas e Navegação do Brasil;
7) Fundação do Banco do Brasil no Rio de Janeiro;
8) Criação no Real Hospital Militar do Rio de Janeiro de uma escola anatômica, cirúrgica e médica;
9) Decreto para que no Brasil possam ceder-se sesmarias a estrangeiros;
10) Alvará concedendo aos habitantes do Brasil o privilégio de não serem executados na propriedade dos seus engenhos, fábricas e lavouras, e sim em uma parte dos seus rendimentos;
11) Criação, na Bahia, de um curso de agricultura;
12) Fundação da escola de ciências, artes e ofícios, e autorização para serem contratados professores franceses;
13) Resolução mandando isentar dos direitos de importação os livros impressos;
14) Decreto sobre a liberdade de imprensa e suspensão da censura prévia a que estavam sujeitos os escritos e impressos.

No dia 24 de abril de 1821, D. João VI, por força de um movimento revolucionário desencadeado em Portugal no ano anterior, teve que, constrangido, voltar para a Europa, deixando seu filho D. Pedro como Príncipe-Regente no Brasil.

A Regência do Príncipe D. Pedro e a Independência

Tal foi a consciência de autonomia que o Brasil de há muito vinha adquirindo, reforçada, agora, com o governo de D. João VI, que este não tinha dúvida quanto ao destino da terra que o abrigava em 1808. E da recomendação que fêz a seu filho no momento da partida, para que, se fosse preciso, colocasse a coroa sobre sua cabeça e não a deixasse passar à mão de algum aventureiro, podemos concluir, sem receio, que sabia, perfeitamente, que o Brasil em breve se separaria de Portugal.

Pelo Decreto de 22 de abril de 1821 foi conferido a D. Pedro o título de Príncipe-Regente e lugar-tenente do rei de Portugal no Governo Provisório do Reino do Brasil" e as seguintes atribuições:

Resoluções de todas as consultas referentes à administração pública, com o auxílio de quatro ministérios — do Reino e Estrangeiros, da Fazenda, da Guerra e da Marinha; comutação de penas judiciais; provimento de cargos; declaração de guerra, estabelecimento de tréguas ou tratados provisórios; concessão de títulos honoríficos e de medalhas militares (…).

D. Pedro assumiu esses encargos com o Brasil, em situação verdadeiramente difícil: a retirada de quatro mil pessoas — fidalgos, comerciantes, capitalistas — prejudicou o comércio, desfalcou o Tesouro e deixou sem encaixe o Banco do Brasil, forçado logo depois a suspender seus pagamentos; as dívidas públicas ultrapassavam em dobro a receita, a autoridade do Príncipe não era acatada em muitas províncias, que preferiam tratar diretamente com Lisboa.

O governo regencial determinou a aplicação de um regime de severas economias e procurou, ao mesmo tempo, reforçar sua autoridade sobre as províncias mais recalcitrantes, que apoiavam a Corte, onde o pensamento dominante era a recolonização do Brasil."8

Mais incisivo, outro historiador escreve:
"O rei deixou o Tesouro vazio e o Banco do Brasil falido; e carregou consigo soma elevadíssima em espécie metálica, bens, dinheiro de contado, jóias de alto preço; tudo o que representasse valor drenado, num ápice, para Portugal.

Ressentiu-se forçosamente a praça deste súbito e imenso desfalque de numerário. O ouro desapareceu, como por encanto, da circulação; a prata subiu a 7 e 8% de ágio. Paralisaram-se as transações comerciais e multiplicaram-se as falências. O preço mesmo dos gêneros e artigos de primeira necessidade subiu desmarcadamente."9

D. Pedro, diante da difícil situação que enfrentava, resolveu entrar em regime da mais rigorosa economia. Em carta enviada a D. João VI, datada de 17 de julho de 1821, dizia:

"Mudei a minha casa para a quinta de São Cristóvão, a fim de irem para o paço da cidade todos os tribunais, secretarias, e tudo quanto estava em casa paga por conta do Estado. Todas estas mudanças se fizeram quase de graça, porque os escravos de Santa Cruz e desta quinta, que têm os seus ofícios, são os trabalhadores. O bolsinho deu contas no erário, e eu fiquei só com uma mesada da quantia da princesa, que é de 1:600$000. Pela ucharia hão de poupar-se reis 400:000$000. Pela cavalariça não se gasta senão milho, porque o capim é da quinta: de 1 280 bestas fiquei só com 156; em uma palavra, a minha roupa, a da mantearía e tesouro é lavada pelas escravas, e eu não faço de despesa quase nada em produção do que dantes era, mas se ainda puder economizar mais, o hei de fazer a bem da nação."

Estas medidas tomadas por D. Pedro valiam mais como um exemplo do que como medida que pudesse trazer remédios para solucionar o mal. E é êle mesmo que em nova carta (21 de setembro de 1821) confirma:

"Quem tem dinheiro em prata ou ouro, guarda-o; o ouro e a prata converteram-se em cobre, e este mesmo é muito pouco, e por isso amado e comprado já com o prémio de 3 por cento; de parte nenhuma vem nada; todos os estabelecimentos e repartições ficaram; os que comem da nação sao sem número; o numerário do tesouro é só o das rendas da província, e essas mesmas são pagas em papel; é necessário pagar tudo quanto ficou estabelecido, como são os estudo maior, tribunais, etc.; não há dinheiro, como já fica exposto, não sei o que hei de fazer."10

A mudança da Corte trouxera todos estes problemas. Os serviços e obrigações continuavam, mas o dinheiro saído, assim de um momento para outro, a partida de elementos do comércio e das finanças, a redução das rendas apenas ; da Província onde se encontrava a sede do governo, causaram as enormes dificuldades que o Príncipe-Regente vinha enfrentando.

A par de tudo isso, e se isso somente nao bastasse, Lisboa exigia a volta de D.Pedro para Portugal, num esforço de recolonizar o Brasil e evitar sua Independência política.

Além dessa exigência, decretaram que as províncias passavam a se subordinar diretamente a Lisboa, nada mais tendo com o Rio de Janeiro, a extinção de tribunais, sujeitando, novamente, as causas que deviam ser julgadas com última instância aos juízes da capital peninsular.

O poder de D. Pedro ia se restringindo de maneira humilhante. Sendo o Brasil reino, teve que enviar deputados às côrtes de Lisboa e pelo artigo 21 das bases da Constituição a sua aprovação no que dissesse respeito ao Reino da América só teria validade se os representantes das suas províncias com ela anuíssem.

O Manifesto de 6 de agosto

O Manifesto de 6 de agosto de 1882 assinado por D. Pedro, mas de autoria de José Bonifácio, é um dos mais importantes documentos da nossa história e nele se encontra exposta, numa síntese, toda a situação que o Brasil atravessava.

Referindo-se a aplicação do artigo 21 das bases:
"Mas qual foi o espanto desses mesmos povos quando viram em contradição àquele artigo, e com desprezo de seus inalienáveis direitos, uma fração do Congresso geral decidir dos seus mais caros interesses. Quando viram legislar o partido dominanle do Congresso incompleto e imperfeito sobre objetos de transcendente importância do Brasil, sem audiência sequer de dois terços dos seus representantes."
E revela, com firmeza os objetivos do Congresso: "O Brasil não devia ser mais Reino: devia descer do trono de sua categoria, despojar-se do manto real da sua majestade, depor a coroa e o cetro, e retroceder na ordem política do universo para receber novos ferros e humilhar-se como escravo perante Portugal. Não paremos aqui; examinemos a marcha progressiva do Congresso. Autorizam e estabelecem governos provinciais e independentes uns dos outros, mas sujeitos a Portugal. Rompem a responsabilidade de harmonia mútua entre os poderes civil, militar e financeiro, sem deixarem aos povos outro recurso a seus males inevitáveis senão através do vasto oceano, recurso inútil e ludibrioso."

