domingo, setembro 26, 2010

Coluna: Manuel Correia de Andrade

Refletindo Pernambuco
Publicado em 29.01.2006.

No momento atual, mais do que em qualquer outro, é necessário que se reflita sobre Pernambuco e sua realidade, para que se possa contribuir para o desenvolvimento do Estado, a fim de que ele recupere o lugar que ocupou no passado, quando capitania, na colônia, quando província, no Império, e como Estado, na República. Temos que reconhecer que Pernambuco não é apenas um passado glorioso, contado no seu belo hino, na beleza de sua bandeira, que relembra a república de 1817, não é só glorificar frei Caneca, enaltecer Joaquim Nabuco, enfim, homenagear seus filhos mais ilustres.

Pensar Pernambuco é examinar, de cabeça fria, a situação atual do Estado e procurar delinear os caminhos a seguir: assim, esperamos muito da Transnordestina, que cortará o Sertão e ligará nosso Estado a seus vizinhos e outras regiões. É pensar na refinaria de Petróleo a ser instalada em Suape, é também pensar no Rio São Francisco, que vem sendo degradado pela intervenção, muitas vezes mal orientada, dos homens, quando pretendem fazer uma transferência de uma parte de suas águas para as bacias dos rios temporários do Ceará, da Paraíba e do Rio Grande do Norte.

E, então, perguntamos, por que levar água para onde ela já existe? Porque ela existe nas superfícies formadas sob pacotes sedimentares das chapadas do Araripe e do Apodi, fala-se em transpor as águas do São Francisco sem fazer maiores exames dessas áreas. É então que nos lembramos do que ocorreu no Ceará com o Canal do Trabalhador, que ligava açudes do Sertão a Fortaleza.

Nessas áreas houve um processo de salinização intenso devido ao clima quente e seco e, como conseqüência, tornou ineficiente aquele canal. O Nordeste tem sido palco de uma sucessão de políticas contra as secas que fracassaram. Não seria interessante que, ao lado de estudos científicos, fosse feita uma leitura de textos como os de Irineu Pinheiro, José de Almeida, Rachel de Queiroz ou Amando Fontes, descreveram tão bem os problemas da Região.

O Nordeste em geral e Pernambuco em particular necessitam de água, mas também precisam que se faça uma análise descomprometida dos interesses dos latifundiários e políticos. No caso de Pernambuco, é necessário que se estudem os problemas ligados à evolução da economia sucroalcooleira, com a verticalização da produção usineira e uma possível distribuição de terras aos trabalhadores agrícolas sem-terra ou com pouca terra, e com quase nenhuma assistência e orientação governamental. Depois da leitura de Nabuco, o libertador e da ação política de João Alfredo, precisamos pensar nas sugestões do engenheiro Rebouças sobre a organização da propriedade agrícola.

Pernambuco tem que investir pensamento e ação no Vale de São Francisco, não apenas no apoio às empresas de exportação de produtos agrícolas, mas também no homem da região, criando cooperativas agrícolas e desenvolvendo atividades científicas que impeçam ou pelo menos dificultem a salinização dos solos, beneficiando o sertanejo. Pernambuco tem que utilizar mão-de-obra qualificada, equipes técnicas e universidades a fim de exercer ou reconquistar a influência que teve, desde a colônia, sobre os Estados vizinhos, alguns desmembrados de seu território.

Não se pode deixar de destacar sua vocação turística: o Estado possui belas praias de águas mornas e um sol de atraí turistas de outros países e regiões, possui monumentos históricos e cidades seculares como Olinda, Igarassu, Recife, Sirinhaém, Tracunhém, que foram palco de acontecimentos históricos e ostentam obras arquitetônicas de grande valor, nas áreas que foram dominadas pela cultura canavieira, há velhos solares e igrejas, que são pontos de atração para brasileiros e estrangeiros que procuram aprimorar a sua formação cultural, tem ainda eventos como o Carnaval, com grande dosagem popular, e celebrações profano-religiosas como o São João e o espetáculo da Semana Santa em Nova Jerusalém. Ainda não podemos esquecer a importância da culinária, com a feijoada típica e com as comidas juninas. Assim, Pernambuco é privilegiado quanto a espaço e tempo, necessitando apenas uma mais intensa vontade política para promover o seu crescimento.

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quinta-feira, setembro 23, 2010

Curta Metragem: De Concreto só a Passagem

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quarta-feira, setembro 22, 2010

Questões sobre a Idade Média (II)

01. (UFJF-MG) O Islamismo, religião fundada por Maomé e de grande importância na Unidade árabe, tem como fundamento:
a) o monoteísmo, influência do cristianismo e do judaísmo, observado por Maomé entre povos que seguiam essas religiões.
b) o culto dos santos e profetas através de imagens e ídolos.
c) o politeísmo, isto é, a crença em muitos deuses, dos quais o principal é Alá.
d) o princípio da aceitação dos desígnios de Alá em vida e a negação de uma vida pós-morte.
e) a concepção do islamismo vinculado exclusivamente aos árabes, não podendo ser professado pelos povos inferiores.

02. (Vunesp) O Islamismo, ideologia difundida a partir da Alta Idade Média, em que o poder político confunde-se com o poder religioso, era dotado de certa heterogeneidade, o que pode ser constatado na existência de seitas rivais como:
a) politeístas e monoteístas
b) sunitas e xiitas
c) cristãos e muezins
d) sunitas e cristãos
e) xiitas e politeístas

03. (Fuvest) Do gande cisma sofrido pelo cristianismo no século XI, resultou:
a) o estabelecimento dos tribunais da Inquisição pela Igreja católica.
b) a Reforma protestante, que levou à quebra da unidade da Igreja católica na Europa Ocidental.
c) a heresia dos albigenses, condenada pelo papa Inocêncio II.
d) a divisão da Igreja em católica romana e ortodoxa grega.
e) a Querela das Investiduras, que proibia a investidura de clérigos por leigos.

04.Sabe-se que o principal código de leis que existiam no mundo bizantino era o chamado código de Jusitiniano que por sua vez foi bastante influenciado:
a) Pelo código de Hamurabi.
b) Pelo Código Romano.
c) Pelas Tradições Gregas.
d) Pelo Código Fenício.
e) Pelas Leis Cristãs.

05. Das características citadas a que não se enquadra ao contexto religioso so mundo bizantino é:
a) O Monoteísmo.
b) O Cesaropapismo.
c) Iconoclastia.
d) Monofisismo.
e) O Politeísmo.

06. A igreja que se manifestou no império Bizantino ficou conhecida por seguir a autoridade do imperador e não se submeter a autoridade de Papa, em Roma. Essa Igreja era denominada de:
a) Igreja Catórlia Apostólica Romana.
b) Igreja Protestante.
c) Igreja Católica Ortodoxa Grega.
d) Igreja do Ocidente.
e) Igreja Imperial de Bizâncio.

07. A civilização bizantina floresceu na Idade média, deixando em muitas regiões da Ásia e da Europa, testemunhos de sua grande irradiação cultural. Assinale a importante contribuição que a Arte Bizantina contribuiu para a difusão de uma arte religiosa.
a) Adornos de bronze e cobre.
b) Aquedutos e esgotos.
c) Telhados de beirais recurvos.
d) Mosaicos coloridos e cúpulas arredondadas.
e) Vias calçadas com artefatos de couro.