E D. Pedro afirma:
"Nenhum governo justo, nenhuma nação civilizada, deixará de compreender que, privado o Brasil de um Poder Executivo, que extintos os tribunais necessários, e obrigado a ir mendigar a Portugal, através de delongas e perigos as graças da justiça; que chamadas a Lisboa as sobras das rendas de suas províncias, que aniquilada a sua categoria de Reino, e que dominado este pelas baionetas que de Portugal mandassem, só restava ao Brasil ser riscado para sempre do número das nações e povos livres, ficando outra vez reduzido ao antigo estado colonial e de comércio exclusivo."

Nesta altura já se encontrava manobrando o leme dos destinos nacionais a figura hercúlea de José Bonifácio de Andrada e Silva.

O Fico

Quando mais forte era a pressão das Cortes, tivemos o célebre "Fico" de D. Pedro, a 9 de janeiro de 1822.
O Príncipe devia partir. As câmaras do Rio e de São Paulo fazem representação para que desatendesse Lisboa. A representação do Rio terminava com esta sentença:

"O navio que conduzir o Príncipe Real, aparecerá no Tejo com o Pavilhão da Independência do Brasil."
A representação da Câmara Fluminense foi apresentada a D. Pedro pelo seu presidente José Clemente

Pereira e, após ouvir outras manifestações, o Príncipe respondeu:
"Como é para o bem de todos e felicidade geral da nação, estou pronto, diga ao povo que fico."

No dia 16, D. Pedro nomeia o chamado Ministério da Independência, chefiado por José Bonifácio, que ocupou a pasta do Reino, Justiça e Estrangeiros. Constituiam-no também: Caetano Pinto de Miranda Montenegro, na pasta da Fazenda; Joaquim de Oliveira Álvares, na da Guerra, e Manuel Antônio Farinha, na da Marinha.

José Bonifácio só aceitou fazer parte do governo, depois que D. Pedro lhe assegurou que o "Fico" era definitivo.

A Independência

A presença de José Bonifácio no ministério firmou o rumo da Independência. Os atos que daí em diante foram praticados pelo governo, são firmes, decisivos, resolutos. Entre eles, o que obrigou as tropas portuguesas comandadas por Jorge de Avilez a se retirarem para a Europa, mostrava que não estávamos mais dispostos a tolerar intromissões.

No dia 3 de junho, D. Pedro, atendendo requerimento que José Clemente Pereira lhe apresentou em nome da Câmara, convocou, então, uma Assembléia Geral Constituinte, composta de deputados das províncias e que tinha por objetivo principal, deliberar as condições cm que deviam continuar as relações entre Brasil e Portugal, e no dia 1.° de agosto desligou o Reino Americano da Assembléia Lusa. Baixou decretos determinando que nenhuma lei promulgada em Portugal teria validade, no Brasil, sem o seu "cumpra-se" declarando inimigas as tropas que desembarcassem aqui sem seu consentimento; e, por fim, assinou o famoso Manifesto de 6 de agosto, um mês antes do feito do Ipiranga (São Paulo).

No dia 7 de setembro, estava D. Pedro de volta de uma viagem que fizera à cidade de Santos, quando, no Ipiranga, recebeu correspondência que vinha de Portugal. O mensageiro chegava do Rio de Janeiro e trazia, também, carias de José Bonifácio e da princesa Leopoldina. De Lisboa lhe vinham ordens para depor o ministério e processar os ministros que haviam convocado a constituinte. E mais: os novos ministros seriam indicados por Lisboa. Foi então que, D. Pedro certo que nada havia a fazer senão proclamar definitivamente a Independência, Libertou o Brasil dos fracos laços que ainda o ligavam a Portugal.

Notas
1São chamados enciclopedistas os escritores que precederam à Revolução Francesa e colaboraram na Enciclopédia então escrita e publicada na França.
2D. Maria I sofria das faculdades mentais e, por isso, seu filho D. João, depois D. João VI, assumiu a regência.
3João Ribeiro, História do Brasil, revista e completada por Joaquim Ribeiro, 17ª edição, Rio de Janeiro, 1960.
4Pinto de Aguiar, A Abertura dos Portos do Brasil, Bahia.
5Max Fleiuss, História Administrativa do Brasil, São Paulo, 1922.
6Idem.
7Cândido Mendes de Almeida, Código Filipino, 14[ edição, Rio
8Alfredo d’Escragnolle Taunay, História Administrativa e Econômica do Brasil, Rio de Janeiro, 1962.
9Max Fleiuss, ob. cit.
10Transcrita do livro Cartas de D. Pedro a D. João VI Relativas à Independência do Brasil, Augusto de Lima Júnior.

BIBLIOGRAFIA SUBSIDIÁRIA

José Bonifácio de Andrada e Silva, Obras Cientificas (3 volumes), coligidas por Edgard de Cerqueira Falcão, Santos, 1963.
José Bonifácio, Escritos Políticos, seleção, introdução e notas de Brasil Bandecchi, São Paulo, 1964.
Oliveira Lima, O Movimento da Independência, 1821-1822, São Paulo, 1922.
Otávio Tarquinio de Sousa — Os Fundadores do Império, São Paulo, 1966.
Tobias Monteiro — Elaboração da Independência, Rio de Janeiro, 1927.


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terça-feira, setembro 07, 2010

Fliporto 2010 será em Olinda!


A Cidade de Olinda será o cenário de um dos mais importantes eventos literários do país, a Fliporto (Feira Literária Internacional de Pernambuco), que será de 12 a 15 de novembro. Com o tema: Literatura e Presença Judaica no mundo Ibero-Americano, o evento promete ser o cenário de muito debate e divulgação de conhecimento. É válido ressaltar que, a Fliporto 2010 também tem como escritor homenageado, a imortal, Clarisse Lispector.

Nesse sentido, a Fliporto terá uma programação diversificada com: congresso literário, oficinas, exposições, recitais, lançamentos de livros e shows. Além da presença de grandes autoridades intelectuais, escritores e um público bastante interessante. Sem ressaltar que a poesia presente em Olinda ja será uma grande contribuição para o evento ter uma magnitude ímpar. Diante disso, fica essa grande dica para um programa cultural de qualidade na cidade.

Informações pelo site: http://www.fliporto.net/

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segunda-feira, setembro 06, 2010

Artigo: Formação Histórica da Região Nordeste.

Diante da diversidade histórica existente no Brasil, desde os remotos tempos coloniais até os dias contemporâneos, sempre encontramos o Nordeste, como uma importante região brasileira, não somente no contexto histórico, mas também,  na conjuntura econômica, política e cultural brasileira. Diante de tal raciocínio, esse texto que vou publicar, pretende abordar um pouco sobre do nordeste brasileiro, tendo em vista seus aspectos políticos e econômicos.




Formação Histórica da
Região Nordeste (I)


Discutir sobre a breve história do Brasil é sem sombras de dúvidas, voltar os olhos para a história do Nordeste, haja vista as suas notórias contribuições na formação social política e econômica do país. Pois bem, para entender o Nordeste é preciso saber como se deu seu povoamento, que atividades econômicas essas pessoas se dedicaram e principalmente como ocorreu à posse dessas terras e o relacionamento entre o dominante e dominado, já que se tratava de uma colônia de exploração.

Sabe-se que a economia brasileira nas primeiras décadas, em que se processou a ocupação portuguesa concentrava suas atividades, sobretudo, na produção de mercadorias exportáveis, visando o abastecimento do comércio internacional europeu. Entretanto, é válido ressaltar que, pelas diretrizes do pacto colonial, a coroa lusitana, dotada de um grande interesse mercantilista, fez do Brasil, uma grande lavoura de gêneros tropicais, enfatizando a cana-de-açúcar como produto chave para a obtenção de lucros exorbitantes.