08. A saída da cidade de Meca para Medina, assinala o início da Era Mulçumana, que é denominada de:
a) Xiísmo.
b) Sunismo.
c) Islamismo.
d) hégira.
e) cópta

09. A Batalha de Poitiers (732) é um dos momentos cruciais da evolução política da europa, pois:
a) terminou com a influencia que o imperio de bizancio exercia sobre a cultura da frança.
b) deteve a expansão das forças muçulmanas, graças à enérgica açãode carlos martel.
c) representou a derrota naval dos turcos que ameaçavam a primazia militar de roma.
d) significou o fim da influencia dos governantes merovígios, com a implantação do feudalismo.
e) unificou a gália cisalpina, que passou a ser governada pelos carolíngios impostos pela igreja.

10. O imperador bizantino que ficou caracterizado pela criação de escolas, provocando uma renovação cultural no império foi:
a) Carlos Magno
b) Pepino III.
c) Childerico.
d) Clóvis.
e) Meroveu.

11. Sabemos que as invasões bárbaras foram fatores predominates para a desintegração do império Romano do Ocidente. Pois bem, sabemos que a denominação "bárbaro" está ligado a:
a)Povos que viviam dentro das cidades romanas.
b)Culturas Latinas que não moravam nas fronteiras romanas.
c)Povoados que viviam as margens do império romano e não falavam a língua latina.
d)Culturas superiores ao poderio militar de Roma.

12. O fundador da dinastia Carolíngia foi:
a) Childerico.
b) Clóvis.
c) Pepino o Breve.
d) Carlos Martel.

13. A Batalha de Poitiers (732) é um dos momentos cruciais da evolução política da europa, pois:
a) terminou com a influencia que o imperio de bizancio exercia sobre a cultura da frança.
b) deteve a expansão das forças muçulmanas, graças à enérgica açãode carlos martel.
c) representou a derrota naval dos turcos que ameaçavam a primazia militar de roma.
d) significou o fim da influencia dos governantes merovígios, com a implantação do feudalismo.
e) unificou a gália cisalpina, que passou a ser governada pelos carolíngios impostos pela igreja.

14. Com a morte de Carlos Magno o império Carolíngio foi dividido entre os três filhos do imperador. Essa divisão foi estipulada pelo:
a) Tratado Carolígio.
b) Tratado de Martel.
c)Tratado de Verdun.
d)Tratado Romano.

15. A penetração dos bárbaros no Império Romano:
a)foi realizada sempre através de invasões armadas;
b)realizou-se a partir do século VI, quando o Império entrou em decadência;
c) verificou-se inicialmente sob a forma de migrações pacíficas e, posteriormente, através de invasões armadas;
d) foi realizada sempre de maneira pacífica;
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quarta-feira, setembro 08, 2010

Resumo sobre a Independência do Brasil

O contexto histórico que serviu como cenário para a Independência do Brasil em relação a metrópole lusitana, estava ligado a uma série de fatos históricos bastante importante para a consolidação do mundo contemporâneo. O mundo coidental, agora guiado pela economia liberal, e a diplomacia política, de fato, torona-se um fator preponderante para a manutenção de um mercado econômico estável.  Diante disso, o 7 de Setembro, representou indiretamente essa situação, haja vista que, a construção da independência do Brasil se deu mais por acordos políticos e econômicos entre nações, do que, por aclamação e luta ideológica.

E nesse contexto, o "Grito do Ipiranga" nos serve apenas como uma representação simbólica de uma independência "cartorial" e "maquiada", uma vez que, mesmo reconhecendo o grau de complexidade diplomática que os acordos antecendentes a Independência, e avaliando as condições históricas que subsidiaram a formação do Estado brasileiro, os avanços sociais foram insignificantes, se compararmos a outras nações americanas.

Mas, como não podemos ignorar a simbólica data do "7 de Setembro", e as possíveis reflexões que podemos obter com tal fato histórico, principalmente nesse ano eleitoral, irei socializar um texto de qualidade notável sobre a Independência Política do Brasil, retirado do site: http://www.consciência.org/, escrito por: Pedro Brasil Bandecchi.

Boa Leitura.


A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL


Transmigração da Família Real e Regência do Príncipe D. João

As idéias dos enciclopedistas1 franceses espalhavam-se pelo mundo, pregando reformas que abalaram a estrutura político-social então vigente. A convocação dos Estados Gerais por Luís XVI era uma vitória do povo e sua repercussão foi grande o que não impediu a Revolução Francesa e a guilhotina que fêz rolar cabeças de soberanos, nobres e, por fim, dos próprios revolucionários.

Diante da ameaça francesa, o mundo arma-se contra a França e esta sente que terá que enfrentar o mundo. Cessado o período do terror, a velha terra gaulesa não teve o desejado sossego e, por isso, sentiu necessidade de um homem forte, capaz de lhe dar ordem interna e enfrentar a ameaça externa. Esse homem foi Napoleão Bonaparte.

Não tardou a Europa a sentir o peso dos seus exércitos. Só a Inglaterra, por ser uma ilha e possuir forte esquadra, pôde ficar livre das tropas do corso. As vitórias, conquistas e atitudes francesas assustam Portugal que deseja ficar neutro num mundo conturbado em que a neutralidade é impossível. E por ser impossível, D. João, príncipe-regente2, joga uma cartada que evidentemente não daria certo: queria ficar de ambos os lados, ludibriando a ambos. Procurava, através de entendimentos secretos, manter o fogo das batalhas fora do seu território. O pêndulo da sua política oscila entre Londres e Paris.

Face a tais atitudes dúbias, mesmo que por vezes bem disfarçadas, Napoleão não aceitou mais entendimentos com D. João e determinou a invasão de Portugal pelas tropas comandadas por Junot e decretou a destruição da família real lusa. A 23 de novembro de 1807, chega a Lisboa a notícia de que os franceses haviam transposto a fronteira portuguesa. Nesta altura dos acontecimentos, só cabia a D. João seguir o conselho de Lord Strangford, de refugiar-se na América.

A invasão napoleónica e a nova do embarque da Família Real para o Brasil, trouxeram desespero entre os habitantes de Lisboa. E em meio ao maior atropelo e confusão realizou-se a partida dos governantes e quantos desejaram livrar-se das conseqüências daquele momento duro e triste.
"A frota real, defendida por alguns vasos de guerra ingleses e composta de umas vinte naus, muitas outras mercantes, velejou o Tejo a 29 de novembro de 1807. Nela iam quinze mil pessoas, grande número de fidalgos, funcionários e famílias que emigravam, e também as riquezas dos palácios reais, que foi possível transportar; e ainda não tinha perdido de vista a terra, quando Junot penetrava em Lisboa, e tomando rapidamente conta da cidade e das fortalezas, aprisionava à bala alguns navios mercantes que iam atrasados, nas águas da esquadra.