Por volta de 1530, com o fim da euforia causada pelo ciclo do Pau-Brasil, os lusitanos passaram a introduzir nas terras brasileiras as lavouras de cana-de-açúcar, haja vista o notório valor que o açúcar tinha nos mercados ocidentais. A exploração de tal especiaria foi um fator estratégico para a continuidade do projeto colonizador metropolitano em terras americanas. Na época, os portugueses não dispunham de dinheiro suficiente para bancar os altos custos da implantação dos recursos necessários à produção e comercialização do açúcar, fator que proporcionou a Holanda, um papel relevante, tendo em vista, os financiamentos flamengos para a instalação dos engenhos, como também, na produção e comercialização do "ouro branco" para o Velho Mundo.

O engenho nordestino representava o centro da vida econômica e social. Baseado em uma extensa estrutura fundiária e de produção autônomo, produziam praticamente tudo o que consumiam. No período compreendido entre o século XVI e início do século XVII, os engenhos brasileiros foram os que mais produziam o açúcar do mundo. A sociedade açucareira era aristocrática, patriarcal, rural, escravista e principalmente marcada por um notório imobilismo social. A autoridade do senhor de engenho fazia-se presente junto à sua família, aos empregados, aos escravos e até às vilas próximas à sua propriedade. Além disso, eram os senhores de engenhos que controlavam as câmaras municipais e a vida colonial.

É válido destacar o fato que a população portuguesa nesta época, não era tão expressiva, o que tornava escassa a oferta da mão-de-obra requerida para a sociedade que estava se formando em pleno século XVI. No início, os primeiros senhores de engenho tentaram utilizar nas grandes lavouras agrícolas, o trabalho escravo indígena, uma vez que, a exploração do índio, já havia sido utilizada para a exploração do pau-brasil. Porém, com a empresa açucareira, tornou-se necessário impor um trabalho disciplinado e uma vigilância constante sobre o índio para forçá-lo ao trabalho. Com a baixa produtividade indígena, a solução seria a introdução da mão-de-obra negra escrava, que para eles possibilitava o aumento da produção e da renda.

O tráfico negreiro era uma atividade altamente lucrativa, pois o negro era adquirido praticamente de graça na África e vendido por preços altíssimos na Europa e posteriormente na América. Por esse motivo o tráfico teria que ser mantido e ampliado. Com o tempo, os escravos constituíam a maior parte da população brasileira e eram a base econômica da sociedade açucareira. Realizavam os trabalhos braçais numa jornada de sol a sol, sofrendo punições físicas e sendo observados atentamente pelos feitores. A maioria dos escravos eram designados aos excessivos trabalhos nas lavouras e na produção do açúcar; os demais realizavam trabalhos domésticos nas casas grande dos engenhos.

Já para desbravar e preparar convenientemente o terreno (tarefa custosa neste meio tropical e virgem tão hostil ao homem) tornava-se necessário o esforço reunido de muitos trabalhadores; não era empresa para pequenos proprietários isolados. Isto feito, a plantação, a colheita e o transporte do produto até os engenhos onde se preparava o açúcar, só se tornavam rendosos quando realizado em grandes volumes. Nestas condições, o pequeno produtor não podia subsistir. São sobretudo estas circunstâncias que determinarão o tipo de exploração agrária adotada no Brasil: a grande propriedade. (PRADO JR. p. 33.)


A Pecuária e o Povoamento do Sertão

A primeira fase da expansão territorial teve seu ponto de partida nas capitanias da Bahia e de Pernambuco. Segundo textos da época, foi principalmente em Pernambuco que os vaqueiros seguiram o curso dos rios em busca de pastagens para o gado. O avanço dos vaqueiros não se fez pacificamente, pois encontrou muitas vezes feroz resistência dos índios, mas conseguiram seguir para as terras cada vez mais distantes, onde surgiram feiras de gado e um efêmero comércio na colônia.

Foi somente com a descoberta das minas, no final do século XVII, que a pecuária ganhou vida própria, desvinculando-se da economia açucareira. A partir dessa época, os vaqueiros avançaram pelos sertões, criando, ao lado dos currais de gado, pequenos povoados e aldeias, determinando o povoamento do território semi-árido. Na região da mata não havia pastos, por isso, os animais necessários nos engenhos que resistiram a crise eram levados pelos vaqueiros, que não tinham muito acesso ao litoral. No século XVIII, completou-se a expansão e efetivou-se a colonização do interior, surgindo a figura do vaqueiro e a economia baseada no couro, já que tiveram que construir seus próprios instrumentos com a matéria-prima que tinha em mãos.

Mudanças na Economia do Nordeste

A descoberta do ouro deslocou o centro econômico colonial das capitanias do Nordeste para as regiões das minas. Isso provocou significativas mudanças na administração colonial e o Nordeste deixa de ser o grande pólo econômico que foi no início da colonização. É importante ressaltar, que a partir de então, toda atenção e progresso será dirigida ao Sul e Sudeste do país. O Nordeste vai sendo esquecido, as revoltas vão surgindo e pessoas sendo oprimidas pelos poucos poderosos, donos de quase toda terra. Já que a má distribuição da terra sempre foi um dos maiores problemas na formação desse espaço.

No final do século XVIII e início do século XIX, a Europa sofreu grandes transformações econômicas, sociais e políticas, causadas, principalmente, pela Revolução Industrial e Francesa e essas transformações provocou a substituição do capitalismo comercial pelo industrial. Esses fatores foram responsáveis por mudanças no sistema político e econômico que também afetaram as colônias. Lá na Europa desencadeou um enorme conflito entre a França e Inglaterra, que conseqüentemente vai impulsionar a Família Real partir para o Brasil, levando consigo a corte de Lisboa para o Rio de Janeiro, provocando assim mudanças significativas na conjuntura socioeconômica da colônia.

Mesmo com todas as mudanças ocorridas desde o século XVII, o Nordeste nunca perdeu seu brilho e nunca deixou de ser uma importante região para o Brasil, apesar da coroa lusitana não voltar mais tanta atenção para a região, tendo em vista a crise da produção açucareira e as mudanças econômicas ocorridas na colônia. Como foi afirmado anteriormente, falar na historia brasileiro, seja na perspectiva social, política, econômica e/ou cultural, temos como condição sine qua nom destacar a grande contribuição que o nordeste brasileiro somou a nossa história.

Decerto que as relações mercantilistas instituídas no período colonial brasileiro foram afetadas de forma visível após algumas modificações ocorridas no Brasil, como desenvolvimento de novas fontes econômicas em detrimento ao ciclo do açúcar e com o principio de uma modesta urbanização durante o período que a mineração se manifestava como atividade econômica em destaque, no entanto é válido desconstruir a impressão que o nordeste brasileiro se transformou apenas em um coadjuvante (se é que isso possa existir, no campo historiográfico contemporâneo) do processo histórico brasileiro nos últimos séculos do período Colonial e também durante o período imperial.

Sabe-se que o Nordeste desde o início do século XIX já estava plenamente cristalizado em predicados vinculados aos vários anos de produção agro-exportadora desenvolvido no período colonial, isto é: uma sociedade patriarcal, conservadora, católica, latifundiária e principalmente imóvel. Contudo, reduzir a própria história do Nordeste a essa perspectiva é negar as demais manifestações sociais protagonizada pela região durante o decorrer da cronologia histórica brasileira.

É muito válido observar que mesmo com o açúcar sofrendo com a concorrência internacional (antilhana), o algodão enfrentando uma desleal concorrência com o sul dos Estados Unidos, esses produtos ainda detinham um peso muito importante para o mercado regional interno, pode-se destacar também a própria cultura do fumo na Bahia que servia para dinamizar o comercio com escravos africanos. Enfim, é fundamental que se avalie a região nordestina não como um local de importância finita para a história do Brasil, e sim, conceber a região tendo em vista a sua importância histórica e econômica em todas as lacunas cronológicas da História brasileira.