Batida pela tempestade, na altura das ilhas da Madeira, a frota dividiu-se em duas, e aquela parte numerosa em que vinha o rei tocou primeiro na Bahia, a 24 de janeiro de 1808. Era a primeira vez que um rei do antigo mundo pisava o solo da América. O povo da Bahia recebeu com grande júbilo os altíssimos hóspedes, e por um momento pensou que à primitiva capital da colônia caberia agora a primazia da sede no novo reino."3

Tendo desembarcado o Príncipe-Regente na Bahia, no dia 24 de janeiro nela ficou até o dia 26 de fevereiro, quando rumou para o Rio, já escolhido para capital do futuro império, apesar das solicitações dos baianos para que ficasse em Salvador. A chegada de D. João ao Brasil acelera o processo da nossa libertação política, pois que a instalação da Corte em terras da América Portuguesa lhe tirava, automaticamente, o caráter de colônia, embora ainda não fosse elevado a Reino. Dá-se, então, a "inversão brasileira" na ajustada definição de Sílvio Romero.

Abertura dos Portos e a Revogação do Alvará de 5 de janeiro de 1785

Ainda na Bahia, o Príncipe-Regente alertado por José da Silva Lisboa, depois visconde de Cairu, pela Carta Elegia de 28 de janeiro de 1808, ordenou "interina e provisoriamente" a abertura dos portos brasileiros às nações amigas. É evidente que se D. João mantivesse os portos fechados, decretaria um auto-bloqueio, estando a Metrópole, como se encontrava, dominada pelos franceses.

Eis o teor da Carta Régia dirigida ao conde da Ponte, governador e capitão-general da Capitania da Bahia:

"Atendendo à representação, que fizeste subir a minha Real Presença, sobre se achar interrompido e suspenso o comércio da Capitania, com grave prejuízo dos meus vassalos e da minha Real Fazenda, em razão das críticas e públicas circunstâncias da Europa; e querendo dar sobre este importante objeto alguma providência pronta e capaz de melhorar o progresso de tais danos, sou servido ordenar interina e provisoriamente, enquanto não consolido um sistema geral que efetivamente regule semelhantes matérias, o seguinte: que sejam admissíveis nas Alfândegas do Brasil todos e quaisquer gêneros, fazendas e mercadorias transportados em navios estrangeiros das Potências, que se conservam em paz e harmonia com minha Real Coroa, ou em navio dos meus vassalos, pagando por entrada vinte e quatro por cento a saber: vinte de direito grosso, e quatro de donativo já estabelecido, regulando-se a cobrança destes direitos pelas pautas, ou aforamento, porque até o presente se regulam cada uma das ditas Alfândegas, ficando os vinhos, águas ardentes e azeites doces, que se denominam molhados, pagando o dobro dos direitos, que até agora nelas satisfaziam. Segundo: que não só os meus vassalos, mas também os sobreditos estrangeiros possam exportar para os portos que bem lhes parecer a benefício do comércio e agricultura, que tanto desejo promover, todos e quaisquer gêneros e produções coloniais, a exceção do pau-brasil, ou outros notoriamente estancados, pagando por saída os mesmos direitos já estabelecidos nas respectivas capitanias, ficando entretanto com suspenso e sem vigor todas as leis, cartas régias, ou outras ordens que até aqui proíbam neste Estado do Brasil o recíproco comércio de navegação entre meus vassalos e estrangeiros. O que tudo assim fareis executar com zelo e atividade que de vós espero."

Deste documento se conclui:
1) que com a invasão da Metrópole interrompeu-se o comércio do Brasil — exportação — pois que só para Portugal podiam ir, até então, os produtos nacionais, normalmente;
2) que a abertura dos portos foi ordenada em caráter interino e provisório;
3) que não só os vassalos de S. M., como também os estrangeiros, poderiam exportar "todos e quaisquer gêneros e produções coloniais."

Outro ato de grande importância para o Brasil foi o de lº de abril do mesmo ano, que revogou o Alvará de 5 de janeiro de 1785, que proibia a instalação de fábricas e indústrias no Brasil, constituindo sério entrave ao nosso desenvolvimento econômico. Entretanto o desastrado Tratado de 1810, assinado com a Inglaterra, "haveria de sustar por muitas décadas o florescimento das atividades industriais do Brasil."4 Este Tratado de 1810 prejudicaria também, e muito, os benefícios da Carta Régia de 1808, que ordenou a abertura dos portos brasileiros às nações amigas.

Administração de D. João VI
A instalação de uma Corte exigia uma longa série de iniciativas e realizações que mareiam bem ato dessa natureza. Fazia-se necessário criar condições para a sede da monarquia e também para colocação dos milhares de vassalos que acompanharam a família real.

A administração de D. João, no Brasil, pode ser dividida em três períodos, correspondentes aos seus ministros:
1) o do conde de Linhares (1808-1812);
2) o do conde da Barca (1812-1817)
3) o do ministro Tomás Antônio (1817-1821).

Como é fácil de se ver, o de maiores realizações foi o primeiro, pois que tudo estava por fazer no sentido de instalar-se a sede do governo no Rio de Janeiro. O Rio não estava, evidentemente, preparado para receber a Corte, nem sequer como cidade, levando-se em consideração o respeitável número de acompanhantes vindos na esteira do Príncipe.

"Pela estatística de um negociante inglês, Luccok, pululavam, então, no Rio de Janeiro, um milhar de funcionários públicos e outro milhar de válidos da Corte. Sofreram, com isso, os cariocas de 1808, verdadeiros vexames para hospedar tão numerosa comitiva, tendo de entregar suas moradas por imposição da polícia do vice-rei, conde dos Arcos, que foi o primeiro a ceder seu palácio ao príncipe — à aluvião de fidalgos, clérigos, militares e burocratas imigrados da Metrópole e de se irem refugiar, à ufa, nos arrabaldes, em casas rústicas e acanhadíssimas. Aos recalcitrantes dava-se oficialmente ordem de despejo por meio das iniciais P. R. (Príncipe-Regente), escritas às portas das casas, letras que o povo do Rio Irónicamente interpretava pelo convite de Ponha-se na Rua."

Com tais dificuldades, devia o Príncipe-Regente lançar-se, imediatamente, à obra realizadora que daria tamanho destaque à sua regência.

Os quatro primeiros anos de 1808 a 1812 pertencem decididamente a Linhares e à sua febril atividade reformadora. Os dois imediatos, que são de descanso após a azáfama das mudanças administrativas, judiciárias e sociais, cabem ao marquês de Aguiar e ao conde das Galveas, fidalgo de costumes desregrados, a quem D. Carlota apelidara o dr. Pastorinha.

Em 1810 acumulou Aguiar o exercício da pasta da Marinha, que, no ano imediato, foi assumida pelo conde das Galveas. Em 1812 recolheu este último a herança de Linhares, passando a gerir, desde então, os três ministérios, até falecer em 1814.

De 1814 a 1817, volta ao poder o conde da Barca, tendo-lhe sido confiadas, sucessivamente, as pastas de Galveas, a que soube imprimir, na fase de Oliveira Lima, o cunho da sua superioridade um tanto negligente e do seu talento não tão ativo quanto versátil.