Com absoluta certeza, o objetivo central desse estudo científico não é evocar em todo o seu conteúdo a história do nordeste brasileiro, contudo, a guisa de uma maior explanação sobre o cenário que o tema abordado nas linhas adiante está inserido, é de fundamental importância proporcionar um espaço para uma breve reflexão histórica sobre a região nordestina do país.

O Século XIX e o Nordeste Brasileiro

A presença da corte de Lisboa no Brasil devido a conturbações internacionais provocou satisfatórias mudanças na dinâmica social da colônia, haja vista que, as bases mercantilistas que estruturava a economia local fora atacada pelas mudanças ou modernidades trazidas pelo liberalismo econômico. 1808 sem dúvidas, representou um divisor de águas para a nossa história cultural, política e econômica, no entanto, como foi ponderado anteriormente, que não se cometa o erro de se refletir sobre a história com o olhos voltados para as mudanças ocorridas no Rio de Janeiro, e sim, é importante avaliar o Brasil como um todo.

Ao avaliarmos sobre as transformações sociais ocorridas no Brasil durante o período de 1808 até 1822, teríamos que citar como tarefa obrigatória para qualquer historiador, cientista social ou humanista, o revolucionário processo ocorrido no Nordeste em 1817, quando a região esse encontrava com os ânimos atribulados, tendo em vista a conjuntura econômica brasileira em tal momento histórico. O ciclo revolucionário nordestino foi um dos momentos mais explosivos e importantes da história brasileira do século XIX. (LOPEZ, p. 22).

As relações entre brasileiros e portugueses não eram nada amistosas, somando a esse panorama, destaca-se também a situação econômica que o Nordeste passava, onde tanto a classe latifundiária quanto as camadas populares não encontravam meios para que a situação fosse modificada, haja vista que, o monopólio sobre o Brasil prejudicava bastante o desenvolvimento econômico da região. Ideologicamente as camadas sociais não tinham interesse em comum, no entanto a hostilidade ao lusitano era uma constante em todos os setores sociais do Brasil.

Com o centralismo político proveniente do Rio de Janeiro devido a instalação a Corte Portuguesa, os ânimos nordestinos se alteram, eclodindo assim um importante fato histórico em 1817, revelando a fragilidade que as estruturas coloniais se encontravam na primeira metade do século XIX.
Independente se o fato histórico ocorrido em 1817 no Nordeste possa ser considerado como uma revolução ou como uma revolta, é válido que podemos ressaltar, sem qualquer problema, que mais uma vez a região nordestina contribuiu de forma bastante plausível para o processo de independência política do Brasil em relação a Portugal, mostrando o quão estava vulnerável o sistema colonial mercantilista que a nação lusitana aplicava em um contexto histórico que já não abrangia as expectativas de tal regime econômico.

Além de protagonizar de forma bastante definida em todos os momentos do período colonial, é de grandiosa necessidade destacar um Nordeste, valente e aguerrido no panorama político e nacional durante o período imperial, Logicamente que tal região historicamente importante para o Brasil não iria está submissa mais uma vez ao centralismo da monarquia brasileira, principalmente, após o caráter autoritário proveniente da autoridade do poder moderador implantado como poder constitucional em 1824. E nesse contexto, em Pernambuco, foi reacendido o caráter revolucionário do Nordeste brasileiro, iniciado na outrora em 1817. A Confederação do Equador foi mais uma prova que não se administra um Estado de forma isolada e com cobrança de altos impostos nas províncias.

As províncias confederadas passaram a defender um republicanismo federalista, liberal e democrático, através de um movimento separatista. No entanto, mesmo travando um embate bastante complexo para o contexto cronológico a qual a confederação estava inserida, mesmo fracassando, não podemos negar que a luta de Frei Caneca junto aos demais líderes, fora mais uma prova do caráter político da população nordestina, tendo em vista as explorações que a região sofria com o autoritarismo de D. Pedro I.

Os primeiros anos da monarquia brasileira não passaram de forma serena, isso é fato, ainda mais se somando ao fato da administração de D. Pedro I, e foi nessa conjuntura que o Brasil pode enxergar que a Confederação do Equador serviu como um alerta sobre as crises sociais que a região se configurava durante o império.

Com absoluta certeza, os gritos de liberdade que ecoaram do Nordeste brasileiro ficaram registrados nas linhas da historiografia política nacional, ser nordestino não é fácil, a história é uma grande testemunhas das tantas explorações, desigualdades e injustiças que o cenário nordestino foi e ainda é alvo.

Pois bem, dando continuidade a saga política nordestina durante o século XIX, destaca-se como o ultimo dos grandes movimentos políticos da região a própria Revolução Praieira, ampliando ainda mais as convulsões sociais, retomando assim o caráter subversivo frente à exploração do latifúndio, das altas tributações e problemas sociais que ocorriam na região, no entanto, pode-se assinalar que devido a tais conturbações, a classe popular defendida por grupos liberais de esfera mais radicalizada se voltou contra a elite latifundiária de Pernambuco, demonstrando ainda mais que os paradoxos sociais do nordeste brasileiro sempre fora o motivo primordial para o surgimento de lutas sociais de importância relevante para a formação política do Brasil.

Enfim, o presente estudo procura mostrar de uma forma sistemática, não somente a seriedade histórica do nordeste brasileiro, e sim, trabalhar a imagem da região, como ela realmente deve ser vista. Um espaço geopolítico onde as lutas sociais surgem frente às inúmeras problemáticas sociais e demandas econômicas da região, mesmo assim, o homem nordestino, antes de qualquer coisa é um grande guerreiro da história, sua saga, pode ser confundida com a de qualquer outro ícone de nossa historiografia. São heróis, geralmente anônimos, mas que mesmo assim, não cansam de lutar e abstrair em seu imaginário, uma realidade mais satisfatória para a vida sofrida de um homem nordestino.


REFERÊNCIAS.



DANTAS, José. História do Brasil: das origens aos dias atuais. São Paulo: Moderna, 1989.

FURTADO, Celso. Formação Econômica do Brasil. 26 ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1997.

LOPEZ, Luiz Roberto. História do Brasil Imperial. 6ª ed. Rio Grande do Sul: Mercado Aberto.

PRADO JUNIOR, Caio. História Econômica do Brasil. 40. ed. São Paulo: Brasiliense, 1993.

WEHLING, Arno, WEHLING, Maria José C. de. Formação do Brasil Colonial. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1994.

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Grande Show de Tom Zé em Olinda.



A cada ano que passa, a Mostra Internacional de Musica em Olinda, se cristaliza como um importante evento musical do país.  A MIMO aconteceu entre os dias 01 e 07 de Setembro e o público que participou do festival teve o prazer de assistir a renomados artistas nacionais e internacionais que apresentaram em vários palcos situados nas cidades de Olinda, Recife e João Pessoa.

Nesse domingo (05/09), destacamos a apresentação do irreverente tropicalista, Tom Zé que realizou um show memorável na cidade de Olinda. Devido as suas várias composições e com uma equipe de músicos de qualidade ímpar, Tom Zé atraiu um vasto público para o show na praça do Carmo. Todos se divertiram e cantaram as músicas clássicas do repertório do artista em uma noite marcada por muita festa e alegria


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Sambada do Coco no Guadalupe.



Ainda é preciso, conhecer mais Olinda. E é dessa forma que começo esse pequeno texto que almeja tratar um pouco sobre as apresentações do ponto de cultura: Coco de Umbigada  que acontece todos os primeiros sábados do mês, no bairro do Guadalupe. Tal evento, além de ser uma festividade de grande beleza e magia, também se configura como um importante meio de manifestação da cultura popular dentro da cidade patrimônio histórico e cultural da humanidade.

E quando temos a oportunidade de prestigiar e festejar, junto às apresentações do Coco de Umbigada é que podemos perceber, como é importante conhecer esses eventos que ocorrem em Olinda, cidade que também carrega o título de Primeira Capital Nacional da Cultura (2006). E são nas fervorosas apresentações, que vários artistas locais, por meio do rítmo, da rima e da dança  promovem muita  diversão para o público, que em momento algum, consegue parar de dançar e cantar as sambadas de coco. São esses, os verdadeiros talentos olindenses, que encantam uma platéia, composta na maioria das vezes, por moradores do próprio bairro e de comunidades adjacentes, como também, turistas e cidadãos olindenses que  ja conhecem a sambada de coco do Guadalupe.

Portanto, quem ainda não conhece, fica essa maravilhosa dica, para uma noite de sábado. Que além de ser uma garantia certa de diversão, também é uma forma, bastante salutar para de conhecer um pouco mais sobre as manifestações de cultura popular, dentro da cidade.

Informações:
http://sambadadecoco.blogspot.com/
Rua do Guadalupe, 380 – Guadalupe – Olinda /PE
Fone: (81)3439.6475
sambadadecoco@gmail.com

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domingo, setembro 05, 2010

Parabéns aos Alunos da Escola Tiradentes.




Como foi prometido, faço essa breve homenagem aos meus alunos da Escola Tiradentes,  pelo excelente desempenho nos testes do III Bimestre de 2010. Tanto em História, quanto em Geografia. Aos que conseguiram notas favoráveis, continuem se empenhando. Já, os poucos que não conseguiram atingir uma boa nota, chegou a hora de recuperar o tempo perdido e estudar um pouco mais para as próximas avaliações.

Wallace de Melo G. Barbosa "O Grande".
YEAH!


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segunda-feira, agosto 30, 2010

Após 15 anos, América do Recife retorna a série A do Pernambucano.



Já fazia um bom tempo que o futebol pernambucano não ouvia notícias sobre o tradicional América do Recife. Histórica equipe de futebol que dentre as suas vitórias, tem-se o destaque da conquista de seis títulos estaduais de futebol. Entretanto, depois de muita luta e torcida, o América do Recife consegue "carimbar" seu passaporte de volta a série A do Campeonato Pernambucano, trazendo muita felicidade para os seus torcedores. Depois da vitória esmagadora sobre o time de Chã Grande por 4x1, os torcedores do tradicional "mequinha" comemorou a tão sonhada ascensão para a elite do futebol pernambucano. Eis o lugar que o América do Recife nunca deveria ter saído.  

Após o resultado do jogo, várias foram as notícias publicadas em alguns sites, sobre a recondução do time à principal série do campeonato estadual de futebol. Com o lema: "eu voltei agora pra ficar". O Blog oficial do clube saúda ao alvi-verde pernambucano por essa importante conquista que de fato, representa o ressurgimento desse histórico time.

Fundado em 1914, e então chamado de João de Barros Futebol Clube, o clube passou a ser  um dos grandes times do estado, devido aos títulos importantes conquistados ao longo do século passado. O América do Recife, que passou a ser, assim chamado, a partir de 1915, batizado por Belfort Duarte. E desde então, a história do time era marcada por grandes conquista, resultados e notável crescimento da torcida esmeraldina.

No entanto, após o o seu último título estadual (sexto título de sua história) em 1944 e a conquista do vice-campeonato em 1952, o América foi perdendo aos poucos o seu prestigio  e se afastando da elite do futebol pernambucano. Realidade essa que foi se transformando a pouco mais de 3 anos, onde um grupo de torcedores passaram a iniciar um movimento de resgate ao tradicional time de futebol, oxigenando mais o debate em busca do fortalecimento do time.

Ferramentas de comunicação, como sites de relacionamentos, redes sociais, blogs e sites passaram a surgir e resgatar o apoio da grande torcida americana emPernambuco, surgindo assim, reuniões e encontros informais entre novas e velhas gerações de torcedores. Isso de fato, fortaleceu o trabalho da direção do clube e no campeonato pernambucano da série A2, o elenco do América do Recife conquista essa tão sonhada conquista para o clube.

FONTES:
http://blogdomequinha.blogspot.com/

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quarta-feira, agosto 18, 2010

Exercício sobre a Idade Média

01. A crise do sistema feudal pode ser explicada:
a) a partir do desenvolvimento comercial, que gerou a economia monetária e desintegrou a economia natural;
b) a partir da contradição do próprio sistema feudal, cujas relações de trabalho eram incompatíveis com a ampliação do mercado de trabalho;
c) pelo desenvolvimento da economia de mercado capitalista, que liquidou a economia de consumo feudal;
d) pelo surgimento das cidades e a conseqüente atração dos servos para os núcleos urbanos, despovoando o campo;
e) por causa de centralização do poder político, que liquidou o poder senhorial.

02. (FUVEST) Com relação às Cruzadas, é correto afirmar que:
a) representam, em última instância, a crise do sistema feudal;
b) a Primeira Cruzada foi convocada por Inocêncio III;
c) a Terceira Cruzada conquistou a cidade de Jerusalém;
d) a Quarta Cruzada foi conduzida por Ricardo Coração de Leão;
e) Dandolo, doge de Veneza, fez um acordo com o sultão Saladino durante a Sexta Cruzada.

03. (UFPA) O movimento das cruzadas foi essencial para o quadro das transformações por que a Europa passaria nos processos finais da Idade Média. Definida essa questão, é possível assegurar-se em relação ao movimento cruzadista que:
a) os efeitos imediatos das cruzadas sobre a vida européia foram de natureza política, já que contribuíram para abalar sensivelmente o poder absoluto dos monarcas europeus.
b) em termos jurídicos, as cruzadas contribuíram para modificar o sistema da propriedade no feudalismo, já que difundiram o começo da propriedade dominante no Extremo Oriente.
c) os seus resultados abalaram seriamente o prestígio do papado, provocando, inclusive, a separação entre a Igreja de Roma e a de Constantinopla, fato de implicações negativas para a autoridade clerical.
d) os efeitos sociais das cruzadas fizeram-se sentir principalmente sobre as relações de trabalho, já que os cruzados, ao retornarem do Oriente, defendiam a substituição da servidão pelo trabalho livre.
e) as exigências das expedições contribuíram decididamente para o recuo da dominação árabe no Mediterrâneo, abrindo os espaços para que as suas águas viessem a sustentar, mais tarde, parte das grandes rotas do comércio europeu.

04. (UFRN) O crescimento das cidades é um fenômeno da Europa Ocidental a partir do século
XI. Tratando sobre a questão, Pierre Vilar afirma:
"As cidades dependiam dos senhores. Mas elas foram mais fortes que as aldeias para discutir com seus amos, rebelarem-se, obter ou impor “cartas de franquias”. Coletivamente, continuavam vinculadas ao sistema feudal (...). Mas em seu território, e sobretudo no recinto dentro da muralha, os habitantes eram livres e participavam da organização
coletiva".
VILAR, Pierre. Do feudalismo ao capitalismo. 4. ed. São Paulo: Contexto, 1992. p. 39.
Refletindo sobre essa afirmação, pode-se concluir que
a) os moradores das cidades gozavam de significativa autonomia, mesmo
submetidos à autoridade dos senhores, que lhes cobravam taxas.
b) os camponeses das aldeias medievais impuseram aos senhores feudais um
documento que garantia autonomia política à comunidade.
c) os habitantes das cidades libertaram-se de inúmeras obrigações, entre elas a
de participar das corporações de ofício.
d) as populações urbanas eram isoladas por muralhas que as impediam de estabelecer
relações socioeconômicas com o mundo feudal.

05. As feiras na Idade Média constituíram-se:
a) instrumentos de comércio local das cidades para o abastecimento cotidiano dos seus habitantes.
b) áreas exclusivas de câmbio das diversas moedas européias.
c) locais de comércio de amplitude continental que dinamizaram a economia da época.
d) locais fixos de comercialização da produção dos feudos.
e) instituições carolíngias para renascimento do comércio abalado com as invasões no Mediterrâneo.