Os três últimos anos do reinado americano de D. João VI são dominados pela figura simpática, de elevado cunho moral e político intransigente, do desembargador Tomás Antônio de Vila Nova Portugal, que assumiu o governo desde a morte do conde da Barca, em junho de 1817."8

Em 1816, com o falecimento de D. Maria I, D. João ascendeu ao trono com o nome de D. João VI.

Brasil Reino

Em 16 de dezembro de 1815, o Brasil daria mais um passo decisivo no caminho de sua Independência, ao ser elevado à dignidade de Reino Unido.
"Devemos a criação do Reino do Brasil, ou a organização do nosso território em um corpo político senão à vaidade do Monarca, por certo ao despeito dos seus representantes no Congresso de Viena, onde não podiam ter assento, como não tiveram, porque Portugal não era, e nem podia considerar-se grande potência figurando somente o território europeu organizado em Reino. Por isso antes que aqui fosse promulgado o documento que citamos (a Lei de 16 de dezembro de 1815), já o Brasil fora como Reino contemplado naquele Congresso, como se vê dos artigos 105, 106 e 107 do respectivo tratado de 9 de junho de 1815 e do de Aliança, de 8 de abril do mesmo ano; o que se conseguiu depois de prévios ajustes particulares, em que oficiosamente interveio a Grã-Bretanha."7

Mesmo sendo fato consumado naquele Congresso, D. João para assinar o decreto ouviu o Conselho de Estado, sendo esta a manifestação de Tomás Antônio:

"Senhor, a situação é esta, sem a menor dúvida: ou Vossa Majestade proclama a Independência do Brasil elevando-o a Reino, e neste caso contraria os portugueses; ou Vossa Majestade conserva o Brasil na posição subalterna de vice-reino e neste caso terá o descontentamento dos brasileiros. É claro que Vossa Majestade terá maior amor ao berço dos seus avós; mas é justo que ame este povo que o recebeu entre festas e alegrias em 1808, quando Vossa Majestade foi coagido a deixar a pátria que o viu nascer. Da consciência e do coração de Vossa Majestade está dependendo a formação de um grande império na América, cuja coroa seria sua. O Império do Brasil unido ao Reino de Portugal faria de ambos uma grande potência que, como sabe, seria reconhecida pelo Congresso de Viena."

É bastante clara a manifestação do inteligente conselheiro: o Brasil da posição subalterna de vice-reino e ficaria em pé de igualdade com Portugal e Algarves.

Além dos destacados atos de D. João, que mencionaremos no sentido da nossa Independência, é de se citar outros de caráter político-administrativo que marcam de forma indelével sua passagem pela América, dentre os quais assinalamos:

1) Criação do Supremo Conselho Militar e de Justiça no Rio de Janeiro, cuja competência era aplicar leis originárias de Portugal;
2) Criação do Conselho de Estado (órgão de consulta);
3) Elevação da Relação do Rio de Janeiro à Casa de Suplicação, isto é, dando-lhe competência para julgar as causas em última instância (Supremo, enquanto a Relação correspondia aos Tribunais de Apelação de hoje).
4) Criação da Imprensa Régia;
5) Criação da Fábrica de Pólvora;
6) Criação da Junta do Comércio, Agricultura, Fábricas e Navegação do Brasil;
7) Fundação do Banco do Brasil no Rio de Janeiro;
8) Criação no Real Hospital Militar do Rio de Janeiro de uma escola anatômica, cirúrgica e médica;
9) Decreto para que no Brasil possam ceder-se sesmarias a estrangeiros;
10) Alvará concedendo aos habitantes do Brasil o privilégio de não serem executados na propriedade dos seus engenhos, fábricas e lavouras, e sim em uma parte dos seus rendimentos;
11) Criação, na Bahia, de um curso de agricultura;
12) Fundação da escola de ciências, artes e ofícios, e autorização para serem contratados professores franceses;
13) Resolução mandando isentar dos direitos de importação os livros impressos;
14) Decreto sobre a liberdade de imprensa e suspensão da censura prévia a que estavam sujeitos os escritos e impressos.

No dia 24 de abril de 1821, D. João VI, por força de um movimento revolucionário desencadeado em Portugal no ano anterior, teve que, constrangido, voltar para a Europa, deixando seu filho D. Pedro como Príncipe-Regente no Brasil.

A Regência do Príncipe D. Pedro e a Independência

Tal foi a consciência de autonomia que o Brasil de há muito vinha adquirindo, reforçada, agora, com o governo de D. João VI, que este não tinha dúvida quanto ao destino da terra que o abrigava em 1808. E da recomendação que fêz a seu filho no momento da partida, para que, se fosse preciso, colocasse a coroa sobre sua cabeça e não a deixasse passar à mão de algum aventureiro, podemos concluir, sem receio, que sabia, perfeitamente, que o Brasil em breve se separaria de Portugal.

Pelo Decreto de 22 de abril de 1821 foi conferido a D. Pedro o título de Príncipe-Regente e lugar-tenente do rei de Portugal no Governo Provisório do Reino do Brasil" e as seguintes atribuições:

Resoluções de todas as consultas referentes à administração pública, com o auxílio de quatro ministérios — do Reino e Estrangeiros, da Fazenda, da Guerra e da Marinha; comutação de penas judiciais; provimento de cargos; declaração de guerra, estabelecimento de tréguas ou tratados provisórios; concessão de títulos honoríficos e de medalhas militares (…).

D. Pedro assumiu esses encargos com o Brasil, em situação verdadeiramente difícil: a retirada de quatro mil pessoas — fidalgos, comerciantes, capitalistas — prejudicou o comércio, desfalcou o Tesouro e deixou sem encaixe o Banco do Brasil, forçado logo depois a suspender seus pagamentos; as dívidas públicas ultrapassavam em dobro a receita, a autoridade do Príncipe não era acatada em muitas províncias, que preferiam tratar diretamente com Lisboa.

O governo regencial determinou a aplicação de um regime de severas economias e procurou, ao mesmo tempo, reforçar sua autoridade sobre as províncias mais recalcitrantes, que apoiavam a Corte, onde o pensamento dominante era a recolonização do Brasil."8

Mais incisivo, outro historiador escreve:
"O rei deixou o Tesouro vazio e o Banco do Brasil falido; e carregou consigo soma elevadíssima em espécie metálica, bens, dinheiro de contado, jóias de alto preço; tudo o que representasse valor drenado, num ápice, para Portugal.

Ressentiu-se forçosamente a praça deste súbito e imenso desfalque de numerário. O ouro desapareceu, como por encanto, da circulação; a prata subiu a 7 e 8% de ágio. Paralisaram-se as transações comerciais e multiplicaram-se as falências. O preço mesmo dos gêneros e artigos de primeira necessidade subiu desmarcadamente."9

D. Pedro, diante da difícil situação que enfrentava, resolveu entrar em regime da mais rigorosa economia. Em carta enviada a D. João VI, datada de 17 de julho de 1821, dizia:

"Mudei a minha casa para a quinta de São Cristóvão, a fim de irem para o paço da cidade todos os tribunais, secretarias, e tudo quanto estava em casa paga por conta do Estado. Todas estas mudanças se fizeram quase de graça, porque os escravos de Santa Cruz e desta quinta, que têm os seus ofícios, são os trabalhadores. O bolsinho deu contas no erário, e eu fiquei só com uma mesada da quantia da princesa, que é de 1:600$000. Pela ucharia hão de poupar-se reis 400:000$000. Pela cavalariça não se gasta senão milho, porque o capim é da quinta: de 1 280 bestas fiquei só com 156; em uma palavra, a minha roupa, a da mantearía e tesouro é lavada pelas escravas, e eu não faço de despesa quase nada em produção do que dantes era, mas se ainda puder economizar mais, o hei de fazer a bem da nação."