06. (Cescem-SP) As corporações de ofício eram organizadas com o objetivo de:
a) defender os interesses dos artesãos diante dos patrões.
b) proporcionar formação profissional aos jovens fidalgos.
c) aplicar os princípios religiosos às atividades cotidianas.
d) combater os senhores feudais.
e) proteger os ofícios contra a concorrência e controlar a produção.

07. Processo de destruição dos particularismos, fortalecimento do poder real, criação de Igrejas nacionais submetidas à autoridade do Estado, bem como argumentações justificadoras do poder, são um fenômeno:
a)Ao processo de competição entre a burguesia decadente e a nobreza ascendente.
b)Ao início do processo de formação do proletariado e dos Estados nacionais.
c)Relacionado ao processo de falência do Estado absoluto.
d)Relacionado ao processo de fortalecimento da Igreja e do poder espiritual.
e)Ao processo de formação das Monarquias nacionais e do Estado absolutista.

08. A arte renascentista foi inspirada em muitos conceitos anteriores ao século XV, principalmente:
a) ao classicismo do mundo greco-romano.
b) ao romantismo animista.
c) ao sincretismo islâmico.
d) ao barroco mineiro.
e) ao realismo teológico.

09. Durante o Renascimento, houve um notável desenvolvimento da produção literária, além das artes plásticas. Indique a alternativa em que obra e autor estão corretos:
a)Os Lusíadas – Erasmo de Rotterdam.
b)Dom Quixote – Miguel de Cervantes.
c)Utopia – François Rabelais.
d)O Príncipe – Shakespeare.
e)Hamlet – Dante Alighiere.
10. O movimento renascentista está estreitamente ligado a uma série de transformações socioeconômicas iniciadas na Baixa Idade Média. Assinale as alternativas que contém elementos estranhos ao renascimento cultural:
a)A cultura renascentista expressa valores burgueses.
b)Na perspectiva renascentista, o homem é concebido como um ser que se assemelha a Deus em sua genialidade e criatividade.
c)O renascimento enfatiza uma cultura laica, racional e científica.
d)Os valores feudais foram exaltados nos primeiros momentos do movimento renascentista.
e)Pode-se afirmar que o elemento central do Renascimento foi humanismo.
11. O Renascimento Cultural é um fenômeno:
a)Voltado a contribuir para a destruição do Estado centralizado.
b)De caráter exclusivamente burguês, em que não existia o mecenato de outras instituições sociais
c)Apenas artístico totalmente desvinculado de qualquer elemento socioeconômico.
d)De valorização do passado medieval, do sinecurismo e do celibato.
e)Artístico-intelectual que refletia o processo de evolução por que passava a sociedade da época.
12.(VUNESP) A revolução cultural renascentista expressa um conjunto de mutações históricas. Esclareça a importância das cidades e dos mecenas para o renascimento da Itália.
a)As cidades eram centros econômicos favoráveis à propagação de novas idéias. Os mecenas eram os patrocinadores dos artistas e outros intelectuais.
b)As cidades eram centros econômicos desfavoráveis à propagação de novas idéias. Os mecenas eram os patrocinadores dos artistas e outros intelectuais.
c) As cidades eram centros urbanos favoráveis à propagação de novas idéias. Os mecenaseram os patrocinadores de intelectuais.
d)As cidades eram centros econômicos favoráveis à propagação de novas culturas. Os mecenas eram contra o movimento dos artistas e outros intelectuais.
13. (FUVEST) O Juízo Final, pintado no teto da Capela Sistina, e a Divina Comédia são obras, respectivamente, de autoria de:
a)Michelangelo e Dante Alighiere.
b)Rafael e Boccaccio.
c)Ticiano e Petrarca.
d)Leonardo da Vinci e Santo Tomás de Aquino.
e)Bernini e Shakespeare.

14. (Uneb-BA) Controlando a educação, dispondo a seu favor de instrumentos repressivos inquestionáveis, a Igreja conseguiu, durante a Idade média, de um lado, manter uma aparente unidade religiosa do Ocidente Europeu, e de outro.

a) introduzir a liberdade no exame da Bíblia.
b) defender a extinção da hierarquia eclesiástica.
c) Justificar a natureza das relações sociais da sociedade feudal.
d) propor o uso das línguas nacionais nas cerimônias litúrgicas.
e) disseminar a crença na salvação da alma obtida da exclusividade pela fé.

15. (UFV-MG) A formação dos Estados Nacionais da Europa, durante a época moderna, embora tenha seguido uma dinâmica pr´pria em cada país, apresentou semelhanças em seu processo de constituição. Sobre essas semelhanças é INCORRETO afirmar que:
a) Politicamente, o regime instituído é a monarquia absoluta, do qual, a França é o modelo clássico.
b) O Clero e a Nobreza tinha posição de prestígio assegurados pela posse de terras e estavam sempre juntos na defesa dos seus interesses.
c) em termos sociais esse período se caracteriza pela lenta afirmação da burguesia, que estava a frente de quase todos os grandes empreedimentos da época.
d) para fortalecer o Estado, os reis adotaram um conjunto de medidas para acumular riquezas e desenvolver a economia nacional, denominado de mercantilismo.
e) a centralização do poder político na Itália ocorreu devido à crescente influência da burguesia mercantil de Gênova e de Veneza.

16.(FGV-SP) "Daqui nasce um dilema: é melhor ser amado que temido, ou o inverso? Respondo que seria preferível ser ambas as coisas, mas, como é muito difícil conciliá-las, parece-me muito mais seguro ser temido do que amado, se só se puder ser uma delas(...)."
MAQUIAVEL, N., O Príncipe. 2a ed., Trad., Mira-Sintra -- Mem Martins, Ed. Europa-América, 1976, p.89.
A respeito do pensamento político de Maquiavel, é correto afirmar:

a) Mantinha uma nítida vinculação entre a política e os princípios morais do cristianismo.
b) Apresentava uma clara defesa da representação popular e dos ideais democráticos.
c) Servia de base para a ofensiva da Igreja em confronto com os poderes civis na Itália.
d) Sustentava que o objetivo de um governante era a conquista e a manutenção do poder.
e) Censurava qualquer tipo de ação violenta por parte dos governantes contra seus súditos.

17. (UNESP). A respeito da formação das Monarquias Nacionais européias na passagem da Idade Média para a Época Moderna, é correto afirmar que
a) o poder político dos monarcas firmou-se graças ao apoio da nobreza, ameaçada pela força crescente da burguesia.
b) a expansão muçulmana e o domínio do mar Mediterrâneo pelos árabes favoreceram a centralização.
c) uma das limitações mais sérias dos soberanos era a proibição de organizarem exércitos profissionais.
d) o poder real firmou-se contra a influência do Papa e o ideal de unidade cristã, dominante no período medieval.
e) a ação efetiva dos monarcas dependia da concordância dos principais suseranos do reino.

18.As Cruzadas tiveram caráter :
a) exclusivamente religioso, buscando resgatar a Terra Santa das mãos dos árabes e expandir o catolicismo.
b) exclusivamente comercial, buscando novas terras para a agricultura e mercado para os produtos europeus.
c) religioso e comercial, buscando conciliar a ação expansionista religiosa à abertura de novas rotas comerciais.
d) político e religioso, buscando ampliar o poder do Papado e produzir uma fusão entre o catolicismo e o islamismo.
e) político e comercial, buscando expandir o absolutismo monárquico e abrir mercados para produtos do Vaticano.

19.A respeito das cidades medievais, é correto afirmar:
a) As cidades da Idade Média Central (sécs. XI-XIII), constituídas no interior do sistema feudal, desvencilharam-se das atividades agrícolas e significaram uma completa ruptura com relação ao cenário rural dominante.
b) Encravadas no mundo rural, as cidades da Idade Média Central (sécs. XI-XIII) representaram uma profunda alteração com relação às cidades da Antigüidade clássica na medida em que passaram a constituir principalmente centros econômicos, onde, além do comércio, desenvolveram a especialização de funções e a divisão social do trabalho.
c) As cidades da Idade Média Central (sécs. XI-XIII) estabeleceram-se a partir dos modelos da Antigüidade Oriental, recriando, em novas condições históricas, as instituições políticas características do mundo helenístico.
d) O desenvolvimento e a proliferação das cidades da Idade Média Central (sécs. XI-XIII) ocorreu num contexto de retração econômica decorrente, entre outros fatores, da diminuição das áreas cultivadas, da queda acentuada do volume de mão-de-obra e da estagnação das técnicas agrícolas.
e) A expansão urbana da Idade Média Central (sécs. XI-XIII) foi decisiva para o desenvolvimento de uma nova sensibilidade religiosa, na qual o modelo da Jerusalém Celestial esteve presente e estimulou o aparecimento de grupos religiosos essencialmente urbanos, como os cluniacenses e os cistercienses.

20. (UNESP) A fim de satisfazer as necessidades do castelo, os comerciantes começaram a afluir à frente da sua porta, perto da ponte: mercadores, comerciantes de artigos caros e, depois, donos de cabaré e hoteleiros que alimentavam e hospedavam todos aqueles que negociavam com o príncipe (...) Foram construídas assim casas e instalaram-se albergues onde eram alojados os que não eram hóspedes do castelo (...) As habitações multiplicaram-se de tal sorte que foi logo criada uma grande cidade. (Jean Long,cronista do século XIV.)
De acordo com o texto, o nascimento de algumas cidades da Europa resultou da
a) transformação do negociante sedentário em comerciante ambulante.
b) oposição dos senhores feudais à instituição do mercado no seu castelo.
c) atração exercida pelos pregadores religiosos sobre a população camponesa.
d) insegurança provocada pelas lutas entre nobres feudais sobre a atividade mercantil.
e) fixação crescente de uma população ligada às atividades mercantis.
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quinta-feira, agosto 05, 2010

Exercícios- História do Brasil

1) (UFMG) O Mercantilismo foi um sistema de política econômica, em vigor entre os séculos XV e XVIII, no qual os meios econômicos conduziam a fins de natureza política, Estes fins se resumiam:
A) Na tomada do poder político pela nobreza.
B) Na centralização e no fortalecimento do Estado nacional.
C) Na defesa de entidades supranacionais como o papado.
D) No expansionismo europeu, incorporando novas áreas.
E) No estímulo à livre competição e à livre iniciativa.

2) O mercantilismo foi um conjunto de idéias e de práticas econômicas dominantes na Europa,entre os séculos XIV e XVIII, que variou de Estado para Estado. Sobre o mercantilismo, assinale a alternativa correta.
A) Foi uma forma de exploração da natureza, empregada aos recursos minerais, vegetais, animais e humanos que obedecia a interesses imediatistas, sem preocupação com o futuro.
B) A Holanda praticava um tipo de mercantilismo conhecido como metalista e industrial que veio a desenvolver em parceria com a Espanha no século XVIII.
C) Portugal desenvolveu apenas o mercantilismo de plantagem, baseado na produção tropical destinada ao mercado internacional.
D) As refinarias de açúcar de Sevilha substituíram as refinarias de Portugal, na fase do desenvolvimento do mercantilismo industrial de Castela.
E) Companhias de comércio foram instaladas por todos os Estados mercantilistas européias, para reforçar a política comercial ou o colbertismo (referência a Colbert, ministro francês, que defendia o comércio de produtos baratos vendidos mais caros nos mercados coloniais).


3) As feitorias portuguesas no Novo Mundo foram formas de assegurar, aos conquistadores, as terras descobertas. Sobre essas feitorias, é correto afirmar que:
A) a feitoria foi uma forma de colonização, empregada por portugueses na África, na Ásia e no Brasil, com pleno êxito para a atividade agrícola.
B) as feitorias substituíram as capitanias hereditárias durante o Governo Geral de Mem de Sá, como proposta mais moderna de administração colonial.
C) as feitorias foram estabelecimentos fundados por portugueses no litoral das terras conquistadas e serviam para armazenamento de produtos da terra, que deveriam seguir para o mercado europeu.
D) tanto as feitorias portuguesas fundadas ao longo do litoral brasileiro quanto as fundadas nas
Índias tinham idêntico caráter: a presença do Estado português e a ausência de interesses de particulares.
E) o êxito das feitorias afastou a presença de corsários franceses e estimulou a criação das capitanias hereditárias.

4) Sobre a formação da sociedade brasileira, analise as alternativas abaixo.
1) A mulher gentia, além da base física da família brasileira, foi um valioso elemento da cultura material.
2) Os curumins e as cunhatãs foram, ao mesmo tempo, discípulos e mestres dos jesuítas.
3) O colonizador português, familiarizado com valores tropicais da Ásia e da África, amenizou a imposição de hábitos estranhos ao clima e à terra.
4) A presença negra na formação social brasileira deve-se unicamente ao grupo nigeriano, responsável pelo desenvolvimento da agricultura no Brasil.
5) Os bantos e sudaneses foram os principais grupos de africanos que participaram da formação social brasileira.
Está(ão) correta(s) apenas:
A) 1, 2, 4 e 5
B) 2, 3 e 4
C) 1, 2, 3 e 4
D) 5
E) 1, 2, 3 e 5

5) A Constituição de 1824, elaborada por "homens probos e amantes da dignidade imperial e da liberdade dos povos", segundo o Imperador Pedro I, continha uma novidade em relação ao projeto de constituição de 1823: a criação do Poder Moderador. Assinale a alternativa que melhor define este Poder.
A) Com base no Poder Moderador, o Imperador restringiu os poderes dos regentes unos - Padre
Diogo Feijó e Araújo Lima.
B) O Poder Moderador conferia à Câmara de Deputados a prerrogativa de vetar decisões do
Imperador.
C) A Constituição de 1824 conferia ao Poder Moderador, que era exercido pelo Senado, nomear e demitir livremente os ministros de estado, conceder anistia e perdoar dívidas públicas.
D) O Poder Moderador era o quarto poder do Império e era exercido pelo Imperador Pedro I. Com base neste Poder, o Imperador poderia dissolver a câmara dos deputados, aprovar e suspender resoluções dos conselhos provinciais e suspender os magistrados, entre outras prerrogativas.
E) O Poder Moderador de invenção maquiavélica, atribuído a Benjamin Constant, foi responsável pelo golpe da maioridade em 1840.

6) Sobre o papel dos militares no cenário que antecedeu a Proclamação da República no Brasil, analise as afirmações abaixo.
1) Mudanças na estrutura social do exército, ao longo do século XIX, deixaram a liderança dessa instituição e a elite aristocrática brasileira afastadas. Dessa forma, faltou à monarquia o apóio do exército.
2) Os baixos salários, as péssimas condições em que atuavam os militares brasileiros, nas guerras que o Império promoveu, e questões ideológicas relativas à escravidão levaram os militares a apoiar os ideais republicanos.
3) Militares do Exército fundaram o Clube Militar, que era uma associação corporativista permanente, para defender a abolição, o fim da Guerra do Paraguai e a República.
4) Os militares liderados por Caxias, o mais bem sucedido dos generais brasileiros, organizaram um ataque, pela imprensa, às instituições monárquicas, com vistas à proclamação da República.
5) As crises entre os militares e o governo brasileiro, a partir de 1883, foram conseqüência de uma insatisfação geral, em relação à participação daqueles militares na vida social e política do Brasil: os militares estavam proibidos de se pronunciarem através da imprensa e eram transferidos de uma região para outra, por questões políticas.
Estão corretas apenas:
A) 3, 4 e 5
B) 1, 2 e 5
C) 1, 2, 4 e 5
D) 1, 3 e 5
E) 2, 3 e 4

7) Assinale abaixo a alternativa que apresenta as ações desenvolvidas pelo governo brasileiro, durante o período do "milagre econômico" (1969 - 1973).
A) Grande plano rodoviário abertura ao capital estrangeiro, taxa média anual de crescimento do PIB de 8,0% e tolerância aos partidos políticos de oposição.
B) Combate à agitação social e à formação de grupos políticos radicais, retração do capital estrangeiro e taxa média anual de crescimento do PIB de 4,5%.
C) Início da política de distensão e abertura, combate à crise política e social, agravada pelas greves, e taxa média anual de crescimento do PIB de 11%.
D) Extinção dos partidos políticos, criação da Arena e do MDB e taxa média anual de crescimento do PIB de 8%.
E) Abertura ao capital estrangeiro, endividamento externo, repressão política e taxa média anual de crescimento do PIB de 11,1%.