Estas medidas tomadas por D. Pedro valiam mais como um exemplo do que como medida que pudesse trazer remédios para solucionar o mal. E é êle mesmo que em nova carta (21 de setembro de 1821) confirma:

"Quem tem dinheiro em prata ou ouro, guarda-o; o ouro e a prata converteram-se em cobre, e este mesmo é muito pouco, e por isso amado e comprado já com o prémio de 3 por cento; de parte nenhuma vem nada; todos os estabelecimentos e repartições ficaram; os que comem da nação sao sem número; o numerário do tesouro é só o das rendas da província, e essas mesmas são pagas em papel; é necessário pagar tudo quanto ficou estabelecido, como são os estudo maior, tribunais, etc.; não há dinheiro, como já fica exposto, não sei o que hei de fazer."10

A mudança da Corte trouxera todos estes problemas. Os serviços e obrigações continuavam, mas o dinheiro saído, assim de um momento para outro, a partida de elementos do comércio e das finanças, a redução das rendas apenas ; da Província onde se encontrava a sede do governo, causaram as enormes dificuldades que o Príncipe-Regente vinha enfrentando.

A par de tudo isso, e se isso somente nao bastasse, Lisboa exigia a volta de D.Pedro para Portugal, num esforço de recolonizar o Brasil e evitar sua Independência política.

Além dessa exigência, decretaram que as províncias passavam a se subordinar diretamente a Lisboa, nada mais tendo com o Rio de Janeiro, a extinção de tribunais, sujeitando, novamente, as causas que deviam ser julgadas com última instância aos juízes da capital peninsular.

O poder de D. Pedro ia se restringindo de maneira humilhante. Sendo o Brasil reino, teve que enviar deputados às côrtes de Lisboa e pelo artigo 21 das bases da Constituição a sua aprovação no que dissesse respeito ao Reino da América só teria validade se os representantes das suas províncias com ela anuíssem.

O Manifesto de 6 de agosto

O Manifesto de 6 de agosto de 1882 assinado por D. Pedro, mas de autoria de José Bonifácio, é um dos mais importantes documentos da nossa história e nele se encontra exposta, numa síntese, toda a situação que o Brasil atravessava.

Referindo-se a aplicação do artigo 21 das bases:
"Mas qual foi o espanto desses mesmos povos quando viram em contradição àquele artigo, e com desprezo de seus inalienáveis direitos, uma fração do Congresso geral decidir dos seus mais caros interesses. Quando viram legislar o partido dominanle do Congresso incompleto e imperfeito sobre objetos de transcendente importância do Brasil, sem audiência sequer de dois terços dos seus representantes."
E revela, com firmeza os objetivos do Congresso: "O Brasil não devia ser mais Reino: devia descer do trono de sua categoria, despojar-se do manto real da sua majestade, depor a coroa e o cetro, e retroceder na ordem política do universo para receber novos ferros e humilhar-se como escravo perante Portugal. Não paremos aqui; examinemos a marcha progressiva do Congresso. Autorizam e estabelecem governos provinciais e independentes uns dos outros, mas sujeitos a Portugal. Rompem a responsabilidade de harmonia mútua entre os poderes civil, militar e financeiro, sem deixarem aos povos outro recurso a seus males inevitáveis senão através do vasto oceano, recurso inútil e ludibrioso."

E D. Pedro afirma:
"Nenhum governo justo, nenhuma nação civilizada, deixará de compreender que, privado o Brasil de um Poder Executivo, que extintos os tribunais necessários, e obrigado a ir mendigar a Portugal, através de delongas e perigos as graças da justiça; que chamadas a Lisboa as sobras das rendas de suas províncias, que aniquilada a sua categoria de Reino, e que dominado este pelas baionetas que de Portugal mandassem, só restava ao Brasil ser riscado para sempre do número das nações e povos livres, ficando outra vez reduzido ao antigo estado colonial e de comércio exclusivo."

Nesta altura já se encontrava manobrando o leme dos destinos nacionais a figura hercúlea de José Bonifácio de Andrada e Silva.

O Fico

Quando mais forte era a pressão das Cortes, tivemos o célebre "Fico" de D. Pedro, a 9 de janeiro de 1822.
O Príncipe devia partir. As câmaras do Rio e de São Paulo fazem representação para que desatendesse Lisboa. A representação do Rio terminava com esta sentença:

"O navio que conduzir o Príncipe Real, aparecerá no Tejo com o Pavilhão da Independência do Brasil."
A representação da Câmara Fluminense foi apresentada a D. Pedro pelo seu presidente José Clemente

Pereira e, após ouvir outras manifestações, o Príncipe respondeu:
"Como é para o bem de todos e felicidade geral da nação, estou pronto, diga ao povo que fico."

No dia 16, D. Pedro nomeia o chamado Ministério da Independência, chefiado por José Bonifácio, que ocupou a pasta do Reino, Justiça e Estrangeiros. Constituiam-no também: Caetano Pinto de Miranda Montenegro, na pasta da Fazenda; Joaquim de Oliveira Álvares, na da Guerra, e Manuel Antônio Farinha, na da Marinha.

José Bonifácio só aceitou fazer parte do governo, depois que D. Pedro lhe assegurou que o "Fico" era definitivo.

A Independência

A presença de José Bonifácio no ministério firmou o rumo da Independência. Os atos que daí em diante foram praticados pelo governo, são firmes, decisivos, resolutos. Entre eles, o que obrigou as tropas portuguesas comandadas por Jorge de Avilez a se retirarem para a Europa, mostrava que não estávamos mais dispostos a tolerar intromissões.

No dia 3 de junho, D. Pedro, atendendo requerimento que José Clemente Pereira lhe apresentou em nome da Câmara, convocou, então, uma Assembléia Geral Constituinte, composta de deputados das províncias e que tinha por objetivo principal, deliberar as condições cm que deviam continuar as relações entre Brasil e Portugal, e no dia 1.° de agosto desligou o Reino Americano da Assembléia Lusa. Baixou decretos determinando que nenhuma lei promulgada em Portugal teria validade, no Brasil, sem o seu "cumpra-se" declarando inimigas as tropas que desembarcassem aqui sem seu consentimento; e, por fim, assinou o famoso Manifesto de 6 de agosto, um mês antes do feito do Ipiranga (São Paulo).