8) As condições de vida dos escravos nos engenhos de açúcar eram precárias, marcadas pela violência e por constantes punições. É importante afirmar que a existência de escravos na sociedade colonial brasileira contribuiu para sedimentar desigualdades e dificultar a luta contra a metrópole portuguesa. Assim, a escravidão nesse período:
A) serviu de base para a sustentação econômica da colônia, embora se restringisse apenas à zona rural.
B) não se estendeu à pecuária, onde o trabalho indígena foi aproveitado com grande eficiência.
C) não apresentou resistência à prática violenta dos senhores; muitos escravos fugiam ou praticavam o suicídio.
D) serviu, como mão-de-obra, para consolidar o patriarcalismo e o desprezo pelo trabalho manual.
E) foi praticada apenas nas regiões onde houve grande produção agrícola para exportação.

9) Considerando a presença estrangeira no Brasil colonial, assinale a alternativa correta.
A) Os franceses conseguiram fundar a França Antártica no Rio de Janeiro, o que constituiu uma
ameaça para o poder dos portugueses.
B) A presença holandesa no Brasil está relacionada com a produção do açúcar, não tendo,
assim, nenhum conteúdo político.
C) O domínio holandês em Pernambuco contribuiu para recuperar, definitivamente, a economia
açucareira e diminuir a escravidão.
D) As capitanias hereditárias em algumas regiões contribuiu para a ocupação das terras brasileiras,
garantindo mais proteção contra estrangeiros.
E) A presença de europeus no território do Brasil está apenas relacionada com motivos religiosos
e políticos.

10) Sobre a produção cultural brasileira no século XX, analise as afirmativas abaixo.
1) A produção cinematográfica conseguiu projeção internacional com os filmes dirigidos por
Glauber Rocha, Nélson Pereira dos Santos, Walter Salles, entre outros.
2) Na segunda metade do século XX, os festivais da música popular brasileira contribuíram para renovar o meio artístico, destacando-se compositores como Geraldo Vandré, Chico Buarque de
Holanda e Caetano Veloso.
3) O surgimento da bossa nova trouxe novas perspectivas para a música brasileira, na década de 50, com a atuação destacada de Tom Jobim, Vinícius de Morais, João Gilberto, entre outros.
4) A atuação da televisão ampliou o mercado de trabalho para os artistas e ajudou na massificação da produção cultural.
5) Na década de 60, o movimento tropicalista renovou a produção musical da época e contribuiu para se repensar a identidade nacional.
Estão corretas:
A) 1, 2, 3, 4 e 5
B) 2, 3, 4 e 5 apenas
C) 4 apenas
D) 3 e 5 apenas
E) 1 e 4 apenas
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segunda-feira, agosto 02, 2010

Coluna: Manuel Correia de Andrade.

O Homem e a Seca.
Publicado em 24.06.2007

Inegavelmente, a forma de ver e a tentativa de atuar de forma diferente da tradicional no Nordeste foi iniciada pelo economista Celso Furtado, ao compreender que o problema da região estava na forma como se procedera o povoamento, e como ele vinha sendo executado. Assim, procurou o economista estimular o processo de industrialização, realizar obras de infra-estrutura no campo com pagamento feito em terras, pelos latifundiários, o que seria uma mitigada reforma agrária, alem de estimular e orientar o processo migratório em direção a áreas subpovoadas, no oeste do Maranhão e sul da Bahia, e disciplinar o processo de uso da terra.

Assim, sua política para o São Francisco, cujas margens vinham sendo ocupadas por agricultores com o uso da irrigação, previa o desenvolvimento da agricultura familiar, dominantemente de produtos de consumo na região e, em seguida, no País, coibindo o desenvolvimento de culturas de exportação, feita por grandes latifundiários ou empresas de fora da região. Tentava a Sudene impedir que se mantivesse o processo de ocupação agro-exportador que caracterizava o período colonial.

O projeto Celso Furtado – Guimarães Duque foi barrado pelo golpe militar de 1964 e por sua orientação de crescimento dependente do capital estrangeiro, assim como de sua dependência econômica ao imperialismo norte-americano.

E este crescimento sem desenvolvimento, vez que beneficia o capital e empobrece cada vez mais o trabalhador, tem provocado grandes mudanças, sobretudo com o decantado “desenvolvimento” da área de Petrolina-Juazeiro, com estradas, aeroportos, campos irrigados e poluição do São Francisco, que hoje pode ser considerado um rio moribundo.

E os projetos elaborados para a região também fracassaram, como o da transposição das águas do São Francisco para os rios temporários do Ceará (Jaguaribe), Paraíba e Rio Grande do Norte (Piranhas Açu e o Apodi-Mossoró), onde há água em abundância em lençóis subterrâneos nas chapadas do Araripe e do Apodi e nos açudes construídos pelo governo federal.

Também o processo de modernização da agricultura não deve se restringir ao setor irrigado, de vez que a lavoura seca tem grande oportunidade em uma região que oferece opções para culturas secas de rápido ciclo vegetativo, como algodão herbáceo, sorgo, milhete, mamona, gengibre e amendoim, de grande consumo no País e no exterior.

A região também é rica em minérios como o petróleo, explorado sobretudo na faixa submarina e no litoral, como no Recôncavo Baiano, costa sergipana, do Rio Grande do Norte e do Maranhão. Esta produção permitiu o desenvolvimento da petroquímica na Bahia, onde se localiza o Pólo de Camaçari. Também tem grande expressão a produção de gipsita em Pernambuco e com depósitos expressivos na Bahia, além da xelita no Rio Grande do Norte.

A atividade industrial sucroalcooleira é muito importante em Pernambuco e Alagoas, embora sofra forte concorrência dos Estados do Sudeste e do Centro-Oeste, destacando-se também o desenvolvimento da informática, a indústria de beneficiamento do algodão, com centros têxteis e de confecções importantes, a indústria de cimento, utilizando reservas de calcário, etc.

Com o processo de modernização, todo o litoral nordestino vem sendo desenvolvido com a criação de camarões, tanto de variedades nativas como asiáticas, visando o mercado interno e a exportação.
É conveniente lembrar que o desenvolvimento das comunicações e dos transportes, apesar da péssima conservação das rodovias, vem provocando o crescimento exponencial do turismo, sobretudo na Bahia (Salvador, Ilhéus, Porto Seguro), Ceará, com suas procuradas praias e a temperatura de suas águas, Pernambuco, com as suas cidades históricas e suas praias, Alagoas, Sergipe, Paraíba, Rio Grande do Norte, Piauí e Maranhão.

Esses indicadores fazem lembrar e justificar o fato de o crescimento econômico do Nordeste ser superior ao brasileiro, apesar de a região ser ainda a mais pobre do País. A lentidão do crescimento e a pobreza regional não impedem que se vislumbre a perspectiva de aceleração do crescimento e se planeje um crescimento homogêneo e voltado para os interesses da população e não das elites que exploram de formas as mais variadas o povo e a região.

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