No dia 7 de setembro, estava D. Pedro de volta de uma viagem que fizera à cidade de Santos, quando, no Ipiranga, recebeu correspondência que vinha de Portugal. O mensageiro chegava do Rio de Janeiro e trazia, também, carias de José Bonifácio e da princesa Leopoldina. De Lisboa lhe vinham ordens para depor o ministério e processar os ministros que haviam convocado a constituinte. E mais: os novos ministros seriam indicados por Lisboa. Foi então que, D. Pedro certo que nada havia a fazer senão proclamar definitivamente a Independência, Libertou o Brasil dos fracos laços que ainda o ligavam a Portugal.

Notas
1São chamados enciclopedistas os escritores que precederam à Revolução Francesa e colaboraram na Enciclopédia então escrita e publicada na França.
2D. Maria I sofria das faculdades mentais e, por isso, seu filho D. João, depois D. João VI, assumiu a regência.
3João Ribeiro, História do Brasil, revista e completada por Joaquim Ribeiro, 17ª edição, Rio de Janeiro, 1960.
4Pinto de Aguiar, A Abertura dos Portos do Brasil, Bahia.
5Max Fleiuss, História Administrativa do Brasil, São Paulo, 1922.
6Idem.
7Cândido Mendes de Almeida, Código Filipino, 14[ edição, Rio
8Alfredo d’Escragnolle Taunay, História Administrativa e Econômica do Brasil, Rio de Janeiro, 1962.
9Max Fleiuss, ob. cit.
10Transcrita do livro Cartas de D. Pedro a D. João VI Relativas à Independência do Brasil, Augusto de Lima Júnior.

BIBLIOGRAFIA SUBSIDIÁRIA

José Bonifácio de Andrada e Silva, Obras Cientificas (3 volumes), coligidas por Edgard de Cerqueira Falcão, Santos, 1963.
José Bonifácio, Escritos Políticos, seleção, introdução e notas de Brasil Bandecchi, São Paulo, 1964.
Oliveira Lima, O Movimento da Independência, 1821-1822, São Paulo, 1922.
Otávio Tarquinio de Sousa — Os Fundadores do Império, São Paulo, 1966.
Tobias Monteiro — Elaboração da Independência, Rio de Janeiro, 1927.


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terça-feira, setembro 07, 2010

Fliporto 2010 será em Olinda!


A Cidade de Olinda será o cenário de um dos mais importantes eventos literários do país, a Fliporto (Feira Literária Internacional de Pernambuco), que será de 12 a 15 de novembro. Com o tema: Literatura e Presença Judaica no mundo Ibero-Americano, o evento promete ser o cenário de muito debate e divulgação de conhecimento. É válido ressaltar que, a Fliporto 2010 também tem como escritor homenageado, a imortal, Clarisse Lispector.

Nesse sentido, a Fliporto terá uma programação diversificada com: congresso literário, oficinas, exposições, recitais, lançamentos de livros e shows. Além da presença de grandes autoridades intelectuais, escritores e um público bastante interessante. Sem ressaltar que a poesia presente em Olinda ja será uma grande contribuição para o evento ter uma magnitude ímpar. Diante disso, fica essa grande dica para um programa cultural de qualidade na cidade.

Informações pelo site: http://www.fliporto.net/

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segunda-feira, setembro 06, 2010

Artigo: Formação Histórica da Região Nordeste.

Diante da diversidade histórica existente no Brasil, desde os remotos tempos coloniais até os dias contemporâneos, sempre encontramos o Nordeste, como uma importante região brasileira, não somente no contexto histórico, mas também,  na conjuntura econômica, política e cultural brasileira. Diante de tal raciocínio, esse texto que vou publicar, pretende abordar um pouco sobre do nordeste brasileiro, tendo em vista seus aspectos políticos e econômicos.




Formação Histórica da
Região Nordeste (I)


Discutir sobre a breve história do Brasil é sem sombras de dúvidas, voltar os olhos para a história do Nordeste, haja vista as suas notórias contribuições na formação social política e econômica do país. Pois bem, para entender o Nordeste é preciso saber como se deu seu povoamento, que atividades econômicas essas pessoas se dedicaram e principalmente como ocorreu à posse dessas terras e o relacionamento entre o dominante e dominado, já que se tratava de uma colônia de exploração.

Sabe-se que a economia brasileira nas primeiras décadas, em que se processou a ocupação portuguesa concentrava suas atividades, sobretudo, na produção de mercadorias exportáveis, visando o abastecimento do comércio internacional europeu. Entretanto, é válido ressaltar que, pelas diretrizes do pacto colonial, a coroa lusitana, dotada de um grande interesse mercantilista, fez do Brasil, uma grande lavoura de gêneros tropicais, enfatizando a cana-de-açúcar como produto chave para a obtenção de lucros exorbitantes.

Por volta de 1530, com o fim da euforia causada pelo ciclo do Pau-Brasil, os lusitanos passaram a introduzir nas terras brasileiras as lavouras de cana-de-açúcar, haja vista o notório valor que o açúcar tinha nos mercados ocidentais. A exploração de tal especiaria foi um fator estratégico para a continuidade do projeto colonizador metropolitano em terras americanas. Na época, os portugueses não dispunham de dinheiro suficiente para bancar os altos custos da implantação dos recursos necessários à produção e comercialização do açúcar, fator que proporcionou a Holanda, um papel relevante, tendo em vista, os financiamentos flamengos para a instalação dos engenhos, como também, na produção e comercialização do "ouro branco" para o Velho Mundo.

O engenho nordestino representava o centro da vida econômica e social. Baseado em uma extensa estrutura fundiária e de produção autônomo, produziam praticamente tudo o que consumiam. No período compreendido entre o século XVI e início do século XVII, os engenhos brasileiros foram os que mais produziam o açúcar do mundo. A sociedade açucareira era aristocrática, patriarcal, rural, escravista e principalmente marcada por um notório imobilismo social. A autoridade do senhor de engenho fazia-se presente junto à sua família, aos empregados, aos escravos e até às vilas próximas à sua propriedade. Além disso, eram os senhores de engenhos que controlavam as câmaras municipais e a vida colonial.

É válido destacar o fato que a população portuguesa nesta época, não era tão expressiva, o que tornava escassa a oferta da mão-de-obra requerida para a sociedade que estava se formando em pleno século XVI. No início, os primeiros senhores de engenho tentaram utilizar nas grandes lavouras agrícolas, o trabalho escravo indígena, uma vez que, a exploração do índio, já havia sido utilizada para a exploração do pau-brasil. Porém, com a empresa açucareira, tornou-se necessário impor um trabalho disciplinado e uma vigilância constante sobre o índio para forçá-lo ao trabalho. Com a baixa produtividade indígena, a solução seria a introdução da mão-de-obra negra escrava, que para eles possibilitava o aumento da produção e da renda.

O tráfico negreiro era uma atividade altamente lucrativa, pois o negro era adquirido praticamente de graça na África e vendido por preços altíssimos na Europa e posteriormente na América. Por esse motivo o tráfico teria que ser mantido e ampliado. Com o tempo, os escravos constituíam a maior parte da população brasileira e eram a base econômica da sociedade açucareira. Realizavam os trabalhos braçais numa jornada de sol a sol, sofrendo punições físicas e sendo observados atentamente pelos feitores. A maioria dos escravos eram designados aos excessivos trabalhos nas lavouras e na produção do açúcar; os demais realizavam trabalhos domésticos nas casas grande dos engenhos.

Já para desbravar e preparar convenientemente o terreno (tarefa custosa neste meio tropical e virgem tão hostil ao homem) tornava-se necessário o esforço reunido de muitos trabalhadores; não era empresa para pequenos proprietários isolados. Isto feito, a plantação, a colheita e o transporte do produto até os engenhos onde se preparava o açúcar, só se tornavam rendosos quando realizado em grandes volumes. Nestas condições, o pequeno produtor não podia subsistir. São sobretudo estas circunstâncias que determinarão o tipo de exploração agrária adotada no Brasil: a grande propriedade. (PRADO JR. p. 33.)


A Pecuária e o Povoamento do Sertão

A primeira fase da expansão territorial teve seu ponto de partida nas capitanias da Bahia e de Pernambuco. Segundo textos da época, foi principalmente em Pernambuco que os vaqueiros seguiram o curso dos rios em busca de pastagens para o gado. O avanço dos vaqueiros não se fez pacificamente, pois encontrou muitas vezes feroz resistência dos índios, mas conseguiram seguir para as terras cada vez mais distantes, onde surgiram feiras de gado e um efêmero comércio na colônia.

Foi somente com a descoberta das minas, no final do século XVII, que a pecuária ganhou vida própria, desvinculando-se da economia açucareira. A partir dessa época, os vaqueiros avançaram pelos sertões, criando, ao lado dos currais de gado, pequenos povoados e aldeias, determinando o povoamento do território semi-árido. Na região da mata não havia pastos, por isso, os animais necessários nos engenhos que resistiram a crise eram levados pelos vaqueiros, que não tinham muito acesso ao litoral. No século XVIII, completou-se a expansão e efetivou-se a colonização do interior, surgindo a figura do vaqueiro e a economia baseada no couro, já que tiveram que construir seus próprios instrumentos com a matéria-prima que tinha em mãos.

Mudanças na Economia do Nordeste

A descoberta do ouro deslocou o centro econômico colonial das capitanias do Nordeste para as regiões das minas. Isso provocou significativas mudanças na administração colonial e o Nordeste deixa de ser o grande pólo econômico que foi no início da colonização. É importante ressaltar, que a partir de então, toda atenção e progresso será dirigida ao Sul e Sudeste do país. O Nordeste vai sendo esquecido, as revoltas vão surgindo e pessoas sendo oprimidas pelos poucos poderosos, donos de quase toda terra. Já que a má distribuição da terra sempre foi um dos maiores problemas na formação desse espaço.

No final do século XVIII e início do século XIX, a Europa sofreu grandes transformações econômicas, sociais e políticas, causadas, principalmente, pela Revolução Industrial e Francesa e essas transformações provocou a substituição do capitalismo comercial pelo industrial. Esses fatores foram responsáveis por mudanças no sistema político e econômico que também afetaram as colônias. Lá na Europa desencadeou um enorme conflito entre a França e Inglaterra, que conseqüentemente vai impulsionar a Família Real partir para o Brasil, levando consigo a corte de Lisboa para o Rio de Janeiro, provocando assim mudanças significativas na conjuntura socioeconômica da colônia.

Mesmo com todas as mudanças ocorridas desde o século XVII, o Nordeste nunca perdeu seu brilho e nunca deixou de ser uma importante região para o Brasil, apesar da coroa lusitana não voltar mais tanta atenção para a região, tendo em vista a crise da produção açucareira e as mudanças econômicas ocorridas na colônia. Como foi afirmado anteriormente, falar na historia brasileiro, seja na perspectiva social, política, econômica e/ou cultural, temos como condição sine qua nom destacar a grande contribuição que o nordeste brasileiro somou a nossa história.

Decerto que as relações mercantilistas instituídas no período colonial brasileiro foram afetadas de forma visível após algumas modificações ocorridas no Brasil, como desenvolvimento de novas fontes econômicas em detrimento ao ciclo do açúcar e com o principio de uma modesta urbanização durante o período que a mineração se manifestava como atividade econômica em destaque, no entanto é válido desconstruir a impressão que o nordeste brasileiro se transformou apenas em um coadjuvante (se é que isso possa existir, no campo historiográfico contemporâneo) do processo histórico brasileiro nos últimos séculos do período Colonial e também durante o período imperial.

Sabe-se que o Nordeste desde o início do século XIX já estava plenamente cristalizado em predicados vinculados aos vários anos de produção agro-exportadora desenvolvido no período colonial, isto é: uma sociedade patriarcal, conservadora, católica, latifundiária e principalmente imóvel. Contudo, reduzir a própria história do Nordeste a essa perspectiva é negar as demais manifestações sociais protagonizada pela região durante o decorrer da cronologia histórica brasileira.

É muito válido observar que mesmo com o açúcar sofrendo com a concorrência internacional (antilhana), o algodão enfrentando uma desleal concorrência com o sul dos Estados Unidos, esses produtos ainda detinham um peso muito importante para o mercado regional interno, pode-se destacar também a própria cultura do fumo na Bahia que servia para dinamizar o comercio com escravos africanos. Enfim, é fundamental que se avalie a região nordestina não como um local de importância finita para a história do Brasil, e sim, conceber a região tendo em vista a sua importância histórica e econômica em todas as lacunas cronológicas da História brasileira.

Com absoluta certeza, o objetivo central desse estudo científico não é evocar em todo o seu conteúdo a história do nordeste brasileiro, contudo, a guisa de uma maior explanação sobre o cenário que o tema abordado nas linhas adiante está inserido, é de fundamental importância proporcionar um espaço para uma breve reflexão histórica sobre a região nordestina do país.

O Século XIX e o Nordeste Brasileiro

A presença da corte de Lisboa no Brasil devido a conturbações internacionais provocou satisfatórias mudanças na dinâmica social da colônia, haja vista que, as bases mercantilistas que estruturava a economia local fora atacada pelas mudanças ou modernidades trazidas pelo liberalismo econômico. 1808 sem dúvidas, representou um divisor de águas para a nossa história cultural, política e econômica, no entanto, como foi ponderado anteriormente, que não se cometa o erro de se refletir sobre a história com o olhos voltados para as mudanças ocorridas no Rio de Janeiro, e sim, é importante avaliar o Brasil como um todo.

Ao avaliarmos sobre as transformações sociais ocorridas no Brasil durante o período de 1808 até 1822, teríamos que citar como tarefa obrigatória para qualquer historiador, cientista social ou humanista, o revolucionário processo ocorrido no Nordeste em 1817, quando a região esse encontrava com os ânimos atribulados, tendo em vista a conjuntura econômica brasileira em tal momento histórico. O ciclo revolucionário nordestino foi um dos momentos mais explosivos e importantes da história brasileira do século XIX. (LOPEZ, p. 22).

As relações entre brasileiros e portugueses não eram nada amistosas, somando a esse panorama, destaca-se também a situação econômica que o Nordeste passava, onde tanto a classe latifundiária quanto as camadas populares não encontravam meios para que a situação fosse modificada, haja vista que, o monopólio sobre o Brasil prejudicava bastante o desenvolvimento econômico da região. Ideologicamente as camadas sociais não tinham interesse em comum, no entanto a hostilidade ao lusitano era uma constante em todos os setores sociais do Brasil.

Com o centralismo político proveniente do Rio de Janeiro devido a instalação a Corte Portuguesa, os ânimos nordestinos se alteram, eclodindo assim um importante fato histórico em 1817, revelando a fragilidade que as estruturas coloniais se encontravam na primeira metade do século XIX.
Independente se o fato histórico ocorrido em 1817 no Nordeste possa ser considerado como uma revolução ou como uma revolta, é válido que podemos ressaltar, sem qualquer problema, que mais uma vez a região nordestina contribuiu de forma bastante plausível para o processo de independência política do Brasil em relação a Portugal, mostrando o quão estava vulnerável o sistema colonial mercantilista que a nação lusitana aplicava em um contexto histórico que já não abrangia as expectativas de tal regime econômico.

Além de protagonizar de forma bastante definida em todos os momentos do período colonial, é de grandiosa necessidade destacar um Nordeste, valente e aguerrido no panorama político e nacional durante o período imperial, Logicamente que tal região historicamente importante para o Brasil não iria está submissa mais uma vez ao centralismo da monarquia brasileira, principalmente, após o caráter autoritário proveniente da autoridade do poder moderador implantado como poder constitucional em 1824. E nesse contexto, em Pernambuco, foi reacendido o caráter revolucionário do Nordeste brasileiro, iniciado na outrora em 1817. A Confederação do Equador foi mais uma prova que não se administra um Estado de forma isolada e com cobrança de altos impostos nas províncias.

As províncias confederadas passaram a defender um republicanismo federalista, liberal e democrático, através de um movimento separatista. No entanto, mesmo travando um embate bastante complexo para o contexto cronológico a qual a confederação estava inserida, mesmo fracassando, não podemos negar que a luta de Frei Caneca junto aos demais líderes, fora mais uma prova do caráter político da população nordestina, tendo em vista as explorações que a região sofria com o autoritarismo de D. Pedro I.

Os primeiros anos da monarquia brasileira não passaram de forma serena, isso é fato, ainda mais se somando ao fato da administração de D. Pedro I, e foi nessa conjuntura que o Brasil pode enxergar que a Confederação do Equador serviu como um alerta sobre as crises sociais que a região se configurava durante o império.

Com absoluta certeza, os gritos de liberdade que ecoaram do Nordeste brasileiro ficaram registrados nas linhas da historiografia política nacional, ser nordestino não é fácil, a história é uma grande testemunhas das tantas explorações, desigualdades e injustiças que o cenário nordestino foi e ainda é alvo.

Pois bem, dando continuidade a saga política nordestina durante o século XIX, destaca-se como o ultimo dos grandes movimentos políticos da região a própria Revolução Praieira, ampliando ainda mais as convulsões sociais, retomando assim o caráter subversivo frente à exploração do latifúndio, das altas tributações e problemas sociais que ocorriam na região, no entanto, pode-se assinalar que devido a tais conturbações, a classe popular defendida por grupos liberais de esfera mais radicalizada se voltou contra a elite latifundiária de Pernambuco, demonstrando ainda mais que os paradoxos sociais do nordeste brasileiro sempre fora o motivo primordial para o surgimento de lutas sociais de importância relevante para a formação política do Brasil.

Enfim, o presente estudo procura mostrar de uma forma sistemática, não somente a seriedade histórica do nordeste brasileiro, e sim, trabalhar a imagem da região, como ela realmente deve ser vista. Um espaço geopolítico onde as lutas sociais surgem frente às inúmeras problemáticas sociais e demandas econômicas da região, mesmo assim, o homem nordestino, antes de qualquer coisa é um grande guerreiro da história, sua saga, pode ser confundida com a de qualquer outro ícone de nossa historiografia. São heróis, geralmente anônimos, mas que mesmo assim, não cansam de lutar e abstrair em seu imaginário, uma realidade mais satisfatória para a vida sofrida de um homem nordestino.


REFERÊNCIAS.



DANTAS, José. História do Brasil: das origens aos dias atuais. São Paulo: Moderna, 1989.

FURTADO, Celso. Formação Econômica do Brasil. 26 ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1997.

LOPEZ, Luiz Roberto. História do Brasil Imperial. 6ª ed. Rio Grande do Sul: Mercado Aberto.

PRADO JUNIOR, Caio. História Econômica do Brasil. 40. ed. São Paulo: Brasiliense, 1993.

WEHLING, Arno, WEHLING, Maria José C. de. Formação do Brasil Colonial. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1994.

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Grande Show de Tom Zé em Olinda.



A cada ano que passa, a Mostra Internacional de Musica em Olinda, se cristaliza como um importante evento musical do país.  A MIMO aconteceu entre os dias 01 e 07 de Setembro e o público que participou do festival teve o prazer de assistir a renomados artistas nacionais e internacionais que apresentaram em vários palcos situados nas cidades de Olinda, Recife e João Pessoa.

Nesse domingo (05/09), destacamos a apresentação do irreverente tropicalista, Tom Zé que realizou um show memorável na cidade de Olinda. Devido as suas várias composições e com uma equipe de músicos de qualidade ímpar, Tom Zé atraiu um vasto público para o show na praça do Carmo. Todos se divertiram e cantaram as músicas clássicas do repertório do artista em uma noite marcada por muita festa e alegria


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Sambada do Coco no Guadalupe.



Ainda é preciso, conhecer mais Olinda. E é dessa forma que começo esse pequeno texto que almeja tratar um pouco sobre as apresentações do ponto de cultura: Coco de Umbigada  que acontece todos os primeiros sábados do mês, no bairro do Guadalupe. Tal evento, além de ser uma festividade de grande beleza e magia, também se configura como um importante meio de manifestação da cultura popular dentro da cidade patrimônio histórico e cultural da humanidade.

E quando temos a oportunidade de prestigiar e festejar, junto às apresentações do Coco de Umbigada é que podemos perceber, como é importante conhecer esses eventos que ocorrem em Olinda, cidade que também carrega o título de Primeira Capital Nacional da Cultura (2006). E são nas fervorosas apresentações, que vários artistas locais, por meio do rítmo, da rima e da dança  promovem muita  diversão para o público, que em momento algum, consegue parar de dançar e cantar as sambadas de coco. São esses, os verdadeiros talentos olindenses, que encantam uma platéia, composta na maioria das vezes, por moradores do próprio bairro e de comunidades adjacentes, como também, turistas e cidadãos olindenses que  ja conhecem a sambada de coco do Guadalupe.

Portanto, quem ainda não conhece, fica essa maravilhosa dica, para uma noite de sábado. Que além de ser uma garantia certa de diversão, também é uma forma, bastante salutar para de conhecer um pouco mais sobre as manifestações de cultura popular, dentro da cidade.

Informações:
http://sambadadecoco.blogspot.com/
Rua do Guadalupe, 380 – Guadalupe – Olinda /PE
Fone: (81)3439.6475
sambadadecoco@gmail.com

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